As mulheres da DC em arte feita pelo sempre sensacional Adam Hughes. Da esquerda para a direita: Mulher-Gato, Barbara Gordon, Zatanna, Canário Negro, Poderosa, Mulher-Maravilha, Supergirl, Batwoman, Vixen, Hera-Venenosa e Arlequina.
O filme da Mulher-Maravilha já é um marco na história das adaptações de quadrinhos para o cinema. Um sucesso de crítica e bilheteria que vem quebrando recordes de arrecadação, teve a menor proporção de queda na arrecadação entre a primeira e a segunda semana de exibição desde o primeiro Homem-Aranha, de 2002, e um percentual de 92% de aprovação no agregador Rotten Tomatoes. Mais do que isso, porém, é uma conquista para o público feminino envolvido com o meio: o primeiro longa de super-heroína protagonizado por uma mulher, dirigido por uma mulher, o maior orçamento aprovado para uma diretora e, até o momento, a maior estreia com uma mulher na direção, tendo feito $100 milhões nos EUA e $225 milhões no total em seu primeiro fim de semana.
Todo esse triunfo vem como um tapa na cara de estúdios e produtores que, ao longo dos anos, tenderam por evitar o lançamento de filmes de ação e aventura com protagonistas femininas, se usando do argumento de que "não atrairia público". A situação era ainda pior quando o assunto era super-heróis e adaptações de quadrinhos, já que essa mídia foi, por muito tempo, tida como algo exclusivo do público masculino branco de classe média, jogando para longe qualquer ideia que pudesse ser estrelada por uma mulher. Como dito pelo astro das HQs Mark Millar no Twitter, acharam que seria melhor um guaxinim protagonizar um longa antes de dar o papel principal a alguém do sexo feminino.
Todo esse triunfo vem como um tapa na cara de estúdios e produtores que, ao longo dos anos, tenderam por evitar o lançamento de filmes de ação e aventura com protagonistas femininas, se usando do argumento de que "não atrairia público". A situação era ainda pior quando o assunto era super-heróis e adaptações de quadrinhos, já que essa mídia foi, por muito tempo, tida como algo exclusivo do público masculino branco de classe média, jogando para longe qualquer ideia que pudesse ser estrelada por uma mulher. Como dito pelo astro das HQs Mark Millar no Twitter, acharam que seria melhor um guaxinim protagonizar um longa antes de dar o papel principal a alguém do sexo feminino.
Mas, conhecendo como Hollywood funciona, o sucesso de Mulher-Maravilha também é o indicativo de que, em breve, novos filmes de super-heroínas devem ser confirmados pela Warner, Marvel, Fox e Sony. As personagens também devem ganhar papéis maiores em longas de grupos como Os Vingadores, X-Men e Liga da Justiça, e até mesmo as coadjuvantes como Lois Lane devem receber mais destaque em um futuro próximo. Como um comparativo, basta ver o efeito que Deadpool teve na indústria: após o sucesso que a adaptação do Mercenário Tagarela obteve, a Fox anunciou a sequência da película e até mesmo planos para a X-Force, Logan foi confirmado e lançado com classificação etária para maiores de 18 anos, a Sony divulgou que fará um filme do vilão Venom voltado para esse público, e até mesmo Kevin Feige vem falando de um universo adulto na Marvel Studios. É a regra: se foi elogiado e rendeu boa bilheteria, deve ser repetido até a exaustão.
Essa tendência é vista com bons olhos, claro, afinal dará às mulheres seu justo lugar no protagonismo de longas que não sejam dramas ou comédias românticas. Entretanto, tudo isso seria em vão se os estúdios optassem por uma abordagem apelativa, com heroínas em trajes ínfimos e sexualizados, algo que infelizmente já foi tendência nas HQs e que tristemente ainda persiste nas mentes de alguns deslocados no tempo. Mas, com o movimento feminista crescendo cada vez mais entre as atrizes e envolvidas nas produções hollywoodianas, a chance para que um cenário como este ocorra é pequena e, mesmo que venha a acontecer, haverá grande resistência e críticas incessantes.
Projetos são o que não faltam: antes mesmo do lançamento de Mulher-Maravilha, a Marvel Studios já tinha programado em seu calendário um filme solo da Capitã Marvel ("curiosamente" anunciado dias depois da confirmação da adaptação da Amazona para as telas), estrelado por Brie Larson e com o casal Anna Boden e Ryan Fleck na direção. A DC Entertainment/Warner também já havia feito alguns anúncios antes da estreia da aventura de sua principal heroína, como o longa da Batgirl, a ser dirigido pelo excelente Joss Whedon, e o das Sereias de Gotham, grupo formado pelas vilãs/anti-heroínas Mulher-Gato, Hera-Venenosa e Arlequina, que contará com o retorno de Margot Robbie ao papel, assim como do diretor David Ayer. A Sony, por sua vez, já anunciou uma película própria dedicada à dupla Gata Negra & Sabre de Prata, coadjuvantes do Homem-Aranha, enquanto a Fox não divulgado nada dedicado às personagens sob seu domínio, mas sabemos que seus próximos produtos, X-Men: Fênix Negra e Novos Mutantes, devem se focar em suas protagonistas femininas, além de haver o desejo de que Laura Kinney, a X-23, seja a sucessora do Wolverine no universo cinematográfico dos mutantes.
O que mais pode estar por vir, porém? Rumores recentes dizem que a Supergirl pode vir a fazer sua estreia no Universo Expandido DC em uma eventual sequência de O Homem de Aço, que já está em desenvolvimento desde o final do último ano. Alguns boatos mais antigos consideram quase certa uma aparição das demais Aves de Rapina (Canário Negro e Caçadora) no longa solo da Batgirl. E, quem sabe, talvez agora o tão pedido filme individual da Viúva Negra finalmente ganhe o aval para ser feito, dando o protagonismo que a personagem interpretada por Scarlett Johansson merece no Universo Marvel. Também deve ser questão de tempo até a Sony, nessa sua loucura de fazer derivados do universo do Homem-Aranha, anunciar uma aventura própria para Mulher-Aranha (embora ninguém tenha certeza se os direitos da personagem estão com eles ou com a Marvel).
Outras boas pedidas estariam entre as jovens das duas concorrentes: na Editora das Lendas, personagens como Donna Troy, Estelar ou Cassie Sandsmark, de grupos como os Novos Titãs e a Justiça Jovem, ganhariam espaço e conquistariam a audiência, enquanto outras como a Batwoman, a Salteadora e Cassandra Cain (a segunda Batgirl que hoje atende por Órfã) seriam excelentes pedidas caso a Batfamília venha a aparecer em sua formação completa. Já na Casa das Ideias, heroínas adolescentes como a Ms. Marvel Kamala Khan e integrantes dos Jovens Vingadores, como a Gaviã-Arqueira Kate Bishop, a Miss America Chavez e Cassie Lang (a filha do Homem-Formiga, que inclusive já apareceu no filme do personagem), seriam as escolhas mais acertadas para se comunicar com as garotas da atualidade. Também vale a menção à Mulher-Hulk, que poderia render um filme no mínimo interessante.
Muitas devem ser as mudanças a respeito da postura dos estúdios de cinema quanto às suas super-heroínas nos próximos anos. O pioneirismo de Mulher-Maravilha abriu as portas para um nova era de protagonismo feminino nas telas, que deve ser aproveitada pela indústria ao máximo, e quem mais sai ganhando são os fãs, especialmente as mulheres. Se tudo for feito com o devido respeito, sem exposição ou sexualização sem necessidade, pode sair muita coisa bacana e criativa daí. E que venham os filmes da Batgirl, Capitã Marvel, Sereias de Gotham e todos os demais que forem confirmados!
Algumas das mulheres da Marvel em arte assinada por "R. Martinez". Da esquerda para a direita: Jean Grey, Gata Negra, Mulher-Invisível (Sue Storm-Richards), Mulher-Aranha (Jessica Drew), Mística, Feiticeira Escarlate, Tempestade, Emma Frost, Psylocke, Cristal, Tigresa, Ms. Marvel (Carol Danvers), Mulher-Hulk, Vampira, Kitty Pride, Mulher-Aranha (May Parker de uma Terra Paralela) e Flama/Estrela de Fogo.