domingo, 29 de outubro de 2017

Resenha de UM parágrafo sobre "THOR: RAGNAROK!"


No centenário de Jack Kirby, a Marvel Studios lança uma das produções que mais faz uso de sua identidade visual ímpar. Thor: Ragnarok é uma epopeia espaço-mitológica cheia de personalidade, seja em sua bela e colorida fotografia, em suas cenas de ação estilizadas ou no senso de humor característico do diretor Taika Waititi, que traz a tona o melhor dos atores, especialmente de Chris Hemsworth. Isso não ofusca, porém, os momentos mais dramáticos e épicos que, aliados à trilha sonora de Mark Mothersbaugh (líder do clássico grupo DEVO), transformam o longa naquilo em que ele se propôs desde o início: uma grande aventura repleta de escapismo, sendo provavelmente o filme de super-herói mais divertido do ano.

TRAILER:

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

"Os Novos Mutantes", ou como a Fox está (de novo) revitalizando o gênero de super-heróis


Há pouco mais de 17 anos, um dos mais importantes filmes de super-heróis começava a chegar às salas de cinema de todo mundo: X-Men: O Filme. Lançado na segunda metade de 2000, o longa marcava o início de uma nova era para um gênero que vinha combalido após ser acometido com repetidas tentativas falhas de adaptações, como Superman III (1983), Supergirl (1984), Superman IV: Em Busca da Paz (1987), Batman Eternamente (1995) e Batman & Robin (1997), e isso apenas citando as grandes produções hollywoodianas. A primeira aventura dos mutantes da Marvel sob a batuta da Fox e a direção de Bryan Singer mostrou que era possível trabalhar com personagens dos quadrinhos de uma forma mais madura, sóbria (ainda que isso os tenha custado as cores de seus uniformes) e ainda assim acessível, lidando com temas pertinentes e se afastando do mero escapismo. Apesar de não ter envelhecido tão bem quanto o esperado, é injusto não reconhecer sua influência para o que veio em seguida (Homem-Aranha do Sam Raimi, Batman do Christopher Nolan e todo o Universo Cinematográfico Marvel).

Após a boa recepção com esse primeiro X-Men e sua sequência, X-Men 2, o estúdio falhou em replicar sua fórmula de sucesso com outros heróis, sendo responsável pelas esquecíveis adaptações do Demolidor, Elektra, Quarteto Fantástico e Motoqueiro Fantasma. Mesmo sua franquia de maior sucesso acabou saindo fora de controle, com X-Men 3: O Confronto Final tendo dividido os fãs e o spin-off X-Men Origens: Wolverine sendo considerado abaixo do esperado. Foi só através de X-Men: Primeira Classe que a Fox conseguiu se reencontrar, tendo lançado, na sequência, o bom Wolverine: Imortal e o ótimo X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (embora tenham cometido o tenebroso Quarteto Fantástico de 2015 pouco depois).

Esse período de estabilidade foi essencial para que a produtora pudesse tomar coragem para investir em um projeto da forma que ele deveria ser: Deadpool (muito, claro, graças à insistência de Ryan Reynolds e da reação dos fãs após tomarem conhecimento do curta-teste da produção). Um dos grandes sucessos de crítica e público, o longa em muito se beneficiou de se afastar do filme padrão de super-herói (apesar de ainda manter alguns dos clichês do gênero) e abraçar sua vocação como uma comédia adulta, fazendo bom uso de sua classificação para maiores de 16 anos e apresentando uma boa dose de violência, palavrões e piadas sujas. E essa adaptação, por sua vez, fomentou o caminho para um dos filmes mais aclamados de 2017: Logan, que também foi feito para o público adulto, abraça a violência e o linguajar hostil, mas que é, em sua essência, um grandioso faroeste moderno, novamente fugindo do básico e passando ainda por temas como legado, família e paternidade.

Seguindo sua própria tendência, a Fox prepara para o próximo ano o lançamento de Os Novos Mutantes, derivado dos X-Men focado em estudantes do Instituto Xavier que não tiveram espaço na equipe principal. A aposta, dessa vez, é investir no terror, resgatando alguns elementos menos explorados das primeiras HQs do grupo e se aprofundando neles, deixando, novamente, os ares super-heroicos de lado. Com uma prévia bastante promissora, pode ser a prova cabal da revitalização de um gênero que, para muitos, já começava a dar sinais de desgaste caso dê certo, e aponte a direção a ser seguida em adaptações futuras: a de mesclar outros estilos a suas histórias e aproveitar ao máximo o potencial de seus personagens. Curioso, porém, isso vir dos mesmos que deram o pontapé inicial a toda uma tendência em 2000, e que agora se vem com a oportunidade fazer história mais uma vez.

Você pode conferir o trailer de Os Novos Mutantes abaixo:

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

"A Poesia de BLADE RUNNER 2049" (traduzido do "Birth. Movies. Death.")

"Às vezes, para amar alguém, você precisa se tornar um estranho."

Aviso: esse texto contém diversos spoilers de Blade Runner 2049.

"...você não pode refutar a existência de experiências conscientes provando que elas são apenas aparências disfarçando a realidade oculta porque, se tratando de consciência, a existência da aparência é a realidade." - John Searle, The Construction of Social Reality

"Mas no caso / Da minha fonte branca, o que ela substituiu / Perceptivelmente era algo que, eu achei, / Só poderia ser compreendido por seja lá quem residisse / No estranho mundo onde eu era mero devaneio." - Vladimir Nabokov, Fogo Pálido



"...um nada escuro como sangue começou a girar / Um sistema de células interligadas dentro de / Células interligadas dentro de células interligadas / Dentro de um tronco. E morbidamente distinta / Contrastando com a escuridão, uma alta fonte branca funcionava." Estes trechos do teste de parâmetro pós-traumático de Blade Runner 2049 foram tirados da obra Fogo Pálido, do autor Vladimir Nabokov. No livro, o poeta fictício John Shade vê uma fonte branca e alta durante uma experiência de quase morte - a "presença [da imagem] sempre iria / Consolar [a ele] formidavelmente." Posteriormente, Shade leria, em uma revista, a respeito de uma mulher que quase morreu, visitou "o Lugar Atrás do Véu" e também viu uma "fonte branca e alta" por lá. O protagonista encontra essa mulher para compartilhar sua visão com ela, porém descobre que tudo não passou de um erro de digitação - não era uma "fonte", mas sim uma "montanha" que ela visualizou. Entretanto, nada muda com essa informação: a imagem de uma fonte branca e alta tinha significado não por conta de algum sentido objetivo, não porque era prova empírica de vida após a morte, mas devido à importância que Shade atribuiu a ela. O acadêmico fictício Dr. Charles Kinbote, que faz anotações no poema de John Shade, escreve: "Todo nós somos, de certo modo, poetas."

E Blade Runner 2049, do diretor Denis Villeneuve, é um poema. O longa é um neo-noir sobre o mistério do ser, empatia, conexão, como definimos o que é real, independente de isso importar ou não. E também é a história de amor entre um replicante e uma mulher digital. O roteirista Hampton Fancher explicou que "[K] é um bloco de notas. Ele segue as regras. Ele é uma máquina, de certo modo. Mas a ideia era essa: um bloco de notas que se torna um poema através de suas experiências e suas provações e amor. E o mesmo acontece com a mulher digital." Enquanto aposentava um replicante de modelo antigo, o blade runner K, interpretado por Ryan Gosling, descobre o esqueleto de uma replicante que pariu uma criança: um milagre. Sua superior, a Tenente Joshi (Robin Wright), ordena que ele encontre e mate essa criança. Mas o mistério se complica quando o próprio K começa a achar que pode ser esse milagroso filho de Rachael (Sean Young) e Rick Deckard (Harrison Ford). Ele encontra Deckard vivendo nas ruínas de um cassino, esperando encontrar respostas para suas questões, e conhece seu cachorro, que tem peculiar apreço por uísque. "Ele é real?", pergunta o policial, e o ex-blade runner responde: "Não sei. Pergunte a ele." Uma piada, mas também um paradigma que traz luz a Blade Runner 2049.

Ao contrário da ambiguidade da identidade de Deckard, K sabe que é um replicante. As pessoas que habitam seu mundo são sombras. O DPLA, a corporação de Niander Wallace e a rebelião dos replicantes são três forças desumanizadoras em conflito: burocracia, capitalismo, guerra. A Tenente Joshi acredita em uma barreira entre a humanidade e os replicantes, e a preservação da ordem a qualquer custo. Ela quer a criança milagrosa morta, apagada. A rebelião dos replicantes deseja a criança viva, mas Freysa, interpretada por Hiam Abbass, quer que Deckard seja morto, preservando assim sua identidade. E o "industrialista" Niander Wallace (Jared Leto) quer esse filho para dissecá-lo e descobrir o segredo de Tyrell para a criação de replicantes capazes de reproduzir. Ele inveja a capacidade natural das mulheres de criar. Ele é um Dr. Frankenstein sem visão figurada ou literal. Mais do que um cientista ou um visionário, ele é um capitalista objetificando seres vivos, um colonizador que deseja que os humanos conquistem o espaço com escravos replicantes. Wallace estripa uma replicante recém-criada por ela ser incapaz de gestar. "Um pasto seco. Espaço vazio entre as estrelas", ele explica, reduzindo seu "anjo" a sua função reprodutiva.

O mundo de Blade Runner 2049 é assombrado pelas intenções de Niander Wallace, pela desumanização, pelos fantasmas de mulheres digitais. É um lugar onde um orfanato se encontra no lixão da cidade, com suas crianças reduzidas a escravos. Também é um inferno distópico para as mulheres, mas que prevê um futuro pertencente a elas. A Dra. Ana Stelline (Carla Juri), a criança milagrosa, é uma mulher, uma revelação que subverte as expectativas da história - e de gênero. E o milagre da personagem não está apenas nos detalhes de seu nascimento, mas também em sua empatia. Em seu laboratório, ela vive em uma redoma de vidro, fabricando memórias para replicantes, criando verdadeiro deleite para sua espécie, sendo cada memória um ato de amor, uma forma de arte. É ilegal implantar memórias reais, mas Stelline faz isso mesmo assim, compartilhando suas próprias lembranças felizes com eles. Replicantes vivem vidas tão duras, como a garota explica para K, mas ao menos ela pode dar a eles boas memórias.

A Dra. Stelline talvez seja a única personagem ímpar de Blade Runner 2049. Ninguém brilha como o hipnotizante Roy Batty de Rutger Hauer, e nem deveria. Batty era o herói byroniano do Blade Runner original, tal qual Satanás no poema Paraíso Perdido - e, ao salvar a vida de Rick Deckard, ele se torna uma figura como a de Cristo. Mas K é como o Joseph K de Franz Kafka (no romance O Processo), caminhando pela alienação, desorientação, ansiedade e banalidade de um universo absurdo, burocrático e sufocante. K é um replicante desenvolvido para obedecer, "feliz em limpar merda porque nunca viu um milagre", mas que muda de "algo" para "alguém" quando passa a acreditar que ele é o milagre. K começa a querer ter um nome, uma mãe, e espera que tenha sido concebido ao invés de criado, pois talvez assim ele tenha uma alma. Joshi então diz: "Você vem se dando bem sem uma."

O roteirista Michael Green explica que Blade Runner 2049 trata da "aspiração dos personagens em atingir algo maior". Assim como John Shade, ao descobrir que sua visão de quase morte não era compartilhada, K percebe que a lembrança do cavalinho de madeira não pertence a ele afinal. Isso significa que ele não é o filho de Rachael, que ele não é um milagre e, no fim, não é especial, mas isso não importa. No momento em que o personagem pensa que é algo a mais e deseja ser algo a mais, ele se torna algo a mais. Sua percepção é a realidade. E isso acaba reprogramando-o.

A respeito da companheira digital Joi (Ana de Armas), Green diz: "já que somos definidos pelo que amamos, o que [K] amava precisava de uma história também." Para o mundo, o protagonista é apenas um "pele branca." Para Joi, porém, ele é um poema. Ela chama seu DNA de "o alfabeto de você." Ela diz a ele: "Eu sempre soube que você era especial." Se os replicantes são considerados espécies secundárias, essas mulheres digitais são terciárias, talvez até mais rebaixadas. A profissional do sexo Mariette (Mackenzie Davis) diz a ela: "Eu estive dentro de você. Não há muito mais ali quanto você imagina."

O comentário de Mariette reflete o desdém que o mundo tem por inteligências artificiais como Joi, mas também revela que, tal qual K, ela acreditar ser mais. Alguns podem duvidar de sua senciência, mas ela ama o fato de ter ganho o emanador, o presente que a permite se deslocar para além do apartamento. Ela sente o prazer de ver gotas de chuva em sua pele digital. É possível perceber que ela fica verdadeiramente maravilhada ao olhar para fora da janela do carro de K, observando a cidade e os céus pela primeira vez, uma reação que não é relacionada a seu parceiro. Contratar Mariette para que eles pudessem ter um momento de intimidade foi sua ideia. "Eu quero ser real para você", ela diz. E ele responde: "Você é real para mim." E ela arrisca tudo por ele ao pedir que a delete do painel de controle do apartamento, de modo que ninguém consiga usar sua memórias para encontrá-lo. Ela existirá apenas no emanador, e se algo acontecer a ele, conforme K explica, ela desaparecerá para sempre. "Sim, como uma garota de verdade", responde. A morte de Joi funciona como uma espécie de teste de Rorschach ou até mesmo um Voight-Kampff para a audiência, testando nossa resposta sobre ela ser um ser com sentimentos, se sentiremos empatia, pesar. Assim como no paradigma do cachorro de Deckard, se Joi perceber que ela é, de fato, "uma garota de verdade", que ela possui um "eu", que ama K, que seu sofrimento, seu espanto e seu amor são reais para si, então ela é um ser real com consciência, tal real quanto um replicante, um cão ou um humano.

O amor de K por Joi faz um paralelo com o de Deckard por Rachael. Luv (Sylvia Hoeks), a replicante capanga de Niander Wallace, chama Rachael de "insignificante", mas Deckard discorda. Quando Wallace oferece a ele uma replicante clone de sua amada em troca de seu filho, o ex-blade runner recusa a oferta. Ela não é a mesma coisa. "Eu sei o que é real", ele diz ao industrialista. Ela era especial, marcante, insubstituível porque Deckard a amava. K sente a mesma falta de conexão na cena seguinte: ele encontra uma propaganda gigante de outra Joi. Ela se parece com Joi, chama-o de "um belo Joe", assim como Joi fez, mas não é a mesma coisa para ele também. Nesse momento, talvez K tenha questionado se sua Joi de fato o amou em algum momento. Mas talvez isso não importe, já que o amor que ele sentiu foi real. Essa Joi não era a mesma que a sua Joi. E é nesse momento que K decide ir atrás de Deckard - não para matá-lo, como Freysa havia ordenado, mas para ajudá-lo a conhecer sua filha.

Freysa diz ao protagonista: "Morrer pela causa certa é a coisa mais humana que podemos fazer." Para ela, a "causa certa" é a guerra contra a humanidade. Para K e Joi, porém, a causa certa é o amor. Joi põe sua existência em risco e morre tentando proteger K. Ele, por sua vez, morre por amor, mas não um que ele sinta - é pelo amor de um pai e uma filha, praticamente estranhos para ele. Ele sabe que não é o escolhido, mas ajuda Deckard a conhecer Stelline mesmo assim. Como um suave eco da cena da morte de Roy Batty, ele morre sozinho, mas sem um monólogo ou a atenção dos espectadores. Apenas o prazer de sentir a neve em sua pele uma última vez. No laboratório, neve digital cai dentro da redoma de Stelline, e seu fascínio com essa falsa experiência é tão real quanto o de K. E, apesar de não ser especial da mesma maneira que a filha milagrosa, suas ações altruístas e sua experiência da neve compartilhada com ela tornam esse momento sacrossanto.

Em sua busca por Deckard, K se viu nas ruínas de uma cidade sufocada por uma névoa amarela radioativa. Uma abelha pousa em sua mão. Ele segue em frente e encontra um apiário, e deixa as abelhas cobrirem sua mão. Elas são um reflexo dos replicantes, o conceito de mente coletiva. Mas também representam esperança, conexão, "células interligadas". Uma abelha é um ser tão pequeno, aparentemente insignificante, mas com um enorme propósito: sustentar vida. "Você sonha em estar interligado?", pergunta o teste de parâmetro pós-traumático para K. Essa frase, essencialmente, questiona tanto se ele sonha em ser independente, quanto se ele sonha em sentir-se conectado com outros. No início de Blade Runner 2049, quando o protagonista está literalmente dormindo no volante, e nem considera o replicante de modelo antigo Sapper Moon como de sua própria espécie, ele passa no teste de parâmetro. Até final do longa, K rejeita a ideia de Niander Wallace de replicantes como meros "produtos", rejeita o comprometimento de Freysa com uma guerra entre as espécies, rejeita a noção de Joshi de que há uma "barreira" entre os seres. "Nós estamos apenas procurando pelo que é real", diz a Tenente a ele. E o que é real para K é o amor.

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Este texto é uma tradução integral do original em inglês, escrito por Priscilla Page e publicado no Birth. Movies. Death. Você pode conferi-lo aqui: http://birthmoviesdeath.com/2017/10/14/the-poetry-of-blade-runner-2049

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

"Star Wars: Os Últimos Jedi" e o trailer mais enganador dos últimos tempos (+ teorias!)


A internet parou durante a noite da última segunda-feira, 09/10, quando, após uma longa espera, foi lançado o segundo (e provavelmente último) trailer de Star Wars: Os Últimos Jedi. A prévia foi assistida tantas vezes que se tornou a 5ª mais vista em 24 horas no YouTube, tendo o vídeo sido conferido por mais de 120 milhões de pessoas nesse período de tempo. Toda essa comoção não foi a toa: com belo visual e trilha sonora digna dos mais grandiosos momentos da saga, o clipe apresentou ao público os Porgs, teve momentos épicos como o discurso de Poe Dameron e o confronto entre Finn e Capitã Phasma, e ainda deixou algumas coisas sugeridas sobre o filme, como uma possível morte de Leia por Kylo Ren ou até mesmo uma ida de Rey para o Lado Sombrio, momento que o encerrou de forma dramática.

Seria uma pena, porém, se quase nada disso viesse a ser parte da verdadeira trama do longa, com esse trailer não passando de uma tentativa de enganar o público.

Sim, é verdade. Seguindo a política da Lucasfilm de revelar o mínimo possível sobre a história de seus filmes e o esforço hercúleo do diretor Rian Johnson de tentar manter tudo em segredo, o mais recente vídeo de divulgação do próximo Star Wars contou também com uma edição boa o suficiente para unir diversos cortes diferentes e transformá-los em cenas convincentes, feitas justamente para os fãs surtarem com algumas das possibilidades mostradas por ele. Mas uma análise um pouco mais atenciosa e aprofundada deixa claro que nem tudo é o que parece ser e muito do mostrado não se dará na sequência que pudemos conferir.

Antes de mais nada, veja abaixo o trailer, caso você não tenha sido uma das mais de 120 milhões de pessoas que o conferiu em seu primeiro dia online (o que é muito improvável):



Com o trailer assistido, fica muito mais fácil visualizar o que foi dito anteriormente, e é nas seguintes cenas que fica mais claro o jogo de cortes feito na edição:

- A sequência de abertura do trailer: com diversas imagens de Kylo Ren e falas de Snoke sobre alguém de poder de poder bruto e incontrolável, tudo indica que ele está de fato se referindo a seu aprendiz no Lado Sombrio. Porém, há uma grande possibilidade de ele estar falando com Rey nesse momento, especialmente levando em consideração momentos seguintes da prévia, como o dito por Luke, também sobre um poder bruto, e a tortura da heroína pelo Líder Supremo da Primeira Ordem;

- A fala de Luke Skywalker após a demonstração da Força de Rey: OK, embora eu tenha usado essa cena para justificar o item anterior, há algo de estranho com ela. Enquanto o Jedi fala sobre seu medo da Força bruta, é possível perceber que ele está em um local diferente, que possui no chão um círculo com um símbolo. Isso levanta a hipótese de que ele talvez esteja de fato conversando com a Rey, mas não no exato momento seguinte à exibição dos poderes da garota;

- Kylo Ren x Leia: a cena que deixou muitos temerosos pela morte da Princesa mais querida das Galáxias está longe de ser o que as pessoas imaginaram, e isso porque 1) a nave em que Kylo Ren adentra com seu TIE não é a mesma em que Leia se encontra na imagem seguinte, e 2) é fisicamente impossível atingir a parte do cruzador em que o vilão travou sua mira pelo mesmo lugar que entrou, além de o ângulo também não ser o mesmo mostrado pelo visor de seu caça. É provável que o personagem vá atrás da agora General da Resistência, mas, mesmo com o falecimento de Carrie Fisher no último ano, é difícil acreditar na morte da heroína, ainda mais com Mark Hamill declarando recentemente que sua história só será encerrada no Episódio IX;

- Kylo Ren estende a mão para Rey: a mais perceptível de todas as edições, fica claro ao se observar o momento final do trailer que a cena se passa em dois momentos diferentes. Olhando com atenção o ambiente ao fundo dos personagens, é possível ver que Rey encontra-se em uma caverna (e provavelmente está conversando com Luke), enquanto Kylo Ren está em algum local cercado por chamas ou lava. Permanece a dúvida para quem ele está estendendo sua mão, porém.

A apresentação de novo material também foi suficiente para levantar novas suposições e teorias, algumas não tão evidentes no trailer. Confira elas a seguir:

- Haverá uma ruptura na relação de Kylo Ren e Snoke?: não é de hoje que os fãs especulam que o líder dos Cavaleiros de Ren não vá se tornar o vilão que imaginávamos que ele fosse ser, algo que ficou muito claro em O Despertar da Força com todo o esforço do personagem em manter-se no Lado Sombrio e não sucumbir ao Lado Luminoso da Força, uma grande quebra de paradigmas em toda essa relação. Com as sugestões do trailer de que Snoke irá atrás de Rey, ao ponto de torturá-la para que ela se torne sua aliada, e a não-morte de Leia, não é difícil imaginar que Kylo Ren deixe de ser um discípulo do Líder Supremo em algum momento do longa, talvez até passando a atuar com a Resistência.

- Há um espião dentro da Resistência?: logo nos primeiros momentos do trailer, é possível ver uma cena aérea em que Kylo Ren marcha, seguido de um batalhão de Stormtroopers, em um local que muito se assemelha a uma determinada área da Ilha do planeta Ahch-to, onde Luke Skywalker se encontra. E, conforme visto no Episódio VII, apenas os membros da Resistência tiveram acesso ao mapa contendo o paradeiro do Jedi perdido. Ou seja, alguém passou essa informação para a Primeira Ordem. O que especula-se no momento é que o espião seja ninguém menos que Poe Dameron, e muito por conta de sua posição no último poster divulgado, aparecendo "no lado dos malvados":


Por mais besta que essa suposição pareça ser, ela iria de encontro com essa possibilidade de alguém estar vazando informações da organização de Leia para seus inimigos. Além disso, nunca soubemos exatamente o que aconteceu durante o interrogatório de Dameron por Kylo Ren. E se ele estiver agindo sob influência do personagem? Seria uma alternativa interessante para demonstrar que um dos maiores heróis da Resistência, dono até mesmo de seu próprio título nos quadrinhos, não era um traidor durante todo esse tempo.

- Sério mesmo que teremos mais uma Estrela da Morte?: é, você não leu errado. Esse não é um rumor recente; tudo começou na última Force Friday, realizada no começo de setembro e que apresentou os primeiros brinquedos e colecionáveis relacionados a Os Últimos Jedi. Na caixa do TIE Silencer de Kylo Ren, porém, podemos claramente ver uma Estrela da Morte ao fundo:


Até aí tudo bem, poderia ser um simples erro, um fundo genérico relacionado à saga ou reaproveitamento de material promocional de Rogue One: Uma História Star Wars. Mas há algo de estranho nas cenas de batalha espacial no novo trailer. Reparem nesses prints tirados respectivamente dos tempos 1min39seg e 1min44seg:



Há algo ao fundo dessas imagens (confirmado pela inversão de cores que fiz), com formato esférico e uma textura que se assemelha à da arma de destruição em massa mais poderosa da Galáxia. Talvez eu esteja vendo coisas? Não descarto essa possibilidade. Mas se isso forem resquícios de uma Estrela da Morte removida digitalmente, meu Deus... Chega dessa ideia, por favor. Três vezes já foram mais do que suficiente.

Cada vez mais perguntas cercam a trama de Star Wars: Os Últimos Jedi e, apesar de elas não terem resposta no momento, Luke Skywalker já nos deu uma enorme dica nesse último trailer: "Isso não vai acontecer como você imagina". Enquanto isso, só resta aguardar até o dia 14 de dezembro.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

[RESENHA] "Blade Runner 2049" (2017)


O que é existir? O que nos define como humanos? O que nos diferencia e nos faz especial comparado aos demais seres vivos com quem compartilhamos o mundo? O que é real, se há de fato um real? Essas são algumas das perguntas fundamentais que tentamos desvendar desde os primórdios, através das ciências, artes e religiões. Essa incessante busca por respostas é sempre acompanhada pelo levantamento de novos questionamentos ao longo do tempo, e um dos mais recentes contribuidores, dentre tantos outros, é Philip K. Dick, autor de livros de ficção científica que desenvolveu histórias cercadas do fantástico, do tecnológico e do que parecia além de seu tempo, mas que se mostravam atemporais e mantiveram-se relevantes por suas reflexões acerca da humanidade, suas questões sobre o âmago do ser e as provocações acerca dos caminhos pelos quais rumamos.

Uma de suas principais obras foi adaptada para os cinemas em Blade Runner, de 1982. Com direção de Ridley Scott e roteiro de Hampton Fancher e David Peoples, o longa mostrava a caçada do ex-policial Rick Deckard (Harrison Ford) a quatro replicantes, robôs orgânicos com formas humanas e inteligência e força sobre-humanas que são proibidos na Terra, os quais buscavam estender suas vidas para além dos quatro anos que lhes foram programados. A trama neo-noir, porém, é apenas o fio condutor em um filme contemplativo, cadenciado, que trata sobre a vida, a existência, sobre a perda da humanidade para os avanços da sociedade em que vivemos, amores improváveis, a luta pela sobrevivência, o quão reais são nossas memórias e, é claro, se androides sonham com ovelhas elétricas. Crítico e reflexivo, com visual esplendoroso e uma trilha sonora que beira o indescritível, acabou não fazendo sucesso entre crítica e público à época de seu lançamento, mas foi revisitado ao longo dos anos, recebeu novas versões para se adequar a visão de seu diretor (sendo a definitiva o Final Cut de 2007) e é hoje um dos maiores clássicos cult dos últimos 50 anos, com importância imensurável para a ficção científica, ao ponto de ser um dos grandes responsáveis pela criação do subgênero cyberpunk.

Seguir um filme como esse não é uma tarefa fácil: é necessário ter algo para se mostrar, que seja relevante como continuidade da história, impactante visualmente e que acrescente à discussão do que já foi mostrado anteriormente. Mas após 35 anos, aconteceu. Blade Runner 2049 é uma obra que serve tanto de forma independente quanto como sequência à adaptação de 1982 (muito embora seja bem melhor aproveitado por aqueles que já o conhecem), cumprindo com competência quaisquer dos papeis incumbidos a ele e vivendo à altura do estabelecido pelo original. Desta vez dirigido por Denis Villeneuve, mas com produção de Ridley Scott e o retorno de Hampton Fancher ao roteiro, juntamente de Michael Green, o longa tem êxito por entender sua posição, saber que não dá para superar seu antecessor, e por isso apresentar algo novo, próprio, com a identidade de seu diretor, mas que respeita tudo o que foi feito antes e trata de expandir seus temas, dar uma progressão natural a sua identidade visual e apresentar novas questões e críticas, ainda mais pertinentes para a época em que vivemos.

A história, que, como o próprio título indica, se passa 30 anos após o primeiro Blade Runner, é focada em K (interpretado por Ryan Gosling), um membro da força policial de Los Angeles que descobre um grande segredo ligado a Deckard e vai em sua busca. Tal segredo também é do interesse do industrialista Niander Wallace (Jared Leto), produtor de replicantes (agora permitidos no planeta) que coloca Luv (Silvia Hoeks) nessa procura. Tal como no clássico, porém, a trama é apenas o pano de fundo em um filme despreocupado com sua duração e que segue um ritmo próprio para tratar sobre empatia, a necessidade de se sentir único e especial, uma existência limitada ao que praticamos ou nos mandam fazer, ser mais humano do que os próprios seres humanos, a manipulação de nossas próprias memórias, o desenvolvimento de sentimentos por máquinas e inteligências artificiais, a importância de ser reconhecido pela sociedade e os custos do progresso, bem como seus reflexos para o mundo e sua população. Talvez até mais que no original, a preocupação maior do filme é apresentar e discutir seus questionamentos, dando tempo suficiente, tanto aos personagens quanto aos espectadores, para divagarem e refletirem sobre eles, ao mesmo tempo que conduz a narrativa de forma orgânica.

O tom de 2049 também é definido por sua estética, apresentando grande fidelidade ao longa de 1982 ao mesmo tempo que sabe tirar proveito dos avanços tecnológicos que se deram desde aquela época, ainda expandindo e avançando todo o universo apresentando anteriormente. A cidade está ainda mais suja, poluída visualmente, segregada, opressora, claustrofóbica e sem sinal de luz solar, recheada de construções faraônicas e megalomaníacas. Impressionam também o lixão de San Diego e os restos abandonados da Las Vegas futurista, ainda mais colossal do que Los Angeles. O visual ainda é marcado pelo jogo de luzes e filtros que fazem de cada ambientação única, bem como a construção das cenas, que respeitam os padrões do original enquanto tem um estilo muito próprio, mérito total de Villeneuve e do diretor de fotografia Roger Deakins. E, por fim, é valido o destaque para toda a equipe de efeitos especiais, seja pelo desenvolvimento dos gigantescos e detalhados cenários de forma prática ou por toda a manipulação digital realizada, em especial naquela cena, capaz de embasbacar qualquer um tamanho seu realismo.

O impacto de Blade Runner 2049 não seria o mesmo sem suas atuações, porém. Fica claro que cada um dos atores e atrizes ali presentes deram o máximo de si para conseguir dar vida a seus personagens e transmitir todo o peso de suas existências de modo a refletir nas temáticas da obra. Os destaques óbvios ficam para Jared Leto e Harrison Ford, com o primeiro interpretando seu Niander Wallace de forma aterradora, obsessiva, beirando o desumano e o psicótico; enquanto o segundo retorna a Deckard com todas suas falhas e virtudes, transparecendo mais do que nunca suas fragilidades em mais uma grande performance de sua carreira de renome. Não fica muito atrás, porém, a atuação de Ana de Armas como Joi, repleta de carisma e empatia em um irônico contraste com suas condições de existência. Mesmo coadjuvantes como Robin Wright, Dave Bautista e Mackenzie Davis merecem ser citados por seus desempenhos. E quanto a Ryan Gosling, fica claro que a escolha do ator para o papel principal foi mais que adequada, superando suas limitações e mostrando-se bastante expressivo, inclusive no comovente desfecho, no qual ele é essencial.

Talvez o único ponto que deixou um pouco a desejar seja a parte musical. Não que a trilha sonora composta por Hans Zimmer e Benjamin Wallfisch seja ruim, pelo contrário: funcionando como um catalizador para a tonalidade do filme, ela o conduz de forma densa, grave e até mesmo trágica. Entretanto, mesmo com composições marcantes, a falta de ao menos um tema impactante é sentida, especialmente se pensarmos no Blade Runner clássico e seu Main Titles, Love Theme, Blade Runner Blues, Rachael's Song e End Titles. Ainda assim, tem o mérito de em momento algum copiar o que o grego Vangelis fez anteriormente, respeitando seu trabalho e incorporando alguns de seus elementos, mas mantendo uma identidade própria.

Definir Blade Runner 2049, seja como longa individual ou continuação de um dos principais clássicos da ficção científica, é uma tarefa ingrata. Os esforços aplicados por todos os envolvidos na produção faz dele um resultado singular, com estilo e assinatura, ao mesmo tempo que possui toda uma conexão com o material original. Seu maior mérito, porém, foi expandir os temas e questionamentos do primeiro filme, dando a eles uma interpretação de seu diretor sem perder a relação com o estabelecido antes. Complexo e estonteante, deverá, tal qual as obras que tratam das perguntas fundamentais da vida, ser revisitado muitas vezes antes de sua plena compreensão. Mesmo assim, sua principal mensagem é mais do que clara e relevante para atualidade, sobre algo que muito nos falta e que, se continuarmos assim, nos fará viver em uma sociedade tão sórdida quanto a apresentada.

TRAILER:

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Prepare-se para "Blade Runner 2049" com esses três curtas


Faltam apenas alguns dias para um dos mais aguardados filmes de 2017 chegar aos cinemas de todo o mundo, com a estreia brasileira agendada para 05 de outubro. Tendo sido exibido para a imprensa com antecedência, Blade Runner 2049 já desponta um dos longas mais aclamados do ano, sendo tido como a sequência ideal para o clássico cult de 1982 e uma obra magnífica por si só. Com toda essa repercussão, a produção já está sendo cotada para o próximo Oscar, ao mesmo tempo que deixa milhares de fãs ansiosos para finalmente conferi-la.

Pensando em toda essa expectativa e nos 30 anos que separam a história do primeiro Blade Runner do vindouro lançamento, o diretor Denis Villeneuve convidou alguns outros artistas do ramo para produzirem três curta-metragens que servem como prelúdio para seu filme, estabelecendo uma ligação entre as tramas, respondendo questões até então nebulosas e situando o espectador no meio disso tudo. O primeiro deles, 2036: Nexus Dawn, lançado no último 30 de agosto, mostra Niander Wallace, o personagem de Jared Leto, mostrando a um grupo de pessoas (que aparentemente são políticos) sua mais nova linha de replicantes e toda sua capacidade:



O segundo deles, 2048: Nowhere to Run, foi lançado em 16 de setembro e nos apresenta ao replicante Sapper Morton, interpretado por Dave Bautista e que vive às margens da lei nas sórdidas ruas da Los Angeles do futuro:



Por fim, o terceiro deles, divulgado na última quinta-feira, 28 de setembro, é Black Out 2022, um Anime dirigido pelo criador de Cowboy Bebop e Samurai Champloo, Shinichiro Watanabe. Possivelmente o mais importante dos três, o vídeo faz uma conexão muito próxima com o primeiro Blade Runner ao mesmo tempo que traz uma luz sobre eventos citados nos clipes anteriores, além de apresentar uma ambientação digna do longa original:



Sente-se mais preparado para essa quinta-feira? E se você nunca assistiu Blade Runner, pare tudo o que está fazendo, vá ver um dos melhores filmes já feitos na história e fique pronto para testemunhar sua sequência, a qual tudo indica que também é uma das melhores de todos os tempos.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

BALANÇO MUSICAL - Setembro de 2017


Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre no primeiro dia útil de cada mês, o que pode ou não coincidir com o dia 1º.

Setembro seguiu o embalo de agosto e começou comigo ouvindo muita música, ao ponto que bati meu recorde de faixas executadas em uma semana no meu last.fm logo em seus primeiros 7 dias (344 canções, antes eram 293). Depois disso, porém, diminui meu ritmo e acabei trocando o Spotify pelo reprodutor de Podcasts por um tempo. Ainda assim, nenhum dia passou em branco e o mês terminou com um número mais do que satisfatório de reproduções.

É claro que setembro só poderia ser iniciado com uma música: a clássica September, do Earth, Wind & Fire (e sim, eu precisava fazer isso). Os dias que vieram em seguida tiveram uma predominante influência das trilhas sonoras de Atômica e Bingo: O Rei das Manhãs, além de manter a presença das canções de Em Ritmo de Fuga. De igual importância foram algumas das apresentações do último Rock In Rio, cujos artistas também aqui marcaram presença. Também não dá para deixar de notar a presença de Saturday Night's Alright (For Fighting) do Elton John, uma das principais faixas do recente Kingsman: O Círculo Dourado, fechando o período.

Dos lançamentos do mês, os mais vitais foram Concrete and Gold do Foo Fighters, Wonderful Wonderful do Killers e o autointitulado do Prophets of Rage, álbuns inteiramente diferentes, mas ainda assim muito interessantes. Ainda desse ano, vale novamente o destaque para o Defying Gravity do sempre excelente Mr. Big. O mesmo pode ser dito sobre os mais antigos, mas ainda assim brilhantes, El Camiño do Black Keys e Lust For Life do Iggy Pop. E o que dizer de Simple Minds, Thin Lizzy, Machine Head, Pink Floyd, Iced Earth, Black Sabbath e Iron Maiden? Já são figurinhas carimbadas em minhas playlists e também na minha vida, sempre marcando presença, ainda que de formas inesperadas.

Confira abaixo a playlist de setembro de 2017:

domingo, 1 de outubro de 2017

Resenha de UM parágrafo sobre "KINGSMAN: O CÍRCULO DOURADO"!


Sequência de uma das maiores surpresas de 2014, Kingsman: O Círculo Dourado diverte com suas mirabolantes e frenéticas cenas de ação, junto a uma trilha sonora recheada de grandes hits e um estrelado elenco que entrega performances carismáticas. Apesar de a trama seguir a estrutura básica do original, também traz algumas adições interessantes à mitologia dos agentes, trabalha bem as relações entre os personagens e ainda encontra espaço para fazer algumas críticas pertinentes a temas relevantes e ao presidente de uma certa potência global. E, claro, tem Sir Elton John em uma participação mais que especial e hilariante. Pode não ser melhor que seu antecessor, mas está muito longe de ser a tragédia reportada por aí, novamente tendo sucesso em ser uma grande paródia e homenagem aos filmes de espionagem ao mesmo tempo que sabe não se levar a sério.

TRAILER: