segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

BALANÇO MUSICAL - Novembro de 2019


Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês.

Novembro foi o momento da virada. Praticamente tudo o que eu vinha falando há mais de um ano se resolveu. Claro, ainda há problemas e novos surgirão (porque essa é a vida), mas essas coisas vão se arrumando com o tempo. De qualquer forma, é ótimo deixar de ser mais um entre as alarmantes estatísticas que o país vem apresentando nos últimos anos, bem como ocupar meu tempo com algo que não seja apenas um jogo besta, poder voltar a ter contato diário com outras pessoas que não as da minha família, sair de casa e por aí vai.

Essas mudanças não vieram sem consequências, porém, especialmente quando se trata dos meus hábitos de consumo musical. Tudo bem, as últimas semanas foram atípicas, com várias questões a serem resolvidas e eventos a serem atendidos mas, ainda assim, o impacto foi claro. De acordo com meu last.fm, foram 2.366 músicas reproduzidas no último mês, que também incluiu 621 artistas, 990 álbuns e 1.854 faixas diferentes. Foi uma queda brusca, ainda mais se comparada com o apresentado em outubro, só que, mesmo assim, são número altos e que não são atingidos por qualquer pessoa.

E teve muita coisa interessante em meio a isso tudo. Dentre os sempre presentes Rock, Metal e 80s Pop, ainda houve espaço para um pouco de Jazz e até mesmo algumas experimentações com música orquestrada. Tudo isso está presente nos meus DESTAQUES DO MÊS, que podem ser conferidos logo abaixo.

ARTISTAS DO MÊS:

- Rush

- Yes

- Pink Floyd

- The Clash

- Bruce Springsteen

- Green Day

ÁLBUNS DO MÊS:

- Electric Light Orchesta - Jeff Lynne's ELO - From Out Of Nowhere (2019)

- Deaf Rat - Ban The Light (2019)

- Pretty Maids - Undress Your Madness (2019)

- Blind Guardian Twilight Orchestra - Legacy of the Dark Lands (2019)

- Taylor Hawkins & The Coattail Riders - Get The Money (2019)

- Jeff Goldblum & The Mildred Snitzer Orchestra - I Shouldn't Be Telling You This (2019)

- Laura Cox - Burning Bright (2019)

- Lacuna Coil - Black Anima (2019)

- Beck - Hyperspace (2019)

- Neil Young and Crazy Horse - Colorado (2019)

- Fontaines D.C. - Dogrel (2019)

- Black Pumas - Black Pumas (2019)

- Leonard Cohen - Thanks For The Dance (2019)

- Rival Sons - Feral Roots (2019)

- Pink Floyd - The Wall (1979)

FAIXAS DO MÊS:

- Sons of Apollo - Goodbye Divinity (2019)

- White Lies - Falling Out With Me (2019)

- Bruce Dickinson - Tears Of The Dragon (1994)

- The Human League - The Lebanon (1984)

- Ultravox - Vienna (1980)

- Ace Frehley - New York Groove (1978)

- The Clash - I Fought The Law (1977)

- John Lennon - Mind Games (1973)

- Jethro Tull - Aqualung (1971)

- The Dirty Mac - Yer Blues (1968)

Confira, também, a playlist feita durante o mês de novembro de 2019:

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

BALANÇO MUSICAL - Outubro de 2019

(arte por Dan Mumford)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês.

Acho que não há outra forma de definir outubro que não seja "uma montanha-russa de emoções". O início foi "bom", por assim dizer, e então tudo pareceu degringolar, o simples fardo da vida se tornou cada vez mais pesado e, perto do fim, o desespero tomou conta do meu âmago. Mas foi graças a uma atitude desesperada que pude ver alguma luz. Diversas manifestações favoráveis e apoio vindo de vários lados, de gente quem eu nem esperava. E percebi, depois de muito tempo que, apesar de ter pouco contato com o mundo exterior hoje em dia, eu não estou sozinho. Isso, por si só, foi reconfortante (apesar de ainda não ter resolvido meus problemas, algo que espero que venha naturalmente).

E vocês já sabem: meu refúgio, seja nas horas boas, seja nas horas ruins, é a música, essa forma de arte magnânima que toca minha alma de um modo que nenhuma outra consegue. Não à toa, eu ouvi música como poucas vezes antes no último mês. Meu last.fm registrou 3.424 reproduções em outubro, incluindo 675 artistas, 1.122 álbuns e 2.246 faixas diferentes. Números impressionantes, cujo absoluto só ficou atrás do recorde estabelecido em março deste ano, enquanto os demais mantiveram (ou superaram por pouco) o visto em setembro. Isso tudo fará com que 2019 seja, disparado, o ano em que mais consumi música de toda minha vida.

Como é de se imaginar, uma boa dose de variedade esteve presente nesses 31 dias. Jazz, Pop oitentista, Disco music, Blues e, claro, os sempre presentes Rock e Metal, dos quais tive o prazer de conferir alguns grupos e indivíduos abusando do experimentalismo e criatividade. E você pode se certificar disso através das RECOMENDAÇÕES DO MÊS, que podem ser vistas logo a seguir.

ARTISTAS DO MÊS:

- The Pretenders

- Helloween

- Yes

- Muse

- Traveling Wilburys

- Duran Duran

ÁLBUNS DO MÊS:

- Alice Cooper - Breadcrumbs (EP) (2019)

- Chrissie Hynde - Valve Bone Woe (2019)

- Beth Hart - War In My Mind (2019)

- Nick Cave & The Bad Seeds - Ghosteen (2019)

- Babymetal - Metal Distortion (2019)

- Eclipse - Paradigm (2019)

- Flying Colors - Third Degree (2019)

- Tarja - In The Raw (2019)

- Goodbye June - Community Inn (2019)

- Dream Theater - Metropolis, Pt. 2: Scenes from a Memory (1999)

- Rush - Counterparts (1993)

- Fight - War Of  Words (1993)

- Freddie Mercury - Mr. Bad Guy (1985)

- Arcadia - So Red The Rose (1985)

FAIXAS DO MÊS:

- The Heavy - Everything I Got (2019)

- The Black Keys - Get Yourself Together (2019)

- Foo Fighters - Times Like These (Acoustic) (2019)

- Marilyn Manson - This Is Halloween (2006)

- Green Day - Wake Me Up When September Ends (2004)

- Porcupine Tree - Piano Lessons (1999)

E confira também a playlist feita durante outubro de 2019:

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

"House of X" e "Powers of X": o fim do sonho e a ascensão de algo maior nos X-Men de Jonathan Hickman

(arte por Pepe Larraz e Marte Gracia)

O último dia 9 de outubro seria o aniversário de 79 anos de John Lennon, um dos artistas mais conhecidos e influentes da história, famoso por integrar os Beatles e por sua carreira solo, assim como por seu ativismo pela paz e sua visão de um mundo próspero, pacífico e unificado (mote de seu sucesso Imagine). E a data também marcou a conclusão definitiva das minisséries House of X e Powers of X com o lançamento da sexta edição da última, encerrando o pontapé inicial da fase do roteirista Jonathan Hickman à frente dos X-Men, um grupo que, conforme deixo claro em meu TCC, sempre almejou a convivência entre seres humanos e mutantes de uma forma próspera, pacífica e unificada.

Mas não mais.

(E ATENÇÃO: DAQUI PARA FRENTE, O TEXTO CONTERÁ SPOILERS DE HOUSE OF X E POWERS OF X, ENTÃO CONTINUE POR SUA CONTA E RISCO)


Antes, vale uma recapitulação: já tem um tempo que o nome X-Men não é sinônimo de qualidade ou vendas; por mais que algumas fases ou títulos tenham se sobressaído, as histórias e passagens ruins ainda tem maior número nos últimos 20 anos, fora a bagunça cronológica que já vem desde antes. Alguém precisava arrumar a casa, e é aí que entra Jonathan Hickman. O roteirista já havia obtido sucesso anteriormente na Marvel em suas aclamadas passagens pelo Quarteto Fantástico e Os Vingadores/Novos Vingadores (as quais culminaram na megassaga Guerras Secretas de 2015), nas quais demonstrou domínio histórico sobre os personagens e a criatividade para estabelecer novos conceitos, e se mostrava o cara certo para assumir esse serviço sujo. Anunciado oficialmente em março deste ano, foi revelado que tudo se iniciaria com as minisséries irmãs House of X e Powers of X (lê-se Powers of Ten), as quais seriam lançadas semanalmente de forma alternada, e que a fase redefiniria o papel dos mutantes no universo ficcional da editora.

Isso ficou claro para os leitores logo em House of X (ou HoX) nº 1, lançada no último 24 de julho. A revista apresentou um novo status quo para os mutantes, agora habitantes da ilha de Krakoa e em busca de seu reconhecimento perante a ONU como nação soberana e independente, a qual teria os antes heróis e vilões coexistindo como um só povo e, acima de tudo, Magneto encarregado da diplomacia, enquanto o Professor Xavier era capaz de andar novamente, agia de forma bizarra e apresentava um visual que em muito se assemelhava ao do Criador (vulgo Reed Richards do Universo Ultimate). Powers of X (ou PoX) nº 1, lançada na semana seguinte (31 de julho), apenas levantou ainda mais questões por trabalhar com quatro diferentes momentos: o Ano Um dos X-Men, que mostrou um estranho diálogo entre Moira MacTaggert e Xavier; o Ano Dez ou presente, principal elo entre os títulos; o Ano Cem, retratando uma devastadora guerra entre humanos e mutantes; e o Ano Mil, no qual essas diferenças pareciam superadas e a vida no planeta se preparava para o próximo passo evolucionário.

As respostas, óbvio, vieram nas edições seguintes, ao lado de conceitos de dar inveja em grandes produções de ficção científica e outros questionamentos e incertezas que devem guiar o que ainda está por vir. Se em PoX vemos ideias sobre modificações genéticas, evolução de inteligências artificiais (feitas para perseguir os mutantes, claro) e até mesmo escalas de sociedades existentes em níveis intergalácticos, HoX se focou em trabalhar melhor essa nova posição em que os X-Men se encontram, explorando as fundações sociopolíticas da emergente nação de Krakoa, apresentando uma forma plausível de se burlar a morte (e os personagens envolvidos no processo são os mais inusitados) e mostrando o Professor X agindo de uma forma mais maniqueísta do que já visto, fazendo todo o necessário para atingir seus objetivos, independente do quão moralmente questionável (ou simplesmente errado) seja, e até se alinhando com alguns do mais perversos adversários que seu grupo já enfrentou.

Acredite: fiquei tão em choque quanto você ao ver isso. (arte por Pepe Larraz e Marte Gracia)

Por maior que tenham sido as besteiras que Xavier tenha cometido no passado, nada indicava que ele viesse a agir de tal forma um dia, o que surpreendeu muita gente. Mas Hickman se valeu de um "retcon do bem" e esclareceu os eventos que levaram a tal mudança de atitude. Tudo se resume a um personagem, aquele que o roteirista classificou como "o mais importante mutante de todos os tempos":

Moira MacTaggert.

Não, você não leu errado.

A estranha conversa entre ela e Charles, vista nas páginas de Powers of X nº 1, foi esclarecida House of X nº 2, publicada na semana seguinte (7 de agosto): Moira é, na verdade, uma mutante cujo poder é, ao morrer, voltar ao ponto inicial de sua vida com todo o conhecimento de sua vida anterior, dando-lhe a vantagem de poder corrigir seus erros prévios ou simplesmente tentar algo totalmente diferente. No decorrer da HQ, passeamos por algumas das vidas da personagem (e tomamos conhecimento acerca das demais nas edições seguintes) e vemos sua dedicação à sobrevivência e prosperidade do Homo superior de diferentes formas, mas todas elas terminam com os humanos perseguindo e massacrando os mutantes, seja através das máquinas, seja ao ponto de forçar artificialmente sua própria evolução (e aí temos o conceito do Homo novissima).

Moira testemunhava o mesmo desfecho não importando as atitudes que tomasse, e nem mesmo alianças mais radicais alteravam o resultado. E foi assim por nove de suas vidas. Em sua décima tentativa, no entanto, decidiu mudar seu modus operandi e experimentar algo diferente, ainda mais extremo do que tudo o que já havia feito até então. Num belo dia, durante o Ano Um dos X-Men, ela se dirigiu a Xavier e abriu sua mente para que o telepata pudesse lê-la, revelando assim sua identidade, seu poder mutante, a experiência adquirida a cada encarnação e o desfecho que todas elas compartilhavam.

Momentos antes da grande revelação. (arte por R.B. Silva, Antonio Di Benedetto e Marte Gracia)

E então chegamos à edição lançada na última semana. PoX nº 6 mostra o que se deu logo após tamanha revelação: o Professor teve um pequeno colapso após receber tantas informações importantes. Ele não conseguia acreditar que, no futuro, eles perdiam, ou melhor, eles sempre perdiam. Sua primeira reação foi começar a avaliar o que ele poderia fazer de diferente, melhorar sua escolha de alunos... Mas Moira joga a triste realidade em sua cara ao dizer que sua idealização é errada, não dá resultados e eles precisam agir diferente para garantir o futuro da espécie. Ela quebra o espírito e os ideais de Xavier. É ali que seu tão conhecido sonho de convivência pacífica entre humanos e mutantes chega ao fim.

Essa cena, assim como suas consequências, mudam tudo o que sabíamos sobre esses personagens. Veja: os X-Men, quando concebidos nos anos 1960, eram uma metáfora para o racismo e os movimentos pelos direitos civis dos negros nos EUA, com o Professor Xavier e Magneto sendo, respectivamente, análogos de Martin Luther King e Malcolm X. E isso se manteve por mais de 50 anos, expandindo-se para abraçar outras formas de preconceitos sofridos por minorias e refleti-los nas páginas dos gibis. Após essas últimas doze semanas, no entanto, por mais que essas dinâmicas não tenham sido esquecidas ou completamente descartadas, isso não se mostra mais uma verdade absoluta. Os antes antagonistas estão unidos em prol de uma causa em comum que não apenas os envolve, mas toda a comunidade mutante, incluindo seus antigos vilões.

Mais do que isso: embora o velho e conhecido sonho de Xavier tenha sido destroçado por Moira, algo ainda maior surgiu de seus escombros. Se uma nação mutante que acolhesse todos os seus iguais de portas abertas parecia algo distante (especialmente após Genosha), ele, ao lado de seus dois aliados, fez com que se tornasse uma realidade. E mais do que um mero território físico, ela vem se estruturando em uma sociedade, com suas próprias leis, organização política, força de vigilância e até mesmo alfabeto, forma escrita e linguagem. Ainda possuem reconhecimento da ONU, acordos comerciais, mecanismos de defesa e, claro, planos para superar a humanidade em qualquer mal que tentar lhe infligir. No fim, saem de cena as citadas analogias sobre racismo e demais preconceitos para dar lugar a algo que soa como uma mistura entre os conceitos de luta de classes e revolução proletária de Karl Marx com a sobrevivência do mais apto de Darwin e Herbert Spencer.

Dá pra ouvir o espírito do Xavier se partindo nessa imagem. (arte por Pepe Larraz e Marte Gracia)

Claro que tudo isso parece muito bonito na teoria, mas a realidade, ainda que dentro de um gibi, não é bem assim. É impossível que o resto do planeta simplesmente fique passivo a tais acontecimentos. E o desfecho mais óbvio? Uma guerra entre humanos e mutantes, assim como aconteceu nas nove vidas anteriores da Moira, mas uma em que os últimos tenham maiores chances e, possivelmente, até consigam ganhar e conquistar seus devidos lugares como os herdeiros naturais da Terra. Ou então a humanidade pode se cansar de ver suas tentativas de destruir os mutantes falharem ou serem preventivamente sabotadas e simplesmente aceitar que serão evolucionariamente substituídos. O mais provável, no entanto, é que não seja nada disso e Jonathan Hickman tenha uma ideia mais criativa para a conclusão de sua fase.

Não dá pra descartar, também, que algo algo aconteça com a sociedade de Krakoa que a impeça de prosperar. Temos que lembrar que a ilha não é habitada apenas pelos "heróis", mas também por vilões de alto calibre como Apocalipse, Senhor Sinistro e Sebastian Shaw, e talvez um deles, colocando seus interesses pessoais e desejos de poder acima dessa enorme conquista da comunidade mutante. E nem mesmo a "santíssima trindade" idealizadora de todo o plano está com as mãos limpas, especialmente por termos visto Xavier e Magneto diminuírem Moira e limitarem de forma drástica seu papel em meio a isso tudo na última semana. Pelo conteúdo das anotações mostradas em PoX nº 6, não seria uma surpresa se, em algum momento, ela viesse a mudar de ideia e passasse a achar que o mundo seria melhor sem os mutantes, sabotando todo o trabalho que foi feito.

(arte por Pepe Larraz e Marte Gracia)

Voltando a John Lennon, em sua música God há a célebre frase "o sonho acabou", em referência ao término dos Beatles. Tais palavras também se aplicam aos X-Men pós-House of X e Powers of X. A diferença é que, ao contrário da mais famosa banda de todos os tempos, algo muito maior surgiu do fim do sonho de Xavier: uma realidade na qual todos os mutantes estão unidos, seguros e preparados para enfrentar o que vier pela frente. Mas até quando ela irá durar? Isso é algo que só saberemos com o passar dos próximos meses ou anos.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Resenha de UM parágrafo sobre "CORINGA"!


Perturbador. Incômodo. Depressivo. "Coringa" é um filme que consegue instigar todas essas emoções no espectador ao mesmo tempo que o leva a reflexões acerca da sociedade, a forma que ela trata seus cidadãos mais necessitados e como basta apenas uma fagulha para que toda a civilização parta para a barbárie, em momento algum glorificando os atos de seu protagonista, que é alguém impossível de conquistar a simpatia do público. E muito disso se deve à atuação de Joaquin Phoenix, que merece toda a aclamação que vem recebendo, mas que não está sozinho e conta com o apoio de todo um elenco afiado, além de uma trilha sonora que consegue agravar ainda mais os momentos de impacto, tal qual sua fotografia claustrofóbica, asfixiante. É sim um filme baseado em quadrinhos, em especial devido a suas pequenas inconsistências e furos (eclipsados por seus pontos fortes), mas definitivamente não é uma adaptação "padrão".

TRAILER:

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

BALANÇO MUSICAL - Setembro de 2019

(arte por Frank Miller, Klaus Janson e Lynn Varley)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês.

Ah, setembro... Eu tinha esperanças em você, sabe? Até porque você me deu esperanças. Uma atrás da outra. E as tirou de mim todas de uma vez. Então eu continuo desempregado, quebrado, cada vez menos paciente e cada vez mais desamparado. Mas ainda estou aqui, em pé, sempre a postos para lutar contra as dificuldades da vida, por mais destroçados que meu físico e psicológico estejam. E é por isso que esse Batman todo detonado, vindo diretamente das páginas de O Cavaleiro das Trevas, é tão representativo para meu momento (além de ter sido Batman Day no último dia 21).

E a música segue sendo meu principal porto-seguro. Esse mês mais uma vez trouxe alguns números muito elevados, conforme apontado pelo meu last.fm: foram 3.214 reproduções nos últimos 30 dias (uma média de 107 por dia), as quais contaram com 632 artistas, 1.143 álbuns e 1.984 faixas diferentes. Sim, os números foram todos menores que os de agosto, até porque setembro foi mais curto, mas ainda assim continuam bem elevados, e de quebra ainda consegui bater meu recorde de execuções em um único dia (158), o qual já perdurava desde março desse ano (153).

Mas de nada significa a quantidade se ela não vem acompanhada de qualidade. Felizmente, esse é o caso aqui, pois setembro teve espaço para muita coisa, seja Rock, Metal, Pop, Jazz, Eletrônica, Experimental e por aí vai, tudo executado por nomes gigantes, tanto da atualidade quanto do passado. E é hora de conhecê-los em minhas RECOMENDAÇÕES DO MÊS, que podem ser vistas logo abaixo.

ARTISTAS DO MÊS:

- The Beatles

- INXS

- George Harrison

- The Cult

- Elton John

- The Rolling Stones

- Duran Duran

ÁLBUNS DO MÊS:

- Tool - Fear Inoculum (2019)

- Iggy Pop - Free (2019)

- Black Star Riders - Another State Of Grace (2019)

- Norah Jones - Begin Again (EP) (2019)

- Scott Stapp - The Space Between the Shadows (2019)

- Stevie D featuring Corey Glover - Torn from the Pages (2019)

- Lindsey Stirling - Artemis (2019)

- Year Of The Goat - Novis Orbis Terrarum Ordinis (2019)

- Korn - The Nothing (2019)

- The Allman Betts Band - Down To The River (2019)

- Liam Gallagher - Why Me? Why Not. (2019)

- Pixies - Beneath The Eyrie (2019)

- Opeth - In Cauda Venenum (2019)

- Pride & Glory - Pride & Glory (1994)

- Mötley Crüe - Dr. Feelgood (1989) 

- Iron Maiden - Powerslave (1984)

- The Beatles - Abbey Road (1969)

FAIXAS DO MÊS:

- Greta Van Fleet - Always There (2019)

- Beth Hart - Sugar Shack (2019)

- DiAnno - Flaming Heart (1984)

- Kiss - Shock Me (1977)

E não deixe de conferir também a playlist feita durante setembro de 2019:

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

BALANÇO MUSICAL - Agosto de 2019

(arte por Pepe Larraz e Marte Gracia)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês.

Agosto... Bom, foi aquela coisa: não foi exatamente bom, mas também não foi exatamente ruim, embora tenha sido melhor que julho. Mas, sinceramente, eu já estou cansando de vir aqui todo mês e falar exatamente isso, ainda que com outras palavras. Acho que já é hora desse panorama mudar, e de preferência para melhor. Só que, enquanto não muda, fico aqui repetindo o de sempre, sobre como a vida tá uma bagunça, mas a cultura pop ajuda a suportar o pesado fardo da realidade etc. E assim o tempo segue seu curso, o mundo continua a girar e, bem, "nada acontece feijoada".

Pelo menos, como eu disse, a cultura pop existe e ajuda (talvez até mais do que deveria). Principalmente a música. E como eu ouvi música nos últimos 31 dias. Segundo meu last.fm, foram 3.406 reproduções (uma média de 109 por dia), incluindo 707 artistas, 1.255 álbuns e 2.342 faixas diferentes. E é curioso observar que, embora o número absoluto tenha aumentado em relação ao mês anterior, todo o resto ficou abaixo. Também é engraçado pensar que eu havia dito que a tendência seria eu escutar menos músicas no resto do ano e, bem... Não é o que está acontecendo. Vai entender.

E eu adoraria dizer que agosto foi um dos meus meses mais diversificados mas, olhando em retrospecto e observando minha playlist, vejo que cerca de 40% dele foi voltado ao Metal. Felizmente, só registros de altíssimo nível passaram pelos meus ouvidos, sejam eles referentes ao estilo ou aos demais artistas que participaram das últimas semanas, como é possível ver em minhas RECOMENDAÇÕES DO MÊS, as quais podem ser conferidas logo abaixo.

ARTISTAS DO MÊS:

- Men At Work

- Frank Zappa

- Depeche Mode

- Marillion

- Demons & Wizards

- Ozzy Osbourne

- Tool

- Elvis Presley

ÁLBUNS DO MÊS:

- Volbeat - Rewind, Replay, Rebound (2019)

- Abbath - Outstrider (2019)

- King Hobo - Mauga (2019)

- Kaiser Chiefs - Duck (2019)

- Soen - Lotus (2019)

- Slipknot - We're Not Your Kind (2019)

- Snarky Puppy - Immigrance (2019)

- David Ellefson - Sleeping Giants (2019)

- Sweet Oblivion - Sweet Oblivion (feat. Geoff Tate) (2019)

- Sabaton - The Great War (2019)

- Oasis - Be Here Now (1997)

- The Smithereens - Smithereens 11 (1989)

- Floatsam & Jetsam - Doomsday for the Deceiver (1986)

- Yes - 90125 (1983)

- Iggy Pop - Zombie Birdhouse (1982)

FAIXAS DO MÊS:

- Noel Gallagher's High Flying Birds - This Is The Place (2019)

- Opeth - Dignity (2019)

- Titãs - Bichos escrotos (1986)

- Elton John - Crystal (1985)

Confira, por fim, a playlist feita durante agosto de 2019:

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

BALANÇO MUSICAL - Julho de 2019

(arte por Gerardo Sandoval)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira de cada mês (ou no dia seguinte, se feriado).

Julho... O que posso dizer? O mês tinha tudo para ser bom, mas não foi. E pelas coisas que aconteceram, tinha tudo para ser ruim, mas também não foi. Ficou num meio termo esquisito e até um tanto agonizante, mas que, ao mesmo tempo, não esteve entre os piores momentos. Difícil descrever, e acho que a melhor definição é "um meio termo bizarro e nada gratificante". Pelo menos eu consegui ver Homem-Aranha: Longe de Casa nos cinemas. De qualquer forma, dá até um certo alívio por ter chego ao fim.

E o que dá para dizer que foi a melhor coisa dos últimos 31 dias? A música, claro. Tive um começo um tanto lento, dando sequência à diminuição de ritmo dos últimos meses, mas o final me fez alcançar e até superar a marca do mês anterior. E aí julho terminou, de acordo com meu last.fm, 2.896 reproduções de músicas, o que inclui 904 artistas, 1.629 álbuns e 2.364 faixas diferentes, mantendo a média de 93 por dia. É engraçado ver este aumento (ou manutenção) justamente após eu dizer que a queda deveria continuar se repetindo nos meses seguintes, quase como se a vida não quisesse que eu ouvisse menos música.

Uma coisa fica clara ao se observar minhas escolhas (e, por consequência, a playlist): metade do mês foi dedicada a conhecer novos álbuns e metade foi dedicada a revisitar velhos trabalhos. E é um equilíbrio que, embora nem sempre tão definido à risca, eu observo que tendo a fazer bastante. Julho teve bastante espaço para o Metal, comigo conferindo alguns belos lançamentos, mas sem esquecer de outros gêneros ou artistas. E você pode conferir tudo isso nos meus DESTAQUES DO MÊS logo a seguir:

ARTISTAS DO MÊS:

- Thin Lizzy

- Cream

- The Raconteurs

- Iron Maiden

- Bruce Dickinson

ÁLBUNS DO MÊS:

- Night Beats - Myth of a Man (2019)

- Peter Frampton - All Blues (2019)

- Paul Gilbert - Behold Electric Guitar (2019)

- Paladin - Ascension (2019)

- Savage Messiah - Demons (2019)

- The Heavy - Sons (2019)

- Spirit Adrift - Divided by Darkness (2019)

- Arch/Matheos - Winter Ethereal (2019)

- The Cranberries - In The End (2019)

- Soilwork - Underworld EP (2019)

- Arielle - Suspension/Dimension (2019)

- Eric Clapton - Journeyman (1989)

- AC/DC - Highway To Hell (1979)

- King Crimson - In The Court Of The Crimson King (1969)

MÚSICAS DO MÊS:

- Prophets Of Rage - Made With Hate (2019)

- Opeth - Heart In Hand (2019)

- Volbeat feat. Gary Holt - Cheapside Sloggers (2019)

- Slipknot - Solway Flirth (2019)

- The Go-Go's - Vacation (1982)

- Romeo Void - A Girl in Trouble (Is a Temporary Thing) (1981)

- Led Zeppelin - Rock and Roll (1971)

- The Beatles - Birthday (1968)

Confira, então, a playlist feita durante julho de 2019:

quarta-feira, 17 de julho de 2019

"Stranger Things" precisa acabar

*havia uma imagem aqui, mas fui obrigado a removê-la por supostamente infringir direitos autorais. Vai se f*der, Netflix.*

Quando estreou, lá pelo meio de 2016, bastou apenas alguns dias para que Stranger Things se tornasse um fenômeno. Ambientada nos anos 1980, com homenagens visuais a filmes marcantes da época, um xerife rabugento, uma mãe desesperada e crianças fofinhas, a primeira temporada mesclava ficção científica, suspense e terror em uma trama repleta de mistérios, subvertia alguns clichês (ou alguém esperava que o Steve e a Nancy tivessem os papeis que tiveram?) e cativava o público com o carisma de seus personagens. Pouco mais de um ano depois, a segunda temporada da série chegou sem o mesmo impacto da novidade, mas mantendo a qualidade e expandindo sua mitologia (eu vou defender o sétimo episódio até o fim), adicionando novos personagens (embora  Billy tenha ficado deslocado na história), trabalhando mais os já conhecidos e apresentando um novo vilão vindo direto do "Mundo Invertido", tudo isso enquanto mantinha os pontos fortes vistos anteriormente.

E após mais de um ano e meio, a tão aguardada terceira temporada chegou à Netflix no último 4 de julho (para coincidir com o Dia da Independência nos EUA), quebrou trocentos recordes de audiência da plataforma de streaming, trouxe ex-assinantes de volta. Todo mundo já deve ter visto, dado risada nos momentos divertidos, se emocionado nos momentos comoventes e agora já está espalhando seus memes nas redes sociais enquanto teoriza o que deve vir no futuro. Acima de tudo, todo mundo parece ter gostado do que viu.

Mas não eu. Para falar a verdade, poucas das minhas experiências com cultura pop em geral foram tão frustrantes quanto este Stranger Things 3.

Antes, um pouco de background: desde que assisti a Defensores lá em 2017, ficou muito claro para mim que a qualidade dos famigerados "Originais Netflix" estava indo pro saco, o que me fez, salvo algumas das mais raras das exceções (o que incluiu a segunda temporada da série, lançada cerca de três meses depois), evitar todos eles. Céus, eu já nem lembro qual foi a última vez que eu abri aquele catálogo, olhei para um de seus lançamentos e pensei "hum, isso aqui parece bom, vou dar uma chance". E com a variedade do serviço ficando cada vez mais restrita a suas próprias produções, nos últimos tempos eu basicamente tenho dado dinheiro à empresa a toa (e só não cancelo porque minha família usa muito mais que eu). Mesmo assim, por amor às duas temporadas lançadas, eu quis dar uma chance a Stranger Things 3, ainda que eu soubesse que acabaria me decepcionando. Só não esperava que fosse me decepcionar tanto.

Para já tirar isso da minha frente e para não me taxarem de hater imediatamente, quero falar primeiro sobre o que eu GOSTEI. Sim, vejam vocês, dá para enxergar positivos em algo que não se gosta (uma virtude que parece ter sido esquecida nesta era de oitos ou oitentas). Primeiro de tudo, preciso destacar o quão bom é esse clima de terror mais pesado e gore da temporada, com fortes influências de David Cronenberg, John Carpenter e George Romero. Os efeitos especiais também melhoraram muito. É muito difícil errar com trilha sonora quando se trata da década de 1980, mas aqui ela está no ponto, seja por conta dos hits da época ou pelas composições originais que marcam a passada da série. Os atores, por sua vez, estão bem soltos em seus papéis, com os veteranos mostrando toda sua química, enquanto as novas adições se fazem promissoras (especialmente Maya Hawke). Por fim, fiquei muito surpreso por um acontecimento no final, uma decisão corajosa que espero que seja mantida (mas duvido que vá).

Dito isso, chegou a hora de listar tudo que me desagradou e já aviso de antemão que teremos SPOILERS a partir daqui. Quer dizer, não que eu ache que há alguém que ainda não tenha assistido essa terceira temporada, e aqueles que não assistiram, mas chegaram até aqui mesmo assim, é porque não ligam, mas não custa nada avisar.

*havia uma imagem aqui, mas fui obrigado a removê-la por supostamente infringir direitos autorais. Vai se f*der, Netflix.*

Acho que um bom ponto para se iniciar é a história. Por quê? Bom, PORQUE NÃO HÁ EXATAMENTE UMA. Pare pra pensar: qual é trama de Stranger Things 3? Ela pode ser resumida em "russos (mais sobre isso depois) abrem o portal para o Mundo Invertido, Billy é possuído pelo Devorador de Mentes e coisas sinistras começam a acontecer em Hawkins, RESOLVAM AÍ CRIANÇOS". Sério, é basicamente uma fusão requentada do visto nas duas temporadas anteriores, só que, para piorar, sem a progressão natural dos mistérios, a obtenção de respostas ou qualquer tentativa de expansão da mitologia já estabelecida. O que há aqui é uma problemática básica, uma resolução e uma linha reta ligando os dois através de interações entre personagens, cenas de ação e tensão, e muito gore. Veja bem: eu não tenho problema nenhum com enredos simples e contidos, mas o deste terceiro ano da série é simplesmente POBRE, com quase nenhuma surpresa. Nem parece que os Duffer Brothers tiveram um tempo mais que considerável entre temporadas.

Não dá para se comentar muita coisa boa sobre os personagens também. Eles são planos neste terceiro ano, com pouco desenvolvimento, e esse pouco que têm é bem irrelevante. O que, não acredita? Então vamos falar sobre cada um deles individualmente, para deixar bem claro o que fizeram durante a temporada e como isso acrescentou ao que já estava estabelecido sobre eles.

Mike: tomou um pé na bunda da Eleven e a reconquistou no decorrer da temporada, sem qualquer mudança acerca de seu machismo velado.

Will: percebeu que seus amigos cresceram, não queriam mais brincar e ficou frustrado. Depois virou só um radar de Devorador de Mentes.

Lucas: ...tava lá, peidando, sendo machistinha e fazendo vários nada.

Max: ...também tava lá, elevou a autoestima da Eleven, mostrou gibizinho da Mulher-Maravilha (e com a trama se passando em 1985, ano da Crise nas Infinitas Terras, não é nem de uma fase memorável) e é isso aí.

Eleven: Girl Ex Machina, resolvia qualquer parada pela frente porque, bem, o roteiro mandava. Por outro lado, TALVEZ ela tenha aprendido a se valorizar. E perdeu os poderes, porque nem os próprios escritores estavam aguentando usá-la como elemento de roteiro.

Dustin: foi talvez o personagem mais ativo da temporada, esteve no coração da ação pela maior parte do tempo. Por outro lado, tal qual como a trama, andou numa linha reta entre dois pontos e zero desenvolvimento saiu disso.

Steve: tava lá pra ter umas cenas engraçadinhas com o Dustin e alguma tensão romântica com a menina nova, e não muito mais que isso.

Jonathan & Nancy: tenho que tratar desses dois juntos porque, bem, eles sempre estavam juntos em cena. E quem diria que o casal que todo mundo torceu para ficar junto nas temporadas anteriores seria tão inútil e detestável? Ele é um bundão conformista, enquanto ela se acha muito mais do que é (fora que tentaram dar habilidades investigativas que acabaram transformando-a numa proto-Veronica Mars bem piorada). Nancy até poderia ter protagonizado um arco sobre superação no meio de um ambiente de trabalho tóxico, mas isso simplesmente ficou jogado de lado porque sim.

Hopper: ah, cara... Por um lado, tivemos o xerife corajoso e pau-pra-toda-obra das outras temporadas. Por outro, "ah minha filha tá beijando o namorado dela unhé", dinâmica exaustiva de discussões com a Joyce e hipercontrolador com todas as mulheres a sua volta. E honestamente, a morte dele é um ponto impactante na série e espero que não mexam nisso (mas obviamente vão mexer e trazer ele de volta).

Joyce: depois de duas temporadas desesperadas com os filhos, ela simplesmente ESQUECEU deles e partiu numa jornada DE DIAS com o Hopper (com quem ela não parou de discutir por um minuto sequer) porque OS IMÃS DELA ESTAVAM DESMAGNETIZADOS.

Murray Bauman: o lunático conspiracionista da segunda temporada voltou, mas sinceramente: precisava? Só serviu como tradutor de russo.

Acredito que este sumário sobre os principais personagens seja suficiente para provar meu ponto. O que significa que é hora de falar sobre as novas adições deste rol. Temos a introdução de Robin, garota que trabalha com Steve no recém-inaugurado shopping e que até é uma personagem legal, mas que ao mesmo tempo foi concebida apenas para solucionar tudo daquele núcleo (e preencher a lacuna de personagem LGBTQI+ na série, apenas para a Netflix fingir que se importa com a diversidade de seu público, e não apenas com seu dinheiro), o que acaba por resumi-la a outra proto-Veronica Mars, só que sem a vivência. E também temos Erica, a irmã caçula do Lucas que já havia aparecido na temporada anterior dando uma resposta atravessada em uma cena engraçadinha, e aqui retorna se mostrando a personagem MAIS INSUPORTÁVEL que essa série já viu. Respondona, malcriada, mimada, com ares de superioridade e maltratando qualquer um que via pela frente. Sério, não dava pra vê-la em cena sem ter vontade de socar a parede e quebrar a mão, porque a dor da fratura seria melhor do que aquilo.

*havia uma imagem aqui, mas fui obrigado a removê-la por supostamente infringir direitos autorais. Vai se f*der, Netflix.*

E não dá para deixar de comentar sobre os antagonistas. Billy, o irmão da Max, está de volta após uma temporada em que não souberam o que fazer com ele, e qual a solução aqui? Fundi-lo ao Devorador de Mentes (também requentado do segundo ano), claro! A solução mais óbvia, fácil e porcamente realizada que poderiam encontrar, sem ter que usar um pingo de criatividade para inovar o já estabelecido. Mas é graças a ela que o personagem ganha algum desenvolvimento, nas cenas em que Eleven adentra sua mente e vemos um pouco de seu triste passado. Só que isso é suficiente para dar significado à morte dele? Não. E ele precisava mesmo ter morrido? Também não. Seria mais interessante que ele tivesse sobrevivido e que pudéssemos ver um arco de redenção no futuro, mas os roteiristas preferiram seguir um caminho preguiçoso. De qualquer forma, ainda houve outros personagens menores que se opuseram aos protagonistas, como é o caso do prefeito corrupto que é um Bruce Campbell que cabia no orçamento, ou dos jornalistas babacas do Hawkins Post que acabaram como meleca para formar o corpo cronenbergiano do Devorador de Mentes.

Também tivemos a estreia dos russos.

Ah, os russos... Antes de mais nada, sim, eu sei que, devido à Guerra Fria, os russos eram vilões frequentes em grandes blockbusters da década de 1980, vide Rocky IV. Dito isso, precisava fazer uso desse clichê mais que batido? Vários outros países poderiam ter sido utilizados (como em De Volta Para o Futuro, que usa terroristas líbios). Mas esse é o menor dos problemas. O ponto de principal frustração é a necessidade de fazer deles tamanhos imbecis. Pare para pensar um pouco: duas crianças e dois adolescentes/jovens adultos conseguem adentrar sua base secreta e sair de lá VIVOS.

De uma base secreta com difícil acesso.

Lotada de agentes da KGB altamente treinados.

Fora a forma que eles agem, seus diálogos... Tudo completamente caricato e até desrespeitoso. Dentre eles, se destacam Grigori, o principal "capanga" que não passa de uma mistura genérica entre Arnold Schwarzenegger e Jean-Claude Van Damme, até passando aquela imagem totalmente chupinhada de Exterminador do Futuro (e até sua morte é muito semelhante ao desfecho de um dos filmes); e Alexei, o cientista amante de raspadinha cuja breve existência não faz lá grandes diferenças, mas que, por algum motivo, virou o novo queridinho dos fãs na internet (o que não me surpreende).

Entenda que eu não queria desenvolvimento shakesperiano para todo mundo que tivesse mais que cinco minutos de tela. Simplesmente não dá, e eu sei que este não é o objetivo da série. Mas em oito episódios, cada um com quase uma hora de duração, dava para trabalhar melhor pelo menos uns três personagens, dando a eles maior profundidade ou um real progresso. Só que não vemos isso com NENHUM deles, sendo a Eleven quem mais se aproxima (e ainda assim passa longe). E mais que um problema de roteiro, fica claro aqui que Stranger Things 3 tem personagens demais e, na necessidade de dar tempo de tela para todos em ação, o desenvolvimento é jogado de lado. Não é a toa que a primeira temporada, mais contida, é a que melhor funciona nesse quesito.

Finalmente, é necessário comentar sobre alguns momentos desnecessários, vergonhosos ou ambos. Quer dizer, dá para listar alguns episódios inteiros aqui (como do primeiro ao terceiro), mas ainda assim há cenas que saltam aos olhos pelos motivos listados. Comecemos então no capítulo três, quando Eleven resolve espionar os garotos com seus poderes e somos presenteados com piada de arroto e peido entre Mike e Lucas. Poxa, sério mesmo? Em pleno 2019? Numa série classificada como "para maiores de 14 anos"? Um humor do nível de Transformers e besteirois, sendo que a série costumava ser melhor que isso. E o que dizer da Nancy com a mãe no episódio seguinte, em um papo de quase cinco minutos demonstrando uma repentina relação de proximidade que NUNCA havia sido mostrada antes? Ou então daquela longa sequência entre Steve e Robin enquanto estavam sob efeito da droga dos russos (com direito a cena de vômito - sério, por que toda série sente a necessidade de colocar essas nojentas cenas de vômito? -) que, embora tenha sido importante para esclarecer a sexualidade da garota, se estendeu por muito mais tempo do que precisava?

*havia uma imagem aqui, mas fui obrigado a removê-la por supostamente infringir direitos autorais. Vai se f*der, Netflix.*

Mas nenhuma das citadas se compara ÀQUELA cena do episódio final.

Sim, eu estou falando do momento musical entre Dustin e sua namorada Suzie. Ele só está lá para 1) mostrar o talento de Gaten "menino Broadway" Matarazzo e 2) garantir umas risadas fáceis pela quebra da expectativa no momento de tensão. Mas não é engraçado. É vergonhoso (me identifiquei com os adultos testemunhando aquilo). É completamente desnecessário. É frustrante. E, acima de tudo, é totalmente fora de momento, justamente por destruir o clímax que vinha sendo construído desde o episódio anterior, só para garantir umas risadinhas e uma referência barata a História Sem Fim. O pior é que havia TANTAS outras formas de fazer isso funcionar melhor. Não sou contra nem a um episódio que seja inteiramente musical, e acho até que seria mais honesto, por mais batido que seja fazer isso atualmente.

Eu poderia continuar me prolongando aqui, falar sobre o ritmo inconsistente da trama (que perde tempo demais justamente com besteiras como as citadas, fazendo com que diversos momentos-chave pareçam apressados) ou sobre a piora considerável da qualidade das referências (que, de sutis rimas cenográficas, se tornaram trechos, imagens ou até mesmo músicas jogadas na cara do público), mas creio que todo o dito acima deixe claro que, embora tenha acertado em aspectos técnicos, Stranger Things 3 pecou por completo em seu roteiro, que é débil, furado e que, no quadro geral, não apresenta avanços significativos. E após o apresentado nas duas primeiras temporadas, sem dúvidas era um elemento de suma importância, mas que passa longe de ser suficiente aqui.

E quem é o culpado por isso? A resposta óbvia é que seriam os produtores e roteiristas, que definitivamente tem sua parcela de culpa, mas esse é um problema que vai mais além. Já não é de hoje que o modus operandi da Netflix para basear quais devem ser suas produções é baseado tanto em seu algoritmo quanto nas repercussões de público em redes sociais. E, como eu disse antes, também já não é de hoje que a qualidade destas vêm despencando. O que fica evidente é que a empresa abriu mão de entregar tramas coerentes em suas obras, recheando-as com aquilo que os números dizem que as pessoas querem. Suas séries deixaram de lado a qualidade e tudo o que poderiam fazer delas únicas em troca de momentos que sejam bons GIFs no tumblr ou que viralizem em prints nas redes sociais. E o pior é que DÁ CERTO, vide toda a aceitação que essa terceira temporada recebeu. Mas manter o público pra sempre em uma zona de conforto pode ser prejudicial a longo prazo, tanto para a indústria quanto para os próprios espectadores. E com a concorrência se acirrando, não vou me surpreender caso a empresa perca espaço entre os consumidores.

Seja como for, só posso ressaltar o que está no título: Stranger Things PRECISA ACABAR. Enquanto ainda lhe resta alguma dignidade. Enquanto ainda não saturou. E, tal qual o fim dos anos anteriores, poderia se dar por encerrada com o desfecho desta terceira temporada. Mas com o gancho de uma cena pós-crédito e a quase certa confirmação de um Stranger Things 4 (e eu torço para que seja a última), talvez seja melhor eu reavaliar a administração de meu tempo e passar a gastá-lo de forma melhor, ao invés de desperdiçá-lo com algo que é certeza de frustração (e só tende a piorar).

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Resenha de UM parágrafo sobre "HOMEM-ARANHA: LONGE DE CASA"!


O Homem-Aranha integrado ao UCM chega a seu segundo filme de forma leve, divertida e com o mesmo espírito de comédia adolescente de seu antecessor, o que deve agradar em cheio os fãs dos longas. O ponto mais fraco aqui é a forma que o protagonista é escrito: Peter é meio bocó, extremamente inocente e, numa falha que desafia o próprio cerne do herói, tem os poderes, mas nenhuma responsabilidade. Por outro lado, o Mystério de Jake Gyllenhaal é o ponto mais forte da adaptação, com uma atualização de seus conceitos para a atualidade que caiu como uma luva. O humor é bem trabalhado, tal qual a relação entre os personagens; a trilha sonora é envolvente, mas as duas cenas pós-créditos roubam o show: a primeira por ditar o futuro do Aranha (e ter uma participação muito especial) e a segunda por indicar os caminhos que a Marvel deve seguir em sua fase 4.

TRAILER:

quarta-feira, 3 de julho de 2019

BALANÇO MUSICAL - Junho de 2019

(arte por Gabriel Picolo)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre no primeiro dia útil de cada mês, o que pode ou não coincidir com o dia 1º, com exceção de hoje, porque não deu tempo antes.

Junho se foi num piscar de olhos (o mesmo pode ser dito sobre esta primeira metade de 2019). Quando acabou, parei para pensar sobre o mês e percebi que não foi nada demais. Quer dizer, não foi o melhor, mas também não foi o pior, e ficou por isso aí mesmo. Eu meio que apenas existi nesses últimos 30 dias, sem nada muito marcante ou digno de nota. Foi tão irrelevante que eu nem tinha a menor ideia de qual imagem colocar, então tive que resgatar esse já clássico desenho do Mutano que viralizou no último ano durante a Copa do Mundo. Por outro lado, só de não ter sido ruim já fez dele agradável, e a tranquilidade que tive nas últimas semanas... Ah, isso é algo inigualável.

Felizmente, a música não parou nesse tempo todo. Quer dizer, deu uma desacelerada. Diminuí mais um pouco meu consumo em relação aos últimos três meses de resultados estratosféricos, e mesmo assim os números se mantiveram elevados. De acordo com meu last.fm, foram 2.807 reproduções em junho, o que inclui 710 artistas, 1.179 álbuns e 2.100 faixas diferentes, em uma média de 93 por dia. Aparentemente, esta queda deve continuar se repetindo em meu futuro breve, que pretendo usar cada vez mais para me dedicar a outras atividades (sem deixar esta minha paixão de lado, claro).

Mais uma vez, dá para dizer que o mês foi dedicado ao Rock, mas não aos mesmos nomes de sempre, e também não fazendo o de sempre. Uma boa dose de experimentalismo passou por meus ouvidos, vindo de gente consagrada como Bruce Springsteen, Duff McKagan, Santana e até mesmo Rammstein. E ouvi muita coisa recente também, alguns belos lançamentos, mesclados com alguns resgates necessários e alguns artistas dos quais aparentemente não consigo me desvincilhar. E você pode conhecer quais são eles em meus DESTAQUES DO MÊS logo abaixo:

ARTISTAS DO MÊS:

- Yes

- AC/DC

- Elton John

- Van Halen

- Tears For Fears

- Joy Division

- Vintage Trouble

ÁLBUNS DO MÊS:

- Diamond Head - The Coffin Train (2019)

- Rammstein - Rammstein (2019)

- Duff McKagan - Tenderness (2019)

- Santana - Africa Speaks (2019)

- Baroness - Gold & Grey (2019)

- Bruce Springsteen - Western Stars (2019)

- Paul McCartney - Egypt Station (Explorer's Edition) (2019)

- Noel Gallagher's High Flying Birds - Black Star Dancing (EP) (2019)

- The Raconteurs - Help Us Stranger (2019)

- Hollywood Vampires - Rise (2019)

- The Black Keys - "Let's Rock" (2019)

- Tyler Brandt & The Shakedowns - Truth and Lies (2019)

- Leonard Cohen - The Future (1992)

- Danger Danger - Danger Danger (1989)

- Mr. Big - Mr. Big (1989)

FAIXAS DO MÊS:

- Pixies - On Graveyard Hill (2019)

- Volbeat - Last Day Under The Sun (2019)

- Bad Religion - Infected (1994)

- Rush - Presto (1989)

Confira, enfim, a playlist feita durante junho de 2019:

segunda-feira, 3 de junho de 2019

BALANÇO MUSICAL - Maio de 2019


Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre no primeiro dia útil de cada mês, o que pode ou não coincidir com o dia 1º.

Maio foi bom. É, acho que dá pra definir assim. Provações, aprovações, diversões e eu finalmente pude conferir Vingadores: Ultimato. Especialmente se comparado com o ano passado, foi como se eu tivesse saído do Inferno e ascendido aos Céus. Claro, ainda tem muitas coisas a serem ajeitadas, mas pela primeira vez em muito tempo, parece que a vida está retomando seus devidos cursos. De fato, "bom" é a palavra adequada. E que venha mais disso, por favor!

Musicalmente, dá para dizer que eu dei "uma pisada no freio" neste mês. Não muito, é verdade, mas o suficiente para a média de músicas ouvidas diariamente ficar abaixo de 100. E eu acredito que esta tendência torne a se repetir no restante do ano. De qualquer forma, meu last.fm aponta que foram 3.031 reproduções musicais neste último maio, contando com 773 artistas, 1.552 álbuns e 2.522 faixas diferentes. Como eu disse, uma diminuição no ritmo, com quase todos os números ficando abaixo do apresentado em março e abril (a exceção sendo justamente as faixas diferentes do mês anterior).

E a julgar apenas pelo apresentado em minha playlist ao final do post, seria justo apontar um predomínio absoluto do Rock nos últimos 31 dias. Não deixa de ser verdade, especialmente se tratando de Rock Progressivo (e principalmente Yes, que não saiu dos meus ouvidos em quase nenhum dia), mas não se limitou apenas a isso, englobando muito do Pop oitentista, Disco Music e até boas doses de Folk. Complexo, sem dúvidas. Dito isso, como minhas escolhas acabaram ficando um tanto restritas, é hora de vocês conhecerem elas nos meus DESTAQUES DO MÊS, que podem ser vistos a seguir.

ARTISTAS DO MÊS:

- Yes

- Paul McCartney

- Iron Maiden

- The Beatles

- Muse

- The Rolling Stones

ÁLBUNS DO MÊS:

- Bad Religion - Age of Unreason (2019)

- Grand Magus - Wolf God (2019)

- Whitesnake - Fresh & Blood (2019)

- Sammy Hagar & The Circle - Space Between (2019)

- Vintage Trouble - Chapter II, Ep. II (EP) (2019)

- Candlemass - The Door to Doom (2019)

- Vampire Weekend - Father of the Bride (2019)

- Frank Carter & The Rattlesnakes - End of Suffering (2019)

- Ina Forsman - Been Meaning to Tell You (2019)

- Pristine - Road Back to Ruin (2019)

- Lucifer's Friend - Black Moon (2019)

- The Beach Boys - Pet Sounds (1966)

FAIXAS DO MÊS:

- Noel Gallagher's High Flying Birds - Black Star Dancing (2019)

- BabyMetal - Elevator Girl (2019)

- Baroness - Throw Me an Anchor (2019)

- Volbeat - Leviathan (2019)

- The Black Keys - Go (2019)

- Tyler Brant & The Shakedown - Shock & Awe (2019)

- Queen - We Are The Champions (1977)

- The Who - Baba O'Riley (1971)

- Traffic - Dear Mr. Fantasy (1967)

Confira, por fim, a playlist feita durante maio de 2019:

quinta-feira, 2 de maio de 2019

BALANÇO MUSICAL - Abril de 2019


Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre no primeiro dia útil de cada mês, o que pode ou não coincidir com o dia 1º.

Abril, como eu posso dizer... Não cheirou nem fedeu. Foi um mês que, basicamente, apenas passou sem maiores impactos, consequências ou emoções. O fato de eu ter estado um tanto ocupado durante este tempo, além de não ter conseguido assistir a Vingadores: Ultimato até este momento, só aumenta este sentido de que estes últimos trinta dias se esvaíram por entre meus dedos, dissiparam-se diante a meus olhos. Basicamente, é como se aquele meme "estou vivendo ou apenas existindo" houvesse se tornado minha realidade (não que já não fosse antes).

Por outro lado, não posso dizer que faltou música em minha vida (tem muito tempo que isso já não é verdade, devo dizer). Abril sucedeu março quanto ao volume de música ouvida e, se durasse mais um dia, seria mais uma vez em que quebraria meu recorde pessoal, o que não veio a acontecer. Ainda assim, os números são extremamente expressivos: de acordo com meu last.fm, foram 3.374 execuções ao longo do mês, o que inclui 819 artistas, 1.676 álbuns e 2.600 faixas diferentes. Ou seja, o consumo massivo de materiais, sejam eles mais recentes ou antigos, segue mais intenso que nunca em minha vida.

Apesar disso tudo, não sei se dá para dizer que a sonoridade foi tão variada quanto nos meses anteriores. Aqui me foquei muito em clássicos e nomes consagrados, dando algum espaço para novidades e artistas mais recentes, mas focando forte no nicho do Hard Rock e do Metal, intercalados com algum Pop Oitentista. Mas a compilação disso tudo teve uma bela sinergia, resultando talvez em uma das minhas playlists feitas durante todos estes anos de Balanço Musical. E você pode saber o que houve de melhor durante este período em meus DESTAQUES DO MÊS, os quais podem ser conferidos abaixo.

ARTISTAS DO MÊS:

- Rush;

- Led Zeppelin;

- The Rolling Stones;

- Deep Purple;

- Whitesnake;

- The Struts

ÁLBUNS DO MÊS:

- The End Machine - The End Machine (2019);

- Joanne Shaw Taylor - Reckless Heart (2019);

- J. D. Simo - Off At 11 (2019);

- Mark Morton - Anesthetic (2019);

- The Last Internationale - Soul On Fire (2019);

- Tears For Fears - The Hurting (1983);

- Siouxsie and The Banshees - Kaleidoscope (1980);

- Fleetwood Mac - Rumours (1977);

- Rainbow - Rising (1976)

FAIXAS DO MÊS:

- Baroness - Seasons (2019);

- The Black Keys - Eagle Birds (2019);

- Eric Johnson - Manhattan (1996);

- The Bolshoi - Sunday Morning (1986)

Confira, por fim, a playlist feita durante abril de 2019:

terça-feira, 2 de abril de 2019

BALANÇO MUSICAL - Março de 2019


Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre no primeiro dia útil de cada mês, o que pode ou não coincidir com o dia 1º, com exceção de hoje, pois estive ocupado.

Março foi... OK, eu acho. Quer dizer, as mesmas complicações de sempre seguem a assolar minha vida, e eu não consegui assistir Capitã Marvel no cinema até agora (mesmo tendo escolhido ela como "tema" deste mês), mas certos eventos fizeram tudo ficar (ao menos um pouco) melhor. A vida tem dessas: assim como um dia ruim pode colocar a vida de alguém em um verdadeiro inferno, um mísero dia bom também pode mudar tudo, tendo repercussões importantes que podem vir a perdurar por muito tempo. Mas ainda resta muita luta, muitas coisas a serem corrigidas, muitas vitórias a serem conquistadas, e não dá para perder tempo deslumbrado com um mero detalhe.

Enquanto tudo isso ocorre, eu ouço música. Muita música. Talvez mais do que eu já cogitei ouvir um dia. Pois é, como vocês já devem imaginar, mais uma vez eu bati meus recordes, superando o que havia estabelecido em janeiro deste ano sem maiores dificuldades e com uma considerável distância. Março se encerrou contabilizando impressionantes 3.428 reproduções em meu last.fm (uma média de 110 por dia), o que inclui 849 artistas, 1.621 álbuns e 2.474 faixas diferentes. Também bati meu dia com mais músicas escutadas (153 no último dia, enquanto o anterior era de 147 em 18 de janeiro deste ano), assim como minha melhor semana (este só disponível pelo last.fm e sua métrica estranha que começa a contar nas quintas-feiras). E acho que estes números devem permanecer aí por um bom tempo, de tão extravagantes que foram.

No meio disso tudo, é de se imaginar que houve uma boa variedade de sons e estilos, o que de fato aconteceu. Um predomínio do Rock e seus mais variados subgêneros, é claro, mas também garantindo espaço para estilos como Pop Oitentista, Blues e até um pouco de Rap. Inegável, porém, é o largo destaque do Hard Rock durante os últimos 31 dias, algo que fica bem evidente em meus DESTAQUES DO MÊS, que podem ser vistos a seguir.

ARTISTAS DO MÊS:

- Mötley Crüe;

- Rush;

- AC/DC;

- Megadeth;

- Led Zeppelin;

- The Beatles;

- Beastie Boys

ÁLBUNS DO MÊS:

- Pond - Tasmania (2019);

- Queensrÿche - The Verdict (2019);

- Pet Shop Boys - Agenda (EP) (2019);

- Tedeschi Trucks Band - Signs (2019);

- Gary Clark Jr. - This Land (2019);

- Volbeat - Let's Boogie! (Live From Telia Parken) (2018);

- Yes - Fragile (1972)

FAIXAS DO MÊS:

- The Black Keys - Lo/Hi (2019);

- Vintage Trouble - Don't Stop Forever (2019);

- Baroness - Borderlines (2019);

- Trivium - Pillar of Serpents (2019);

- Steve Wilson - Luminol (Live) (2012);

- New Order - Blue Monday (1983);

- Bad Company - Electricland (1982)

Confira abaixo, enfim, a playlist feita durante março de 2019: