quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Top 15 Álbuns de 2015 (& Extras) + Top 10 Músicas do Ano!

Chegou aquela época do ano. Não só a das festas, mas também a de pegar tudo o que você ouviu de novo ao decorrer de 12 meses, avaliar, ver o que foi melhor e o que foi pior. E, no meu caso, listar. Sim, a já tradicional lista do Ground Zero está de volta mais uma vez, e dessa vez ainda maior do que anteriormente! Confesso que gostaria de ter ouvido mais dos lançamentos de 2015, sinto que perdi algumas agradáveis surpresas, mas ainda assim devo dizer que o ano foi, assim como 2014, muito bom para a música. Tive a oportunidade de conferir alguns álbuns incríveis, e muitos deles chegaram até mesmo a superar minhas expectativas. Então, nada mais justo do que juntar tudo em uma lista e postar aqui.

Assim como fiz no ano passado, quis sair um pouco do formato tradicional e decidi que a publicação teria algo além das minhas escolhas para o Top 15. Dessa vez, entram também alguns lançamentos que merecem uma menção honrosa, seja porque não seguem o formato tradicional, seja porque valha uma homenagem, ou simplesmente porque eu quis ( ¯\_(ツ)_/¯ ). Além disso, resolvi incluir também as 10 músicas lançadas em 2015 que eu mais gostei, expandindo um pouco o propósito da postagem, mas mantendo-o 100% focado no mundo musical.

E, como gosto de ressaltar sempre, essa é MINHA lista de melhores do ano, baseada no MEU gosto musical. Sinto muito se você não encontrou seu disco preferido por aqui, mas é como dizem, melhor sorte na próxima vez (novamente: ¯\_(ツ)_/¯ ).

Mas chega desse papinho chato. Vamos ao que interessa!

TOP 15:

#15: MUMFORD & SONS - "WILDER MIND"


Devo confessar que nunca gostei muito do som do Mumford & Sons, aquele folk acústico nunca foi lá muito atrativo para mim, me dava um pouco de sono, simplesmente não agradava. Mas o grupo resolveu mudar sua abordagem, plugou as guitarras no amplificador e aproximou-se do Indie Rock. O resultado é "Wilder Mind", um bom e divertido CD que por ter dividido os fãs, mas é um prato cheio para os fãs do gênero.

#14: LAMB OF GOD - "VII: STURM UND DRANG"


Depois de toda a confusão envolvendo o vocalista Randy Blythe nos últimos anos, desde sua prisão ao seu julgamento e a campanha #FreeRandyBlythe, a banda finalmente pode gravar um novo disco em estúdio. E o resultado é o esperado de qualquer lançamento do Lamb of God: peso, visceralidade e vocais guturais, em mais um sólido registro do quinteto estadunidense. O grande destaque vai para a faixa "Overlord", na qual Blythe usa predominantemente vocais limpos e que tem uma pegada muito próxima do Grunge.

#13: DISTURBED - "IMMORTALIZED"


Foram 5 anos de hiato desde o ótimo "Asylum", de 2010. Mas o Disturbed felizmente está de volta, e em boa forma. E aparentemente essa longa pausa fez bem para os integrantes, que voltaram dispostos, energéticos e criativos, com tudo isso refletindo nas composições de "Immortalized", que sabem se arriscar e buscar alguns novos caminhos, mas sem deixar o peso característico para trás. E ainda surpreenderam com o ótimo cover de "Sound of Silence", clássico folk de Simon & Garfunkel.

#12: THE WINERY DOGS - "HOT STREAK"


Talvez não seja tão bom quanto o avassalador debut, que possivelmente criou parâmetros para as pessoas e foi o que as fez ficarem um pouco decepcionadas aqui. Mas é inegável a qualidade que "Hot Streak" nos apresenta, com o trio explorando outros caminhos além do virtuosismo que os levou à fama e flertando com vários outros gêneros, em uma combinação muito boa de se ouvir. Os músicos podem ter apostado em algo mais simples e direto, mas toda a competência pertinente aos mesmos se mostra bem presente. No aguardo para ver para qual direção Kotzen, Sheehan e Portnoy trilharão a seguir.

#11: DAVID GILMOUR - "RATTLE THAT LOCK"


Acredite ou não, mas esse foi o primeiro álbum de David Gilmour que ouvi além de sua carreira com o Pink Floyd. E devo dizer que foi uma experiência curiosa, pois, ao mesmo tempo que o guitarrista soa mais solto e confortável, toda a genialidade e competência do mesmo continua lá. "Rattle That Lock" é um disco leve, gostoso e divertido de se ouvir, destacando toda a qualidade de Gilmour como guitarrista e compositor. Recomendado, especialmente para os fãs de "A Momentary Lapse of Reason" e "The Division Bell", álbuns nos quais o artista tomou a dianteira em sua antiga e lendária banda.

#10: FAITH NO MORE - "SOL INVICTUS"


Uma das melhores bandas dos anos 1990, o Faith No More já havia voltado aos palcos faz alguns anos (e alguns inclusive devem se lembrar do ótimo show dos caras no Brasil durante o saudoso SWU, em 2011). A ideia de um novo registro já vinha sendo discutida há algum tempo, e felizmente 2015 foi o momento de ela sair do papel. "Sol Invictus" é um disco louco, cheio de experimentações com gêneros distintos, criatividade correndo solta e ritmos pouco convencionais. Ou seja, tudo o que o quinteto vinha fazendo desde o celebrado "Angel Dust", de 1991. Excelente retorno.

#9: TRIVIUM - "SILENCE IN THE SNOW"


O mundo está cheio de novas ótimas bandas de Metal, e o Trivium pode se orgulhar de ser uma das melhores atualmente. Depois de mudarem um pouco de ares no ótimo "Vengeance Falls", eis que eles resolvem modificar a sonoridade novamente. "Silence in the Snow" é um álbum maduro, conciso, que demonstra uma evolução constante no estilo dos caras, ao mesmo tempo que não deixa de ser pesado e agressivo. Diferente de tudo o que eles fizeram anteriormente, porém, suas músicas soam mais próximas do Metal clássico, com vocal limpo e guitarras mais contidas. O resultado é ótimo e eu mal posso esperar para conferir como será a próxima gravação.

#8: MUSE - "DRONES"


Depois de uma série de experimentações nos ótimos "The Resistance" e "The 2nd Law", o Muse prometeu fazer um trabalho mais simples em seu novo álbum. E é exatamente isso que "Drones" entrega: um som mais direto, pesado, agitado, mas não menos megalomaníaco do que o resto da discografia dos ingleses, ainda sobrando espaço para experimentar mais um pouco e até mesmo para soar épico em "The Globalist", a música mais longa do trio até hoje. Com uma abordagem política em suas composições, esse é um CD sólido e mais acessível do que os anteriores.

#7: BARONESS - "PURPLE"


Segundo James Hetfield, o frontman do Metallica, "Purple" foi a quinta melhor coisa que lhe aconteceu em 2015. É uma responsabilidade e tanto, mas o álbum certamente tem qualidade para tal. A coisa que mais me agrada no Baroness é que eles evoluem a cada lançamento, e aqui não foi diferente. O som do grupo está se tornando cada vez mais distinto, de um jeito que eles fazem Metal de um jeito belo, artístico e único. Fico feliz que as mudanças na formação tenham dado tão certo. Embora eu ainda esteja digerindo o trabalho, algo que, assim como os anteriores, não é uma tarefa tão simples, ele já me conquistou o suficiente para figurar na lista.

#6: HALESTORM - "INTO THE WILD LIFE"


Energético. Eclético. Variado. Divertido. Essas são apenas algumas palavras que eu poderia usar para descrever "Into the Wild Life", o mais recente lançamento do Halestorm. Gravado em apenas uma sessão, em uma tacada só, esse álbum apresenta um Hard Rock como há muito não se ouvia, com músicas músicas mais pesadas, músicas menos pesadas, belas baladas e uma pegada única. A melhor performance do quarteto, especialmente de Lzzy Hale, que simplesmente destrói nos vocais em cada uma das 13 (ou 15, na versão estendida) faixas. Uma maravilha de se ouvir, vinda de uma das bandas mais legais de hoje em dia.

#5: NOEL GALLAGHER'S HIGH FLYING BIRDS - "CHASING YESTERDAY"


Sou um grande fã do debut solo de Noel Gallagher, mas há de se concordar que ele não é exatamente a coisa mais rock n' roll já lançada, o que desagradou algumas pessoas. Em "Chasing Yesterday", entretanto, não é possível se dizer o mesmo: a sonoridade mais rocker do artista está de volta, ao mesmo tempo que ele não descarta totalmente sua sonoridade anterior. O resultado é ótimo, com 10 faixas bem feitas que vão do mais agitado ao praticamente introspectivo. Confesso que fiquei com um pé atrás ouvindo as primeiras músicas divulgadas, que não me agradaram logo de cara. Mas fui positivamente surpreendido, no fim tudo se encaixou como deveria e este é mais um trabalho incrível para o já longo currículo de Noel.

#4: VINTAGE TROUBLE - "1 HOPEFUL RD."


Conheci o Vintage Trouble nesse ano, e foi justamente com esse CD, que é apenas o segundo deles. Ainda não tive a oportunidade de ouvir o primeiro. Mas, nossa, como eu gostei de "1 Hopeful Rd.". Um som simples, que remete ao Rock Clássico e ao Blues Rock, mas com uma identidade própria, muito graças à fantástica voz do cantor Ty Taylor, um pouco melancólica e com forte influência da Soul Music. E os músicos podem não ser os melhores ou mais técnicos, mas tem qualidade o suficiente e sabem entreter o ouvinte. O mais divertido que ouvi em 2015, facilmente.

#3: BLIND GUARDIAN - "BEYOND THE RED MIRROR"


Provavelmente o álbum que mais ouvi nesse ano, eis mais um fantástico trabalho para a discografia do Blind Guardian, que, ao meu ver, é uma das bandas mais subestimadas do Metal. O estilo e a criatividade dos alemães continua forte em "Beyond the Red Mirror", mas, ao mesmo, tempo eles vem incorporando novos elementos a sua sonoridade, com fortes influências do Progressivo. Isso gerou várias faixas épicas, como a abertura "The Ninth Wave" e o encerramento (ou não, dependendo de qual versão você está ouvindo) "The Grand Parade", mas o grupo soube variar bem dentro das 10, ou 11, ou até mesmo 12 faixas que compõem disco (novamente, depende da versão). Recomendadíssimo.

#2: IRON MAIDEN - "THE BOOK OF SOULS"


Faz tempo que o Iron Maiden vem tornando seu som em algo cada vez mais próximo do Progressivo. Isso começou lá no mediano "The X Factor", e veio ganhando um pouco mais de força a cada novo lançamento, culminando no também mediano "A Matter of Life and Death", repleto de sons longos, e foi refinado no ótimo "The Final Frontier", que foi mais equilibrado, mas também com muitas músicas que facilmente passam dos 7 minutos. Mas foi com "The Book of Souls" que a banda atingiu sua melhor performance dentro da proposta, com empolgantes e belas composições de maior duração, ao mesmo tempo que possui praticamente o mesmo número de canções mais curtas, energéticas e diretas, de modo que elas estão intercaladas, o que não torna a audição tão cansativa. Ótima performance de todos os membros, principalmente Bruce Dickinson que, mesmo aos 57 anos de idade, continua cantando como poucos. Meu trabalho preferido dos britânicos desde "Dance of Death", até poderia ocupar a primeira posição em outras circunstâncias.

#1: GHOST - "MELIORA"


O grande diferencial de "Meliora" para todos os outros lançamentos desse ano é que ele foi muito bom em todos os aspectos possíveis. Já falei sobre ele aqui, e inclusive indiquei que o mesmo era um forte candidato ao melhor de 2015. Dito e feito, nada foi capaz de superá-lo. A tracklist é impecável, o som do grupo está melhor do que nunca, evoluiu em relação ao "Infestissumam", investiu no peso e os vocais do Papa Emeritus mantiveram a qualidade já conhecida.  Um festival de riffs e solos, uma bateria que melhorou muito se comparada aos anteriores, e faixas que já te conquistam logo na primeira audição. Novamente digo: esse é o trabalho mais forte do Ghost, e merece ser considerado como o melhor lançamento dos últimos 12 meses.

MENÇÕES HONROSAS:

FOO FIGHTERS - "SAINT CECILIA EP"


Não poderia incluir esse trabalho na lista de melhores álbuns, pois ele é apenas um EP. Ainda assim, o que foi feito aqui é tão bom que simplesmente não poderia passar em branco. O Foo Fighters entrega aqui 5 faixas incríveis, divertidas e completamente rock n' roll, deixando de lado o estilo conceitual de seu último disco e voltando um pouco ao som alcançado no excelente "Wasting Light". Realmente espero que o próximo trabalho completo da banda siga por essa abordagem, aprovada com louvor.

MOTÖRHEAD - "BAD MAGIC"


Devido à terrível ocorrência do falecimento de Lemmy Kilmister (RIP), acho válido dizer algumas palavras sobre "Bad Magic", o derradeiro disco da extensa carreira do Motörhead. Um trabalho divertido, até ousado em certo ponto, que apresenta o som característico da banda, mas sem a força de clássicos como "Ace of Spades", "Overkill" ou "Bomber". Ainda assim, um bom jeito de encerrar a discografia, sem desonrar o bom nome do grupo ou decepcionar os fãs. E que Lemmy seja sempre lembrado por sua boa música.

"MAD MAX: FURY ROAD - ORIGINAL MOTION PICTURE SOUNDTRACK"


Elogiei o uso da trilha sonora como parte fundamental do filme em minha curta crítica, mas devo dizer que ela funciona muito bem como um produto separado. As composições são incríveis e te transmitem toda a angústia e a adrenalina vistas em tela, mesmo sem a utilização de qualquer recurso visual. Aparentemente, "Estrada da Fúria" é um trabalho de gênio em todos os aspectos.

"STAR WARS: THE FORCE AWAKENS (ORIGINAL MOTION PICTURE SOUNDTRACK)"


Também já falei dessa aqui em minha análise completa (com spoilers) sobre o mais novo Star Wars, mas ela pode ser facilmente resumida como: mais uma trilha fantástica do genial John Williams. Composições fantásticas que funcionam muito bem por si só, mas que ficam ainda mais incríveis se acompanhadas do filme. E ainda apresenta novos temas marcantes, como "Rey's Theme" e "March of The Resistance", que tem tudo para tornarem-se referência nos anos que estão por vir.

TOP 10 MÚSICAS:

Como falei anteriormente, escolhi 10 das minhas músicas favoritas lançadas nesse ano e as rankeei nessa playlist. A ordem, assim como a do Top 15 Álbuns, é inversa: a primeira música é minha escolha #10, a segunda é minha escolha #9, a terceira é a minha escolha #8, e assim por diante. Não foi fácil me conter em apenas 10 faixas, pois, mais uma vez, 2015 teve muita música boa. Mesmo assim, espero que gostem da lista. Boa audição!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

ANALISANDO - "STAR WARS: O DESPERTAR DA FORÇA" (2015)


Ah, Star Wars... A franquia que mais marcou minha vida está de volta. Foram 3 anos de espera desde o anúncio da compra da Lucasfilm pela Disney e a divulgação, no mesmo dia, que uma nova trilogia de Star Wars seria desenvolvida. Desde então, fui acompanhando cada nova notícia divulgada, cada imagem mostrada, cada vídeo lançado, sempre criando mais e mais expectativa pelo que estava vendo, aguardando todo dia mais ansiosamente para que "Star Wars: O Despertar da Força" fosse lançado. Pois bem, esse dia finalmente chegou, mais de uma semana atrás. Até o momento, já vi o filme duas vezes no cinema. E, cumprindo meu papel como fã e apreciador da sétima arte, acho justo vir até aqui compartilhar minhas opiniões sobre o longa, este que foi provavelmente o mais aguardado de todos os tempos.

Antes de mais nada, acho válido parabenizar o marketing da Disney e da Lucasfilm por toda a sutileza no trabalho de divulgação. Tão pouco foi divulgado nas imagens, nos trailers e nos comentários do elenco e da equipe que foi o suficiente pra deixar todo mundo animado ao mesmo tempo que não estragou a experiência para ninguém. Sei que chegou um momento, após a divulgação do último trailer, que vários vídeos começaram a ser lançados, mas eles não mostravam quase mais nada além do que já havia sido visto. Então, parabéns, obrigado, e espero que continuem com essa abordagem para a campanha dos dois próximos filmes (gostaria que se aplicasse a filmes em geral, mas sei que isso não vai acontecer).

E devo ressaltar também que este texto conterá SPOILERS. Sim, repito, SPOILERS. Então, se você ainda não assistiu "Star Wars: O Despertar da Força", pare de ler o texto aqui e agora. Acredite, VOCÊ NÃO QUER RECEBER SPOILERS DA TRAMA.

Enfim. Como foi, então, ver um novo Star Wars na tela do cinema, mais de 10 anos depois do lançamento de "A Vingança dos Sith"?

O RETORNO A UMA GALÁXIA MUITO, MUITO DISTANTE


"Star Wars: O Despertar da Força" tinha um grande desafio: trazer novamente a magia da franquia para as telas, após a má recepção da trilogia prelúdio, feita inteiramente por George Lucas. Mais do que isso, precisavam apresentar a saga para uma nova geração, ao mesmo tempo em que deveriam satisfazer as expectativas dos fãs de longa data. Com isso em mente, a equipe de produção decidiu levar em consideração tudo o que havia feito sucesso. Games, livros, quadrinhos, a animação "Clone Wars" e, é claro, a trilogia original, composta por "Uma Nova Esperança", "O Império Contra-Ataca" e "O Retorno de Jedi".

Através disso, moldaram os personagens do filme, a trama, referências, cenários... Repaginaram o Império e a Aliança Rebelde como a Primeira Ordem e a Resistência e os trouxeram para um novo contexto político, em que a Nova República governa a Galáxia. Descartaram o uso predominante de fundos verdes e computação gráfica, e voltaram ao básico, usando efeitos práticos, localizações existentes e cenários reais, assim como nos filmes originais. E, obviamente, as grandes marcas registradas de Star Wars, como o letreiro e a música tema, foram resgatadas.

E o êxito foi obtido, devo dizer, com toda a glória e louvor. O longa fez eu me sentir em casa, com todos os seus elementos familiares, mas que ao mesmo tempo não são meras cópias. A utilização dos efeitos práticos foi a melhor decisão que poderia ter sido tomada para esse filme, pois tudo em tela parece extremamente vivo, real, tátil e convincente, algo que dificilmente seria alcançado com o uso exacerbado de CGI. Na verdade, o uso de criaturas, fantasias e droides funcionais fez com que as poucas vezes que a computação foi usada em tela ficassem um pouco deslocadas, vide Maz Kanata e Líder Supremo Snoke, que, apesar do excelente trabalho feito em suas criações e captura de movimentos, não ficaram tão convincentes quanto o resto.

A maior prova desse sucesso pela equipe de efeitos se dá pela criação de BB-8. O pequeno robozinho esférico foi desenvolvido para funcionar plenamente. Sim, ele realmente existe e sai rolando por aí sem maiores problemas. O trabalho realizado com o droide foi simplesmente fantástico e o tornou ainda mais real, sendo facilmente uma das melhores coisas do filme. O mesmo pode ser dito sobre R2-D2, que, apesar de ter pouco tempo de tela, também é completamente automatizado (o que deve ser um alívio para o ator Kenny Baker, por não ter mais que passar horas e horas de gravação enlatado).

E eu nem citei os demais elementos que fizeram de Star Wars um sucesso. A Força, sabres de luz, naves, batalhas espaciais bem feitas... Tudo está lá, devidamente atualizado e ainda extremamente comovente. Quando Han Solo diz "Chewie, estamos em casa", acredito que essa fala traduza o sentimento de todos os espectadores.

APRESENTANDO O NOVO E HONRANDO O ANTIGO


Então, que ótimo que esse resgate dos velhos efeitos e elementos deu certo. Mas um filme não pode viver apenas disso e da nostalgia dos fãs ao verem algumas de suas coisas favoritas na tela. Ele precisa de novidades.

E elas existem, sendo apresentadas da melhor maneira imaginável. Isso se aplica, principalmente, aos personagens. Novas faces foram introduzidas à franquia, e desde o primeiro momento elas já se mostram facilmente relacionáveis. Para começo de conversa, nada melhor do que falar da Rey, a sucateira que na verdade é a grande protagonista de "O Despertar da Força". Forte, destemida, ágil, talvez um pouco teimosa, mas carismática o suficiente para liderar a história e a franquia pelos próximos anos. Junto a ela temos Finn, o desajeitado Stormtrooper desertor que possui um bom coração e tem um fantástico tempo de comédia, ao mesmo tempo que vê sua coragem crescer com o decorrer do longa. Há também de se falar de Poe Dameron, o melhor piloto da Resistência que aparentemente também é o cara mais legal daquela galáxia. E, claro, BB-8, o droide de Poe, que nos fornece algumas das melhores cenas do filme e ainda consegue se expressar e demonstrar emoções. Novamente digo: uma das melhores coisas do novo Star Wars.

Do lado dos caras maus, também temos novas peças. O antagonista principal e de maior destaque é Kylo Ren, um fantástico personagem e vilão em construção que tem potencial para se tornar um dos grandes. Instável, descontrolado, impaciente e cheio de si, ele tem a ambição de ser tão poderoso quanto Darth Vader, mas é exatamente o oposto de seu avô. Sim, ele ainda por cima é um Skywalker, filho de Leia com Han Solo, dando continuidade ao legado amaldiçoado da família. Ao seu lado, encontra-se General Hux, um militar que parece ter sido moldado diretamente pela juventude nazista, com seus grandiosos e vagos discursos e tendo fascínio pelo belicismo. E, liderando toda a Primeira Ordem ao mesmo que disciplina Ren nos caminhos do Lado Sombrio da Força, há o Líder Supremo Snoke, uma figura enigmática, de face toda distorcida e repleta de cicatrizes, da qual pouco se sabe sobre, exceto de que ele já existe há centenas de anos e é sábio. Entretanto, é alguém cuja presença impõe respeito imediato.

Merecem destaque também alguns personagens secundários, como Unkar Plutt e Maz Kanata que, embora com pouco tempo de tela, tem papéis fundamentais para o desenvolver da trama. As novidades, porém, não se resumem a isso. Foram criados novos planetas, como Jakku, Takodana e todo o Sistema Hosnian. É em Takodana, inclusive, que temos uma das mais belas cenas do filme, com a Millenium Falcon sobrevoando o lago do local. Há novas naves, raças alienígenas, droides secundários. Até uma nova arma de destruição em massa foi criada: a Base Starkiller, um híbrido de planeta com a Estrela da Morte que usa a energia de estrelas para realizar seus disparos e destruir tudo o que há pela frente. Ela serve como lar da Primeira Ordem e é uma ameaça ainda maior do que as que já foram vistas antes.

Todos esses novos elementos, porém, não significam que tudo feito anteriormente foi esquecido, descartado e substituído. Muito pelo contrário. Aliás, esse é um dos maiores trunfos de "O Despertar da Força": todo o seu respeito e celebração ao material original, com a inclusão de diversas referências e fan-services nada gratuitos, cria o elo entre os fãs e tudo que foi apresentado pelo novo filme. E o melhor de tudo é que eles resgataram os personagens que pelo menos 3 ou 4 gerações cresceram amando. Han Solo, Chewbacca, Leia, Luke, C-3PO, R2-D2, estão todos lá, interagindo de forma fantástica com os novatos e tendo tempo de tela o suficiente para alegrar a todos. E não acaba por aí: o retorno da Millenium Falcon (e as incontáveis referências dentro da própria), X-Wings e Super Star Destroyers caídos no deserto de Jakku, a repaginada no visual dos Stormtroopers, diversas falas... Até mesmo a Base Starkiller é uma homenagem óbvia às duas Estrelas da Morte, ao mesmo tempo que é uma evolução lógica do pensamento dos remanescentes do Império Galáctico nos 30 anos que separam o longa de "O Retorno de Jedi".

O melhor exemplo dessa conciliação entre o novo e o antigo se dá, ao meu ver, durante a cena em que Finn tenta usar o canhão da Millenium Falcon. Ele havia acabado de sair de uma das novas TIE Fighters, com seus controles todos modernos e de fácil manuseio, e então se depara tendo que usar aquele trambolho, todo duro, difícil de acertar a mão e que ainda conta só com aquela telinha que usa um 3D bem básico, que era o melhor que se podia obter com os efeitos digitais em 1977, quando "Uma Nova Esperança" foi lançado. Um momento bem divertido de se assistir, mas com um significado muito maior por trás (e que ainda serve como um indicativo de como a tecnologia evoluiu na Galáxia durante todos esses anos).

"O LADO SOMBRIO... E A LUZ"


"Star Wars: O Despertar da Força" não tem esse título a toa.

Um dos maiores destaques do filme se dá pela maneira como ele apresenta a Força para a audiência. Durante a saga, sempre se ouviu sobre sua magnitude, que o poder de destruir um planeta nada era comparado a ela, que a mesma envolvia todas as formas de vida e fluía sobre elas. Entretanto, pouco foi de fato mostrado além da levitação de alguns objetos (o mais impressionante sendo a X-Wing levitada por Yoda em "O Império Contra-Ataca"), enforcamento sem o uso das mãos, truques mentais e raios. O clamor dos fãs por mais sempre foi grande desde o fim da trilogia original, e acabou não sendo correspondido nos episódios I, II e III, agravando ainda mais a decepção com os mesmos.

Felizmente, o novo longa cumpre esse papel de modo esplendoroso. Nunca a Força esteve tão visceral em tela. Novas habilidades foram demonstradas, como conseguir parar um tiro de laser no ar, congelar uma pessoa por completo, vasculhar a mente de alguém, torturar e até mesmo resistir à tortura (e ainda conseguir revertê-la). As aparições de Kylo Ren são puro deleite para qualquer fã por conta disso, especialmente sua entrada, na qual ele deixa o disparo parado ao mesmo tempo em que congela Poe Dameron, assassina Lor San Tekka, dá mais alguns comandos, sai de cena e só então deixa o projétil prosseguir seu caminho. É um tipo de domínio jamais visto, nem mesmo Darth Vader chegou a demonstrar tamanho poder antes (muito devido às limitações da época, mas enfim).

Outra coisa relacionada à Força que a película soube fazer foi diferenciar as duas facetas da mesma. O Lado Sombrio tem como seu principal representante o próprio Kylo Ren, que é alguém descontrolado, dominado por sua raiva e suas demais emoções, com um constante conflito dentro de si, tendo que, curiosamente, resistir ao chamado da bondade. Oposto a ele está Rey, a figura fluente na Luz, que é alguém forte e centrada, além de moldada pelas dificuldades da vida no deserto de Jakku. Essa divisão se mostra bastante clara em dois momentos: o primeiro deles é através da fantástica fotografia da cena da (triste e inacreditável) morte de Han Solo, na qual o mesmo fica cara a cara com seu filho, que tem sua face parte coberta pela luz e parte sombra, até que a luminosidade, proveniente da estrela que estava recarregando a Base Starkiller, some, o rosto de Ren fica dominado pela escuridão e ele então assassina seu pai. O segundo momento se dá na batalha final entre Kylo e Rey na floresta, a qual está completamente escura, tendo iluminação apenas pelas lâminas dos sabres de luz, além, é claro, do antagonista usando da dor de seu ferimento para conseguir força para o confronto, enquanto a garota mantem-se focada e deixa a Força fluir para enfrentá-lo.

Aliás, é importante falar sobre a Rey. Como citado anteriormente, ela é a protagonista do filme e, não a toa, é nela que ocorre "o despertar da Força". E ela é muito poderosa com a Força. Poderosa até demais. De alguém que achava que a Força era apenas um mito para alguém que conseguiu resistir à tortura de Kylo Ren, usou truque mental em um Stormtrooper para ser libertada, puxou o sabre de luz da neve e deixou que a própria Força guiasse seus movimentos durante o confronto final, ela com certeza aprende rápido. Ou a Força sempre esteve com ela, mas a jovem nunca soube disso. Ou então já teve treinamento Jedi prévio quando muito nova, antes de ser deixada em Jakku. O fato é que seu passado ainda é um mistério, pouco se sabe sobre quem é sua família ou sobre o que aconteceu em seu passado, mas uma coisa é certa: todo esse domínio e facilidade não foram a toa, e também não serão ignorados nos episódios VIII e IX. Então, preparem-se para uma boa explicação sobre as origens da sucateira, que já é uma das favoritas de muitos (eu incluso).

"MÚSICA POR JOHN WILLIAMS"


Quando a Disney anunciou a produção de "Star Wars: Episódio VII", uma das minhas maiores preocupações foi "quem iria compor a trilha sonora?", pois toda a saga teve sua música composta pelo genial John Williams. Isso se agravou um pouco quando J.J. Abrams foi confirmado como diretor, pois ele costuma trabalhar com Michael Giacchino nas trilhas de seus filmes e, embora este seja fantástico, John Williams é incomparável, e isso também acabaria com a tradição da franquia.

Felizmente, alguns meses depois, Williams foi confirmado não apenas para este longa, mas como compositor de toda a nova trilogia. E, assim, eu pude respirar aliviado, pois o homem por trás dos temas não apenas de Star Wars, mas também de Indiana Jones, Superman, ET - O Extraterreste, Jurassic Park, Harry Potter, entre muitos e muitos outros filmes com músicas memoráveis, estava de volta. Pelo menos musicalmente o filme já estava garantido (porque, convenhamos, mesmo muita gente não gostando da trilogia prelúdio, é inegável o quão fantástica a trilha daqueles filmes é).

E devo confessar uma coisa: da primeira vez que assisti ao filme, quase não reparei nas músicas, talvez por estar embasbacado com o espetáculo visual e as novidades que me foram apresentadas, e provavelmente porque toda minha ansiedade para finalmente ver o novo Star Wars tenha me tirado o foco. Duas das novas me chamaram a atenção: a que toca quando vemos as primeiras cenas da Rey em Jakku e quando a própria está subindo as escadas e montanhas da ilha no planeta em que Luke Skywalker está. Mas fora isso, nada mais me prendeu tanto a atenção.

Então, fui ouvir a trilha sonora quando cheguei em casa. E fui surpreendido, porque aquilo tudo era muito bom e eu não lembrava de quase nada daquelas faixas tocando nas 2:16h que fiquei sentado no cinema. Quando fui ver pela segunda vez, consegui reparar, entre várias outras coisas, no quão boas as músicas eram e como elas combinavam com o ritmo do filme, praticamente ditando-o. Mais um trabalho de gênio para a conta de John Williams.

O tema de destaque da vez é justamente a música "Rey's Theme", que é belíssimo, evolui tal qual a personagem para quem é destinado durante o filme e possui um leve toque de Harry Potter em sua composição. Além disso, é a que mais se faz presente na trilha sonora, tendo seus trechos principais reproduzidos em 6 ou 7 outras faixas. Merecem destaque também "Kylo Ren Arrives at the Battle", que marca uma ameaçadora passagem que sempre toca durante as aparições do antagonista, "March of The Resistance", o tema da Resistência que parece uma fanfarra de guerra no melhor estilo dos filmes sobre a Segunda Guerra Mundial, e "The Jedi Steps and Finale", que é reproduzida durante o encontro entre Rey e Luke nos minutos finais de "O Despertar da Força" e já é emendada com o ótimo medley dos créditos.

A única reclamação que eu posso fazer sobre a trilha sonora é que, fora "Rey's Theme" e "March of The Resistance", não há nenhuma outra grandiosa e contínua música, a exemplo das clássicas "Imperial March" e "The Asteroid Field". Mas isso é quase irrelevante, pois a trilha de "Uma Nova Esperança" também não conta com os grandes e favoritos temas, que só vieram em "O Império Contra-Ataca" e "O Retorno de Jedi". Então, acredito que faixas mais completas para a Primeira Ordem e também para Kylo Ren venham no Episódio VIII.

E, hey, John Williams já está com 83 anos. É incrível que ele tenha entregue algo de tão alto nível com uma idade tão avançada. Genialidade é algo que não se perde, e eu mal posso esperar para ouvir as composições das duas vindouras sequências.

A FORÇA É PODEROSA NESSE FILME,  MAS NEM SEMPRE


Embora eu só tenha elogiado "Star Wars: O Despertar da Força" até agora, é necessário reconhecer que o filme tem sim seus problemas. Esse foi, inclusive, um dos motes das conversas que tive com amigos sobre ele: que é ótimo, mas não é isento de falhas. Nada muito grande que o transforme em um novo "A Ameaça Fantasma" ou "O Ataque dos Clones", mas o suficiente para incomodar um pouco e digno de nota em qualquer análise feita.

Em primeiro lugar, Capitã Phasma. Que propaganda enganosa. Divulgada como poderosa, intimidadora e cruel, ela, que é uma Stormtrooper cromada e que ainda usa capa, não mostrou ao que veio em Episódio VII, sendo completamente inútil e, ainda por cima, alvo da piada sobre o compactador de lixo, referência à icônica cena de "Uma Nova Esperança". Eu sinceramente espero que ela retorne para o próximo filme e tenha uma participação que faça jus a sua tão imponente imagem, especialmente depois de ser caçoada por Finn, anteriormente seu subordinado.

Outra coisa que incomodou a mim e quase todos com quem falei foi a falta de maiores explicações sobre a situação política da Galáxia naquele momento. É dito o suficiente para você poder aproveitar o longa sem problemas, mas é uma explicação bem vaga e que levanta diversas perguntas posteriores, como "qual a abrangência dos domínios da Nova República?", "qual é o tamanho e a relevância da Primeira Ordem?" ou "por que deve haver uma Resistência?". Não que eu queira ver um monte de cenas de blábláblá no Senado Galáctico como na trilogia prelúdio, mas poderiam ter incluído pelo menos mais uma cena explicativa, como aquela em que o Grand Moff Tarkin diz que o Senado foi dissolvido em "Uma Nova Esperança", para deixar tudo mais claro. Felizmente, o material lançado junto com o filme nos EUA trouxe algumas respostas, e você pode conferi-lo AQUI. Fica claro, então, que existia uma espécie de Guerra Fria até aquele momento.

Por fim, não acho que a Base Starkiller deveria ter sido destruída já no começo dessa nova trilogia. Talvez fosse melhor ela nem estar em funcionamento ainda, deixando-a como ameaça para as sequências. Mas, se é para ela estar operante, gostaria mais que apenas a deixassem inutilizada, e e não que ela fosse obliterada por completo. E nem culpo tanto o engenheiro da mesma por sua destruição, pois dessa vez ainda tentaram proteger seu ponto fraco. Para se ter ideia, Han, Finn, Chewie e Rey tiveram que destruir a proteção por dentro para a X-Wing de Dameron poder invadir o ponto fraco e detonar a base, ou seja, houve um esforço muito maior. De qualquer modo, concordo com quem diz que tal ponto fraco poderia ser ainda mais protegido e próximo do núcleo da Starkiller. Aparentemente, engenharia não é uma profissão muito valorizada na Galáxia Muito Muito Distante, ou talvez eles também tenham problemas de superfaturamento por lá.

Há quem reclame que o roteiro de "O Despertar da Força" seja muito semelhante ao de "Uma Nova Esperança", e, embora eu concorde que eles tenham vários elementos em comum (o que achei bom e até necessário), a história contada pelo novo filme é outra, os acontecimentos semelhantes ocorrem em ordem diferente, e, a partir do momento da captura da Rey, as tramas divergem totalmente. Tem até quem desgoste da própria Rey e sua facilidade em controlar a Força, mas, como dito anteriormente, isso não foi a toa e certamente veremos uma explicação para tal no Episódio VIII.

DAISY RIDLEY E JOHN BOYEGA


Poderia parabenizar todos os atores por suas performances em Episódio VII. Desde o veterano Harrison Ford a aos mais novos Oscar Isaac e Adam Driver, todos entregaram atuações sólidas, convincentes, carregadas de emoção e qualidade, de modo que esse é facilmente o melhor Star Wars de todos no quesito. Até a Carrie Fisher, tresloucada e um "pouquinho" sequelada dos anos de abuso das drogas, mandou bem quando em cena.

O maior destaque, por outro lado, fica para os novatos Daisy Ridley e John Boyega. Os dois atores ingleses eram totalmente desconhecidos do público, nunca tendo feito nada relevante, e foram as melhores surpresas que os fãs poderiam ter. O desempenho de ambos é fantástico, não poderiam ter escolhidos pessoas melhores para liderarem este novo capítulo da franquia. Daisy domina todas as cenas em que está presente, sabendo se expressar, se posicionar, entonar sua voz... E nada soa ou parece artificial em momento algum. John, por sua vez, tem como sua maior qualidade a expressão corporal e o fantástico tempo e senso de humor, dando o tom cômico necessário e suficiente para o filme, do mesmo modo que ocorria nos originais.

Fico verdadeiramente feliz que o futuro da saga esteja em tão boas mãos, e que eles ainda serão vistos no mínimo pelos próximos dois longas. E o melhor de tudo é que os dois são muito jovens, ambos com 23 anos, e tem o potencial para crescerem, evoluírem e nos surpreenderem ainda mais. Suas carreiras serão acompanhadas com grande interesse.

O VEREDITO


Pelo texto, acho que ficou clara minha posição em relação ao filme. EU AMEI. Cada segundo dentro da sala do cinema foi mágico e único. E, por incrível que pareça, conseguiu ficar ainda melhor na segunda vez que assisti. Toda a minha espera de meses foi recompensada e minhas expectativas, que já estavam no teto, conseguiram ser superadas, graças ao cuidado, respeito e paixão envolvidos nessa que, sem dúvidas, pode e merece ser chamada de obra cinematográfica.

Apesar da longa análise, eu ainda não consegui abordar alguns dos meus aspectos favoritos, como o jeito que o duelo de sabres de luz foi apresentado, de forma mais realista e bruta, ao invés de algo repleto de firulas sem necessidade como na trilogia prelúdio. Ou o quão fantástica é toda a fotografia do longa em seu total, ou o ótimo ritmo que o filme possui. Ou até mesmo como os Stormtroopers finalmente parecem ameaçadores e finalmente tem precisão em seus tiros, ao mesmo tempo que ainda servem como bons alívios cômicos nos mais variados momentos. Isso só deixa ainda mais explícito o quão rico e cheio de detalhes o Episódio VII é.

De qualquer forma, acredito que tenha conseguido expressar no decorrer do texto o que "Star Wars: O Despertar da Força" tem de melhor. Visual fantástico, som de qualidade, atuações incríveis, personagens cativantes, boa e convincente trama, humor, aventura, drama, referências, homenagens, Millenium Falcon, sabres de luz, Força, batalhas espaciais, e uma conexão perfeita entre o antigo e o novo. Acima de tudo, uma experiência fantástica e única, pois jamais haverá novamente o sentimento de ver um novo Star Wars nos cinemas, depois de tanto tempo. Facilmente um dos melhores do ano, atrás apenas de "Mad Max: Estrada da Fúria".

...

Ah, quem eu estou querendo enganar? Dane-se Mad Max, ninguém ligava pra essa franquia até o lançamento do novo filme! "O Despertar da Força" é meu filme favorito de 2015. É Star Wars, voltando ao que jamais deveria ter deixado de ser, trazendo todos os personagens mais amados de volta e sendo liderado por uma das melhores protagonistas femininas já vistas. Nem mesmo os pequenos problemas reduzem a magnitude do que essa produção representa.

E que venha o Episódio VIII! Falta muito para maio de 2017 ainda?

NOTA: 9,0

FICHA TÉCNICA

"STAR WARS: O DESPERTAR DA FORÇA" ("STAR WARS: THE FORCE AWAKENS"), EUA/Inglaterra, 2015
Uma parceria LUCASFILM LTD e BAD ROBOT PRODUCTIONS
DIRETOR: J. J. Abrams
PRODUZIDO POR: J. J. Abrams, Kathleen Kennedy, Lawrence Kasdan, Bryan Burk, e outros
ROTEIRO POR: J. J. Abrams, Lawrence Kasdan e Michael Ardnt
MÚSICA POR: John Williams
ESTRELADO POR: Harrison Ford, Mark Hamill, Carrie Fisher, Adam Driver, Daisy Ridley, John Boyega, Oscar Isaac, Lupita Nyong'o, Andy Serkis, Domhall Gleeson, Anthony Daniels, Peter Mayhew e Max Von Sydow

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