quarta-feira, 24 de agosto de 2022

BALANÇO MUSICAL - Julho de 2022

(Arte por Russell Dauterman e Matt Wilson. Thor, Poderosa Thor e Odin pertencentes à Marvel Entertainment, LLC e The Walt Disney Company, todos os direitos reservados)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês (exceto quando ela coincide com o primeiro dia [útil] do mês -- ou quando não me dá tanta vontade assim).

Julho foi bom. Verdadeiramente bom. Quer dizer, teve um susto logo nos primeiros dias. Felizmente, foi algo ofuscado pelos bons momentos ocorridos antes e os que vieram logo depois. Entre encontros, reencontros (em momentos inesperados) e despedidas, surpresas e confusões, alegrias e doses seguras de angústia, foi certamente um dos mais interessantes meses de 2022, um em que me senti vivo como há muito não fazia, e que ainda trouxe a (brilhante) finalização da quarta temporada de Stranger Things logo em seu primeiro dia, a estreia do (controverso -- e que eu amei) Thor: Amor e Trovão, os episódios finais de Ms. Marvel (que gostei com ressalvas) e de The Boys (que gostei mas achei aquém do final da temporada anterior), mais episódios de Westworld (que só foi acabar agora em agosto), além de finalmente ter parado para assistir ao filme do ano, Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo.

Mais uma vez, esses bons tempos se refletiram no que tange meu lado musical. Não vou poupar palavras: esse último mês foi absurdo. Obsceno até, devo dizer. Segundo meu last.fm, foram 3.918 reproduções nos últimos 31 dias (uma média de 126/dia), que ainda incluíram 668 artistas, 1.165 álbuns e 3.535 faixas diferentes. Não apenas manteve a tendência de meses recheados de música, como também conquistou um merecidíssimo segundo lugar entre os maiores, perdendo apenas para maio de 2022. Já posso adiantar que agosto não chegará nesse mesmo patamar, mas acredito que deva ficar próximo do que foi junho último (o que já é enorme por si só).

E foi absurdo (e até obsceno) também pela qualidade do que passou pelos meus ouvidos. Não que tenha muitas surpresas. Acho que nenhuma, na verdade. Mas também não significa que eu não tenha ouvido apenas uma seleção do mais alto calibre durante as últimas semanas, em uma mistura quase perfeita de Rock, Metal, Pop Rock, Pop oitentista e outros subgêneros que poucos conseguem identificar e apontar. E esse grupo tão restrito pode ser conferido em meus DESTAQUES DO MÊS logo abaixo.

ARTISTAS DO MÊS:


- Queen (Rock, Hard Rock, Pop Rock, Art Rock): eu acho que o Queen, a primeira banda cujo som me conquistou há quase duas décadas, quando tinha por volta dos 8 anos, nunca chegou a figurar como principal destaque. Claro, posso estar terrivelmente errado, mas pelo menos desde que passei a usar imagens nas postagens do Balanço Musical isso não chegou a acontecer. Engraçado pensar na dimensão do quarteto em minha vida e toda a influência que exerceram em meus gostos e preferências musicais, e que só estão aqui porque tive muita vontade de ouvir alguns álbuns em sequência durante "a semana do Rock", em que me dediquei apenas a ouvir clássicos. E não me arrependo de nada.

Destaco também:

- Dio (Metal, Hard Rock)

- Kiss (Hard Rock, Metal, Rock)

- Pink Floyd (Rock Progressivo)

- The Beatles (Rock)

- Deep Purple (Hard Rock, Rock, Blues Rock)

- Sepultura (Groove Metal, Thrash Metal, Death Metal)

- Rush (Rock Progressivo, Hard Rock)

- The Rolling Stones (Rock)

ÁLBUNS DO MÊS:


- Metric - Formentera (Indie Rock, Synth Pop, Art Rock; 2022): com base quase exclusivamente no anterior, Art of Doubt de 2018, minhas expectativas para um novo álbum do Metric eram altíssimas. O impacto com Doomscroller, primeiro single lançado em divulgação, não foi dos maiores em mim, e precisei ouvir umas três vezes para entender aqueles 10 minutos de música e passar a apreciá-los. A experiência com Formentera foi basicamente a mesma, com o trabalho não capturando tanto minha atenção em sua primeira audição, mas com minha compreensão daquelas nove faixas aumentando a cada nova escutada. E isso é curioso, pois não possui uma sonoridade complexa ou rebuscada; pelo contrário, as canções são até simples, dançantes e grudentas, bem calcadas no lado mais Pop do quarteto. No fim, provavelmente eu quem não estava em sintonia com o clima do disco.


- Jack White - Entering Heaven Alive (Rock, Folk Rock, Blues Rock; 2022): a notícia de que Jack White lançaria dois trabalhos em um mesmo ano me deixou muito entusiasmado quando chegou até mim. Se em Fear of the Dawn o artista apostou no peso e sons mais ágeis, chegando a flertar com o Hard Rock, aqui ele pega o caminho reverso e se utiliza de melodias acústicas, ainda que as guitarras não estejam desplugadas. E o resultado me recorda de seu primeiro álbum solo, Blunderbuss, com belas canções mais voltadas ao Folk Rock, mas sem deixar de lado a pegada que o consagrou. Não tem como negar, tanto Entering Heaven Alive quanto seu antecessor são fortes na disputa pelo posto de melhor do ano. 

Destaco também:

- Def Leppard - Diamond Star Halos (Hard Rock, Pop Rock; 2022) -- um direcionamento interessante no novo lançamento do Leopardo Surdo, flertando com diversos seguimentos e cadências, mas acertando mesmo quando retorna para o que os consagrou no passado

- Bastardane - Is This Rage? (Thrash Metal, Groove Metal; 2022) -- uma ótima estreia para o grupo do filho de James Hetfield, que claramente tem influências do Metallica, mas também possui personalidade própria

- Dream Widow - Dream Widow (Death Metal, Black Metal, Thrash Metal; 2022) -- pode ser só o Foo Fighters (ainda pré-falecimento do saudoso Taylor Hawkins) com um pseudônimo exclusivamente para produzir a trilha sonora do filme Studio 666, mas inegável que os caras soaram muito bem ao apostar no peso e vocais mais "sujos" e rasgados

- Joe Bonamassa - Driving Towards The Daylight (Rock, Blues Rock, Hard Rock; 2012)

- Porcupine Tree - Lightbulb Sun (Rock Progressivo, Rock Alternativo, Metal Progressivo; 2000) -- achou que eles não estariam? Achou errado

- Angra - Holy Land (Metal Melódico, Power Metal, Metal Sinfônico, Metal Experimental; 1996) -- segue sendo um dos melhores álbuns do Metal brasileiro

- Talisman - Genesis (Hard Rock; 1993) -- coisa linda, como todos do grupo

- Asia - Aqua (Rock, Rock Progressivo, Pop Rock; 1992)

- Simple Minds - New Gold Dream (81/82/83/84) (Pop Rock, New Wave; 1982) -- a alegria de ter conseguido encontrar esse em vinil

- Manowar - Battle Hymns (Metal; 1982)

- Peter Gabriel - Peter Gabriel 2: Scratch (Rock, Pop Rock, Rock Progressivo; 1978)

- AC/DC - Let There Be Rock (Hard Rock, Blues Rock; 1977) -- esse sempre terá um lugar especial no meu coração

- Led Zeppelin - Physical Graffiti (Hard Rock, Blues Rock, Art Rock; 1975) -- o melhor do Led Zeppelin e não se fala mais sobre isso

- Rory Gallagher - Rory Gallagher (Rock, Blues Rock; 1971)

FAIXAS DO MÊS:


- Kate Bush - Babooshka (Pop Rock, Art Pop, Art Rock; 1982): na esteira de Running Up That Hill em Stranger Things, fui eu atrás de mais Kate Bush e me deparei com essa música de instrumental perfeito, letra narrando as desventuras de uma mulher testando seu marido e um clipe que ilustra tudo isso muito bem. Todo o álbum Never for Ever é excelente, tido por muitos como o melhor da artista, e provavelmente até traga músicas melhores, mas Babooshka grudou no meu cérebro e está lá até agora. Eis o poder da faixa.

Destaco também:

- Ozzy Osbourne feat. Tony Iommi - Degradation Rules (Metal; 2022) -- o segundo single do vindouro álbum de Ozzy traz uma mini-reunião do Black Sabbath, e o resultado honra os nomes envolvidos, especialmente pelo riff típico de Iommi marcando todo seu peso característico

- The Bangles - Hazy Shade of Winter (Rock; 1987)

- Siouxsie and the Banshees - Spellbound (Rock; 1981) -- outra diretamente de Stranger Things, dessa vez dos créditos do último episódio da quarta temporada, além de ser uma das minhas favoritas do grupo

- The Eagles - Journey of the Sorcerer (Rock; 1975) -- porque eu demorei mais do que deveria para achar essa ótima faixa

Confira, por fim, a playlist elaborada por mim durante julho de 2022: