quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Um (breve) conto de Natal

Era noite de 24 de dezembro. Depois de um longo dia ajudando com as preparações, decidiu ficar um pouco só antes da ceia de Natal. Não eram tempos fáceis para ele, mas mesmo assim encontrou ânimo e disposição para colaborar com aqueles deveres anuais. Valera a pena pelas delícias gastronômicas que o aguardavam. Pernil, Peru, Tender... Aquele básico que você geralmente só come uma vez a cada 365 dias. E que tem gosto de infância.

Começou a pensar em quando era mais novo. Uma época que, ao mesmo tempo em que estava distante, lhe parecia ter ocorrido a pouquíssimo tempo. As memórias eram vivas, como se fossem de dias antes. Memórias estas de outras vésperas e dias de Natal. Toda aquela arrumação, aquela correria, aqueles familiares que pouco via durante o ano. Toda a ansiedade por receber presentes que mal sabia o que eram, aqueles presentes maravilhosos que ainda guardava com carinho. Todo aquele calor do momento, aquelas coisas que ele não entendia muito bem o que eram ou porque aconteciam. E sua felicidade de ser parte de tudo aquilo mesmo assim.

Tudo aquilo... Era só lembrança. De um passado distante, mas tão próximo. "Lágrimas na chuva", como dito em um de seus filmes favoritos. Nada mais daquilo era realidade. O tempo passou, tudo mudou. As pessoas mudaram. As pessoas se mudaram. As pessoas partiram. Os presentes, o calor, a ansiedade, a felicidade única, sumiram aos poucos até se ausentarem de vez. Só restara-lhe pouco além das memórias.

Mas pouco não era ruim. Pouco era bom. Minutos depois, ele estava ceando com pouco. Sua pequena e incompleta família era o pouco. Um pouco, porém, que sempre o ajudara, que sempre estivera presente nos momentos mais difíceis de sua vida, que lhe dera amor simples, puro e incondicional, com quem aprendera muito durante todos esses anos. E para quem tentava retribuir isso tudo sempre que necessário, da melhor maneira possível.

No fim, era tudo o que importava: aquele amor simples, puro, incondicional e mútuo. Era o que bastava. Naquele momento, ele não podia pedir por presente de Natal melhor. E seria justamente o que ele guardaria com mais carinho e cuidado, em um lugar único e especial.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Meu 2014 em músicas

Como vocês devem ter reparado pelas postagens mais recentes, eu ouvi muita música em 2014. Nossa, como eu ouvi música. Foram poucos os momentos em que eu não estava escutando algo novo ou redescobrindo alguns velhos conhecidos. Praticamente durante todo o meu tempo livre neste ano estive equipado com meus fones de ouvido, apreciando um bom som e viajando junto com aquelas ondas sonoras. 

Muito disso se deve a uma de minhas melhores descobertas dos últimos meses: o Spotify. Esse serviço de streaming de músicas me ajudou muito por permitir que eu escutasse diversos álbuns a qualquer momento sem ter que baixar nada. Alguns cliques e uma breve busca sobre o que eu gostaria de ouvir e voilà. Isso fez com que eu pudesse entrar em contato com os mais diversos artistas de uma forma bem simples. E, em um catálogo com mais de 30 milhões de músicas, opções não me faltaram.

Assim, resolvi fazer uma playlist no próprio Spotify com as músicas mais bacanas que conheci em 2014. 120 faixas, 9:23h de duração, e os mais diversos artistas e estilos possíveis, para verem o quão afundado eu estive nesse maravilhoso mundo nos últimos 12 meses. E isso que ela está condensada, seja porque ia ficar muito mais longa, ou porque nem tudo está no catálogo deles, ou porque eu esqueci mesmo. Se você não tem conta no Spotify, faça que vale a pena. Conecte com a sua do Facebook e use o Web Player mesmo (e tenha instalado um bloqueador de Ad-ons no navegador, de preferência).

Confira minhas escolhas no player abaixo.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Top 10 Álbuns de 2014 (+ Extras!)


FINALMENTE! Depois de soltar na semana passada uma lista com 10 discos lançados nesse ano que você precisa conferir, é com muita alegria que venho divulgar o meu Top 10 de álbuns que saíram em 2014. Assim como fiz em 2013, separei 10 CDs de inéditas que chegaram às lojas e serviços de streaming nos últimos 12 meses dentre os que eu ouvi e mais gostei, classificando-os, em ordem decrescente, entre o décimo e primeiro lugar, e sempre dando um breve parecer sobre cada uma das escolhas. 

Como eu gosto de ressaltar, essa é uma lista pessoal, baseada no meu gosto musical e no que eu pude conferir dos lançamentos do ano. Portanto, não fique chateado se seu álbum preferido não está aqui ou nas recomendações da última semana, ou se algo que não te agradou apareceu em minhas escolhas. Afinal, isso tudo é algo muito subjetivo, e o que é bom para alguns nem sempre é para outros, e vice-versa. Não existe verdade absoluta quando se trata de opinião, e é para isso que o diálogo e o debate existem.

Dessa vez, porém, há mais chances de ver suas escolhas por aqui. Como eu disse no prelúdio, o Top 10 está longo o suficiente, porque, além da própria lista, criei mais 3 categorias! Uma evolução em relação ao ano passado, agora irei tratar de 17 lançamentos que mereceram algum tipo de destaque. Vocês entenderão logo mais.

Chega de enrolação. Vamos à lista!

TOP 10:


#10: Rival Sons - Great Western Valkyrie

Um dos nomes que estarão presentes no recém-confirmado Monsters of Rock 2015, esse quarteto californiano tomou o mundo de assalto nos últimos anos com 3 álbuns e 1 EP, que nos apresentaram um hard rock setentista, mas ao mesmo tempo moderno, da mais alta qualidade imaginável, o que fez com que os veículos especializados indicassem o grupo como o "novo Led Zeppelin" (algo totalmente desnecessário, ao meu ver). O quarto trabalho dos caras, "Great Western Valkyrie", é uma continuação natural do que foi visto anteriormente, com uma sonoridade sólida, muito agradável e que não se arrisca muito. Pode não ser o melhor trabalho do Rival Sons, mas tem qualidade de sobra para ocupar a décima colocação.


#9: Pharrell Williams - G I R L

O "cara da Happy" me surpreendeu muito nesse ano. Com um som que flerta muito com o Funk e o Soul, mas que não deixa de ser atual, Pharrell mostra seu talento com um trabalho que nada mais é do que uma progressão do que pudemos conferir em suas colaborações com o Daft Punk no excelente "Random Access Memories" de 2013. Ótimo e contagiante do início ao fim, "G I R L" ainda conta com as brilhantes participações de Justin Timberlake, Alicia Keys e da própria dupla francesa. Nada mal para alguém que dizem só ter uma música, huh? Tem potencial para surpreender no Lollapalooza 2015.


#8: AC/DC - Rock or Bust

2014 foi um ano difícil para o AC/DC e seus fãs, por conta do anúncio do afastamento de Malcolm Young devido a demência e outros problemas de saúde, e das prisões e acusações de panejamento de homicídio pelo baterista Phil Rudd, cujo futuro com o grupo ainda segue indefinido. Mesmo assim, os integrantes remanescentes uniram forças, chamaram o sobrinho dos irmãos Young, Stevie, para ser o novo guitarrista-base e gravaram um novo álbum. "Rock or Bust" conta com o padrão de qualidade da lendária banda, com músicas que seguem a fórmula Hard e Blues de sempre, mas que continua contagiando e cativando. Destaque para a performance mais confortável de Brian Johnson, graças a afinação meio tom abaixo adotada pela banda, e para as canções que lembram muito as dos trabalhos da década de 1970, sendo que facilmente poderiam se encaixar neles caso fossem um pouco mais aceleradas. Só faltou um clássico instantâneo como "Rock N' Roll Train" para ser o carro-chefe da divulgação.


#7: Within Temptation - Hydra

Se tem uma uma palavra para definir esse CD, sem dúvidas seria "poderoso". Os holandeses cansaram de fazer Symphonic Metal e resolveram se focar em fazer algo mais direto e explorar novas sonoridades. E este é o grande trunfo de "Hydra", que, além de contar com participações concebíveis (como a da vocalista Tarja Turunen) e inusitadas (como a do rapper Xzibit), nos surpreende com músicas simples, mas que tem uma força inacreditável. Totalmente impactante, e muito disso se deve à voz fantástica dessa deusa que é Sharon Den Adel. A versão Deluxe do álbum apresenta ótimas versões de uma escolha curiosa de músicas, como "Summertime Sadness" da Lana Del Rey e "Radioactive" do Imagine Dragons. Este lançamento confirma o Within Temptation entre os grandes nomes do gênero na atualidade e merece total atenção e destaque.


#6: Slipknot - .5: The Gray Chapter

Os anos que seguiram o lançamento do controverso "All Hope Is Gone" foram conturbados para os integrantes do Slipknot. A morte do baixista Paul Gray em 2010 e a saída do baterista Joey Jordison mais recentemente abalaram os alicerces do grupo, que ficou 6 anos sem lançar nada e apenas fazendo alguns shows esporádicos. Após encontrarem novos integrantes, os caras de Iowa resolveram canalizar tudo o que sentiram neste registro, que, como fica claro no próprio título, é uma clara homenagem ao falecido instrumentista. Músicas pesadas, agressivas e carregadas de dor e raiva mostram um retorno da banda a algo mais próximo de suas origens. Ainda assim, é possível notar em alguns momentos certa influência do som do Stone Sour, o outro projeto do vocalista Corey Taylor, o que não é exatamente ruim, mas seria melhor se conseguissem separar as coisas. De qualquer forma, é muito bom ouvir as pedradas viscerais e até mesmo experimentais que ".5: The Gray Chapter" tem a oferecer.


#5: Mr. Big - ...The Stories We Could Tell

Não estava nos planos da banda se reunir em 2014, os membros estavam todos ocupados com seus projetos paralelos. Mas tudo mudou quando o baterista Pat Torpey foi diagnosticado com Mal de Parkinson em estágio inicial. Assim, os músicos foram rapidamente para estúdio gravar essa que talvez seja uma prematura despedida. "...The Stories We Could Tell" é um dos melhores registros do quarteto, superando "What If...", seu disco de retorno. Músicas fantásticas, que combinam o Hard Rock ao estilo único que difere o Mr. Big dos demais, e que agradam aos fãs ao mesmo tempo em que conquistam novos ouvintes. Se esse é um adeus, certamente foi uma honra poder apreciar este que é um dos melhores e mais singulares grupos do gênero.


#4: Opeth - Pale Communion

O Opeth se consagrou fazendo Death Metal e sempre inovando com seus ótimos álbuns. Mas Mikael Akerfeldt, o cérebro da banda, cansou-se do estilo e resolveu voltar-se para um som mais próximo do Rock Progressivo e dos primórdios do Metal, o que ficou claro com o lançamento do polêmico "Heritage". Os suecos decidiram continuar nesse caminho e lançaram "Pale Communion", que é um passo a frente em relação ao registro anterior. Muito mais refinado, o álbum soa tão bem que chega a hipnotizar na maior parte do tempo. As músicas são tão fantásticas que ouvir apenas uma vez não basta, você sempre fica querendo mais, mais e mais. Um feito incrível que mostra para todos os artistas estagnados que sempre é possível se reinventar, mesmo que isso signifique incorporar elementos antigos à sua sonoridade.


#3: Mastodon - Once More 'Round The Sun

Um dos nomes de maior peso na cena atual, o quarteto estadunidense conquistou o mundo do Metal com suas músicas sujas, singulares e dotadas de agressividade. Após discos fenomenais como "Crack The Sky" e "The Hunter", os caras repetem a dose de genialidade com "Once More 'Round The Sun". Com composições mais acessíveis e o vocal mais limpo do baterista Brann Dailor extremamente presente, o Mastodon te mantem ligado do início ao fim, através da excelente produção, que mantém a sonoridade suja, mas que deixa o áudio bem limpo e audível ao mesmo tempo, e um tracklist basicamente impecável, que segue inovando o cenário. São tantos pontos positivos que nem sei direito o que destacar, portanto digo: ouça e entenda o que estou dizendo. Meu álbum favorito da banda, facilmente.


#2: Foo Fighters - Sonic Highways

Dave Grohl e sua trupe nunca me decepcionam. Depois do lançamento de "Wasting Light", seu melhor álbum e maior êxito, o Foo Fighters quis inovar e, para isso, resolveram que gravariam músicas em oito cidades diferentes, enquanto registrariam um documentário para a TV em oito episódios falando sobre a história da música nos Estados Unidos e ressaltando a importância de cada uma delas. Apesar de não ter assistido à série ainda, posso dizer que o resultado sonoro ficou fantástico, com cada uma das oito composições sabendo capturar bem a essência do local em que foi gravada, ao mesmo tempo que soam únicas e tem a assinatura característica do quinteto. Um trabalho que, particularmente, coloco no mesmo patamar de seu antecessor e que é uma verdadeira lição. Canções como "Outside", "Congregation" e "I Am a River" certamente entram para o rol de melhores do grupo.


#1: Machine Head - Bloodstone & Diamonds

Fantástico. Magnifico. Brilhante. Não sei se há adjetivos o suficiente para classificar essa obra-prima do Metal concebida pelo grupo liderado por Robb Flynn. Um álbum versátil, pesado, agressivo, visceral e que, ao mesmo tempo, sabe equilibrar tudo isso com a melodia e é maravilhoso de se ouvir. Há muito groove presente em "Bloodstone & Diamonds", devido ao poderoso baixo de Jared MacEachern, mas ao mesmo tempo há velocidade e peso, além das mais diversas influências somadas a aquele som que só a banda sabe fazer. Simplesmente não há como dar atenção a apenas algumas músicas, porque todas elas merecem, seja "Now We Die" por ser um clássico instantâneo, "Killers & Kings" por ser de fácil assimilação, "Ghost Will Haunt My Bones" por todo o groove e distintividade, "Night of the Long Knives" por ser uma pedrada e facilmente uma das melhores músicas dos caras, "Sail Into The Black" por toda a atmosfera e a obra de arte que é, "Eyes of the Dead" por ser ser Thrash em sua melhor definição, "Beneath The Silt" por beber diretamente da fonte do Black Sabbath e nos oferecer um riff fantástico, "In Comes The Flood" e toda sua crítica à sociedade cada vez mais consumista e vazia, "Game Over" com o desabafo sensacional para o ex-baixista Adam Duce e "Take Me Through The Fire" por ser este encerramento mais do que digno, além das outras duas composições que servem como introduções para as que sucedem. Um registro que mostra toda a beleza da violência, como poucos outros conseguiram. Também é meu favorito da discografia do Machine Head, que posso afirmar ser, sem um pingo de dúvida sequer, a melhor banda de Metal existente na atualidade.

MELHOR TRILHA SONORA:


Awesome Mix Vol. 1 (Guardiões da Galáxia)

Juro que minha vontade era colocar isso aqui no meu Top 10, mas não faria sentido algum. Qual foi minha solução? Criar uma nova categoria, SÓ PRA FALAR DESSE CD. Mas não tinha como deixar a trilha sonora de Guardiões da Galáxia de fora, pela incrível escolha de músicas que foi feita para dar ritmo ao mais recente filme da Marvel. Um compilado de sucessos da década de 1970, "Awesome Mix Vol. 1" é a coisa mais divertida que ouvi nesse ano todo, graças a "Escape (The Piña Colada Song)", "Come and Get Your Love", "Hooked on a Feeling" e "Fool Around and Fell in Love", só para citar algumas. Uma das trilhas sonoras mais legais da história do cinema, certamente.

CONHECI MUITO RECENTEMENTE PARA INCLUIR NAS LISTAS:

Essa categoria merece uma breve explicação: quando eu fechei meu Top 10, ainda era começo de dezembro, e só depois as listas de melhores do ano começaram a sair. Aí eu entrei em contato com diversos artistas que nem sabia da existência ou não lembrava que tinham lançado algo. Alguns desses trabalhos me cativaram nesses poucos dias, então nada mais justo do que dar destaque para eles. Garanto que alguns certamente roubariam algumas posições nas minhas postagens, então vale a conferida.


Blues Pills - Blues Pills

Muito vinha se falando do Blues Pills na imprensa especializada internacional. Eu, por outro lado, estava completamente por fora, mas vi o disco dos caras entre os escolhidos de vários "melhores de 2014". Depois de ler um pouco sobre, resolvi dar uma chance. E valeu a pena, pois a banda me surpreendeu com seu forte Hard Rock fortemente influenciado pelo Blues que, ao mesmo tempo que agrada fãs dos clássicos, soa autêntico e atual, e consegue conquistar ouvintes mais jovens. Destaque para a ótima voz de Elin Larsson.


Jenny Lewis - The Voyager

Pop Rock bonito. Pop Rock bem feito. Pop Rock formoso. Esse foi um dos últimos álbuns que eu ouvi nesse ano, mas também foi um dos que me conquistou com maior facilidade. Esse som simples e despretensioso, mas ao mesmo tempo rico e repleto de arte, é extremamente cativante e viciante. Um dos melhores do ano e me arrependo de não ter nem ideia de quem era Jenny Lewis até alguns dias atrás.


Slash (feat. Myles Kennedy & The Conspirators) - World On Fire

Enquanto o Guns N' Roses está cada vez mais bizarro e decadente, Slash está aí, em um ponto alto de sua carreira, sempre com lançamentos de qualidade. O guitarrista evoluiu muito desde que saiu da lendária banda, aprimorou sua técnica e soube corrigir seus erros. Tudo isso fica bem claro em "World On Fire", que comprova que essa parceria com o vocalista Myles Kennedy e sua banda de apoio deu mais do que certo. O play pode parecer longo, mas, quando se trata de um Rock versátil e de ótimo gosto, nem dá pra perceber o tempo passar.


The War On Drugs - Lost In The Dream

Confesso que também não fazia ideia da existência desse grupo até uns dias atrás. Mas, nossa, como eu me arrependo. Que grande álbum é esse "Lost In The Dream". Um som oitentista, que chega a lembrar o The Cure pela melancolia aliada a algo leve e gostoso de se ouvir. Foi um dos que mais vi presente nas listas de melhores do ano, e essa aclamação é totalmente justificada. Fiquem atentos ao The War On Drugs nos próximos anos, porque os caras podem vir a surpreender ainda mais.


Wilko Johnson/Roger Daltrey - Going Back Home

Uma verdadeira aula de Rock N' Roll num CD curto, rápido, simples e direto, mas que soa fantástico e já te conquista desde a primeira ouvida. Essa deveria ser a gravação de despedida de Wilko Johnson, atualmente conhecido por ter feito o Ilyn Payne de Game of Thrones, e que no começo do ano estava com um câncer terminal, restando-lhe poucos meses de vida. Assim, ele chamou Roger Daltrey, lendário vocalista do The Who, e juntos registraram esse petardo que é "Going Back Home". Hoje, após uma cirurgia e um tratamento experimental, Johnson está bem e se livrou dessa doença horrível. Bom não apenas para ele, mas para todos nós.

DECEPÇÃO DO ANO:


Judas Priest - Redeemer of Souls

Comecei a lista falando de uma das atrações do Monsters of Rock 2015 e terminarei falando de outra. Mas, dessa vez, não será para elogiar. Longe disso.

Eu achei que o Judas Priest fosse se aposentar, tanto é que fiz um esforço para ir no show da turnê de "despedida" deles em 2011. Mas aí os caras anunciaram que fariam mais um álbum, o qual só fiquei sabendo da existência dias antes do lançamento. Fui conferir quando saiu e... Que disco ruim. Fraco, sem vontade e repetitivo. Parece mais um cover de si mesmo na época do Painkiller (quando as próprias músicas não soam como cópias umas das outras), e isso que a intenção dos caras era resgatar o som clássico. O mais curioso é que a única canção que conseguiu chegar perto disso, "Snakebite", ficou pro CD bônus da edição Deluxe. Bizarro, e pouquíssimos são os momentos que se salvam. Eu não sei como "Redeemer of Souls" foi tão bem avaliado pela crítica sendo essa piada que é, mas faça um favor a si mesmo: não se dê o trabalho de ouvir. E Priest, por favor, pare de destruir seu legado, façanha que vocês vem conseguindo desde "Nostradamus" (sem citar os álbuns com Tim "Ripper" Owens no vocal),

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Comic Con Experience: Por que o sucesso do evento é importante para o público brasileiro


Durante os dias 4 a 7 de dezembro, ocorreu em São Paulo a primeira edição da Comic Con Experience, que propôs trazer para o Brasil algo semelhante ao visto fora do país, com atrações de qualidade, muitos estandes e um espaço exclusivo para quadrinistas exporem seus trabalhos para o público. Eu, infelizmente, não pude ir (vontade não faltou, mas o dinheiro que é bom...). Entretanto, pelo que vi em relatos, vídeos e imagens, deu pra perceber que o evento foi um inegável sucesso, superando até mesmo a expectativa dos próprios organizadores. E essa reposta não veio apenas através dos pagantes, mas também dos convidados e artistas, tanto nacionais quanto internacionais.

Para você que é leigo, te darei uma ajuda: a Comic Con é uma convenção que, como o próprio nome indica, começou como uma reunião de fãs de histórias em quadrinhos, mas que, com o tempo, passou a englobar os outros aspectos da cultura pop, como filmes, séries de TV e games. Ela é realizada em diversos países, sendo as de San Diego e New York, nos Estados Unidos, as mais famosas e importantes. Elas possuem auditórios para palestras e exibição de vídeos (geralmente trailers, previews ou pré-estreias de filmes e episódios-piloto), diversos estandes (onde você pode ver itens expostos e gastar sua grana com o que estiver à venda) e o "Artists' Alley", local no qual os quadrinistas deixam seu trabalho exposto para as pessoas poderem apreciar e comprar, além de terem a oportunidade de trocar algumas palavras com os caras.

Havia muitos anos que uma Comic Con no Brasil era sonhada e clamada pelos nerds daqui. Desta vez, porém, a galera do site Omelete conseguiu os investidores necessários e finalmente pode realizar este desejo, que eles também era deles. E assim nasceu a Comic Con Experience, ou simplesmente CCXP, que, como citado anteriormente, agradou a todos os presentes e teve ótima repercussão, recebendo destaque na mídia nacional e até mesmo aparecendo em sites gringos. Pode não parecer, mas o sucesso do evento tem uma grande importância, tanto para dos fãs da cultura pop quanto para aqueles que não tem muita ligação com o assunto, mas sempre assistem a um filme da Marvel, a uma série da DC Comics ou até mesmo simplesmente assinam o Netflix.

O êxito da CCXP se deve, antes de tudo, à qualidade oferecida aos visitantes. Boa parte das atrações que estiveram presentes na ocasião são reconhecidas em nível internacional. Dentre os convidados, participaram atores como Richard Armitage (da trilogia Hobbit), Sean Astin (da trilogia Senhor dos Anéis e de Goonies), Jason Momoa (da série Game of Thrones e futuro Aquaman nos cinemas), Rebecca Mader (da série Once Upon A Time), Edgar Vivar (o Sr. Barriga de Chaves), Lino Faccioli (também de Game of Thrones), além de quatro membros do elenco de Marco Polo, nova série da Netflix. Foram ao evento também autores e quadrinistas de renome, como Scott Snyder e Sean Gordon Murphy (da atual linha editorial do Batman), Timothy Zahn (escritor dos livros da "Trilogia Thrawn" do Universo Expandido de Star Wars), Don Rosa (lendário autor e desenhista de histórias do Pato Donald) e o grande homenageado da vez, o brasileiro Maurício de Sousa. Além de todos estes, Youtubers brasileiros como Jovem Nerd e Azaghal, Irmãos Piologo, Marcos Castro, Kéfera, Felipe Castanhari e Pathy dos Reis (fora o próprio pessoal do Omelete) compareceram na Comic Con Experience. Sem falar nos estandes de grandes empresas como Disney/Pixar, Marvel, Fox, Warner Bros e a já citada Netflix. Junte tudo isso aos vários artistas (tanto nacionais quanto estrangeiros) do "Artists' Alley", somado aos diversos expositores e vendedores de réplicas e miniaturas, além das exibições exclusivas de "O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos", "Operação Big Hero" e do piloto de "Marco Polo". Dá pra perceber que não foi pouca coisa (e olha que tive que deixar muita informação de fora).

Começa desde aí a vitória da convenção. Conseguir reunir todos estes grandes nomes sob o mesmo teto em quatro dias de evento (por mais que eles não tenham estado presentes em todos) foi um grande feito. Trazer todas as companhias citadas anteriormente, com amostras e exibições muitas vezes exclusivas, também. E, pelo que foi possível conferir nos diversos vídeos gravados e através das reações nas redes sociais, todos aproveitaram a bastante a CCXP, bem como suas visitas ao Brasil. Isso é muito benéfico pois faz com que eles tenham uma boa imagem do país, o que abre as portas para mais vindas e melhora a situação para que mais artistas e marcas participem deste e de outros eventos, tendo um feedback positivo de seus colegas. Pode parecer algo pequeno e que só funciona na teoria, mas acreditem: ajuda muito.

A participação e resposta do público é outro grande ponto a ser destacado. Pelo que foi possível conferir, seja por amigos, conhecidos ou pessoas aleatórias, todos aproveitaram e aprovaram a Comic Con Experience, participando de tudo o que puderam, recebendo e interagindo calorosamente com os convidados durante as entrevistas e palestras, e consumindo até onde seus bolsos permitiam. O envolvimento dos presentes foi tão positivo que até mesmo incentivou artistas a olharem o que mais o evento tinha a oferecer sem medo (e assim foi possível que ninguém menos que Mauricio de Sousa, COM A MÁSCARA DO CORINGA, passeasse pela feira). A importância disso para os nerds brasileiros é quase imensurável, porque mostra com clareza para todo este nicho da indústria do entretenimento que, se eles quiserem investir no Brasil, a população vai responder de forma efetiva e expressiva. Sem dúvidas veremos reflexos disso tudo muito em breve, e quem tem a ganhar somos nós.

Por fim, é importante ressaltar que a própria realização de um evento como este no país é por si só um sucesso. Como falei anteriormente, fazia muito tempo que os amantes da cultura pop careciam de uma Comic Con nestas terras, tendo como mais próximo disso os eventos de animes e mangas feitos por todo o Brasil, mas que, ainda assim, estão bem longe de se igualar. A concretização de uma convenção como esta por aqui só mostra a força dos fãs brasileiros, que devem tudo a aqueles que nunca desistiram desse sonho. Portanto, fica aqui o meu obrigado aos realizadores que tornaram a CCXP possível.

A Comic Con Experience 2015 já está confirmada para acontecer entre 3 a 6 de dezembro, no mesmo local onde foi feita a deste ano. Faz parte dos meus planos desde já, porque também quero contribuir com isso tudo. Quanto mais benefícios para o público brasileiro, melhor. E, se em 2014 já foi muito bom, ano que vem tem tudo para ser maior e melhor, como efeito dessa primeira edição. Nos vemos por lá (assim espero).

O belíssimo poster de divulgação da Comic Con Experience, assinado por Rafael Grampá, Ivan Reis e Marcelo Costa. Não tinha como ficar de fora dessa publicação.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Sobre os nomes dos novos personagens de Star Wars: O Despertar da Força


Sério, essa piada é tão óbvia que eu não sei como imagens como essa acima (porcamente editada por eu mesmo, inclusive) não infestaram toda a internet.

Não entendeu? Bom, na última quinta, dia 11/12, foram revelados os nomes dos novos personagens que apareceram no teaser do sétimo filme de Star Wars, "O Despertar da Força", divulgado há duas semanas. O personagem interpretado por John Boyega se chamará Finn, a personagem de Daisy Ridley é conhecida por Rey, Poe Dameron é o nome do piloto feito por Oscar Isaac, o "Droide-Jabulani" é BB-8 e o provável vilão portador da "Espada de Luz" se chamará Kylo Ren.

Foram boas escolhas, mesmo sem muitos detalhes sobre os novos caras. Mas, quando se trata de Star Wars, os nomes são o que menos importa (quer dizer, desde que ninguém se chame "Conde Dooku"...). Só acho que 18 de dezembro de 2015 está demorando muito pra chegar.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Alguns comentários sobre "O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos"


Um dos filmes mais esperados do ano, "O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos" é o último da trilogia que adaptou a obra de J. R. R. Tolkien, encerrando também a saga da Terra Média nos cinemas, inciada por Peter Jackson lá em 2001, com "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel". O longa estreou no Brasil ontem, dia 11/12/2014, e eu, como o bom nerd e fã de cinema que sou, fui conferi-lo. Diferente do que geralmente faço, com críticas extensas analisando diversos aspectos, desta vez darei meu parecer através de breves comentários, que podem ser conferidos logo abaixo. E não se preocupem com spoilers, pois me contive ao máximo para não estragar nada.

- "A Batalha dos Cinco Exércitos" começa exatamente do ponto em que "A Desolação de Smaug" termina, sem por nem tirar. E, sendo sincero, poderiam ter prolongado o final do anterior em 1 ou 2 minutos para ele terminar pegando fogo, literalmente.

- Como era de se esperar, o título não está lá a toa. O filme é, basicamente, a batalha entre cinco exércitos para reivindicar/proteger o tesouro da Montanha Solitária. Não há muitos pontos da trama para serem desenvolvidos, mas os que existem são interessantes e conclusivos. E a porrada é de respeito.

- Apesar de o foco ser todo no confronto do título, ele demora pelo menos uns 45 minutos para realmente acontecer. Esse tempo é usado para desenvolver os motivos finais para tal ocorrência e já dar uma ou outra conclusão de eventos que tiveram suas consequências vistas na trama de O Senhor dos Anéis.

- O personagem Alfrid pode parecer um mero alívio cômico, mas ele contrasta muito bem a ganância e a covardia de certos homens com o altruísmo e a coragem de outros, algo que Bard representa.

- O sutil romance entre um anão e uma elfa é algo que, particularmente, continuo achando desnecessário. Mas ainda é algo bem tolerável, já que novamente não afeta em nada o andamento da história.

- Ainda sobre a Tauriel, a sua ausência dos eventos de O Senhor dos Anéis foi justificada e a criação da personagem se tornou perfeitamente compreensível.

- Peter Jackson, aliás, justificou ou consertou todos os "erros" e "absurdos" apontados pelos fãs mais xiitas em suas criações e alterações vistas em "A Desolação de Smaug". O que, francamente, estava na cara que aconteceria. 

- O desenvolvimento de Thorin Escudo-de-Carvalho é fantástico, especialmente levando em conta toda a trilogia. Bilbo também merece destaque, por se mostrar muito mais do que o simples hobbit covarde e acomodado que pensava ser. 

- Os efeitos estão espetaculares, como era de se esperar. Só que não são nada do que já não tenhamos visto nos outros 5 filmes da franquia (o que não é ruim). O mesmo vale para a bela fotografia.

- A trilha sonora deste longa é mais presente do que a do anterior, só que o tema da vez é o já conhecido e manjado "Concerning Hobbits", apresentado em "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel". A música dos créditos, "The Last Goodbye", merece destaque.

- Mesmo sendo bom, "A Batalha dos Cinco Exércitos" não vai ganhar 11 Oscars, como ganhou "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei". E, se concorrer a algo, será nas categorias técnicas.

- Elrond, personagem interpretado por Hugo Weaving, faz apenas uma breve aparição. E não, ele não fala "ISILDUR!".

- Diversas referências são citadas e mostradas para conectar O Hobbit a O Senhor dos Anéis. É legal, mas não é como se isso já não estivesse explícito desde o primeiro filme.

- Foi triste e difícil se despedir deste fantástico universo da Terra Média nos cinemas. (até anunciarem uma adaptação de "O Silmarillion")

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

10 discos lançados nesse ano que você precisa conferir: um prelúdio ao Top 10 2014

Em 2013, postei aqui uma lista contendo os 10 álbuns que eu mais gostei lançados entre janeiro e dezembro daquele ano. E, apesar de continuar com uma certa dificuldade para realizar minhas escolhas, confesso que foi boa a experiência de publicá-la, tanto é que já venho preparando meu Top 10 deste ano desde algumas semanas antes do anúncio do retorno do blog. Separei o que me impressionou entre tudo o que eu ouvi e levantei os 10 melhores, rankeei e tudo mais. 

Mas escolher apenas 10 foi algo difícil. O que eu faria com o restante da lista? Tinha muita coisa que simplesmente não poderia passar em branco. Por isso, para não cometer injustiças, resolvi falar sobre outros 10 CDs que chegaram aos ouvidos do público em 2014 e que merecem destaque. Eu poderia ter feito um Top 20? Poderia, mas preferi optar por este formato, até porque o Top 10 já estará longo o suficiente. Além disso, o que difere este post do que estará no ar nos próximos dias é que as escolhas não estão numeradas, e sim organizadas em ordem alfabética de acordo com as bandas/artistas. O intuito agora não é classificar o que foi melhor, e sim apresentar possíveis novos grupos e sons a todos. E, como vocês devem imaginar, eu preferi evitar o trabalho de ordenar mais uma seleção. 

Confiram, assim, outros lançamentos proporcionados a nós pelo maravilhoso mundo da música  nos últimos (quase) 365 dias.


Adrenaline Mob - Men of Honor

O Adrenaline Mob teve, com seu debut lançado em 2012, um bom começo, mas que não contava com uma identidade sonora definida. Com a saída do baterista Mike Portnoy e a entrada de A.J. Pero do Twisted Sister, que possui bem menos técnica, os caras acharam que a melhor solução seria apostar em um som mais direto. E deu muito certo: "Men of Honor" apresenta um Hard Rock de alta qualidade, variando entre músicas mais rápidas e agressivas e belas baladas bem executadas. E, apesar de ter causado desconfiança para muitos, Pero manda muito bem na bateria aqui, sendo inclusive um dos destaques do álbum. O Mob felizmente se encontrou e pode chegar a surpreender ainda mais no futuro.


Anathema - Distant Satellites

Este grupo pouco conhecido vindo de Liverpool, na Inglaterra, já soou das mais distintas formas possíveis, mas parece ter feito do Rock Progressivo o seu porto seguro. Seus dois últimos lançamentos já foram aclamados pela crítica, e neste ano os músicos resolveram nos presentear com este belo disco conceitual, que tem como tema a solidão. "Distant Satellites" emociona o ouvinte, que de certa forma se sente obrigado a escutar o disco varias vezes até conseguir absorvê-lo por completo. Quase o incluí em meu Top 10, mas acabei deixando-o de fora por pouco. Mesmo assim, vale muito a pena ouvi-lo.


Grand Magus - Triumph and Power

Esse trio sueco, que antes flertava bem mais com o Stoner e o Doom Metal, decidiu deixar os subgêneros de lado e fazer um som sem maiores pretensões de revolucionar qualquer coisa. E foi uma aposta acertada, pois, ao mesmo tempo que não inovam, executam seu trabalho com maestria e versatilidade dentro da proposta, para fazer um Saxon ou Manowar sentir vergonha com o que vem lançando ultimamente. Provavelmente o álbum mais Heavy Metal do ano e te deixará com vontade de sair por aí, montado a cavalo e brandindo uma espada.


Jack White - Lazaretto

O Joãozinho Branco, essa figura consagrada que mais parece um Edward Mãos-de-Tesoura da música, nos apresentou seu segundo registro solo, após o sucesso que foi "Blunderbuss". E "Lazaretto" se mostra uma continuação natural do que foi mostrado anteriormente, com a adição de novos elementos  (com destaque para o violino, bastante presente nas canções) e um aprofundamento ainda maior nas raízes do Rock. Ideal para quem estiver, por algum motivo, enjoado dos grandes nomes do gênero e buscar por novas sonoridades e influências.


Killer Be Killed - Killer Be Killed

Um supergrupo formado pelo vocalista e guitarrista Max Cavaleira, do Soulfly/Cavalera Conspiracy, o guitarrista e vocalista Greg Puciato, do The Dillinger Escape Plan, o vocalista e baixista Troy Sanders, do Mastodon, e o baterista Dave Elitch, do The Mars Volta, só poderia resultar em uma coisa: agressividade. E realmente Killer Be Killed é uma amostra de todo o peso e qualidade que os artistas em questão possuem. O álbum homônimo só tem pedrada atrás de pedrada, e funciona muito bem em dias de alto nível de estresse. Um ótimo começo para uma das parcerias que mais pode nos oferecer num futuro próximo.


Lindsey Stirling - Shatter Me

A talentosa youtuber e violinista dançante, revelada pela quinta edição do reality show America's Got Talent, executa uma mistura entre seu instrumento e a música eletrônica/dubstep que me agrada muito. Depois de seu bom trabalho de estreia, a ruivinha reuniu novas forças e inspirações para realizar "Shatter Me" e superar seu antecessor. Grande destaque para a música que dá nome ao álbum, que conta com a participação de Lzzy Hale, do Halestorm, e sua poderosa voz, sendo facilmente uma das mais viciantes canções lançadas neste ano. Vale a pena também conferir os clipes das faixas no canal de Lindsey no YouTube, todos criativos e bem produzidos.


Pink Floyd - The Endless River

Passei por um dilema pessoal sobre incluir ou não este disco em meu Top 10. Mas acabei deixando-o de fora por dois motivos simples: 1) ele é um compilado de gravações não utilizadas em "The Division Bell", e não algo que teve um processo de composição dedicado; e 2) a ausência da voz de David Gilmour em 95% do registro me incomodou muito e, por mais que eu tenha captado a mensagem passada, diversas faixas pareceram incompletas por conta disso. Mesmo assim, "The Endless River" esbanja qualidade, especialmente se tratando de sobras, e possui toda a característica do som do Floyd. Uma bela homenagem ao lendário tecladista Richard Wright, falecido em 2008, e que mostra que o trabalho da banda vai além de palavras.


The Black Keys - Turn Blue

Apesar de inferior aos seus dois trabalhos anteriores, os geniais "Brothers" e "El Camiño", o Black Keys ainda mostra sua força criativa aqui. A guitarra característica de Dan Auerbach cede boa parte de seu espaço para um presente teclado, e a dupla nos apresenta um som mais introspectivo (possível reflexo do divórcio pelo qual o guitarrista passou) e uma pegada ainda mais pop. Não é exatamente uma obra-prima, mas oferece muita qualidade, especialmente com a música "Gotta Get Away". De qualquer forma, fica aqui meu pedido por um retorno à sonoridade antiga.


Unisonic - Light of Dawn

A reunião entre o vocalista Michael Kiske e o guitarrista Kai Hansen, ambos participantes da formação clássica do Helloween, deu o que falar em 2012, com o bom e variado debut do Unisonic. Neste ano, o grupo voltou ainda mais afiado e definindo sua sonoridade como mais próxima do Heavy e do Power Metal que consagrou os alemães no fim da década de 1980. O Hard Rock, porém, continua muito presente, o que dá uma dinâmica excelente para "Light of Dawn". E o fato de poder ouvir Kiske cantar como nos velhos tempos chega até a emocionar, sendo este uma das maiores vozes de toda a história do gênero.


Vandenberg's Moonkings - Vandenberg's Moonkings

Adrian Vandenberg é um guitarrista holandês, mais conhecido por todo seu trabalho com o Whitesnake na época de maior sucesso comercial do grupo, entre 1987 e 1991. Depois de anos afastado do mundo da música, resolveu reunir uma galera e gravar um álbum. Um grande acerto, sem sombra de dúvidas, já que "Moonkings" oferece um ótimo Hard Rock executado por quem entende e muito do assunto. O vocalista Jan Hoving possui um timbre bem semelhante ao de David Coverdale, que inclusive está presente no disco em uma regravação de "Sailing Ships". Houve rumores de uma reunião entre Vandenberg e Coverdale após a saída de Doug Aldrich do Whitesnake, mas Joel Hoekstra foi chamado e não aconteceu. Bom para nós que, poderemos prestigiar mais lançamentos como este em breve.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

E lá vamos nós (novamente)...

OK, OK, vocês provavelmente devem estar pensando "não acredito que você criou essa porcaria de blog há mais de um ano, postou algumas vezes, desistiu e só agora resolveu retomar", ou "pff, de novo isso... Aposto que não dura nem duas semanas!" ou (e essa tem 90% de chance) "que lixo é esse no meu feed de notícias do Facebook? *DESCURTIR*". Tudo bem, é perfeitamente compreensível. A maior parte das pessoas que teve qualquer tipo de contato com este praticamente deserto blog já se esqueceu dele por conta do período ridículo de inatividade do mesmo, e os que ainda se lembram certamente já perceberam que algo deu errado. E realmente, eu passei muito longe do que pretendia e cheguei a expressar naquele texto inaugural publicado em 24 de junho do ano passado, para o recém-criado "Valar Morghulis, Valar Dohaeris - Um Blog sem Estandartes".

Em minha defesa, contudo, eu tive meus motivos, e eles não são poucos. Longe disso, aliás. Aprovações, perdas, confusões... Eu estive no olho de um tornado de emoções que, curiosamente, coincidiu justamente com o início desta tentativa de retorno ao mundo da escrita. Foi (e, de certo modo, ainda está sendo) a época mais complexa, intensa e transtornada de toda a minha vida. Em pouco menos de 6 meses, fui do Céu ao Inferno e passei uma temporada por lá. Se no primeiro momento eu estava em contato com mundo completamente novo para mim e me ocupei em explorá-lo ao máximo que podia, o que veio a seguir simplesmente destruiu praticamente toda aquela experiência, de modo que tudo o que eu mais gostaria de fazer era me distrair com qualquer coisa que não exigisse concentração, complexidade ou esforço mental. Realmente achei que escrever pudesse me ajudar naquele momento, como está bem claro em minha última postagem aqui até então, mas o bloqueio mental e todo o peso da ocasião foram mais fortes. 

E assim o blog, outrora tão promissor, foi deixado de lado. Complicações, falta de compreensão por parte de alguns e contratempos posteriores só agravaram mais uma situação que, por si só, já era bem difícil. Enquanto isso, hora e outra eu pensava no "Valar Morghulis, Valar Dohaeris", hora e outra amigos mais próximos o traziam para o assunto e pediam textos novos. Mas eu não estava nem um pouco afim, totalmente indisposto. E, sendo inteiramente franco, eu pensei seriamente em desistir. Não tinha dado certo, a vida segue em frente. Não cheguei a declarar isso para ninguém, só que ele estava fora dos meus planos.

Por volta de setembro deste ano, porém, as sábias palavras de um homem genial iluminaram minhas ideias. 

Neil Gaiman é um escritor inglês, conhecido mundialmente por obras como Sandman, Coraline, Stardust, Os Filhos de Anansi, Os Livros da Magia, Deuses Americanos e O Oceano no Fim do Caminho, seu mais recente lançamento, além de ter assinado o roteiro de dois episódios da atual série de Doctor Who: "The Doctor's Wife" e "Nightmare in Silver". E, apesar de ainda não ter lido por completo nenhuma de suas criações (algo que eu pretendo mudar o mais breve possível), ele é um dos grandes responsáveis por eu estar aqui hoje escrevendo este texto. Em maio de 2012, o autor realizou um discurso para os formandos da University of the Arts da Filadélfia, o qual acabou se tornando um livro chamado "Make Good Art". Mesmo já conhecendo Gaiman e toda a relevância de sua bibliografia, não fazia ideia da existência de tal evento. Felizmente, achei um link do Youtube no mais puro acaso.


Após assistir ao vídeo, olhei para minha vida sob outra perspectiva. Dentre várias outras coisas, eu percebi que simplesmente não estava criando absolutamente nada. Em tempos passados, me recordo de ser alguém bem mais criativo. Não apenas por escrever no falecido, porém jamais esquecido, Bar Obi-Wan ou por estar acostumado a fazer algumas redações. Antes, eu desenhava, inventava algumas histórias. Até mesmo cheguei a compor uma música, mas nunca a mostrei para ninguém. Tudo isso era esporádico e meu maior foco sempre foi a escrita mesmo, porém estava lá. Recentemente, entretanto, todas essas atividades estavam desaparecidas da minha vida, muito devido a tudo o que citei anteriormente. E eu estava encontrando certas dificuldades para me expressar. Desenvolver frases, respostas, textos, trabalhos, tudo parecia mais complicado para mim e nada fluía como antes. Dessa forma, tudo ficou claro após as singelas palavras do sr. Neil Gaiman: eu precisava voltar a criar.

É aí que o blog entra na jogada. Enquanto eu necessitava liberar a minha criatividade, o "Valar Morghulis, Valar Dohaeris" estava aí, largado as traças, esquecido por Deus. Um projeto falho, mal utilizado e com pouquíssimas postagens. Parecia o lugar certo para exercer a atividade, e eu resolvi, assim, retomá-lo. Mas não imediatamente, como é possível observar. Eu estava um tanto ocupado naquele momento, e de nada adiantaria eu retornar às postagens e de novo não dar continuidade. Não. Achei melhor adiar a ideia por um tempo e executá-la quando fosse melhor e mais certo para mim, e enquanto isso iria ponderando sobre ela e aperfeiçoando-a. E, por motivos que desconheço, sinto que agora seja o melhor momento para tal, aliado ao fato de que talvez toda a reflexão possível já tenha sido feita e eu esteja disposto e decidido a voltar.

Mas, ao acessar o blog novamente e analisá-lo durante o período entre a concepção e a execução de meu plano, percebi algo: eu não estava satisfeito com seus elementos. Sim, eu quem fiz tudo nele, dediquei momentos da minha vida a isso, só que nada parecia certo ou me agradava. A começar pelo nome: "Valar Morghulis, Valar Dohaeris - Um Blog sem Estandartes", que na época pareceu genial, era algo difícil e cansativo de se dizer, ler ou até pensar. "Valar Morghulis, Valar Dohaeris" também não ajudava muito, continuava complicado e extenso. A abreviação "VMVD" era horrível e me lembrava do um dia famoso "VDM - Vida de M*rda". E o background, que se encaixava perfeitamente com o logo (o que me deu um trabalho desgraçado para conseguir ajeitar), também se mostrou um problema, pela predominância da cor preta e o tom pesado que ela dava. Então, abri mão de tudo isso, visando um título mais simples e de fácil assimilação, e um clima que não espantasse os leitores.

E, assim, chegamos ao momento atual. Aqui estou eu, realizando essa postagem reinaugural e explicativa, após uma boa dose de trabalho para acertar todos os detalhes do novo nome, da nova URL (afinal eles estão atrelados, e se um muda...) e do novo aspecto visual, muito mais limpo e receptivo. A inspiração da vez? Bom, quem me conhece sabe que sou um grande fã da franquia de games "Metal Gear", que teve como último lançamento "Metal Gear Solid V: Ground Zeroes". Tirei o "es" do subtítulo, tornando-o assim o termo original, e achei que soava muito bem, então resolvi mantê-lo. O símbolo no fundo, por sua vez, é uma edição do logotipo de "Metal Gear Solid: Peace Walker". E, independente de qualquer coisa, acho que eles se adequaram muito bem às minhas intenções.

Quando eu disse, em meu primeiro texto aqui, que aquele era o início de uma nova jornada, mal sabia eu o que estava por vir. E, apesar de estar longe de ser a mais feliz das caminhadas, certamente tem sido uma de grande valor sentimental, aprendizado e amadurecimento. Talvez vocês vejam isso espelhado em meus próximos posts, talvez não. Aliás, outra novidade: pretendo mudar um pouco o meu padrão de escrita. Sempre me foquei em publicações mais longas, mas agora não vejo mais tanta importância nisso. Então, não estranhem se eu soltar algo que tenha apenas um ou dois parágrafos, pois o farei se achar necessário. A palavra de ordem é "criar". Ah, e o que eu falei nos primórdios sobre não postar notícias continua válido.

Enfim. Este lugar ficou parado por muito tempo e estou animado para voltar a escrever. Dessa vez, porém, não direi nada para gerar expectativas, pois o importante é deixar acontecer naturalmente. A única coisa que eu posso prometer é que darei meu melhor enquanto realizo meus textos, e espero que isso agrade outros. Se não, bom, já valeu por ter feito eu sair da inércia.

Welcome to Ground Zero.