quarta-feira, 21 de junho de 2017

O filme do Han Solo só tem a perder com a saída de Phil Lord e Chris Miller


O mundo do entretenimento foi pego de assalto na noite de ontem com o anúncio do desligamento dos diretores Phil Lord e Chris Miller do comando do filme (ainda sem nome oficial) do Han Solo, vindouro spin-off da saga Star Wars, nos mesmos moldes do elogiado Rogue One, que contará as origens do contrabandista mais querido da galáxia. A surpresa foi ainda maior pelo fato do longa já estar em fases avançadas de filmagens, que tiveram início em 20 de fevereiro deste ano (ou seja, a dupla dedicou exatos 4 meses de trabalho direto à produção), e ter data de lançamento mundial prevista para 25 de maio de 2018.

Mas independente de qual foi o motivo que culminou nessa saída, seja o acordo mútuo por diferenças criativas da versão oficial, a demissão por pura implicância de Kathleen Kennedy e Lawrence Kasdan divulgada extraoficialmente ou qualquer outra louca história de bastidores que venha a aparecer, o filme só perde com o não-envolvimento de Lord e Miller. Mais conhecidos por dirigirem Uma Aventura LEGO e os dois Anjos da Lei, os caras também já figuraram como roteiristas e produtores de diversas aclamadas séries de comédia, incluindo Brooklyn Nine-Nine, The Last Man on Earth e até mesmo How I Met Your Mother, durante sua excelente primeira temporada.

A dupla é conhecida por seu senso de humor diferenciado, como fica bem claro pelos projetos que já participaram. Esse estilo casaria perfeitamente em um longa protagonizado por um personagem como Han Solo, conhecido por suas tiradas ácidas, sarcasmo e malandragem em meio às enrascadas que se envolve em suas aventuras. E, como ficou claro em Anjos da Lei, eles também sabem trabalhar a amizade (ou, sendo mais específico, o bromance), algo que seria vital para o relacionamento do protagonista com o também icônico Lando Calrissian, já confirmado na trama.

Um dos motivos que mais me empolgavam para esse filme era justamente o fato de ser comandado por Phil Lord e Chris Miller, diretores em ascensão em Hollywood que vinham provando sua qualidade com o lançamento de longa-metragens divertidos e despretensiosos, mas com substância e alguma mensagem (por mais distorcida que ela seja), algo que cairia como uma luva para o futuro derivado de Star Wars. E, por mais que eu confie em Kathleen Kennedy e Lawrence Kasdan na maior parte do tempo, acredito que eles tenham errado feio dessa vez. No fim, não são Lord e Miller quem perdem a direção de Han Solo, mas Han Solo que perdeu a direção de Lord e Miller.

E, com o retorno dos rumores de que eles serão responsáveis pela adaptação do super-herói Flash para o cinema, talvez a grande vencedora nisso tudo seja a Warner e a DC Entertainment.