segunda-feira, 9 de agosto de 2021

BALANÇO MUSICAL - Julho de 2021

(Arte por @TheButcherBilly)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês (exceto quando ela coincide com o primeiro dia do mês -- ou quando não me dá tanta vontade assim).

Julho era um mês no qual, por razões diversas, eu tinha grandes expectativas. Quer dizer, fim da Eurocopa, início das Olimpíadas, e um momento em minha vida que considerava até bom. Mas a forma como os eventos se sucederam... Passou bem longe do que eu esperava. Tantos reveses, reviravoltas e péssimas surpresas durante essas últimas semanas só se salvaram mesmo o tempo passado com a família e amigos, a sabedoria de John Mulaney em vídeos e em seus shows gravados, e os últimos episódios de Loki, que particularmente gostei de como concluiu sua primeira temporada. Ainda assim, a situação melhorou em seus últimos cinco dias, que iniciaram aquele que já considero o período mais alto de 2021 até agora.

Como já disse inúmeras vezes antes, momentos meus como esses costumam ser acompanhados por muita música, e dessa vez não deu outra. Pelo que pude conferir no meu last.fm, julho teve nada menos que 3.458 reproduções (média de 111/dia), contando com 540 artistas, 874 álbuns e 3.115 faixas diferentes. Acabou se tornando o mês com o maior número absoluto de 2021 até agora, além de meu terceiro maior no geral, atrás apenas de outubro e junho de 2020. E não estranharei se repetir esse resultado (ou ao menos chegar perto) nesse mês de agosto, pois é para onde meu atual ritmo de consumo de música está apontando.

Olhando em retrospecto, acho que julho foi o mês mais "eu" possível se tratando do que escutei. Aparentemente levei a questão do "mês do Rock" mais a sério do que deveria, mas as últimas semanas foram amplamente dominadas pelo gênero, com algumas doses seguras de Metal e uma ou outra ponta mais voltada ao Pop oitentista. Infelizmente acabei ficando devendo nas audições de lançamentos, tendo conferido apenas três álbuns recentes, mas não é como se eu tivesse muita coisa em minha fila atualmente (especialmente após junho), o que é um ótimo sinal. O importante mesmo é que ficou coeso e coerente musicalmente, como é possível conferir em meus DESTAQUES DO MÊS logo a seguir.

ARTISTAS DO MÊS:


- David Bowie (Rock): às vezes eu odeio o quão clichê posso ser. Quer dizer, Bowie já havia figurado como meu principal artista três posts atrás, quando falei sobre abril, e cá está ele novamente. Mas por que não estaria, afinal? Um dos mais importantes e influentes artistas do último século tem que ser apreciado sim. E pelo menos consegui fugir do clichê em uma coisa: a fase que estive ouvindo em julho, seus tão pouco lembrados trabalhos dos anos 1990 que, sinceramente, não ficam devendo em nada para seus clássicos renomados. A discografia do homem é realmente um baú de tesouros.

Destaco também:

- Paradise Lost (Metal, Death Metal) -- graças à trinca Shades Of God (1992), Draconian Times (1995) e One Lost Second (1997), que aniversariaram recentemente e são extremamente recomendados

- Suicidal Tendencies (Metal, Hardcore)

- Led Zeppelin (Rock, Hard Rock, Blues Rock)

- Elton John (Rock, Pop Rock)

- AC/DC (Rock, Hard Rock, Blues Rock)

- Bruce Springsteen (Rock)

- Rush (Rock Progressivo, Hard Rock)

- Titãs (Rock)

- Tom Petty and The Heartbreakers (Rock)

- Soundgarden (Grunge, Hard Rock)

- Dream Theater (Metal Progressivo)

- Emerson, Lake & Palmer (Rock Progressivo)

ÁLBUNS DO MÊS:


- Electric Light Orchestra - Time (Rock Progressivo, Pop Rock; 1980): Jeff Lynne é um gênio. Esse álbum completou 40 anos recentemente, resolvi conferi-lo e, como tudo se tratando de ELO, não me arrependi e ainda fui encantado pela sonoridade. Incrível seu tato para compor músicas tão simples, belas e empolgantes sobre temas complexos, especialmente naquela época. Hipnotizante.

Destaco também:

- Chrissie Hynde - Standing in the Doorway: Chrissie Hynde Sings Bob Dylan (Folk Rock; 2021) -- o título é autoexplicativo, e a qualidade, como esperado, é elevada

- Epica - Omega (Metal Sinfônico; 2021) -- belo lançamento do grupo

- Liquid Tension Experiment - LTE3 (Metal Progressivo; 2021) -- um esquenta para o próximo álbum do Dream Theater, só que um da mais alta qualidade possível

- Muse - Origin of Symmetry (XX Anniversary RemiXX) (Rock; 2021) -- lançado em celebração aos 20 anos desse jovem clássico, traz uma remixagem que melhora muito a qualidade das faixas

- Sepultura - Kairos (Thrash Metal, Groove Metal; 2011) -- 10 anos de lançamento desse trabalho subestimado (como são todos os da banda com Derrick Green nos vocais)

- Soulfly - 3 (Groove Metal, Thrash Metal, Experimental; 2002) -- o que deveria ter se tornado o Sepultura pós-Roots seguiu sendo potencializado em seu máximo por Max Cavalera

Jools Holland And Friends - Small World Big Band (Folk, Blues, Rock; 2001) -- reúne tantos grandes nomes (alguns que partiram logo em seguida ao lançamento desse álbum) tocando clássicos das Big Bands dos anos 1950 e 1960 que me senti obrigado a conferir. E valeu a pena

- Angra - Fireworks (Metal, Metal Sinfônico, Experimental; 1998) -- encerrando minha tour pela fase André Matos, mais um excelente trabalho que seguiu a linha de Holy Land

- Geezer Butler - Black Science (Metal; 1997) -- mais que recomendado o álbum solo do eterno baixista do Black Sabbath

- Tears For Fears - Elemental (Pop Rock; 1993) -- basicamente um trabalho solo de Roland Orzabal, mas também repleto de qualidade

- X Japan - Jealousy (Hard Rock, Metal; 1991) -- pauleira, baladas e uma sonoridade que dá um pau em muita banda estadunidense

- George Harrison - Living In The Material World (Rock, Experimental; 1973) -- um clássico atemporal

FAIXAS DO MÊS:


- Iron Maiden - The Writing On The Wall (Metal; 2021): que o Iron Maiden eventualmente soltaria algum material novo em algum momento muito próximo já era um consenso entre os fãs, e ele veio durante a "semana do Rock" com a divulgação de nova música, clipe e anúncio do novo álbum, Senjutsu. A faixa segue aquela conhecida qualidade da banda pós-retorno de Bruce Dickinson e Adrian Smith, então nem procure ouvir se você não gosta da abordagem dos trabalhos mais recentes. Eu gosto e curti bastante.

Destaco também:

- Santana feat. Rob Thomas - Smooth (Rock; 1999) -- um clássico do final dos anos 1990

- Queensryche - Jet City Woman (Hard Rock; 1990)

- John Mellencamp - Rain On The Scarecrow (Rock; 1985) -- fiquei obcecado nessa música por dias, talvez com razão

- Rita Lee - Esse Tal De Roque Enrow (Rock; 1975) -- abrindo os trabalhos da "semana do Rock" com esse clássico nacional

Confira, por fim, a playlist feita por mim durante julho de 2021: