Há algo a não se amar em Guardiões da Galáxia Vol. 2? Talvez uma ou outra piada mais bobinha. Mas nenhum ponto baixo tem a capacidade de desmerecer todas as qualidades que o filme tem a oferecer, seja em seu visual repleto de cores que se destacam, seu roteiro divertido e comovente, a trilha sonora milimetricamente calculada para conduzir a trama, a ação limpa e eletrizante, as homenagens e referências que pipocam sem parar em tela, e os personagens, tanto os já conhecidos, que ganham maior profundidade, quanto os estreantes, que roubam a cena sempre que possível (em especial os antagonistas). James Gunn nos presenteia com uma frenética e tocante aventura repleta do humor que já é marca registrada do grupo, em um longa que vai para as cabeças da lista de melhores já lançados pelo Marvel Studios.
NOTA: este texto deveria ter sido lançado há um mês, mas o desenvolvimento dele acabou saindo do meu controle, ficando muito maior do que eu esperava. Melhor assim, pois também está bem mais completo do que eu imaginava inicialmente.
O último dia 25 de março marcou o primeiro aniversário do lançamento mundial de Batman vs Superman: A Origem da Justiça, que no Brasil saiu um dia antes, 24 de março (ou, se formos considerar as pré-estreias, 23). Cercado de controvérsias a respeito de sua qualidade e a retratação de seus personagens, o longa é até hoje objeto de acaloradas discussões entre os fãs de cinema e quadrinhos, que não conseguem chegar a um consenso se ele é bom ou não.
Esse é, de fato, um filme complicado de se analisar. Mas eu estou aqui para trazer alguma luz sobre o assunto. E, para cumprir essa tarefa, escolhi o formato "O bom, o mau e o feio", que usei há muito tempo, no segundo texto publicado nesse blog, sobre as manifestações de 2013. Inspirado no título original do faroeste Três Homens em Conflito, sua mecânica é simples: vou mostrar tudo que há de melhor, de pior e de pífio relacionado a BvS, como é possível conferir a seguir.
O BOM:
- A Mulher-Maravilha de Gal Gadot: se houve alguma unanimidade a respeito do filme, essa foi a participação da atriz israelense como Diana de Themyscira. Os fãs amaram a Mulher-Maravilha, por menor que tenha sido seu tempo em tela, e não a toa seu longa solo é um dos mais aguardados de 2017.
- O Batman de Ben Affleck: mesmo com toda a controvérsia a respeito de sua escalação para o papel, o ator foi outro ponto muito elogiado, conseguindo passar muito bem a carga dramática necessária para se interpretar Bruce Wayne e seu alter ego Encapuzado.
- A trilha sonora: uma das minhas coisas favoritas de Batman vs Superman são suas músicas, com todo o ar grandiloquente que possuem. Há momentos berrantes, estridentes, graves e icônicos, como já é o tema da Mulher-Maravilha. Tem todos os ingredientes que faz desse um trabalho de gênio, de modo que Hans Zimmer e Junkie XL merecem todos os elogios existentes.
- A fotografia: Zack Snyder sabe capturar cenas de certos ângulos que favorecem os personagens ou os cenários em que estão. Não há como negar isso, especialmente em momentos como o Superman no topo da montanha ou o Batman em cima da antena com o rifle sniper.
- As cenas de ação: outro ponto em que não há como criticar o diretor, é simplesmente impossível não se impressionar (e se empolgar) com a forma que as cenas de ação são bem coreografadas, detalhadas e grandiosas, mesmo as mais contidas, como o confronto entre o Batman e os criminosos no galpão.
- A reação do mundo ao Superman: um dos aspectos mais interessantes do longa é ver as consequências das ações do Superman após os eventos de Homem de Aço, com a população e a mídia questionando o resultado disso tudo e até mesmo sua própria existência, como fica claro na frase dita pelo astrofísico Neil DeGrasse Tyson em sua breve participação, "Must there be a Superman?". Esse questionamento já havia aparecido em uma edição clássica da HQ do azulão, e foi interessante vê-lo ser adaptado para as telas.
- A sequência de sonho do Batman: apesar de eu já ter falado sobre as cenas de ação, tive que separar essa do resto, de tão excelente que essa sequência do Batman Knightmare no deserto é. O único jeito de não se empolgar com isso é estando morto por dentro.
- A união da Trindade nas telas: ver o Superman, o Batman e a Mulher-Maravilha juntos no cinema era o sonho de muitos fãs, e BvS nos proporcionou isso, mesmo que brevemente e a seu modo. Ainda assim, foi incrível ver os três heróis mais icônicos da história dos quadrinhos lutando lado a lado.
- A fidelidade visual: os uniformes do Superman, do Batman e da Mulher-Maravilha parecem ter sido tirados diretamente das páginas das HQs, de tão fieis que estão. Essa semelhança é muito importante na representação de personagens tão clássicos, e levou muitos fãs ao êxtase.
O MAU:
- O Lex Luthor de Jesse Eisenberg: um dos pontos mais criticados de Batman vs Superman é seu principal vilão. Além de sua caracterização ir na contramão da versão mais conhecida do público (um gênio sério, centrado e calculista, e não esse cientista louco e descontrolado que vimos), a atuação de Eisenberg só piorou a representação, sendo extremamente afetada, repleta de maneirismos e tiques, e muitas vezes irritante. O resultado final é o que vimos, um personagem desencontrado e que beira a esquizofrenia. O que nos leva a outro ponto...
- O plano sem sentido de Lex Luthor: sabemos que Luthor queria destruir o Superman e que esse era seu grande objetivo. Mas os meios que ele usou para alcançá-lo... Vamos recapitular: ele colocou o Batman e o Superman um contra o outro, trouxe a kryptonita para o Batman roubá-la propositalmente, fez os heróis brigarem entre si ao mesmo tempo que mantinha a Martha Kent em cativeiro e estava criando o Apocalipse. Esse plano dependia de tantas variáveis que a chance dele dar errado era muito alta. E se o Batman tivesse matado o Superman, fazia o que com o Apocalipse? E se os dois tivessem morrido no confronto? E se o Batman não tivesse roubado a kryptonita? Fora os pontos intermediários, como a explosão do Capitólio em Washington. E se o Superman evitasse que ela acontecesse, algo bem plausível se considerarmos seus poderes? Poucas são as coisas que fazem sentido nisso tudo.
- A caracterização do Superman: Henry Cavill nos entregou uma atuação decente dentro do possível, com o material que tinha em mãos. Mas a forma como o Superman foi retratado no roteiro é sofrível. Cheio de dúvidas, questionando sua moral o tempo todo, sem saber o que fazer, como se comportar, sem um pingo de senso de liderança. Isso pode ser qualquer coisa, menos o Homem de Aço que conhecemos, um personagem de moral inabalável desde os primórdios, que foi ensinado a fazer o que é certo desde o princípio, o epítome da bondade, tão grande quanto a vida e que inspira todos a sua volta. Já falei sobre quem é o Superman anteriormente, e isso só mostra que Zack Snyder não compreende o herói que tem em mãos.
- A caracterização do Batman: apesar dos elogios à atuação de Ben Affleck, seu Batman vai na direção oposta de tudo o que o personagem representa. Se dizendo um criminoso, matando capangas de Luthor de modo inconsequente, marcando bandidos para eles serem mortos na cadeia, estando cego pelo ódio a ponto de não raciocinar e deixando grande parte de suas habilidades de detetive de lado. Nada disso faz justiça ao Morcego como conhecemos, um detetive lógico e incansável vigilante, que às vezes se utiliza de medidas extremas, mas que não mata, algo imutável em seu (distorcido) código moral. Pelo menos Snyder acertou na amargura de Bruce Wayne.
- O mau-aproveitamento de Lois Lane: pela versão que foi aos cinemas, ficou claro para qualquer espectador que a produção não via motivos para Lois Lane estar presente além de cumprir o contrato de Amy Adams. Seu impacto na trama beira o zero, seus motivos são confusos e eu preferia não ter testemunhado as vergonhosas cenas em que ela joga a lança de kryptonita dentro d'água para ter que ir pegar de novo na sequência (e quase morrer afogada). É verdade que a versão estendida deu a ela mais propósito e tempo de tela, mas esses 30 minutos adicionais não apagam o restante do filme.
- O roteiro mal-escrito: todos os problemas citados acima poderiam ser resumidos como falhas de roteiro, mas eles são tão gritantes que precisavam de itens próprios para que meus argumentos pudessem ser devidamente desenvolvidos. Não significa, porém, que isso já encerra esse tópico, pois o roteiro tem ainda mais pontos negativos, como as resoluções rápidas feitas porcamente, o pouco sentido de certas situações, o modo como certos personagens mudam completamente de ideia. Não há como defender esse script, com mais furos que um queijo suíço.
- A preferência por momentos ao invés de cenas: como é melhor explicado no vídeo abaixo, Zack Snyder evita desenvolver cenas e dá preferência à apresentação de momentos, que precisam ser cada vez mais épicos, sempre surpreendendo a audiência. Mas isso simplesmente não cria substância nenhuma para o filme, tornando-o belo em seu visual, mas vazio em sua essência.
- O desperdício da morte do Superman: a chegada de Apocalipse à Terra e seu confronto derradeiro com o Homem de Aço fizeram do falecimento do herói um dos momentos mais importantes da história dos quadrinhos, em uma cobertura que ultrapassou a mídia especializada e chegou a diversos jornais do horário nobre ao redor do globo. Mas o filme resumiu este grandioso evento à resolução de seu terceiro ato, de uma maneira muito simplista que não fez jus à sua contraparte. O que poderia ter sido um longa tão importante quanto a HQ foi na época acabou sendo desperdiçado como um mero momento de BvS. Admiro a coragem de terem matado o Superman logo no segundo filme do Universo Expandido da DC, mas poderia ter sido muito melhor.
- A necessidade de apresentar tantos conceitos e personagens: não é novidade para ninguém que a Marvel está há quase uma década desenvolvendo seu universo compartilhado nos cinemas, já tendo consolidado franquias e personagens que caíram nas graças do público e da crítica. A DC/Warner, por outro lado, iniciou seu projeto em 2013, com o lançamento de Homem de Aço, que apresentou apenas a nova versão do Superman. Eles precisavam correr atrás do prejuízo, especialmente após o sucesso estrondoso que Os Vingadores fez no ano anterior, e viram em Batman vs Superman essa oportunidade, ao ponto de inserir no filme vários elementos a serem trabalhados no futuro e que já pudessem alavancar no lançamento de Liga da Justiça (que sai em novembro de 2017). Mas isso acabou sendo prejudicial ao longa, que não conseguiu conciliar todos os elementos e acabou ficando um tanto disforme, quase sem foco. O típico caso em que se mirou muito e acertou pouco.
O FEIO:
- O CGI do Apocalipse: por mais que eu tenha elogiado os visuais do filme, é inegável que o visual do Apocalipse poderia ter sido melhor melhor trabalhado. Mas infelizmente a versão do adversário definitivo do Superman é uma mistura genérica de Orc com uma das Tartarugas Ninja da nova franquia. Uma pena.
- Ter de lançar uma versão estendida para certas coisas fazerem sentido: muitas pessoas reclamaram que o início do filme não tinha lógica, que faltavam explicações para certos acontecimentos. O lançamento da versão estendida de Batman vs Superman fez essas mesmas pessoas mudarem de ideia, já que os 30 minutos adicionais trabalham melhor esses momentos. Ainda assim, é vergonhoso pagar para ver algo nos cinemas e ainda ter uma experiência incompleta (parece até os games de certas empresas aí). O pior é que essa prática acabou se tornando padrão, com Esquadrão Suicida fazendo o mesmo.
- A montagem: relacionado com o item anterior, é claro para qualquer um o quão infeliz a edição de BvS é, desde o momento que envia aos cinemas um início incompleto, ao ponto de não conseguir estabelecer uma conexão clara entre diversos momentos, e culminando na cena de introdução dos futuros membros da Liga da Justiça logo antes do confronto entre Batman e Superman, do modo mais anticlimático possível. O que nos leva ao próximo ponto...
- A maneira que a Liga da Justiça foi introduzida: Bruce Wayne mandou um email à Diana com uma antiga foto dela junto com os vídeos que ele roubou de Lex Luthor, em pastas que já possuíam o símbolo de cada personagem definido. E assim somos obrigados a assistir uma cena de alguém conferindo sua caixa de entrada. Logo antes da porradaria entre o Superman e o Batman. Quem diabos achou que isso seria uma boa ideia?!
- A localização do servidor central da LexCorp: ainda no primeiro ato, Bruce precisa roubar alguns dados de Lex Luthor, e vê na festa organizada pelo vilão a oportunidade de ter acesso aos arquivos. Só que o servidor central da empresa fica localizado na residência do magnata, ao lado de sua cozinha, sem tranca alguma, sendo de fácil acesso a qualquer pessoa. Uma resolução de roteiro tão fraca que beira o vergonhoso. E imagine o quão mais legal seria se houvessem trabalhado melhor essa ideia, em toda uma sequência de infiltração stealth protagonizada pelo Batman, estando o servidor localizado em um prédio separado, ou até mesmo no subsolo da casa de Luthor, sob máxima vigilância? Mas infelizmente desperdiçaram mais uma oportunidade de desenvolver as habilidades do personagem.
- "Pegue um pote de mijo e chame-o de chá de pêssego da vovó": até hoje eu tento entender a necessidade desse momento. Em qualquer contexto. Sério, qual o problema desses caras?!
- "SALVE MARTHA": as mentes mais brilhantes que passaram pelos quadrinhos nunca haviam estabelecido a ligação sobre os nomes das mães do Batman e do Superman serem os mesmos em quase 80 anos de existência dos personagens. O "visionário" Zack Snyder pensou nisso. E era, de fato, uma ideia muito boa, que poderia ser usada de várias formas e trazer implicações interessantes à trama. Pena que ela foi desperdiçada em uma das resoluções de roteiro mais porcamente escritas da história do cinema, transformando os heróis, que até o segundo anterior se odiavam, em melhores amigos instantaneamente. E o pior é que o subtexto por trás disso tudo é ótimo, mas a execução é simplesmente terrível. Parabéns, Zack Snyder.
- A premissa do filme: fazer o Batman e o Superman se odiarem e brigarem para depois transformá-los em parceiros de combate ao crime como se nada tivesse acontecido é, e sempre foi, uma ideia idiota. O plano era homenagear a clássica HQ Batman: O Cavaleiro das Trevas, mas pegar o conceito ali presente e usá-lo ao contrário é algo que não tinha como dar certo (e de fato não deu). Havia formas muito melhores de unir os maiores da DC, em uma história que traria um suspeitando do outro enquanto trabalhavam lado a lado, mas que desenvolveria as relações entre os dois, sem envolver ódio ou mudanças repentinas de ideia. É uma pena, porém, que ninguém tenha pensado nisso.
A CONCLUSÃO:
O que fica claro, após toda essa análise feita sobre Batman vs Superman: A Origem da Justiça, é que o longa preza pela primazia visual, pela ação como um espetáculo, pelos momentos que deixam a audiência boquiaberta, e pela trilha sonora que potencializa tudo isso ao máximo, sempre em busca de causar o maior impacto possível no espectador. Mas, ao mesmo tempo, ele peca no que é básico: construir uma história original e bem amarrada e desenvolver seus personagens, elementos estes que aproximaram os fãs de seu material fonte, os quadrinhos, desde os primórdios.
Os conceitos de bom e ruim são subjetivos, e BvS tem muitos elementos que pendem para cada um dos lados. Cabe a cada um pesar o que acha mais importante em um filme e decidir se gostou ou não do que lhe foi apresentado. Uma coisa é certa, porém: ele poderia ter sido muito melhor. E, se formos pensar no que a Marvel vem conseguindo fazer apenas usando seus personagens de segundo, terceiro e até quarto escalão, um longa que une os dois maiores ícones da DC (e, no fim, a Trindade) tinha a obrigação de ser uma espécie de O Poderoso Chefão do gênero de herói. Mas passou longe disso.
Os erros cometidos aqui, porém, não são nenhuma novidade no mundo dos quadrinhos. Durante a década de 1990, dava-se muito valor para a qualidade visual dos títulos, e o quão adultos, sérios e realistas eles eram. Poucos, porém, se importavam com a qualidade dos roteiros, desde que eles apresentassem violência, personagens femininas com traços sensuais e cinismo imperando a cada diálogo.
Muitos dos responsáveis por essa onda de HQs "estéticas" se diziam influenciados pelas duas obras seminais lançadas em 1986: Watchmen e Batman: O Cavaleiro das Trevas, que apresentavam muitos desses elementos em uma abordagem mais adulta, que fez os quadrinhos caírem nas graças do público mainstream. Entretanto, nenhuma das histórias se resumia apenas a isso: enquanto Watchmen, entre muitas outras questões filosóficas, tratava-se de uma crítica ao conceito de super-herói e o porquê dele não ser cabível no mundo real, O Cavaleiro das Trevas apresentava um Batman consumido ao completo por sua própria loucura, indo aos extremos do combate ao crime, ao mesmo tempo em que havia toda uma crítica social ao fundo, pautada na época de sua publicação. Infelizmente, esses quadrinistas ficaram apenas na superfície de um muito mais vasto oceano, absorvendo (e espalhando) apenas o básico.
Não impressiona saber, então, que Zack Snyder também se diz influenciado pelas graphic novels. E, claramente, ele também não entendeu nada sobre elas. Em 2009, o diretor comandou a adaptação de Watchmen, tendo se focado na fidelidade visual, adaptando quadro por quadro, mas deixando de lado toda a essência do quadrinho, motivo pelo qual o filme recebe críticas até hoje. E, em BvS, ele tentou forçar de qualquer jeito o maior número de homenagens a Batman: O Cavaleiro das Trevas (desde o uniforme até cenas tiradas diretamente da obra), apropriando-se de conceitos, mas distorcendo-os ao ponto de chegar em um Homem Morcego psicopata que cruza a única linha que sua contraparte na HQ jamais conseguiu, mesmo estando no extremo: matar seus oponentes.
É por isso que tantos reclamaram da tonalidade do filme: porque Zack Snyder nunca entendeu Watchmen e Batman: O Cavaleiro das Trevas, só enxergou o topo do iceberg e acha que a violência, o cinismo, o sombrio e realista são o que torna as histórias melhores, quando isso não cabe em uma trama que tem como objetivo final unir a Liga da Justiça, exemplo máximo de esperança no mundo dos heróis. No fim, Batman vs Superman: A Origem da Justiça não passa de um quadrinho massavéio da década de 1990, só que feito para o cinema.
E, novamente, cabe a cada um julgar se isso é bom ou ruim. Afinal, Spawn, Youngblood e WildC.A.T.s foram grandes sucessos na época de suas estreias.
Após ter dado início a sua 10ª temporada de modo divertido e com bom ritmo, Doctor Who retornou nessa semana em um episódio que manteve a qualidade apresentada anteriormente. Smile foi uma boa aventura que tratou de temas importantes, teve sua dose de horror e soube usar o humor ao seu favor, estando ele muito presente nas interações entre o Doutor e Bill, sua nova parceira.
Falando da dupla, muito do roteiro girou em torno deles, dando continuidade aos eventos da última semana e desenvolvendo Bill, bem como sua relação com o protagonista. E dá um certo gosto em ver que existe química entre Peter Capaldi e Pearl Mackie, ambos cada vez mais mais a vontade em seus papeis. Mas é interessante ver como o Doutor está se portando com sua nova companion, tentando evitar ao máximo que ela se machuque (ou pior), mesmo que ela nunca lhe dê ouvidos e vá direto no coração do perigo.
