quarta-feira, 23 de novembro de 2022

BALANÇO MUSICAL - Outubro de 2022

(Persona 5 Royal, arte e personagens pertencentes à Atlus Co. Ltd., todos os direitos reservados)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês (exceto quando ela coincide com o primeiro dia [útil] do mês -- ou quando não me dá tanta vontade assim).

Não costumo falar muito sobre o mês corrente em minhas postagens do Balanço Musical, afinal elas sempre tratam do anterior. Mas o último setembro foi uma exceção, em que acabei falando bem mais sobre outubro do que pretendia. Eu estava muito focado nesse período, tão decisivo na vida de todos nós, brasileiros, e simplesmente não conseguia focar em outra coisa. E felizmente as coisas seguiram o rumo que eu esperava. Mais sofrido do que se pretendia, realmente, mas deu certo. É claro que os problemas do Brasil não se resolvem com isso, longe disso, mas o primeiro passo foi dado, e uma longa sequência de batalhas nos aguarda daqui para frente. De qualquer forma, foi um peso que saiu das costas de milhões de brasileiros, sejam das minhas, da vasta maioria de pessoas que conheço e de muita gente que sofre com problemas muito maiores do que minha limitada realidade sequer me permitiria conceber. 

Fora essa questão, foi um mês que, apesar de alguns pontos baixos, foi bom. O feriado do dia 12 me permitiu finalmente começar a assistir parte das séries que se encontravam em atraso (e ainda estão, porque não consegui terminar nenhuma delas até agora e mais avançada é Andor junto a Mulher-Hulk, ambas em que parei no episódio 5 *rindo de nervoso*), além de me proporcionar um descanso muito bem vindo nesse ano tão desgastante para mim em tantos aspectos. Também iniciei um grupo de terapia quinzenal com duração determinada de 6 sessões quinzenais, que até agora tem me feito bem. E, claro, o grande ponto alto foi o lançamento de Persona 5 Royal para outras plataformas que não o PS4, expandindo os domínios da franquia e permitindo que mais pessoas conheçam o jogo. Nem preciso dizer que foi o suficiente para me fazer embarcar em uma quarta investida nele, a segunda nessa versão, e mais uma vez começando do zero. E é bom estar de volta.

E um mês tão importante e significativo também teria seu reflexo na música. Outubro não deixou em nada a desejar e se tornou aquele em mais ouvi música (pelo menos dos que tenho registro). Segundo meu last.fm, foram 4.268 reproduções durante esses 31 dias (média de 137/dia), que contaram com 699 artistas, 1.160 álbuns e 3.719 faixas diferentes. Superou maio deste ano com alguma folga no número absoluto (respondendo a pergunta que fiz na postagem), e se manteve equiparado nos demais. Não sei de onde saiu todo esse ímpeto que elevou tanto o sarrafo, mas foi definitivamente bem-vindo.

O que eu ouvi no meio disso tudo também foi extraordinário. Não exatamente diferente do Rock, Metal e Pop oitentista que costuma figurar por aqui, mas com algumas boas surpresas e nomes que nem mesmo eu imaginei citar em um post como esse em algum momento (e já é seguro dizer que vem mais por aí). Tudo isso fica bem claro conferindo os DESTAQUES DO MÊS logo abaixo.

ARTISTAS DO MÊS:


- Paul McCartney (Rock): ok, eu cacei em todos os posts desde que passei a apresentar destaques principais (confira a publicação sobre janeiro de 2020 para maiores detalhes), mas não achei uma sequer que tivesse Paul McCartney na posição (teve Wings, que é quase, mas não exatamente). E isso é um absurdo, seja se tratando do artista, que é uma divindade entre os homens, um dos maiores de todos os tempos, e o maior ainda vivo; e seja se tratando de mim, fã incomensurável desse senhor de 80 anos que realizou contribuições incontáveis para a música. Que essa falha esteja corrigida a partir de agora.

Destaco também:

- New Order (Pop Rock, Rock Eletrônico, Rock)

- Rush (Rock, Hard Rock, Rock Progressivo)

- Pearl Jam (Grunge, Hard Rock, Rock, Heartland Rock)

- Rage Against The Machine (Rap Rock, Rap Metal)

- Yes (Rock Progressivo, Rock)

- Europe (Hard Rock, Rock)

- Depeche Mode (Pop Rock, Rock Eletrônico, Rock)

- Smith/Kotzen (Hard Rock)

- Paramore (Pop Punk, Emo, Rock)

ÁLBUNS DO MÊS:


- Red Hot Chili Peppers - Return of the Dream Canteen (Funk Rock, Rock Alternativo; 2022): imagine retomar sua formação clássica com o retorno de seu guitarrista e lançar um ótimo álbum que dá sequência à sonoridade que os consagrou. Imagine, agora, lançar outro álbum pouco mais de 6 meses depois, com uma pegada diferente, mais introspectiva e flertando com o psicodélico e experimentações. Foi o que o Red Hot Chili Peppers fez nesse ano. Pela capa, Return of the Dream Canteen parece ser uma sequência de The Uplift Mofo Party Plan, de 1987, mas sua sonoridade diverge para um lado muito mais maduro do que qualquer coisa que a banda poderia apresentar naquela época, sem deixar de lado sua essência. Consegue ser ainda melhor que Unlimited Love e deve figurar em muitas listas de melhores desse ano.

Destaco também:

- Pixies - Doggerel (Rock Alternativo; 2022) -- achei melhor que o anterior e mais próximo dos trabalhos que consagram a banda de Black Francis no passado, pelo menos à primeira impressão

- The Mars Volta - The Mars Volta (Rock Alternativo, Experimental, Pop Rock, Rock Progressivo; 2022) -- achei burocrático demais, normal demais, simples demais e até curto demais para uma banda que sempre prezou por experimentar e soar o mais estranho possível, o que acabou me decepcionando

- The Dead Daisies - Radiance (Hard Rock; 2022) -- o segundo trabalho do grupo com Glenn Hughes à frente soa ainda mais acertado que o anterior, e dessa vez investindo bastante no peso de sua sonoridade

- Slipknot - The End, So Far (Metal, Nu Metal, Thrash Metal; 2022) -- estranho pensar que a banda chegou em seu ápice musical em We Are Not Your Kind, de 2019, e preferiu retomar uma abordagem semelhante à do criticado All Hope Is Gone, de 2008, para seu novo lançamento. Não é ruim, longe disso, mas soa decepcionante graças à expectativa criada, algo parecido com o Iron Maiden ter lançado No Prayer For The Dying (1990) depois de Seventh Son of a Seventh Son

- Stratovarius - Survive (Power Metal, Speed Metal; 2022) -- não sou o maior conhecedor do grupo, mas gostei muito do resultado que apresentaram aqui

- Reckless Love - Turborider (Hard Rock; 2022) -- já havia tido contato com a banda antes, mas não foi nada que me marcou. Mas achei interessante o caminho que seguiram aqui, mesclando seu Hard Rock a elementos que marcam o som de bandas mais voltadas ao AOR, utilizando teclados que dão toda uma cara bem oitentista ao trabalho e remetem a Journey e similares. Vale a pena conferir

- Arctic Monkeys - The Car (Rock, Art Rock, Indie Rock, Lounge Pop; 2022) -- estou com sentimentos mistos quanto a esse álbum: se por um lado eu não queria outro álbum com a abordagem sonora de Tranquility Base Hotel & Casino (2018) e fui até com um pouco de má vontade conferir o novo registro, por outro é inegável que as faixas de The Car crescem a cada nova audição. Inegável que o quarteto se dedicou aqui e entregou um produto digno de sua proposta, e é direito de Alex Turner mudar de gostos e querer explorar novas sonoridades e influências. Mas o que eu não daria por um trabalho que tivesse um pouco mais de A.M. (2013, e que nem é meu favorito) ou até mesmo de Everything You've Come To Expect (2016, um dos que mais gostei desse ano), mais recente do The Last Shadow Puppets, grupo do vocalista ao lado de Miles Kane...

- Planet Hemp - Jardineiros (Rap Rock, Funk Rock, Hardcore, Rap; 2022) -- pouco foi meu contato com o o grupo na vida, muito por conta de preconceitos quando mais jovem, ou mesmo falta de tempo de ir atrás quando mais velho e politizado. Mas saber do lançamento desse trabalho e conferir o clipe de Distopia me fez querer muito ouvir o álbum completo, e hoje posso afirmar: um dos melhores do ano com facilidade

- John Mayer - Sob Rock (Blues Rock, Pop Rock; 2021) -- acabei deixando passar no ano passado, mas é gostosinho de ouvir e muito bem produzido

- Bring Me The Horizon - There Is A Hell Believe Me I've Seen It There Is A Heaven Let's Keep It A Secret (Metalcore, Screamo; 2010) -- eu ainda estou conhecendo o grupo, mas digo com segurança que eles nunca me decepcionaram até o momento, ótimo disco

- Moonspell - Night Eternal (Metal, Doom Metal, Melodic Death Metal; 2008) -- sempre bom ouvir os portugueses, que deixam muitas bandas de países mais tradicionais da cena do Metal no chinelo

- George Harrison - Extra Texture (Rock, Blues Rock; 1975)

FAIXAS DO MÊS:


- Muse - Will Of The People (Rock, Hard Rock; 2022): eu sei que a letra dessa música é toda trabalhada no sarcasmo, mas achei extremamente cabível para representar um dos dias mais importantes que a jovem democracia brasileira já viveu. E "perdeu, mané, não amola"! 

Destaco também:

- Lyn - Take Over (J-Rock; 2019) -- pra celebrar o lançamento de Persona 5 Royal nas plataformas atuais que não são o PS4

- Shihoko Hirata - Heartbeat, Heartbreak (J-Pop; 2008)

- Faith No More - Evidence (Rock Alternativo, Metal Alternativo, Funk Rock, Funk Metal; 1997)

- The Afghan Whigs - Debonair (Rock Alternativo, Britpop; 1993)

- James - Born of Frustration (Britpop; 1992)

- Siouxsie and the Banshees - Halloween (Rock Alternativo; 1981) -- autoexplicativo

- T-Rex - Children Of The Revolution (Hard Rock, Rock; 1973) -- para o Dia das Crianças

Confira, por fim, a playlist elaborada durante outubro de 2022: