Olá, senhoras e senhores. Já faz um tempinho desde minha última atividade por aqui... Se é que dá para chamar este período de "tempinho". A última publicação é 12 de julho deste ano, 5 meses atrás. E, neste tempo, rolaram duas reviravoltas importantes na minha vida, uma 3 semanas depois da minha última postagem e outra recentemente, 3 semanas atrás. Boa e ruim, respectivamente. A primeira delas foi o que ocupou a maior parte do meu tempo e que acabou me afastando de meu recém nascido blog, que jamais foi esquecido, apenas deixado de lado. A segunda, curiosamente, foi o que me fez cogitar escrever novamente aqui, especialmente agora que tenho meu tempo livre, pelo menos até o fim de janeiro. Será bom para eu me distrair um pouco, extravasar certos sentimos e esvaziar minha mente. E acredito que a melhor maneira de retornar seja falar sobre uma das coisas que mais gosto: música.
Eu detesto, porém, listas. Não de vê-las, pelo contrário: adoro ver listas sobre qualquer coisa, pois, por mais que eu concorde ou não com suas escolhas, geralmente elas apresentam algum item que me era desconhecido ou passou batido, o que me faz procurar por eles e conhecer algo novo, muitas vezes diferente do habitual. O que eu detesto é fazer listas. Pra mim é muito difícil escolher um favorito entre qualquer coisa que seja, pois gosto de apreciar as diferenças que são oferecidas por cada uma e, existindo estas diferenças, torna-se praticamente impossível alguma comparação. Porém, tenho acompanhado as mais diversas listas publicadas por sites e pessoas especialistas no assunto sobre os melhores álbuns lançados em 2013 e, impulsionado por isto, resolvi publicar a minha também.
Antes de tudo, devo dizer o seguinte: não foram escolhas fáceis de serem feitas. 2013 foi um bom ano para a música, com diversos lançamentos, sendo muitos destes de qualidade. Então, escolhi os 10 que mais me agradaram, prenderam e chamaram a atenção desde a primeira audição, ou até mesmo desde o lançamento da primeira música. E, entre estes 10, foi mais difícil ainda escolher em qual posição eles deveriam ficar. Eu já tinha em mente quais seriam os dois primeiros lugares, mas não tinha decidido com certeza qual seria qual. E os demais, putz... Até agora não tenho certeza se estou satisfeito com a ordem, mas creio que seja melhor possível. Como falei anteriormente, comparar sons distintos é algo complicado para mim, mas creio que tenha ficado bom o suficiente e seja isto que eu realmente esperava expressar.
E lembrando: esta é a MINHA lista de melhores discos de 2013, baseada no MEU gosto musical e de acordo com os lançamentos que EU ouvi durante o ano. Você não é obrigado a concordar com ela e, inclusive, qualquer discussão é extremamente bem-vinda. Se achar que cometi alguma injustiça, que faltou algum CD, a área de comentários está sempre disponível para sugestões, que são lidas e averiguadas por mim. O ponto principal disso tudo é contribuir com o conhecimento musical de todos, tanto o meu quanto o dos amigos leitores. Então, acho interessante o compartilhamento de opiniões ser mútuo.
Vamos ao top 10:
#10: EVILE - SKULL
Já começo falando sobre um disco que teve pouca repercussão de uma banda que quase ninguém conhece. Eis a banda que soa mais Metallica desde o próprio Metallica (talvez até mais que eles mesmos hoje em dia). Evile é uma das melhores bandas de Thrash Metal que surgiu nos últimos anos, e que lançou 3 excelentes registros anteriormente. Mas "Skull" os elevou a outro nível, com uma boa variedade de sons e uma agressividade deveras consistente, além de power ballads muito bem trabalhadas. Um álbum que agrada os fãs do gênero do início ao fim, mas que seria ainda melhor se eles soassem um pouco mais autênticos, mesmo sendo ótimos no que fazem.
#9: STONE SOUR - THE HOUSE OF GOLD AND BONES, PART 2
Sempre ouvia falar bem de Stone Sour, mas não conhecia até o fim do ano passado/começo deste, quando peguei a discografia para escutar. Devo dizer que fiquei impressionado com a versatilidade do frontman Corey Taylor, especialmente por ter como referência o Slipknot e toda sua agressividade. Com "The House of Gold and Bones, Part 2", isto só foi consolidado. A continuação da primeira parte, lançada em 2012, é extremamente concisa, diversificada, impressionante e viciante. Me espanto por quase não tê-lo visto em outras listas por aí.
#8: BILLIE JOE ARMSTRONG + NORAH JONES - FOREVERLY
Esta é, com certeza, a parceria mais inusitada que ocorreu neste ano. Quem no mundo imaginou que Billie Joe Armstrong, vocalista e guitarrista do Green Day, e Norah Jones, conhecida por sua carreira solo voltada para o Jazz e o Pop, se uniriam para gravar um disco de Country? E quem imaginou que ele ainda seria bom? Pois é. Eu percebi logo quando ouvi o single "Long Time Gone", e confirmei ao ouvir o registro completo. "Foreverly", que na verdade é uma reinterpretação de "Songs Our Daddy Taught Us" do Everly Brothers (sacou o trocadilho?), tem um cadenciamento perfeito, e prende o ouvinte até o último segundo. As qualidades dos músicos só ficaram ainda mais evidentes, saindo de suas zonas de conforto e entregando um CD tão bom. Norah é com certeza uma das melhores vocalistas existentes no mundo hoje, e Billie Joe mostrou que pode desenvolver muito mais que os simples e empolgantes acordes do Punk Rock. Uma boa pedida especialmente para dias de descanso.
#7: PAUL MCCARTNEY - NEW
Ah, Paul McCartney... O que dizer deste que cada vez mais acredito não ser apenas um homem com talento absurdo, mas uma entidade divina da música? Pensem nisso: ex-membro dos Beatles e dono de uma carreira solo impecável, este senhor de 71 anos é o músico ainda vivo mais importante do mundo, vocês gostando ou não. E, mesmo com esta idade avançada, ele continua surpreendendo todos nós. "NEW" é o perfeito exemplo disto, com Macca soando original e moderno sem deixar de lado o que o consagrou. O álbum contou com a colaboração de 4 produtores importantes da música atual para chegar neste resultado sensacional, que hipnotiza e cativa graças a suas canções, algo só Paul poderia tornar possível. Genial, como sempre.
#6: THE WINERY DOGS - THE WINERY DOGS
Eu vou contra o que vi críticos afirmarem por aí e digo que um projeto com Richie Kotzen, Billy Sheehan e Mike Portnoy poderia dar errado sim. Os três são verdadeiros virtuosos de seus respectivos instrumentos, e, caso focassem muito em demonstrar suas habilidades e esquecessem da boa música, as chances de desastre seriam enormes. Felizmente eles foram pelo caminho oposto, preferindo algo mais "básico" e nos presenteando com um Hard Rock de primeira. É muito difícil escolher apenas um destaque, pois os três instrumentistas cumprem seus papéis de forma estupenda, mas creio que Kotzen seja o merecedor, por ser um guitarrista tão sensacional e dono de uma voz surpreendente, que em certos momentos chega até a lembrar dos tempos áureos de David Coverdale. E que lancem mais álbuns, por favor.
#5: ARCTIC MONKEYS - AM
Com certeza um dos CDs mais polêmicos do ano, daqueles típicos ame ou odeie. Um pouco superestimado, talvez, mas não deixa de ser excelente. "AM", no conjunto, é perfeitamente funcional, com músicas numa certa frequência que criam uma atmosfera fantástica. Individualmente, são igualmente boas e viciantes, o que também é muito importante. A pegada mais voltada para o Blues e a batida que lembra um pouco o R&B pode ter assustado algumas pessoas, mas isso nem de longe tira sua excelência, muito pelo contrário. Ponto para o Arctic Monkeys, que não ousa estagnar numa zona de conforto e está sempre procurando mudanças, sem deixar a conhecida qualidade de lado. Não é o melhor lançamento da banda, mas supera com folga seus últimos dois registros, "Humbug" e "Suck It And See".
#4: GHOST - INFESTISSUMAM
Pecado seria se este disco não se encontrasse nesta lista. Eu conheci o Ghost em meados de 2012, ouvindo pela primeira vez o ótimo "Opus Eponymus", que não recebeu a merecida atenção que deveria em seu lançamento. Realmente gostei do som, de toda a atmosfera criada pela banda e do fato de seus integrantes terem as identidades desconhecidas. Quando soube que um novo álbum seria lançado, fiquei com boas expectativas. Quando escutei "Infestissumam", porém, percebi uma coisa: a banda se elevou a outro patamar. Composições maravilhosas, com muitos ritmos integrados ao Metal, como o Surf Rock, o AOR e algumas pitadas de um som mais Pop. Mesmo com as letras satânicas (algo que eu ignoro e vejo apenas como um elemento para polemizar), é incrivelmente viciante e hipnotizante. Tudo isso somado ao forte marketing que envolve o grupo e o apoio de caras como James Hetfield e Dave Grohl (que produziu o EP "If You Have Ghost" e já tocou com eles diversas vezes como um dos "Nameless Ghouls") torna o Ghost uma das coisas mais legais que aconteceu ao Rock nos últimos anos. Vida longa ao Papa Emeritus!
#3: BLACK SABBATH - 13
Os deuses do Metal voltaram. Ou ao menos 3/4 deles. Tony Iommi, Ozzy Osbourne e Geezer Butler se reuniram com Brad Wilk (que substituiu Bill Ward devido a problemas contratuais e, aparentemente, também físicos) e o produtor Rick Rubin para gravar "13", CD o qual provavelmente será o último do Black Sabbath. Se realmente for, é uma despedida com chave de ouro, que fecha um ciclo de forma perfeita (os segundos finais de "Dear Father" deixam isso bem explícito). A ótima interpretação de Ozzy, riffs e solos memoráveis de Iommi e as linhas de baixo fantásticas e audíveis de Geezer são tudo o que os fãs poderiam pedir, com o baterista convidado também cumprindo seu papel de forma excelente. Destaque também para a mixagem que trouxe um som limpo, mas que ao mesmo tempo soube capturar todo o peso e "sujeira" característicos do grupo. A reunião mais aguardada dos últimos 2 anos realmente não ficou devendo em nada.
#2: DAFT PUNK - RANDOM ACCESS MEMORIES
Daft Punk nunca me decepciona. O fato de deixar o som eletrônico um pouco de lado e o enfoque no que foi gravado nos anos 1970 e 1980 certamente espantou algumas pessoas. Mas, ao mesmo tempo, agradou muitas outras. A dupla francesa acertou em cheio na sonoridade, nas composições, nos instrumentos usados, em tudo. É até complicado descrever "Random Access Memories" por ser tão rico, divertido e bom de se ouvir, com músicas que te envolvem e entretém durante toda sua duração. Para melhorar, ainda conta com participações geniais de Giorgio Moroder, Pharrell Williams, Nile Rodgers e Julian Casablancas (que fez algo parecido em seu mais recente lançamento com os Strokes, o ótimo "Comedown Machine"). Foi muito difícil deixar este excelente álbum em segundo lugar na lista, mas acredito que o próximo realmente mereça a colocação.
#1: DAVID BOWIE - THE NEXT DAY
Depois de 10 anos sem lançar um mísero novo registro, se mantendo recluso em boa parte destes, tendo anunciado aposentadoria e após um ataque cardíaco, eis que fomos agraciados com o anúncio repentino de que David Bowie lançaria um álbum de inéditas, com direito até a divulgação do clipe da melancólica "Where Are We Now?" na mesma data, e o da animada "The Stars (Are Out Tonight)" dias depois. O resultado, como se podia esperar após as prévias, foi simplesmente impecável, desde a curiosa e simples capa até o conteúdo do disco, com 14 (18, no caso da Deluxe Edition) composições impecáveis, que abrangem sonoridades de praticamente todas as fases da extensa carreira do camaleão. É uma mistura de sentimentos fantástica, que possibilitam até certas reflexões. Simplesmente perfeito, e, como dizem, "quem é rei nunca perde a majestade". Que este gênio possa continuar a surpreender a todos nós, por mais que sua saúde não esteja 100%.
#2: DAFT PUNK - RANDOM ACCESS MEMORIES
Daft Punk nunca me decepciona. O fato de deixar o som eletrônico um pouco de lado e o enfoque no que foi gravado nos anos 1970 e 1980 certamente espantou algumas pessoas. Mas, ao mesmo tempo, agradou muitas outras. A dupla francesa acertou em cheio na sonoridade, nas composições, nos instrumentos usados, em tudo. É até complicado descrever "Random Access Memories" por ser tão rico, divertido e bom de se ouvir, com músicas que te envolvem e entretém durante toda sua duração. Para melhorar, ainda conta com participações geniais de Giorgio Moroder, Pharrell Williams, Nile Rodgers e Julian Casablancas (que fez algo parecido em seu mais recente lançamento com os Strokes, o ótimo "Comedown Machine"). Foi muito difícil deixar este excelente álbum em segundo lugar na lista, mas acredito que o próximo realmente mereça a colocação.
#1: DAVID BOWIE - THE NEXT DAY
Depois de 10 anos sem lançar um mísero novo registro, se mantendo recluso em boa parte destes, tendo anunciado aposentadoria e após um ataque cardíaco, eis que fomos agraciados com o anúncio repentino de que David Bowie lançaria um álbum de inéditas, com direito até a divulgação do clipe da melancólica "Where Are We Now?" na mesma data, e o da animada "The Stars (Are Out Tonight)" dias depois. O resultado, como se podia esperar após as prévias, foi simplesmente impecável, desde a curiosa e simples capa até o conteúdo do disco, com 14 (18, no caso da Deluxe Edition) composições impecáveis, que abrangem sonoridades de praticamente todas as fases da extensa carreira do camaleão. É uma mistura de sentimentos fantástica, que possibilitam até certas reflexões. Simplesmente perfeito, e, como dizem, "quem é rei nunca perde a majestade". Que este gênio possa continuar a surpreender a todos nós, por mais que sua saúde não esteja 100%.