quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

E lá vamos nós (novamente)...

OK, OK, vocês provavelmente devem estar pensando "não acredito que você criou essa porcaria de blog há mais de um ano, postou algumas vezes, desistiu e só agora resolveu retomar", ou "pff, de novo isso... Aposto que não dura nem duas semanas!" ou (e essa tem 90% de chance) "que lixo é esse no meu feed de notícias do Facebook? *DESCURTIR*". Tudo bem, é perfeitamente compreensível. A maior parte das pessoas que teve qualquer tipo de contato com este praticamente deserto blog já se esqueceu dele por conta do período ridículo de inatividade do mesmo, e os que ainda se lembram certamente já perceberam que algo deu errado. E realmente, eu passei muito longe do que pretendia e cheguei a expressar naquele texto inaugural publicado em 24 de junho do ano passado, para o recém-criado "Valar Morghulis, Valar Dohaeris - Um Blog sem Estandartes".

Em minha defesa, contudo, eu tive meus motivos, e eles não são poucos. Longe disso, aliás. Aprovações, perdas, confusões... Eu estive no olho de um tornado de emoções que, curiosamente, coincidiu justamente com o início desta tentativa de retorno ao mundo da escrita. Foi (e, de certo modo, ainda está sendo) a época mais complexa, intensa e transtornada de toda a minha vida. Em pouco menos de 6 meses, fui do Céu ao Inferno e passei uma temporada por lá. Se no primeiro momento eu estava em contato com mundo completamente novo para mim e me ocupei em explorá-lo ao máximo que podia, o que veio a seguir simplesmente destruiu praticamente toda aquela experiência, de modo que tudo o que eu mais gostaria de fazer era me distrair com qualquer coisa que não exigisse concentração, complexidade ou esforço mental. Realmente achei que escrever pudesse me ajudar naquele momento, como está bem claro em minha última postagem aqui até então, mas o bloqueio mental e todo o peso da ocasião foram mais fortes. 

E assim o blog, outrora tão promissor, foi deixado de lado. Complicações, falta de compreensão por parte de alguns e contratempos posteriores só agravaram mais uma situação que, por si só, já era bem difícil. Enquanto isso, hora e outra eu pensava no "Valar Morghulis, Valar Dohaeris", hora e outra amigos mais próximos o traziam para o assunto e pediam textos novos. Mas eu não estava nem um pouco afim, totalmente indisposto. E, sendo inteiramente franco, eu pensei seriamente em desistir. Não tinha dado certo, a vida segue em frente. Não cheguei a declarar isso para ninguém, só que ele estava fora dos meus planos.

Por volta de setembro deste ano, porém, as sábias palavras de um homem genial iluminaram minhas ideias. 

Neil Gaiman é um escritor inglês, conhecido mundialmente por obras como Sandman, Coraline, Stardust, Os Filhos de Anansi, Os Livros da Magia, Deuses Americanos e O Oceano no Fim do Caminho, seu mais recente lançamento, além de ter assinado o roteiro de dois episódios da atual série de Doctor Who: "The Doctor's Wife" e "Nightmare in Silver". E, apesar de ainda não ter lido por completo nenhuma de suas criações (algo que eu pretendo mudar o mais breve possível), ele é um dos grandes responsáveis por eu estar aqui hoje escrevendo este texto. Em maio de 2012, o autor realizou um discurso para os formandos da University of the Arts da Filadélfia, o qual acabou se tornando um livro chamado "Make Good Art". Mesmo já conhecendo Gaiman e toda a relevância de sua bibliografia, não fazia ideia da existência de tal evento. Felizmente, achei um link do Youtube no mais puro acaso.


Após assistir ao vídeo, olhei para minha vida sob outra perspectiva. Dentre várias outras coisas, eu percebi que simplesmente não estava criando absolutamente nada. Em tempos passados, me recordo de ser alguém bem mais criativo. Não apenas por escrever no falecido, porém jamais esquecido, Bar Obi-Wan ou por estar acostumado a fazer algumas redações. Antes, eu desenhava, inventava algumas histórias. Até mesmo cheguei a compor uma música, mas nunca a mostrei para ninguém. Tudo isso era esporádico e meu maior foco sempre foi a escrita mesmo, porém estava lá. Recentemente, entretanto, todas essas atividades estavam desaparecidas da minha vida, muito devido a tudo o que citei anteriormente. E eu estava encontrando certas dificuldades para me expressar. Desenvolver frases, respostas, textos, trabalhos, tudo parecia mais complicado para mim e nada fluía como antes. Dessa forma, tudo ficou claro após as singelas palavras do sr. Neil Gaiman: eu precisava voltar a criar.

É aí que o blog entra na jogada. Enquanto eu necessitava liberar a minha criatividade, o "Valar Morghulis, Valar Dohaeris" estava aí, largado as traças, esquecido por Deus. Um projeto falho, mal utilizado e com pouquíssimas postagens. Parecia o lugar certo para exercer a atividade, e eu resolvi, assim, retomá-lo. Mas não imediatamente, como é possível observar. Eu estava um tanto ocupado naquele momento, e de nada adiantaria eu retornar às postagens e de novo não dar continuidade. Não. Achei melhor adiar a ideia por um tempo e executá-la quando fosse melhor e mais certo para mim, e enquanto isso iria ponderando sobre ela e aperfeiçoando-a. E, por motivos que desconheço, sinto que agora seja o melhor momento para tal, aliado ao fato de que talvez toda a reflexão possível já tenha sido feita e eu esteja disposto e decidido a voltar.

Mas, ao acessar o blog novamente e analisá-lo durante o período entre a concepção e a execução de meu plano, percebi algo: eu não estava satisfeito com seus elementos. Sim, eu quem fiz tudo nele, dediquei momentos da minha vida a isso, só que nada parecia certo ou me agradava. A começar pelo nome: "Valar Morghulis, Valar Dohaeris - Um Blog sem Estandartes", que na época pareceu genial, era algo difícil e cansativo de se dizer, ler ou até pensar. "Valar Morghulis, Valar Dohaeris" também não ajudava muito, continuava complicado e extenso. A abreviação "VMVD" era horrível e me lembrava do um dia famoso "VDM - Vida de M*rda". E o background, que se encaixava perfeitamente com o logo (o que me deu um trabalho desgraçado para conseguir ajeitar), também se mostrou um problema, pela predominância da cor preta e o tom pesado que ela dava. Então, abri mão de tudo isso, visando um título mais simples e de fácil assimilação, e um clima que não espantasse os leitores.

E, assim, chegamos ao momento atual. Aqui estou eu, realizando essa postagem reinaugural e explicativa, após uma boa dose de trabalho para acertar todos os detalhes do novo nome, da nova URL (afinal eles estão atrelados, e se um muda...) e do novo aspecto visual, muito mais limpo e receptivo. A inspiração da vez? Bom, quem me conhece sabe que sou um grande fã da franquia de games "Metal Gear", que teve como último lançamento "Metal Gear Solid V: Ground Zeroes". Tirei o "es" do subtítulo, tornando-o assim o termo original, e achei que soava muito bem, então resolvi mantê-lo. O símbolo no fundo, por sua vez, é uma edição do logotipo de "Metal Gear Solid: Peace Walker". E, independente de qualquer coisa, acho que eles se adequaram muito bem às minhas intenções.

Quando eu disse, em meu primeiro texto aqui, que aquele era o início de uma nova jornada, mal sabia eu o que estava por vir. E, apesar de estar longe de ser a mais feliz das caminhadas, certamente tem sido uma de grande valor sentimental, aprendizado e amadurecimento. Talvez vocês vejam isso espelhado em meus próximos posts, talvez não. Aliás, outra novidade: pretendo mudar um pouco o meu padrão de escrita. Sempre me foquei em publicações mais longas, mas agora não vejo mais tanta importância nisso. Então, não estranhem se eu soltar algo que tenha apenas um ou dois parágrafos, pois o farei se achar necessário. A palavra de ordem é "criar". Ah, e o que eu falei nos primórdios sobre não postar notícias continua válido.

Enfim. Este lugar ficou parado por muito tempo e estou animado para voltar a escrever. Dessa vez, porém, não direi nada para gerar expectativas, pois o importante é deixar acontecer naturalmente. A única coisa que eu posso prometer é que darei meu melhor enquanto realizo meus textos, e espero que isso agrade outros. Se não, bom, já valeu por ter feito eu sair da inércia.

Welcome to Ground Zero.