O episódio explorou, ainda, assuntos como a senciência dos robôs, escravidão e independência, tudo para compreender melhor o que os microrrobôs Vardy estavam fazendo com aquela colônia do que restou da população humana. Curioso ver que, novamente, os antagonistas não foram abordados como vilões no sentido clássico da palavra, mas como criaturas mal compreendidas que não sabem como se portar adequadamente. Talvez isso ainda vá acontecer mais vezes, para contrastar com o retorno de Missy e a aparição do Mestre de John Simm no final da temporada.
Doctor Who segue um rumo interessante no momento, com vários conceitos interessantes e muito humor em cada episódio. O que significa que algo épico e dramático vem pela frente, para encerrar as passagens de Capaldi e Moffat na série em grande estilo. Então, não se deixem enganar e já preparem os lenços. Mas, por hora, vale aproveitar o que vem sendo oferecido, que não é pouco.
Antes de ter lido a edição, vi uma crítica em um site estadunidense na qual o redator disse que provavelmente não faria texto sobre o próximo número de The Wild Storm. Não por não estar gostando do rumo da revista, pelo contrário: ele já não tinha mais palavras para descrever o quão boa ela é, e isso após dois capítulos apenas. E eu concordo com cada palavra que ele disse. Essa HQ é incrível e não precisa que eu diga isso, mas meu amor por ela me mantém escrevendo.
Vamos ao grande destaque: JENNY SPARKS ESTÁ DE VOLTA. Uma de minhas personagens favoritas de todo o Stormwatch e Authority, Warren Ellis repaginou sua cria, dando a ela um novo visual e transformando-a, aparentemente, em descendente de asiáticos. Seus poderes de manipulação eletricidade, porém, foram mantidos, e Ellis os demonstra nas primeiras páginas da melhor maneira possível. Se em suas primeiras aparições ela já era poderosa, hoje, em um mundo tão conectado e dependente de aparelhos eletrônicos, Jenny se mostra mais perigosa do que nunca.
Esta edição também contou com outro importante evento: o primeiro confronto entre a I.O. e os WildC.A.T.s. Cole Cash (com sua máscara!), Kenesha e Void, junto com a Engenheira, protagonizaram cenas de ação que trouxeram o melhor da escrita de Warren Ellis a tona. E se antes eu duvidei de Jon Davis-Hunt, neste número ele me calou, entregando seu melhor trabalho até o momento, com uma arte fluída e dinâmica que só favoreceu as sequências.
Há muita coisa legal acontecendo ao mesmo tempo em The Wild Storm: enquanto o enrendo vai sendo construído, conflitos já se desenrolam, novos personagens são introduzidos, dúvidas são levantadas... O que leva à grande questão: qual será o resultado disso tudo? Enquanto não é possível obter essa resposta, só dá para esperar pelo próximo capítulo deste que é um dos melhores quadrinhos em publicação no momento.
Confira as primeiras páginas da edição:
Veja também as belas capas variantes de The Wild Storm #3:
Adrianna Tereshkova, a Void, na arte de Jim Lee, criador da personagem.
Jenny Sparks usando seu potencial na arte de Jamie McKelvie ("The Wicked + The Divine", "Phonogram").
FINALMENTE! Após mais de um ano de hiato, pontuado apenas pelos especiais de Natal The Husbands of River Song e The Return of Doctor Mysterio, a série britânica Doctor Who retorna para sua 10ª temporada, que marca a despedida do showrunner Steven Moffat, dono do cargo desde 2010. Também é o adeus de Peter Capaldi, ator que interpreta a 12ª encarnação do Doutor, fazendo sua estreia nos minutos finais do episódio especial The Time of the Doctor, em 2013.
Nada disso foi impeditivo, porém, para que o programa retornasse de maneira leve e divertida - ao seu modo. Com a estreia de Pearl Mackie como a companion Bill e o retorno do comediante Matt Lucas como Nardole, que já havia aparecido nos últimos dois especiais, The Pilot soube equilibrar comédia e tensão, ao mesmo tempo que apresentava sua nova personagem e a inseria nesse louco universo de viagens pelo tempo e pelo espaço, vilões nada convencionais, aventuras imprevisíveis e um protagonista que se mostra cada vez mais excêntrico.
É justamente a novata quem mais se destaca no episódio. Bill faz com que a trama gire em torno de sua sexualidade, com a antagonista do episódio sendo uma garota por quem ela se apaixona, mas que se comporta de um jeito muito estranho. A nova companheira também se mostra pouco convencional, fugindo do comum em relação a suas antecessoras ao ser apresentada a todo o mundo e os conceitos com que o Doutor convive diariamente, seja a TARDIS e o fato de ser maior por dentro, ou os Daleks por si só. Suas reações a todas essas novidades são alguns dos pontos altos do humor aqui visto.
Impossível também não citar as interações entre o protagonista e Nardole. Há uma grande química entre Peter Capaldi e Matt Lucas, algo que já foi possível conferir no último especial de Natal e que se confirma aqui. A relação entre os dois é natural e rende outros ótimos momentos de humor. Com o desenrolar da temporada, a chance é grande que o desenvolvimento do relacionamento dos dois com Bill renda cenas divertidíssimas, no mesmo nível daquelas entre David Tennant e Catherine Tate durante a 4ª temporada.
O episódio ainda merece uma menção a seus easter eggs. As várias chaves de fenda sônica da série clássica, além dos retratos de Susan (a neta do Doutor, que acompanhou sua 1ª encarnação, interpretada pelo lendário William Hartnell) e de River Song, foram o suficiente para aquecer o coração dos mais aficionados. A "vilã" da semana também se mostrou relevante, com um conceito interessante que levou a um comovente momento com Bill, dada sua relação com a jovem.
The Pilot veio para mostrar que a demora foi justificada e a espera valeu a pena. Um início até simples e divertido para uma temporada que promete ser ambiciosa, com o resgate de de conceitos antigos e o retorno de antigos vilões. Mas se esse episódio serve como indicativo, os fãs podem esperar coisas boas e grandiosas da despedida de Moffat e Capaldi de Doctor Who.
14 de abril era um dia muito aguardado pelos fãs de Star Wars ao redor do mundo. A realização do painel sobre Star Wars: Os Últimos Jedi na Star Wars Celebration, que nesse ano acontece em Orlando, Flórida nos EUA, seria a primeira vez que o elenco, o diretor Rian Johnson e a presidente da Lucasfilm Kathleen Kennedy viriam a público falar sobre o novo capítulo da franquia, com a promessa da divulgação do primeiro trailer, algo muito aguardado pelos fãs desde o fim de O Despertar da Força.
As novidades a respeito do longa reveladas durante o evento não foram poucas. Apesar de quase nada ter sido revelado a respeito da trama (o que já era esperado), os pequenos detalhes liberados por aqueles que estavam no palco já bastaram para nos mostrar a direção em que o filme está se direcionando. Seja com Johnson dizendo que "este será um desafio de provação para todos os personagens", Daisy Ridley insinuando a respeito de Luke Skywalker que "conhecer nossos heróis nem sempre é o que esperamos", John Boyega falando que "sempre há novas aventuras para ele e Poe (Dameron)", e Kennedy interrompendo Mark Hamill para dizer que "Luke Skywalker é incrivelmente importante para a história", foi possível ver que, novamente, nem tudo era o que os fãs esperavam e que certos rumores divulgados tem algum fundamento.
Um dos grandes destaques do painel, porém, foi a divulgação de uma nova personagem chamada Rose, interpretada por Kelly Marie Tran:
Pouco foi dito sobre Rose além do fato de ela integrar a Resistência, sendo parte da equipe de manutenção, e que ela será uma personagem que não queria estar envolvida com a guerra e o conflito, mas será puxada para dentro da aventura em grande estilo (o conceito básico da jornada do herói, o que significa que podemos esperar uma considerável participação sua na trama).
Perto do final, foi mostrado o primeiro pôster de Os Últimos Jedi:
A bela e simples arte nos apresenta os três personagens que devem ser o ponto chave de Episódio VIII: Luke Skywalker, Kylo Ren e Rey, que empunha um sabre-de-luz que muda gradativamente do azul para o vermelho (seja por mero efeito estético ou detalhe dramático). O mais legal da imagem, no entanto, é homenagem prestada ao clássico pôster do Star Wars original, no ano em que completará 40 anos de seu lançamento:
E, na sequência, houve a divulgação do tão aguardado primeiro trailer de Star Wars: Os Últimos Jedi:
Sim, eu pirei, você pirou, o público presente na Celebration pirou, qualquer um que seja minimamente fã de Star Wars pirou com o vídeo. E, como nos trailers de O Despertar da Força, pouco foi mostrado a respeito do enredo. Ainda assim, já é possível abstrair várias dicas sobre a abordagem que Rian Johnson almeja para a saga. Vamos, então, a uma análise mais aprofundada de momentos-chave do clipe:
- Assim como no primeiro trailer de O Despertar da Força, esse começa com um breve momento de calmaria no vazio, seguido de "susto" e um dos personagens principais suados e ofegantes. Se antes isso ocorreu com Finn, agora é a vez de Rey estar nessa situação semelhante;
- Após o logotipo da Lucasfilm, temos algumas sequências de belíssima fotografia, contraste de cores e a voz de Luke Skywalker ao fundo, no que parece ser um momento no treinamento de Rey com a Força, tanto é que pedrinhas ao redor de sua mão começam a flutuar;
- A sequência "Luz. Escuridão. Equilíbrio." é a mais interessante e repleta de detalhes. Na parte da "Luz", podemos ver a General Leia de costas comandando alguma operação da Resistência, enquanto ao fundo é possível ouvir o sussurro de sua clássica frase "Help me, Obi-Wan Kenobi...". No momento da "Escuridão", temos o capacete de Kylo Ren todo estraçalhado (o que condiz com as notícias de que ele adotará um novo visual), com Obi-Wan dizendo "Seduced by the Dark Side of the Force...". Por fim, vemos um livro com o símbolo da Ordem Jedi sendo analisado por Luke no trecho do "Equilíbrio", com Yoda falando que a Força "surrounds us, and binds us" por trás. Pode parecer algo simples, mas que também pode indicar a importância de alguns velhos personagens na trama, além de se assemelhar muito ao momento em que Rey tem suas visões ao tocar o sabre-de-luz de Luke no Episódio VII; [Atualizado após uma melhor apuração do trailer]
- A bela cena em que Rey treina com o sabre no penhasco enquanto Luke a assiste ainda traz o protagonista dizendo "é muito maior", sendo um complemento à sequência anterior e indicando que o caminho de alguém na Força talvez vá muito além da binariedade Jedi/Sith;
- O que vem a seguir é uma sequência de curtas cenas e cortes rápidos. Destaque para o ótimo momento das naves levantando terra vermelha indo enfrentar os AT-AT ao fundo (me lembrou de Mad Max: A Estrada da Fúria pela gradação das cores), a nave de Poe Dameron sendo destruída no hangar de um dos Destroyer da Resistência, a aparição triunfal da Millenium Falcon, o contraste entre as aparições em sequência de Rey e Kylo Ren (que agora conta com uma cicatriz a lá Anakin), a destruição do Templo Jedi de Luke, Phasma no meio dos escombros com outros Stormtroopers, e a batalha espacial que promete ser grandiosa;
- E momento mais polêmico vem no final: Luke Skywalker dizendo "Eu só sei de uma coisa: é hora dos Jedi acabarem". Isso não significa, porém, que ele tenha desistido de ser um Jedi, tenha ido para o Lado Sombrio ou algo do tipo. Essa fala de Luke vai de encontro com outras do trailer, a respeito do equilíbrio da Força, sobre haver muito mais que isso. Também tem sentido com o pôster, já que a luz do sabre que Rey segura se divide entre o azul dos Jedi e o vermelho dos Sith. Talvez ele queira ir além do Lado Sombrio e da Luz, balanceando os dois? Seriam Luke e Kylo Ren os últimos Jedi do título, com Rey se tornando esse algo novo, uma espécie de Jedi Cinza (algo que existia no velho Universo Expandido)?;
- Vale destacar, ainda, a música do trailer, com o retorno de temas épicos e grandiloquentes, algo muito presente na trilogia prelúdio (Episódios I, II e III), da qual o diretor Rian Johnson nunca escondeu sua admiração. E, de fato, as composições desses três filmes estão entre as melhores da história do cinema, e uma abordagem mais próxima a essa no novo longa seria bem vinda.
São muitas as dúvidas que o trailer levantou, mas ao mesmo tempo fica cada vez mais claro que certas teorias e rumores estavam certos, e que a trama irá explorar todo o espectro cinza da Força que existe entre os Jedi e os Sith. De qualquer modo, teremos que aguardar até dia 14 de dezembro para obter algumas dessas respostas.
Confira, por fim, o painel de Star Wars: Os Últimos Jedi na íntegra:
O mundo foi pego de assalto nessa última segunda-feira com o lançamento do primeiro trailer de um dos vindouros longas do Marvel Studios, Thor: Ragnarok. Repleto de cores, muito humor e com Led Zeppelin na trilha sonora, o clipe, ao mesmo tempo, não deixou de lado o tom épico e grandioso que Deus do Trovão tem desde sua criação, muito graças aos enquadramentos e o senso de proporção das cenas apresentadas.
A sensação oitentista está em todos os lugares, começando pelo logotipo do filme, passando pelo clima aventuresco e pela paleta de cores escolhida até chegar na aparição de Jeff Goldblum, figura carimbada em diversas produções de tal década e da seguinte. De brinde, vários aliens esquisitos e extravagantes, Cate Blanchett gótica tresloucada e, claro, Loki e Hulk.
E há quem dissesse que Ragnarok seria uma desonra para o legado de Jack Kirby. Mas pelo jeito será o contrário, tendo clara influência dos visuais e dos conceitos das primeiras histórias do Deus Nórdico, bem como de várias outras criações do Rei. E não há nada que empolgue mais um fã do que isso.
Há quem diga que o Metal está morrendo, que os grandes nomes do gênero estão chegando a seu fim, seja pela dissolução das bandas ou por mera aposentadoria, e que não há mais para onde ir depois disso. De fato, lendas estão nos deixando: o Black Sabbath realizou seu último show em fevereiro desse ano, o Motörhead acabou após a morte de Lemmy Kilmister, o Iron Maiden está envelhecendo, e por aí vai. Felizmente, há toda uma geração de grupos que, embora não ganhe tanto destaque nos holofotes, vem revolucionando o estilo, introduzindo novas ideias que mantêm seu espírito vivo.
O Mastodon é uma dessas bandas, mas não é de hoje que eles estão na ativa: seu primeiro disco, Remission, fará 15 anos de lançamento no próximo 28 de maio. Sua contribuição para o gênero nesse tempo não passou despercebida, tendo angariado seus fãs por todo o mundo e conquistado a aclamação da crítica especializada, especialmente com seus três registros mais recentes, Crack the Skye, The Hunter e Once More 'Round the Sun. Este último, porém, deixou todos indagando "qual o próximo passo que esses caras darão?", pois a fórmula dos últimos álbuns parecia já estar mostrando sinais de desgaste.
A resposta veio, e em grande estilo. Emperor of Sand, sétimo lançamento de inéditas do grupo, mostra que o quarteto não tem limites para sua criatividade. Com um som mais acessível, o que já vinha se tornando uma tendência a cada novo disco, foram feitas modificações cirúrgicas no estilo, o suficiente para distingui-lo de seus antecessores. Tudo isso, claro, sem deixar de lado todo o peso que os colocou como uma das principais referências do Metal mundial na atualidade.
Nas 11 faixas que compõem o tracklist, podemos notar uma grande presença de solos de guitarra, em sua grande maioria mais longos e desenvolvidos do que nos álbuns anteriores, bem como um festival de riffs marcantes. Também é claro o espaço conquistado pelo baterista Brann Dailor, que, além de ser um demônio na parte rítmica, tem o timbre mais melódico do conjunto e se tornou um de seus principais vocalistas, marcando presença no microfone em 8 canções. Vale ainda citar o uso de teclados em algumas músicas para criar uma espécie de clima que muito se assemelha a ficção cientifica, bem como algumas breves passagens acústicas. Os grandes destaques ficam por conta de Sultan's Curse, Show Yourself, Steambreather, Roots Remains, Ancient Kingdom, Clandestiny, Andromeda e Jaguar's God. Ou seja, basicamente todas, e seria uma injustiça dizer o contrário.
Nós temos o privilégio de viver na mesma época que o Mastodon, um grupo que, além de ter se mostrado capaz de inovar todo um gênero, se provou capaz de se reinventar, esbanjando criatividade e sendo acessível como poucas bandas no mundo do Metal. Emperor of Sand é mais uma grande adição à sua rica discografia, sendo um álbum que novamente nos deixa pensando "qual o próximo passo que esses caras darão?". Dessa vez, porém, não por conta de uma fórmula que parece ter saturado, mas porque aparentemente não há limite para esse quarteto. E tudo o que podemos esperar é que eles nos surpreendam novamente.
Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre no primeiro dia útil de cada mês, o que pode ou não coincidir com o dia 1º.
Março foi um mês curioso: embora eu tenha ouvido bastante música, não me aventurei tanto no mar de artistas e álbuns desconhecidos que ainda me resta desbravar. Ao invés disso, joguei seguro e aproveitei o período para resgatar clássicos, sejam unânimes ou pessoais, e continuar a explorar o que de melhor conheci nos últimos meses. Talvez seja um reflexo direto de fevereiro e seus 28 novos álbuns, que me deu material o suficiente para eu poder me aprofundar, mas que também me deixou com pouco espaço para relembrar de velhos conhecidos, prática que realizo com uma certa frequência.
A banda de maior destaque nos últimos 31 dias foi, certamente, Iced Earth, a quem ouvi quase que religiosamente após conhecer o excelente The Dark Saga (motivo pelo qual o Spawn é a capa do post e da playlist) e que me fez ir atrás de outros álbuns dos caras, como o ainda desconhecido Burnt Offerings ou os já familiares Horror Show e Alive In Athens. O fato é que redescobri o grupo graças a tudo isso e passei a apreciá-los bem mais do que antes, e não pretendo parar minhas audições por aqui. Música é algo engraçado, não? Às vezes você conhece certos artistas e eles não te cativam tanto no momento, mas, quando você dá a eles uma nova chance no futuro, vira um vício instantâneo. Exatamente como nesse caso.
Outras influências importantes foram os filmes que estrearam no mês que se passou, como Logan e Kong: A Ilha da Caveira, que colocaram Johnny Cash e Creedence Clearwater Revival nas playlist, ou mesmo Power Rangers, o qual ainda não tive a oportunidade de conferir, mas que, só por seu lançamento, já foi o suficiente para trazer a tona toda a nostalgia envolvendo a clássica série e sua abertura (aliás, esse CD Power Rangers Redux é excelente em seu todo). Ainda tivemos o festival Lollapalooza no último fim de semana de março, que trouxe um pouco mais de Metallica e The Strokes para minha vida.
Essa, ainda, foi a primeira vez que grupos clássicos como Sex Pistols, Deep Purple e The Beatles apareceram na seleção do mês, pelo simples fato de que me deu vontade de ouvi-los. Certamente eles voltarão a dar as caras por aqui no futuro. De resto, bandas que já são recorrentes de minhas playlists, como Manic Street Preachers, Rush, Iron Maiden, Judas Priest e por aí vai. Fechando a lista com chave de ouro, a excelente faixa Steambreather, do também excelente novo álbum do Mastodon, Emperor of Sand, que ganhará uma análise mais aprofundada no blog nos próximos dias.