segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

BALANÇO MUSICAL - Novembro de 2021

(Arte por David Aja)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês (exceto quando ela coincide com o primeiro dia do mês -- ou quando não me dá tanta vontade assim).

Novembro passou rápido. Extremamente rápido. Não sei se por conta do quão atribulado o mês foi, as loucuras que aconteceram, as coisas que fiz no decorrer das últimas semanas ou simplesmente porque essa época do ano sempre é assim. Mas a verdade é essa: mal deu para sentir esses 30 dias. Felizmente, pude usufruir de um descanso essencial graças aos dois feriados, e também consegui curtir o Xbox Cloud Gaming para computador (peguei por um mês para testar e estou amando muito), rever boa parte do anime de Cowboy Bebop e também assistir à sua já falecida adaptação (que até gostei, mas com ressalvas), além de passar quase 10h na frente da televisão durante o último final de semana do mês conferindo a magistral série documental The Beatles: Get Back (o melhor produto audiovisual que assisti no ano até o momento, mas que só recomendo para quem, assim como eu, é grande fã do grupo) e aos dois primeiros episódios de Gavião Arqueiro, sendo abençoado pela melhor personagem da Marvel, Kate Bishop, agora em live action.

E nem preciso dizer, mais uma vez, que a música, minha parceira inseparável para todos os momentos, me acompanhou durante esse último novembro. De acordo com meu last.fm, foram 3.322 reproduções feitas no mês (média de 110/dia), contando com 588 artistas, 921 álbuns e 2.979 faixas diferentes. Números altos, bons e superiores aos de outubro, e eu ainda tinha pensado em uma queda devido aos feriados, mas acabei compensando nos outros dias. Dezembro também deve se manter elevado, mas talvez aconteça uma pequena queda por conta do período festivo, vamos ver.

Quanto à seleção... Bom, vamos dizer que, logo no começo de novembro, eu tenha me tocado que tinha (e ainda tenho) muitos lançamentos na fila esperando para serem ouvidos. Então, meu mês ficou mais ou menos dentro do esperado, com Rock, Metal e um ou outro ponto fora da curva, só que recheado de novidades, o que certamente vai agradar os aficionados que estão sempre procurando por novos sons. E você pode conferir todos eles logo abaixo, em meus DESTAQUES DO MÊS.

ARTISTAS DO MÊS:


- The Beatles (Rock): não que seja exatamente uma surpresa uma das minhas bandas favoritas aparecer como principal destaque, mas acho que isso se deve aos álbuns que eles lançaram há décadas bem nessa época do ano e, claro, a série documental The Beatles: Get Back, que me deixou com muita vontade de ouvir o álbum que saiu daquelas gravações, Let It Be, que ganhou uma edição comemorativa de luxo ainda nesse ano e que eu aproveitei a ocasião para ouvir (e confirmar detalhes mostrados nos três episódios, além de conferir a mixagem feita pelo hoje lendário Glyns Johns para os registros daquelas sessões).

Destaco também:

- David Bowie (Rock)

ÁLBUNS DO MÊS:


- Mastodon - Hushed and Grim (Metal, Metal Progressivo, Metal Psicodélico; 2021): não é de hoje que o Mastodon é, no mínimo, top 5 melhores bandas de Metal da era moderna (as outras eu diria que são Slipknot, Machine Head, Trivium e Gojira), e o álbum que lançaram nesse 2021 deixa bem claro o porquê. Depois de de mostrar um leve desgaste em Emperor of Sand, de 2017, o quarteto realizou uma necessária correção de curso (que já havia sido mostrada nas poucas músicas que divulgaram desde então) e voltou com forças renovadas para Hushed and Grim, um álbum longo, duplo, com abordagens diversificadas, mas com faixas que trazem a banda concisa, entrosada e mais certeira que nunca. Pra mim, é o melhor que ouvi nesse ano.

Destaco também:

- The War On Drugs - I Don't Live Here Anymore (Rock Psicodélico, Rock Progressivo, Indie Rock; 2021) -- sempre que lança trabalho novo, The War On Drugs imediatamente fica entre os melhores do ano, e dessa vez não é diferente

- Duran Duran - Future Past (Pop Rock, Pop; 2021)

- Lindsey Buckingham - Lindsey Buckingham (Rock, Folk Rock; 2021)

- Tremonti - Marching In Time (Hard Rock; 2021)

- Alien Weaponry - Tangaroa (Metal, Groove Metal; 2021) -- demonstrou evolução em relação ao anterior e manteve tudo o que foi bom ali, e acredito que dê para crescer mais

- Carcass - Torn Arteries (Death Metal, Thrash Metal; 2021) -- o segundo álbum de uma das maiores bandas de Liverpool desde seu retorno às atividades mantém a consistência em relação a seu antecessor, lançado há 8 anos, e entrega pedrada atrás de pedrada

- Rage - Ressurection Day (Thrash Metal; 2021)

- Limp Bizkit - Still Sucks (Nu Metal; 2021)

- Alcatrazz - V (Metal, Hard Rock; 2021)

- Poppy - Flux (Rock, Hard Rock, Metal, Experimental; 2021)

- Tom Morello - The Atlas Underground Fire (Rock, Hard Rock, Experimental; 2021)

- Teresa James & The Rhythm Tramps - Red-Colored Glasses (Blues; 2021) -- espetacular e recomendadíssimo para qualquer um

- Auri - II: Those We Don't Speak Of (Folk, Folk Progressivo, Folk Rock; 2021)

- Manic Street Preacher - The Ultra Vivid Lament (Rock, Indie Rock, Britpop; 2021)

- Pond - 9 (Indie Rock, Rock Psicodélico, Rock Progressivo, Pop Rock; 2021)

- Gov't Mule - Heavy Load Blues (Blues Rock; 2021)

- Hardline - Heart, Mind and Soul (Hard Rock; 2021)

- Converge & Chelsea Wolfe - Bloodmoon: I (Metalcore, Metal; 2021) -- uma grata surpresa que conheci graças a uma lista de lançamentos de novembro

- Exodus - Persona Non Grata (Thrash Metal; 2021) -- outro que é porrada atrás de porrada, agora contando com um Gary Holt 100% comprometido

- Elise LeGrow - Grateful (Soul, Blues, Jazz; 2021)

- Soulfly - Ritual (Thrash Metal, Groove Metal, Experimental; 2018) -- o mais recente do grupo capitaneado por Max Cavalera e provavelmente o melhor deles que cheguei a ouvir

- Savatage - Streets - A Rock Opera (Metal, Metal Progressivo; 1991) -- um espetáculo com a banda em sua melhor fase

- Judas Priest - Killing Machine (Metal, Hard Rock; 1978) -- um clássico, apenas

FAIXAS DOS MÊS:


- Smith/Kotzen - Better Days (Hard Rock; 2021): depois de lançar um dos meus favoritos de 2021, a dupla retorna com o EP Better Days (nesse momento já lançado), tendo soltado o single homônimo como forma de divulgação, uma música incrível como tudo o que eles tocaram até o momento.

Destaco também:

- Shihoko Hirata - Never More (J-Pop; 2011)

- Public Enemy feat. Anthrax - Bring The Noise (Rap Metal; 1991)

Confira, por fim, a playlist feita durante novembro de 2021:


quarta-feira, 10 de novembro de 2021

BALANÇO MUSICAL - Outubro de 2021

(Arte pertencente à Atlus Co. Ltd., todos os direitos reservados)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês (exceto quando ela coincide com o primeiro dia do mês -- ou quando não me dá tanta vontade assim).

O que foi outubro? Provavelmente o mês mais completo de 2021, pelo menos no emocional. Tive notícias muito boas, também tive notícias ruins, voltei ao trabalho presencial no meio do mês, revi pessoas queridas que não via há mais de um ano, tive meus primeiros contatos com outras, conheci pessoalmente amigos que se tornaram muito importantes em pouco tempo, fiz coisas que não imaginava nesse tão curto período de "ressocialização"... Em resumo, posso dizer que vivi como não o fazia desde março de 2020, ainda que longe daquela normalidade. E ainda encontrei tempo para assistir o Duna de Denis Villeneuve (e ainda vi a adaptação antiga, de quebra), terminar de ver Star Wars: Visions e (finalmente) a quarta temporada de Rick and Morty, começar a rever Cowboy Bebop (vulgo "a melhor coisa já feita na história da humanidade") e, nos minutos finais da prorrogação, terminar Persona 4 Golden, que agora ocupa um lugar muito especial em meu coração ao lado de Persona 5.

E no meio disso tudo, muita música envolvida, como não poderia deixar de ser. Sempre digo que a música costuma me acompanhar em momentos importantes da minha vida, e dessa vez não foi diferente: de acordo com meu last.fm, foram 3.292 reproduções durante outubro (média de 106/dia), incluindo 554 artistas, 914 artistas e 2.953 faixas diferentes. Números bem semelhantes aos de setembro, talvez pelo combo Persona 4 Golden + retorno do trabalho presencial, mas que se mantiveram bem elevados. Imagino que novembro deva seguir a mesma tendência, ou até dê uma pequena queda por conta dos feriados, mas prefiro não especular mais do que isso.

Se o último mês teve tantas características especiais em minha seleção musical, dessa vez voltei para minha abordagem mais tradicional, sempre com foco em Rock, Metal, Pop oitentista e algumas surpresinhas que incluo ao longo do caminho. Também tentei encaixar artistas brasileiros ao longo do mês, como já venho fazendo recentemente, e melhorar as transições entre as semanas e estilos para manter a experiência a mais fluída possível. E tudo isso pode ser conferido logo a seguir em meus DESTAQUES DO MÊS.

ARTISTAS DO MÊS:


- Iron Maiden (Metal): bom, depois do lançamento de Senjutsu no mês anterior, junto com os vários outros álbuns do grupo que fizeram aniversário recentemente, faz sentido o grupo figurar aqui mais uma vez. Inclusive, sigo escutando o novo trabalho dos caras com uma certa frequência e, a cada audição, parece que vai crescendo mais em mim. De qualquer forma, nunca é ruim ouvir Maiden.

Destaco também:

- John Lennon (Rock, Art Rock)

- Chris Cornell (Rock, Hard Rock)

- Metallica (Thrash Metal, Hard Rock)

- Soulfly (Thrash Metal, Metal Experimental)

- Gary Moore (Blues, Blues Rock, Hard Rock)

ÁLBUNS DO MÊS:


- Dream Theater - A View From The Top Of The World (Metal Progressivo; 2021): após realizar um bem vindo retorno às origens com composições mais diretas em Distance Over Time, de 2019, o Dream Theater retorna aqui fazendo o que sabe de melhor: músicas longas e complexas. O novo trabalho do grupo nem é dos mais longos, com 1h10min de duração e 7 músicas, mas traz de volta aquela densidade musical que fez sua fama principalmente em anos mais recentes, culminando na faixa-título, um espetáculo com mais de 20 minutos para ser digerido aos poucos. Parece que a banda encontrou sua melhor forma pós-chegada do baterista Mike Mangini, e tudo indica que ela veio para ficar.

Destaco também:

- Joanne Shaw Taylor - The Blues Album (Blues, Blues Rock; 2021) -- a guitarrista e vocalista mais uma vez prova por que é uma das melhores de nossa geração

- Yes - The Quest (Rock Progressivo, Folk Rock; 2021) -- diversos momentos que lembram o grupo em suas melhores fases, mas ainda pode melhorar

- Trivium - In the Court of the Dragon (Thrash Metal, Death Metal; 2021) -- terceiro do quarteto em apenas quatro anos, composto durante a pandemia e lançado pouco mais de um ano depois do excelente What the Dead Men Say, é mais uma vez candidato a melhor do ano, consolidando o apresentado nos trabalhos anteriores e ampliando seu leque de influências, e poderia facilmente ser o principal destaque de novembro

- Vintage Trouble - Juke Joint Gems (Rock, Funk Rock, Blues Rock; 2021) -- eis uma banda que não errou até agora, e essa coleção de de raridades e registros não lançados anteriormente é a prova disso. O que era para apenas um lançamento descompromissado vem recheado de qualidade como pouco se vê

- St. Vincent - The Nowhere Inn (Indie Rock, Indie Pop, Experimental; 2021) -- a trilha sonora desse falso documentário estrelado pela própria artista é certamente um dos álbuns já feitos

- Edu Falaschi - Vera Cruz (Metal Melódico, Power Metal; 2021) -- esse trabalho solo do vocalista é uma das gratas surpresas desse ano, lembrando muito seus melhores momentos no Angra e no Almah

- Lucifer - Lucifer IV (Doom Metal, Hard Rock; 2021) -- outro que poderia estar como principal destaque, eis aqui os suecos, em uma situação quase igual a do Trivium, lançando seu melhor e mais inspirado trabalho até agora. Impressionante notar a evolução entre o antecessor e esse disco, em que parecem ter aprimorado tudo o que tinham de melhor e potencializado em seu máximo, fazendo de IV também candidato a melhor de 2021

- Almah - Motion (Metal Melódico, Power Metal; 2011) -- aqui um dos melhores momentos de Falaschi que citei acima

- Andre Matos - Mentalize (Power Metal, Metal Melódico, Metal Sinfônico, Metal Experimental; 2009)

- Kings of Leon - Only By The Night (Indie Rock, Rock Alternativo; 2008)

- Moonspell - Darkness and Hope (Death Metal, Doom Metal; 2001)

- Rush - Test For Echo (Hard Rock, Rock Progressivo; 1996)

- Pearl Jam - Ten (Grunge, Hard Rock; 1991) -- 30 anos recém completos desse clássico imortal

- Paralamas do Sucesso - Grãos (Rock, Pop Rock; 1991) -- também 30 anos do lançamento desse belo disco de um dos maiores nomes do Rock brasileiro

- Viper - Theatre of Fate (Speed Metal, Power Metal, Metal Melódico; 1989)

- Guns N' Roses - Appetite For Destruction (Hard Rock; 1987)

FAIXAS DO MÊS:


- Lyn - Wake Up, Get Up, Get Out There (Jazz, J-Rock; 2016): desde que ouvi essa música, achei que seria uma ideia fantástica ouvi-la no momento em que voltasse ao trabalho presencial. Bom, o momento chegou e foi exatamente o que fiz. Fora, claro, que foi o que me fez ter uma vontade imensa de jogar Persona 5 junto a parte visual da abertura.

Destaco também:

- Shihoko Hirata - Reach Out To The Truth (J-Rock; 2008) -- a canção que é o principal tema de batalha de Persona 4 e também uma das melhores da trilha do jogo, além de ter inspirado o título da minha playlist desse mês

- Stone Sour - St. Marie (Rock, Hard Rock, Metal; 2017)

- Mastodon - Halloween (Metal; 2013) -- duh

- Jack White & Alicia Keys - Another Way To Die (Rock, Blue Rock; 2008) -- a mais subestimada música-tema dos filmes de 007

- System Of A Down - Metro (Hard Rock, Metal; 2000)

- Barão Vermelho - Bete Balanço (Rock, Pop Rock; 1984)

- Peter Gabriel - Shock The Monkey (Pop Rock; 1982)

Confira, por fim, a playlist elaborada por mim durante outubro de 2021:


segunda-feira, 4 de outubro de 2021

BALANÇO MUSICAL - Setembro de 2021

 
(Arte extraída daqui. Personagens pertencentes à Atlus Co. Ltd., todos os direitos reservados)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês (exceto quando ela coincide com o primeiro dia do mês -- ou quando não me dá tanta vontade assim).

Setembro começou muito bem e assim seguiu até mais ou menos sua metade. A partir daí, ficou meio "estranho", pela falta de um termo melhor. Não foi ruim -- pelo contrário, teve bastante coisas boas --, mas eu não me senti lá bem com o ambiente, as pessoas, o mundo que me cerca e, principalmente, comigo mesmo, sei lá o porquê. Deve ser a famosa "bad" que vez ou outra bate para todos nós. Focando no que foi bom, no início do mês tomei a segunda dose da vacina para o SARS-Cov-19 (ou Covid-19, ou coronavírus), acompanhei o retorno da Liga dos Campeões, assisti ao ótimo filme Maligno, assim como segui acompanhando Marvel's What If... e continuo empenhado em minha tarefa de terminar Star Wars: Clone Wars (que fica melhor a cada episódio que vejo), além de ter conferido o primeiro dos nove episódios de Star Wars: Visions, projeto que traz criadores japoneses renomados criando histórias com estética de anime dentro da galáxia muito distante. Fora isso, ainda troquei de óculos, comprei um tênis maravilhoso (que até agora não mostrei para ninguém em lugar nenhum) e segui jogando Persona 4 Golden, que cada vez mais vai conquistando meu coração.

E foi um mês recheado de muita música, como tem sido todos desse 2021 com uma consistência que começa até a me assustar. Para terem ideia, de acordo com meu last.fm, foram 3.262 músicas reproduzidas durante os últimos 30 dias (média de 108/dia), que incluíram 583 artistas, 912 álbuns e 2.935 faixas diferentes. OK, ficou um pouco abaixo de agosto em tudo, mas ainda assim se manteve próximo, dentro de uma margem de erro, especialmente considerando que teve um dia a menos que o antecessor. E vale observar também meu resultado no ano anterior, época em que estava completamente absorvido por Persona 5 e que, por consequência, acabou sendo meu pior período musicalmente.

Tenho que confessar que setembro também foi especial musicalmente, tendo a divulgação de Senjutsu, novo trabalho do Iron Maiden, logo em seu início, além de diversos lançamentos e descobertas muito interessantes que pude conferir ao longo dessas últimas semanas. Também peguei cerca de duas semanas e dediquei exclusivamente a artistas mulheres ou bandas com vocalistas femininas em minha playlist, algo que acabou rendendo um resultado muito, muito bacana e satisfatório para mim. E ainda teve espaço para ouvir vários artistas brasileiros no decorrer dos dias. Tudo isso e muito mais pode ser conferido em meus DESTAQUES DO MÊS logo abaixo.

ARTISTAS DO MÊS:


- Iron Maiden (Metal): acho que não tinha com ser outro. E não é apenas pelo lançamento do novo álbum, mas também pela entrada de algumas raridades absolutas da banda no catálogo dos serviços de streaming (como Beast Over Hammersmith, Best of B'Sides e BBC Archives) e pelo aniversário de diversos trabalhos do hoje sexteto inglês no decorrer do mês. O destaque é merecido, provavelmente o mais merecido que eles tiveram desde que comecei essa coluna mensal.

Destaco também:

- Metallica (Thrash Metal, Metal, Hard Rock)

- David Bowie (Rock)

- André Matos (Metal, Power Metal, Metal Sinfônico)

ÁLBUNS DO MÊS:


- Iron Maiden - Senjutsu (Metal, Metal Progressivo; 2021): não costumo incluir artistas e seus álbuns ou músicas em mais de uma categoria, especialmente em destaque principal, só que, novamente, a escolha não poderia ser outra. Senjutsu foi muito aguardado pelos fãs da Donzela de Ferro desde que surgiram os primeiros rumores de um novo trabalho do grupo. Eis que finalmente chegou, e não decepcionou. Quer dizer, decepcionou aqueles que esperavam a banda sendo aquela de seus tempos áureos, e não a que se apresenta em sua fase atual. Seguindo a linha dos lançamentos anteriores, é um trabalho de músicas longas, muitas vezes complexas, mas que nunca deixa de lado a identidade do sexteto. Confesso que, mesmo já tendo escutado algumas vezes, ainda não absorvi todo o álbum e sigo refletindo sobre alguns pontos, mas a impressão que ficou desde a primeira audição é de ser repleto de qualidade, com grande destaque, principalmente, para o baterista Nicko McBrain nos altos de seus quase 70 anos, além da dupla Bruce Dickinson e Adrian Smith, que não apenas dominam suas funções com maestria, ainda são responsáveis por compor algumas das melhores canções presentes no registro. E Up the Irons, sempre.

Destaco também:

- The Night Flight Orchestra - Aeromantic II (Hard Rock, AOR; 2021) -- também poderia ser destaque e achei ainda melhor que o anterior

- Mammoth WVH - Mammoth WVH (Hard Rock; 2021) -- ótima estreia solo de Wolfgang Van Halen em um trabalho que, entre muitas outras coisas, é uma homenagem ao legado de seu pai

- Mouse Rat - The Awesome Album (Rock, OST; 2021) -- diretamente dos episódios de Parks and Recreation, traz todas as músicas que tocaram no decorrer da série, inclusive com participações de um certo Duke Silver

- Lorde - Solar Power (Pop; 2021) -- Lorde tomou seus antidepressivos e apresentou seu álbum mais solar de sua carreira até o momento. Muito gostoso de ouvir

- Chvrches - Screen Violence (Indie Rock, Pop Rock; 2021) -- o grupo mantém sua agradável sonoridade enquanto incorpora novos elementos e influências aqui, em um ótimo resultado

- Arielle - Analog Girl in a Digital World (Pop Rock; 2021) -- tem músicas bacanas, mas no geral é muito "hipponga"

- Spiritbox - Eternal Blue (Metalcore, Metal Alternativo, Metal Progressivo; 2021) -- depois da ótima estreia, o grupo canadense cravou que veio para ficar nesse trabalho que equilibra com muito êxito peso, guturais, melodias e vocais limpos

- Jinjer - Wallflowers (Metal Progressivo, Metalcore; 2021) -- não sou o maior conhecedor sobre o grupo, mas fiquei impressionado com o que ouvi nesse álbum. Procurarei mais sobre eles em breve

- Delain - Moonbathers (Metal, Metal Sinfônico; 2016)

- The Dead Weather - Dodge And Burn (Blues Rock, Indie Rock; 2015)

- ReVamp - Wild Card (Metal Sinfônico, Metal Progressivo; 2013)

- Epica - The Divine Conspiracy (Metal Sinfônico; 2007)

- Angra - Temple of Shadows (Power Metal, Metal Sinfônico, Metal Alternativo; 2004)

- Rita Lee - Santa Rita de Sampa (Rock; 1997)

- Manic Street Preachers - The Holy Bible (Rock, Rock Alternativo, Britpop; 1994)

- Hardline - Double Eclipse (Hard Rock; 1992)

- Roxette - Tourism (Pop Rock; 1992)

- Warlock - True As Steel (Metal, Hard Rock; 1986)

- Boston - Boston (Rock, AOR; 1976)

FAIXAS DO MÊS:


- Shihoko Hirata - Pursuing My True Self (J-Pop; 2008): o tema original de Persona 4 precisava estar em uma das minhas listas. É um verdadeiro hino e embala uma das melhores aberturas da história dos video-games. E tem uma letra impactante, tão quanto a temática do jogo a que pertence. Não havia momento melhor para incluir a faixa do que esse, em que estive (e ainda estou) tão absorvido por Persona 4 Golden.

Destaco também:

- Dream Theater - Invisible Monster (Metal Progressivo; 2021) -- só para aumentar a expectativa pelo novo trabalho

- Within Temptation - Shed My Skin (Metal Sinfônico; 2021) -- só para aumentar a expectativa pelo novo trabalho [2]

- Living Colour - Cult of Personality (Re-recorded/Remastered) (Hard Rock; 2010) -- no dia 7 por motivos óbvios

- Yumi Kawamura - Burn My Dread (J-Rock, J-Pop; 2006) -- o tema original de Persona 3 no dia da segunda dose da vacina, para queimar todo e qualquer pão temor

- Screaming Trees - Nearly Lost You (Grunge, Rock; 1992)

- Cazuza - Ideologia (Rock; 1988) -- também por motivos óbvios

Confira, por fim, a playlist elaborada por mim durante setembro de 2021:


segunda-feira, 13 de setembro de 2021

BALANÇO MUSICAL - Agosto de 2021

(Arte por Bruno Redondo e Adriano Lucas. Personagens pertencentes à DC Comics, todos os direitos reservados)
 
Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês (exceto quando ela coincide com o primeiro dia do mês -- ou quando não me dá tanta vontade assim).

Agosto. Historicamente, é um mês que eu não gosto, algo que já deixei bem claro em anos anteriores, e tendo a preferir julho por razões muito específicas. No entanto, como deixei claro em meu último post, esse último julho não foi lá muito bom e, quando isso acontece, agosto tende a ser melhor. E de fato foi, dando continuidade aos dias finais do mês anterior. Quer dizer, segui de férias, tomei a primeira dose da vacina, assisti a O Esquadrão Suicida -- que entregou tudo o que se esperava desde o filme de 2016, e com o grande bônus de não contar com Jared Leto --, segui acompanhando as Olimpíadas de Tóquio até o fim... Mesmo quando voltei de minhas férias as coisas seguiram nessa toada, sendo que finalmente criei vergonha na cara e comecei a jogar Persona 4 Golden, e ainda teve o retorno da temporada europeia de futebol. Período mais alto de 2021, de fato.

E se momentos ruins vem acompanhados de grandes cargas musicais, os os momentos mais elevados... Também? Foi o que pude concluir desse último mês, que musicalmente não ficou devendo em nada para seu antecessor direto. Segundo meu last.fm, foram 3.454 reproduções de músicas durante agosto (média de 111/dia), que contaram com 623 artistas, 983 álbuns e 3.167 faixas diferentes. Ficou abaixo de julho por apenas quatro reproduções e superou em todo o resto. E acredito que essa tendência voltará a se repetir nesse setembro, embora tudo possa acontecer daqui até seu final.

Como imaginado, agosto mais uma vez teve tudo aquilo que se espera de mim, isso é, Rock, Metal e um Pop oitentista ou outro. Mas também teve algumas reviravoltas: por exemplo, preferi priorizar bem mais o Rock em detrimento ao Metal, que acabou figurando em bem menos dias. Também teve surpresas, novidades e o maior número de artistas brasileiros em um único mês desde o início desse projeto, cantando na língua pátria ou não. E tudo isso pode ser conferido um meus DESTAQUES DO MÊS logo abaixo.

ARTISTAS DO MÊS:


- The Rolling Stones (Rock): acho que essa é a primeira vez que eles figuram como destaque principal. Ou não. Isso pouco importa, na verdade, o fato é que os Rolling Stones são o maior grupo de Rock ainda na ativa. Ou eram, porque o status do grupo após o falecimento do baterista Charlie Watts no último dia 24 segue indefinido (os remanescentes provavelmente devem continuar). Mas enfim, já vinha escutando eles bastante durante o mês e acabou calhando desse triste acontecimento também ter rolado no percurso, é mais que merecida aparição aqui, como homenagem ou não.

Destaco também:

- Billy Joel (Rock, Pop)

- Steely Dan (Rock, Jazz Fusion)

- Bruce Springsteen (Rock)

ÁLBUNS DO MÊS:


- The Killers - Pressure Machine (Rock, Pop Rock, Indie Rock, Heartland Rock; 2021): creio que todos ficaram surpresos ao saber que The Killers lançaria um novo trabalho um ano após seu anterior, o ótimo Imploding The Mirage, e fiquei me perguntando o que eles teriam a oferecer de novo com tão pouco tempo separando os trabalhos. Mas o que eu ouvi em Pressure Machine mostrou o porquê dessa necessidade, com o grupo, ainda que sem perder sua característica, se distanciado muito de seus lançamentos anteriores, seguindo um caminho que por pouco não atingiu o Southern Rock. A única reclamação que tenho são os momentos tão nítidos da influência de Bruce Springsteen na sonoridade ao ponto de soar quase como um pastiche; de resto, é um álbum conceitual maduro, com a banda explorando outras referências de uma forma acessível no ápice musical de seus membros. Um movimento corajoso, especialmente considerando o antecessor, e que valeu a pena.

Destaco também:

- Olivia Rodrigo - Sour (Pop Punk, Pop Rock, Pop; 2021) -- fiquei muito em dúvida entre colocar esse ou o do Killers em destaque, mas a verdade é que preciso falar dele de forma mais detalhada. Fui ouvir sem expectativa nenhuma, especialmente por estar muito em evidência e pelos trabalhos passados da Olivia (nada contra, mas High School Musical: O Musical - A Série não é pra mim). Só que dei play e... gostei?! Sour já começa com os dois pés na porta e já te captura imediatamente, e o que vem na sequência varia entre momentos mais acelerados e canções mais cadenciadas e introspectivas. As letras não escondem qual o público-alvo, mas a sonoridade plagia acena para Paramore, blink-182, Green Day e afins. Uma grata surpresa que merece ser conferida.

- Dee Snider - Leave a Scar (Metal; 2021) -- há quem não tenha gostado, mas o sucessor de For The Love Of Metal acerta e muito em dar seguimento ao trabalho ali iniciado, expandindo sua abordagem sem tirar o peso que o consagrou. Quero ouvir mais vezes, mas a primeira impressão foi muito boa

- Far From Alaska - Unlikely (Metal, Hard Rock; 2017) -- esse grupo brasileiro é dos melhores no que faz, com uma sonoridade peculiar, gostosa de se ouvir e ao mesmo tempo pesada

- Soulfly - Archangel (Thrash Metal, Death Metal, Groove Metal; 2015) -- o projeto de Max Cavalera aqui há muito já havia deixado de dar continuidade ao ouvido em Roots do Sepultura e buscou, com maestria, novos caminhos (que talvez fossem por si só a continuidade natural daquilo tudo? Jamais saberemos)

- Trivium - In Waves (Thrash Metal, Metalcore; 2011) -- esse neoclássico do Metal recentemente completou 10 anos de seu lançamento. Segue soando como se tivesse saído hoje

- Arcade Fire - The Suburbs (Indie Rock, Art Rock; 2010) -- melhor trabalho do Fogo Arcádio? Não cabe a mim dizer (sinceramente sigo preferindo o Reflektor, mas pode ser mera memória afetiva

- My Chemical Romance - I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love (Emocore, Hardcore, Hard Rock; 2001) -- só com essa estreia já dava pra imaginar que eles seriam grandes, mas não todo o impacto que tiveram na década de 2000

- The Black Crowes - Three Snakes & One Charm (Rock, Hard Rock, Southern Rock; 1996) -- grande trabalho que recentemente completou 25 anos

- Metallica - Metallica (Black Album) (Metal, Thrash Metal, Hard Rock; 1991) -- 30 anos do disco que mudou os rumos da banda e de toda música pesada

- Cazuza - Burguesia (Rock; 1989) -- "A burguesia fede!". É assim que se inicia o último álbum lançado por Cazuza em vida. Se não se identificou, talvez não seja pra você

- David Bowie & Trevor Jones - Labyrinth (From The Original Soundtrack Of The Jim Henson Film) (Rock, Música Orquestrada; 1986) -- esse foi porque fiquei ouvindo vinil e tive que colocar pelo menos uma música na playlist, fora que completou 35 anos de lançamento recentemente

- Ira - Vivendo e Não Aprendendo (Rock, Post-Punk; 1986) -- esse clássico brasileiro também completou 35 anos

- Elvis Costello - My Aim Is True (Rock, Post-Punk; 1977) -- atemporal e contagiante, um dos melhores desse artista pouco conhecido por aqui

- Rita Lee - Entradas e Bandeiras (Rock, Pop Rock; 1976) -- completou 45 anos desde que foi lançado

- Tim Maia - Tim Maia 1973 (Funk, R&B, Pop; 1973) -- um dos maiores da música brasileira (senão O maior)

- Secos & Molhados - Secos & Molhados (Glam Rock, Rock Progressivo, Pop Rock; 1973) -- um verdadeiro clássico nacional

- The Stooges - The Stooges (Rock, Protopunk; 1969) -- o Punk só nasceria com os dois trabalhos posteriores, mas o mostrado aqui já sedimenta as bases para sua consolidação

- Vários Artistas - Tropicália Ou Panis Et Circensis (MPB, Rock Progressivo; 1968) -- revolucionário o suficiente ao ponto de influenciar tudo o que veio depois

FAIXAS DO MÊS:


- Iron Maiden - Stratego (Metal; 2021): à essa altura, Senjutsu, novo álbum da Donzela de Ferro, já foi lançado. No entanto, quando o grupo divulgou o single Stratego, o impacto foi imediato por sua velocidade, peso e curta duração que, aliados a ótima performance de todos os membros do grupo, em especial de Bruce Dickinson, me remeteu de imediato aos tempos áureos do Maiden. Gostei bastante quando saiu, e hoje dá para dizer que é uma das melhores faixas do mais recente trabalho do sexteto.

Destaco também:

- Dream Theater - The Alien (Metal Progressivo; 2021) -- mais uma vez, fiquei em dúvida sobre o destaque, mas Iron Maiden é minha banda de Metal favorita, não tem o que fazer. Ainda assim, vale falar sobre a a primeira faixa divulgada pela banda que estará em seu próximo álbum, A View from the Top of the World, com lançamento previsto para 22 de outubro próximo. Remete aos melhores momentos da banda, sendo avassaladora ao longo de seus mais de 9 minutos de duração, e traz críticas sociais pertinentes, inclusive falando sobre o desmatamento na Amazônia. Pra deixar aquele gostinho de quero mais

- Halestorm - Back From The Dead (Hard Rock; 2021) -- outra que poderia ter colocado como destaque. Acho que o título da música é auto explicativo, ainda mais considerando que o mais recente trabalho do quarteto é de meados de 2018. De qualquer forma, o retorno foi em grande estilo, com muito peso até mesmo para a banda, servindo como preparação para o novo trabalho que deve sair ainda nesse 2021

- Joe Bonamassa - The Heart That Never Waits (Blues Rock; 2021) -- mais uma que poderia ter recebido o destaque. O imparável Joe Bonamassa, assim como The Killers, também lançará outro trabalho ainda nesse ano após um que saiu em 2020, o espetacular Royal Tea. Com previsão para 29 de outubro, Time Clocks iniciou sua promoção com essa belíssima faixa que ressalta tudo o que ele faz de melhor. Será que vem outro álbum do ano por aí?

- Tom Morello feat. Bruce Springsteen & Eddie Vedder - Highway To Hell (Hard Rock; 2021) -- esse cover de AC/DC por esses grandes nomes fará parte do novo disco de covers que Morello deve lançar ainda em outubro desse ano. A interpretação me agradou bastante, incorporando as peculiaridades de todos os envolvidos

- Shihoko Hirata & Lotus Juice - Break Out Of... (J-Rock, J-Pop; 2014) -- a abertura de Persona 4 Arena Ultimax foi a que eu escolhi para o dia em que me vacinei por conta de seu refrão, em especial o trecho "No need to fear, it's time for you to burn that dread!"

- Frank Zappa - Muffin Man (Rock; 1975) -- simplesmente porque é uma música espetacular

Confira, por fim, a playlist elaborada durante agosto de 2021:


segunda-feira, 9 de agosto de 2021

BALANÇO MUSICAL - Julho de 2021

(Arte por @TheButcherBilly)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês (exceto quando ela coincide com o primeiro dia do mês -- ou quando não me dá tanta vontade assim).

Julho era um mês no qual, por razões diversas, eu tinha grandes expectativas. Quer dizer, fim da Eurocopa, início das Olimpíadas, e um momento em minha vida que considerava até bom. Mas a forma como os eventos se sucederam... Passou bem longe do que eu esperava. Tantos reveses, reviravoltas e péssimas surpresas durante essas últimas semanas só se salvaram mesmo o tempo passado com a família e amigos, a sabedoria de John Mulaney em vídeos e em seus shows gravados, e os últimos episódios de Loki, que particularmente gostei de como concluiu sua primeira temporada. Ainda assim, a situação melhorou em seus últimos cinco dias, que iniciaram aquele que já considero o período mais alto de 2021 até agora.

Como já disse inúmeras vezes antes, momentos meus como esses costumam ser acompanhados por muita música, e dessa vez não deu outra. Pelo que pude conferir no meu last.fm, julho teve nada menos que 3.458 reproduções (média de 111/dia), contando com 540 artistas, 874 álbuns e 3.115 faixas diferentes. Acabou se tornando o mês com o maior número absoluto de 2021 até agora, além de meu terceiro maior no geral, atrás apenas de outubro e junho de 2020. E não estranharei se repetir esse resultado (ou ao menos chegar perto) nesse mês de agosto, pois é para onde meu atual ritmo de consumo de música está apontando.

Olhando em retrospecto, acho que julho foi o mês mais "eu" possível se tratando do que escutei. Aparentemente levei a questão do "mês do Rock" mais a sério do que deveria, mas as últimas semanas foram amplamente dominadas pelo gênero, com algumas doses seguras de Metal e uma ou outra ponta mais voltada ao Pop oitentista. Infelizmente acabei ficando devendo nas audições de lançamentos, tendo conferido apenas três álbuns recentes, mas não é como se eu tivesse muita coisa em minha fila atualmente (especialmente após junho), o que é um ótimo sinal. O importante mesmo é que ficou coeso e coerente musicalmente, como é possível conferir em meus DESTAQUES DO MÊS logo a seguir.

ARTISTAS DO MÊS:


- David Bowie (Rock): às vezes eu odeio o quão clichê posso ser. Quer dizer, Bowie já havia figurado como meu principal artista três posts atrás, quando falei sobre abril, e cá está ele novamente. Mas por que não estaria, afinal? Um dos mais importantes e influentes artistas do último século tem que ser apreciado sim. E pelo menos consegui fugir do clichê em uma coisa: a fase que estive ouvindo em julho, seus tão pouco lembrados trabalhos dos anos 1990 que, sinceramente, não ficam devendo em nada para seus clássicos renomados. A discografia do homem é realmente um baú de tesouros.

Destaco também:

- Paradise Lost (Metal, Death Metal) -- graças à trinca Shades Of God (1992), Draconian Times (1995) e One Lost Second (1997), que aniversariaram recentemente e são extremamente recomendados

- Suicidal Tendencies (Metal, Hardcore)

- Led Zeppelin (Rock, Hard Rock, Blues Rock)

- Elton John (Rock, Pop Rock)

- AC/DC (Rock, Hard Rock, Blues Rock)

- Bruce Springsteen (Rock)

- Rush (Rock Progressivo, Hard Rock)

- Titãs (Rock)

- Tom Petty and The Heartbreakers (Rock)

- Soundgarden (Grunge, Hard Rock)

- Dream Theater (Metal Progressivo)

- Emerson, Lake & Palmer (Rock Progressivo)

ÁLBUNS DO MÊS:


- Electric Light Orchestra - Time (Rock Progressivo, Pop Rock; 1980): Jeff Lynne é um gênio. Esse álbum completou 40 anos recentemente, resolvi conferi-lo e, como tudo se tratando de ELO, não me arrependi e ainda fui encantado pela sonoridade. Incrível seu tato para compor músicas tão simples, belas e empolgantes sobre temas complexos, especialmente naquela época. Hipnotizante.

Destaco também:

- Chrissie Hynde - Standing in the Doorway: Chrissie Hynde Sings Bob Dylan (Folk Rock; 2021) -- o título é autoexplicativo, e a qualidade, como esperado, é elevada

- Epica - Omega (Metal Sinfônico; 2021) -- belo lançamento do grupo

- Liquid Tension Experiment - LTE3 (Metal Progressivo; 2021) -- um esquenta para o próximo álbum do Dream Theater, só que um da mais alta qualidade possível

- Muse - Origin of Symmetry (XX Anniversary RemiXX) (Rock; 2021) -- lançado em celebração aos 20 anos desse jovem clássico, traz uma remixagem que melhora muito a qualidade das faixas

- Sepultura - Kairos (Thrash Metal, Groove Metal; 2011) -- 10 anos de lançamento desse trabalho subestimado (como são todos os da banda com Derrick Green nos vocais)

- Soulfly - 3 (Groove Metal, Thrash Metal, Experimental; 2002) -- o que deveria ter se tornado o Sepultura pós-Roots seguiu sendo potencializado em seu máximo por Max Cavalera

Jools Holland And Friends - Small World Big Band (Folk, Blues, Rock; 2001) -- reúne tantos grandes nomes (alguns que partiram logo em seguida ao lançamento desse álbum) tocando clássicos das Big Bands dos anos 1950 e 1960 que me senti obrigado a conferir. E valeu a pena

- Angra - Fireworks (Metal, Metal Sinfônico, Experimental; 1998) -- encerrando minha tour pela fase André Matos, mais um excelente trabalho que seguiu a linha de Holy Land

- Geezer Butler - Black Science (Metal; 1997) -- mais que recomendado o álbum solo do eterno baixista do Black Sabbath

- Tears For Fears - Elemental (Pop Rock; 1993) -- basicamente um trabalho solo de Roland Orzabal, mas também repleto de qualidade

- X Japan - Jealousy (Hard Rock, Metal; 1991) -- pauleira, baladas e uma sonoridade que dá um pau em muita banda estadunidense

- George Harrison - Living In The Material World (Rock, Experimental; 1973) -- um clássico atemporal

FAIXAS DO MÊS:


- Iron Maiden - The Writing On The Wall (Metal; 2021): que o Iron Maiden eventualmente soltaria algum material novo em algum momento muito próximo já era um consenso entre os fãs, e ele veio durante a "semana do Rock" com a divulgação de nova música, clipe e anúncio do novo álbum, Senjutsu. A faixa segue aquela conhecida qualidade da banda pós-retorno de Bruce Dickinson e Adrian Smith, então nem procure ouvir se você não gosta da abordagem dos trabalhos mais recentes. Eu gosto e curti bastante.

Destaco também:

- Santana feat. Rob Thomas - Smooth (Rock; 1999) -- um clássico do final dos anos 1990

- Queensryche - Jet City Woman (Hard Rock; 1990)

- John Mellencamp - Rain On The Scarecrow (Rock; 1985) -- fiquei obcecado nessa música por dias, talvez com razão

- Rita Lee - Esse Tal De Roque Enrow (Rock; 1975) -- abrindo os trabalhos da "semana do Rock" com esse clássico nacional

Confira, por fim, a playlist feita por mim durante julho de 2021:


segunda-feira, 5 de julho de 2021

BALANÇO MUSICAL - Junho de 2021

 (Arte por @pgns07)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês (exceto quando ela coincide com o primeiro dia do mês).

Junho foi um tornado de emoções. Momentos bons, momentos ruins, tive minha cota de todos (sim citei Led Zeppelin f*dase). Foi tão rápido que, olhando em retrospecto, beira o inacreditável a quantidade de coisas que aconteceram, e é quase um milagre que minha vida permaneça basicamente a mesma depois de tudo, principalmente se tratando de trabalho. Acho que, de destaques, tenho que mencionar o fato de finalmente ter terminado Persona 5 Strikers, ter engrenado com Star Wars: Clone Wars após mais de uma década de enrolação (da qual me arrependo muito) e, claro, ter começado a ver meu xodó do momento, a série do Loki pela Disney+, uma das minhas mais gratas surpresas desse ano.

Acho que as ocorrências do mês se refletiram na questão musical. Ouvi MUITA música em junho, que ultrapassou abril e se tornou meu mês com o maior número absoluto de 2021 até agora. Segundo meu last.fm, foram 3.416 reproduções realizadas nos últimos 30 dias (média de 113/mês), que contaram com 639 artistas, 976 álbuns e 3.103 faixas diferentes. E sei lá como vai ser nesse julho, pode se manter muito alto (o que eu acredito que vá), como também pode ter uma queda considerável, vou ter que me manter atento quanto a isso.

Depois de um maio que fugiu um pouco dos padrões, acredito que tenha voltado ao meu normal nesse junho, que foi completamente dominado por Rock, Metal e Pop oitentista. Ainda assim, houve algumas novidades, novos artistas com quem entrei em contato e diversos lançamentos do mês junto ao de seus anteriores. Tudo isso é possível de se conferir nos meus DESTAQUES DO MÊS a seguir.

ARTISTAS DO MÊS:


- Creedence Clearwater Revival (Rock, Southern Rock): o motivo aqui é que coloquei a discografia completa dos caras para tocar em uma noite que fizemos uma mini-Festa Junina aqui em casa entre nós, e achei que não havia trilha sonora melhor para esse pequeno evento do que os reis do Rock caipira. E não havia mesmo, o som deles fez de tudo muito melhor. E ainda ouvi nos dias que se seguiram, então CCR definitivamente merece o destaque.

Destaco também:

- Glenn Hughes (Rock, Hard Rock) -- esse eu tive que pegar um dia só para ouvir todos os álbuns que fizeram aniversário durante junho, mas não me arrependo

- Paul McCartney (Rock)

- Dream Theater (Metal Progressivo)

ÁLBUNS DO MÊS:


- Helloween - Helloween (Heavy Metal, Power Metal; 2021): não tinha como ser outra a minha escolha. Esse trabalho era um dos mais aguardados pelos fãs desde o retorno de Michael Kiske e Kai Hansen à banda, que passou a contar com três vocalistas, três guitarristas (já que Hansen faz as duas funções), além de baixista e baterista. E o resultado sobreviveu às expectativas, sendo um álbum repleto de nuances e exploração de sua superformação. As músicas em que Deris e Kiske dividem os vocais são fluidas e naturais, como ficou claro nas apresentações ao vivo do grupo alemão em anos recentes, e toda a parte instrumental soa muito bem entrosada. O início dessa nova fase do Helloween soa mais que promissor, como se a banda já estivesse junta décadas à fio, e esse potencial todo deve se tornar realidade em futuros lançamentos. Que venha mais!

Destaco também:

- Blackberry Smoke - You Hear Georgia (Southern Rock; 2021) -- o melhor dos caras que ouvi até agora

- St. Vincent - Daddy's Home (Indie Rock; 2021) -- introspectivo, mas repleto de qualidade

- Wolf Alice - Blue Weekend (Indie Rock; 2021) -- não fosse pelo Helloween, esse seria meu destaque principal

- Nancy Wilson - You and Me (Rock, Hard Rock; 2021) -- bom som recheado de convidados especiais

- Garbage - No Gods No Masters (Rock Alternativo; 2021) -- Garbage realmente só no nome do grupo mesmo, outro trabalho excelente

- Crypta - Echoes of the Soul (Death Metal, Thrash Metal; 2021) -- estreia explosiva da nova empreitada das ex-membros do Nervosa, também valeria o destaque principal

- Floatsam & Jetsam - Blood on the Water (Thrash Metal; 2021) -- difícil o grupo superar sua estreia, mas aqui chegaram perto de se igualar (o que diz muito)

- Rise Against - Nowhere Generation (Hardcore, Punk Rock; 2021) -- outro que sobreviveu à expectativa com gosto

- Danny Elfman - Big Mess (Rock Alternativo; 2021) -- embora eu tenha gostado, devo dizer que o título faz jus ao conteúdo (num bom sentido, creio)

- Billy F Gibbons - Hardware (Blues Rock; 2021) -- o segundo disco solo do guitarrista do ZZ Top é um prato cheio para todo fã da sonoridade do grupo

- The Black Keys - Delta Kream (Blue Rock; 2021) -- é um álbum de covers? É, e por sinal é um muito bom, no padrão dos melhores momentos da dupla

- Styx - Crash of the Crown (Rock, Hard Rock; 2021) -- não sou o maior especialista na banda, mas achei no nível de seus trabalhos aclamados que já tive oportunidade de ouvir (novamente, diz muito)

- Nightwish - Dark Passion Play (Metal Gótico, Metal Sinfônico; 2007) -- fui conferir esse depois de o patrão Steve Harris dizer ser seu favorito do grupo. Deu pra entender bem sua preferência

- Shaman - Reason (Metal, Power Metal, Metal Sinfônico; 2005) -- repito o que disse mês passado: verdadeiramente arrependido de não ter conhecido antes de o André Matos falecer

- Damageplan - New Found Power (Thrash Metal, Groove Metal; 2004) -- nunca tinha conferido o trabalho do grupo de Dimebag Darrell e Vinnie Paul pós-Pantera, mas é recomendadíssimo

- Box Car Racer - Box Car Racer (Harcore, Punk Rock; 2002) -- nunca fui muito ligado em Blink-182, mas esse projeto paralelo de alguns dos membros merece uma chance de quem ainda não conhece

- Dio - Magica (Metal; 2000) -- já faz tempo que queria ter incluído esse aqui, um dos melhores trabalhos do baixinho

- Gamma Ray - Land of the Free (Power Metal; 1995) -- nunca soube por onde começar a ouvir esse grupo, aí peguei esse disco aqui e estou embasbacado

- Viper - Soldiers Of Sunrise (Metal, Speed Metal, Power Metal; 1987) -- um clássico do Metal nacional que tem André Matos ao lado de Ives Passarell, atualmente guitarrista do Capital Inicial (!!!)

FAIXAS DO MÊS:


- Tina Turner - We Don't Need Another Hero (Thunderdome) (Pop Rock; 1985): o álbum Private Dancer da Tina Turner fez aniversário recentemente, essa música estava nos bônus da edição comemorativa de 30 anos, é um dos melhores temas para um dos mais famosos filmes da história do cinema, fim.

Destaco também:

- Lyn - Beneath The Mask (J-Pop; 2016) -- uma das minhas favoritas da trilha de Persona 5

- Slash featuring Myles Kennedy And The Conspirators - Anastasia (Hard Rock; 2012) -- um clássico contemporâneo

- Korn - Another Brick In The Wall, Pt. 1, 2, 3 (Metal, New Metal; 2004) -- há quem não goste, mas não é o meu caso. E foi o "tema" que eu escolhi pro último 19 de junho

- Cinderella - Gypsy Road (Hard Rock; 1988) -- gosto de farofada sim, mas essa música é um espetáculo

- Supertramp - Another Man's Woman (Rock; 1975) -- precisa justificar Supertramp?

Confira, por fim, a playlist feita por mim durante junho de 2021: