Nunca fui um grande fã do Quarteto Fantástico. O grupo-família de super-heróis não me chamou a atenção em momento algum da vida, e jamais li qualquer história deles sequer (apesar de ter ficado um pouco curioso após ler e ouvir sobre elas por aí). Nem o filme lançado em 2005 ou sua sequência de 2007 cheguei a assistir. Mesmo no alto dos meus 10 e 12 anos, respectivamente, pude perceber o que ambos pareciam: duas belas porcarias. Decidi deixá-los passar em branco, e convivo alegremente com essa escolha até hoje.
Quando o reboot do Quarteto foi anunciado pela Fox junto com as escolhas para o elenco, tive uma reação (mesmo não sendo fã, afinal é assim que as coisas funcionam na internet), e ela foi basicamente a mesma de quase todo mundo: "ABSURDO PERSONAGENS DESCARACTERIZADOS VÃO CAGAR NO FILME DEVOLVAM LOGO PRA MARVEL!!!11". Mas o ódio foi tanto contra esse filme, o qual nem foi lançado ainda, que, observando as reações contínuas das pessoas, percebi que isso tudo é uma baita de uma besteira. Não tem importância mudar uma ou outra coisa na história de origem ou nos aspectos dos personagem, o que vale mesmo é que esse conjunto todo funcione como um filme, seja uma adaptação de HQs ou apenas usando esse material como base. A partir daí, fiquei neutro em relação ao longa, não esperando grandes coisas, mas também não fadando-o ao fracasso tão abruptamente.
E hoje, depois de muito ser falado e praticamente nada divulgado, somado a rumores bizarros circulando pela web, finalmente foi liberado o primeiro trailer da película, que tem lançamento programado para 6 de agosto desse ano, Confira abaixo e tire suas próprias conclusões.
Particularmente, gostei do que vi. Pois é. Achei a premissa interessante, o tom mais sério convincente e os efeitos especiais da mais altíssima qualidade e bom gosto. Os atores, além de estarem em acensão e de terem surpreendido em seus papéis anteriores, parecem bem melhor caracterizados vendo-os em cena, especialmente quando usam seus poderes. E o Coisa, pelo pouco que pode se ver no vídeo, aparenta estar bem mais realista do que aquela coisa (hehe) vista nos filmes antigos. E devo ressaltar também a fotografia do que foi apresentado, muito bela, com tons bem destacados e que me lembra bastante a de "Interestelar".
Que venha o novo "Quarteto Fantástico". Acredito que a trama deva se aproximar mais do sci-fi do que os demais filmes de herói, e devo dizer que adoraria ver isso acontecer de fato. E fiquei com vontade de ver "Poder Sem Limites" (ou "Chronicle", em inglês), filme anterior do diretor Josh Trank, para saber o que esperar. De qualquer forma, irei ao cinema conferir o longa, nem que seja só pela curiosidade de saber o que saiu disso aí.
Sempre que um novo ano chega, cria-se uma expectativa por novidades e mudanças em relação ao que foi visto no anterior. E 2015 promete muita coisa bacana, seja pelo que já foi anunciado antes ou pelo que está sendo especulado que pode ocorrer. Teremos muitas potenciais surpresas nos próximos 12 meses em diversas áreas, além daquilo que já está fazendo as pessoas explodirem de tanta espera. Com isso em mente, resolvi falar sobre o que provavelmente abalará o mundo nesse ano, além de deixar clara minha opinião sobre e dizer o que eu mais aguardo. E, desde já, peço desculpas caso tenha deixado algo passar.
FILMES: nesse ano, o mundo está com sua atenção totalmente voltada para "Os Vingadores: A Era de Ultron" e "Star Wars: O Despertar da Força". São seus dois maiores lançamentos, os quais as pessoas já aguardam desde pelo menos 2012. Também serão lançados um novo Mad Max, "A Estrada da Fúria", a conclusão da franquia Jogos Vorazes nos cinemas com "A Esperança, parte 2" e um novo filme de Quentin Tarantino, "The Hateful Eight". Não estou esperando grandes coisas de "Homem-Formiga", "Exterminador do Futuro: Genisys" e do reboot do "Quarteto Fantástico", mas posso (e espero) estar errado. "Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros" é uma verdadeira incógnita para mim, e a novas animações da Pixar, "Divertida Mente" e "The Good Dinosaur", devem seguir aquele padrão de qualidade que conhecemos. Ainda chegarão ao Brasil alguns filmes que foram lançados no exterior na reta final de 2014, como "O Jogo da Imitação", "Birdman", "O Abutre", "Sniper Americano" e "O Ano Mais Violento". E deveremos ser bombardeados com trailers dos lançamentos de 2016, como "Batman v Superman: Alvorecer da Justiça", "Capitão América: Guerra Civil", "X-Men: Apocalipse", "Esquadrão Suicida", "Deadpool" e "Animais Fantásticos e Onde Habitam". 2015 está excelente para falir indo ao cinema.
GAMES: para quem comprou um PlayStation 4 e/ou um Xbox One, esse é o ano que você realmente tirará proveito do(s) console(s). Os mais aguardados por mim são "Metal Gear Solid V: The Phantom Pain", "Batman: Arkham Knight" e o (finalmente!) novo "Star Wars Battlefront", já que sou um fã incondicional das três franquias. Junto a esses, também serão lançados "Uncharted 4: A Thief's End", "Halo 5: Guardians", "Rise of the Tomb Raider", "Mortal Kombat X", "The Witcher 3: Wild Hunt", "Evolve", "Bloodborne", "The Order: 1886" e "Battlefield: Hardline". A Nintendo, por sua vez, vem com um novo "The Legend of Zelda" e, após uma década, um novo "Star Fox", e devem seguir dominando o mercado de portáteis com o 3DS, bem como tendo um relativo sucesso com seus criativos, divertidos e subestimados jogos exclusivos. E sim, teremos novos "Call of Duty" e "Assassin's Creed", além da edição anual de "FIFA", que sempre promete novidades, mas só apresenta mais e mais bugs. Há rumores de que novos "Pokémon" estão em desenvolvimento, bem como um "The Last of Us 2", e existe a possibilidade de "Kingdom Hearts III" ser lançado ainda em 2015. E, para não cometer injustiças, eu espero que os desenvolvedores independentes sigam inovando e nos presenteando com games incríveis.
QUADRINHOS: já sabemos que o Universo Marvel sofrerá um reboot nesse ano, começando com o evento "Everything Ends", que acarretará em uma nova saga das "Guerras Secretas" e assim culminará no que aparenta ser retcons das mais famosas histórias da editora, como "Guerra Civil" e "A Manopla do Infinito", além de novidades como o fim do Universo Ultimate/Millenium, "Inhumans: Atillan Rising", "Spider-Man: Renew Your Vows" e uma nova publicação dos X-Men baseada no desenho de sucesso dos anos 1990. Não se sabe ao certo o que vai gerar toda essa confusão, mas a editora, que agora também detém os direitos de Star Wars nos quadrinhos, ainda tem muito o que fazer com suas publicações atuais, além de novidades como "Uncanny Inhumans" e "The Wolverines". A DC Comics, por sua vez, também deve ver seu universo principal passar por mais um reboot, já que confirmaram o encerramento de 16 de seus lançamentos mensais para 2015. É a chance de se redimirem com seus fieis leitores após a má impressão causada pelas polêmicas de "Os Novos 52", que, apesar de ter acertado a mão em muitos momentos (especialmente com o Batman), foi alvo de muitas críticas. Também é o momento certo para preparar o terreno visando os filmes que vem aí a partir do ano que vem. Ainda assim, eles também tem muito trabalho pela frente com suas HQs atuais.
SÉRIES: 2015 será grande nessa categoria. Além do encerramento das temporadas atuais de Arrow, Flash, Gotham, Suits, Castle e Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D. (e o provável retorno de todos esses programas no segundo semestre), teremos o retorno de Game of Thrones para sua quinta temporada e de Doctor Who para sua nona temporada, além de novos episódios para sucessos da Netflix como "House of Cards" e "Orange is the New Black". Também veremos novas séries de herói como "Supergirl", "Titans", a série dos Novos Titãs, e "Krypton", que terá como foco o avô do Superman. Junto a essas, teremos as séries da Marvel exclusivas da Netflix, como "Demolidor" e "AKA Jessica Jones". Há rumores de que "Arrested Development" retornará para sua 5ª temporada, então é bom ficar de olho. Ah, "The Walking Dead", "Supernatural" e "The Big Bang Theory" vão continuar aí pra quem ainda não desistiu, e o final de "Two and a Half Men" está agendado para fevereiro desse ano. Para finalizar, a minissérie "Marvel's Agent Carter" foi exibida na última terça e obteve boa recepção, o que é, ao meu ver, uma boa notícia.
MÚSICA: o Muse lançará, segundo os próprios membros, o álbum mais pesado de suas carreiras, que beira o Metal. O Halestorm divulgará seu novo registro em breve. O Winery Dogs deverá voltar a estúdio ainda nesse ano. O Ghost já confirmou que seu próximo disco sairá nos próximos meses. O Iron Maiden está, segundo informações, em gravações nesse exato momento. O Metallica, se tiver boa vontade, pode lançar algo novo. E o Megadeth está a procura de novos guitarrista e baterista para poder se redimir do fraco "SuperCollider", de 2013. E isso é tudo o que eu sei sobre o assunto para 2015 até o momento. O resto pretendo descobrir e ser surpreendido de forma natural ao longo dos dias que estão por vir.
ESPORTES: depois do anúncio de que Gerrard deixará o Liverpool ao fim de 2014-2015, não tenho como esperar muitas coisas boas. Só espero ser surpreendido nos campeonatos, com resultados inesperados (como o triunfo do Real Sociedad de David Moyes sobre o Barcelona no último fim de semana) e campeões diferentes do habitual. Mas provavelmente vai acontecer o óbvio nos campeonatos europeus, e a Liga dos Campeões deve ter o Bayern de Munique ou o Real Madrid erguendo a taça. Em 2015 ainda tem Copa América e Jogos Panamericanos, então vamos ver o que vem por aí. É isso.
E não foi como uma pessoa comum, jogando PES/Winning Eleven no PlayStation 2, o mínimo para a época. Foi jogando FIFA 09. De Nintendo DS. Era simples, básico, com alguns bugs e estava longe da complexidade da versão para console, mas que me divertia e era o suficiente para aquelas férias em que fiquei praticamente um mês na praia. Eu não era lá um grande fã de futebol naquele tempo, nem da vida real e nem dos games, mas aquele FIFA me cativou pela diversão. Eu usava um tal de Liverpool, o qual sempre via uns conhecidos de fóruns do Orkut comentarem (pois eles torciam pro time), e que tinha como jogador ninguém menos que Fernando Torres, que eu havia visto marcar o gol que deu o título da Euro 2008 para a Espanha, naquela final memorável contra a Alemanha.
Aquele Liverpool também tinha alguns outros nomes que eu conhecia, como Xabi Alonso e Mascherano. Mas um daqueles pequenos jogadores virtuais me chamou a atenção. O camisa #8 do time, o capitão daquela equipe. Um tal de "Gerrard", cujo nome eu mal sabia pronunciar direito, mas que me recordava de ver em algum dos pouquíssimos jogos da seleção inglesa que já havia assistido, ou do álbum de figurinhas da Copa do Mundo de 2006. Ele era melhor do que todos os outros que eu citei. Podia correr bastante, dar passes excelentes e marcar gols incríveis, tanto de dentro quanto de fora da área. Facilmente o melhor que tinha ali, e que se tornou uma figurinha carimbada em todas as partidas que joguei durante aqueles dias.
Quando voltei para casa, procurei saber um pouco mais sobre aquele time. Descobri que eles eram os principais rivais do Manchester United, que eu sempre detestei (e ainda detesto, mas que aprendi a respeitar em consideração a alguns amigos), e que aquele Steven Gerrard era jogador deles desde sempre, algo que até eu na época sabia que havia se tornado raro. Passei, ainda que com pouco afinco, a acompanhar o Liverpool no resto daquela temporada 2008-2009. Me recordo que eles estavam em primeiro na tabela quando chequei pela primeira vez. Lembro-me daquela gloriosa vitória por 4 x 1 contra o Manchester United em pleno Old Trafford. E que acabaram terminando em segundo, com o mesmo Manchester United vencendo o campeonato. Isso me deixou um pouco desapontado, e acabei deixando o futebol de lado nos meses que seguiram.
2010 chegou, e foi aí que tudo mudou. Ganhei meu Xbox 360 e resolvi comprar o aclamado FIFA 10. Finalmente poderia ver aqueles jogadores quase pixelados do Nintendo DS de um modo realista e em alta resolução. E a parceria Steven Gerrard e Fernando Torres simplesmente destruía qualquer um que estivesse pela frente, com passes e gols inacreditáveis. Foi ali que eu comecei a me tornar um apaixonado pelo esporte, e então voltei a acompanhar o Liverpool. 2009-2010 não foi uma temporada fácil para os Reds, muito devido ao impacto negativo e imediato da saída do maestro Xabi Alonso para o Real Madrid e sem uma reposição a altura, com eles terminando o campeonato inglês em sétimo lugar e sendo eliminados na semifinal da Liga Europa pelo Atlético de Madrid em Anfield, jogo o qual me recordo de ver, especialmente graças a aquele gol do Forlan no fim da prorrogação que simplesmente acabou com as minhas esperanças. Quando a partida foi encerrada, lembro de pensar "é, agora é bem capaz de demitirem o Benítez". E demitiram mesmo.
Ao mesmo tempo, a Copa do Mundo estava se aproximando, comprei o álbum de figurinhas, e isso só me deixou ainda mais alucinado com futebol. Os jogadores que eu mais queria ter ali? Steven Gerrard e Fernando Torres, claro. Nesses dias eu passei a procurar mais sobre Steven Gerrard, sua vida como atleta, algumas das coisas que já havia dito, seus gols e lances mais marcantes. Fiquei embasbacado, tanto pelo profissional quanto pelo ser humano admirável. Me tornei fã do cara ali. Durante a Copa da África do Sul, fiquei feliz pelo seu gol que abriu o placar do primeiro jogo da Inglaterra na competição, e triste, especialmente por ele, quando os mesmos foram eliminados pela Alemanha, de uma forma até injusta, devido a aquele gol legítimo de Frank Lampard que foi desconsiderado pelo árbitro.
Alguns dos melhores gols e lances do Gerrard, incluindo o primeiro dele pelo Liverpool e o famoso "YA BEAUTY!"
Se 2009-2010 não foi fácil, 2010-2011 foi ainda pior. Mascherano saiu para o Barcelona, Fernando Torres não estava rendendo, o técnico Roy Hodgson estava se mostrando cada vez mais abaixo do medíocre, e os donos do clube estavam acabando com ele, de modo que o mesmo estava a beira da falência. O único que podia trazer alguma esperança era o capitão Gerrard, que estava jogando fora de sua melhor posição e rendendo abaixo do esperado. Tudo começou a mudar quando um grupo chamado NESV (hoje conhecido por FSG - Fenway Sports Group) comprou o LFC e o salvou financeiramente. Tiraram Hodgson do comando da equipe e chamaram para seu lugar Kenny Dalglish, uma lenda-viva e um dos melhores jogadores que já passou pelo time na história. Contrataram o atacante Luis Suárez para protagonizar uma dupla de ataque com Fernando Torres. Mas aí veio outro baque: o espanhol pediu para ser transferido para o Chelsea. A parceria Gerrard-Torres, de tanto sucesso, havia chego ao fim. E eu fiquei bem triste na época, mas foi algo que durou pouco, já que fomos presenteados com algumas partidas fantásticas do atacante uruguaio (como esquecer o "Showárez" daquele 3 x 1 contra o Manchester United em Anfield?). No fim, o Liverpool conseguiu resgatar sua temporada do perigo e trouxe alguma esperança para os torcedores.
O que veio a seguir, porém, não foi exatamente o esperado. 2011-2012 foi inconstante para o clube, com contratações que não deram certo, performances abaixo do esperado, polêmicas envolvendo Suárez e muitas lesões, inclusive para Gerrard, que ficou cerca de metade da temporada de fora. Quando voltou a campo, passou a receber algumas críticas por não estar rendendo como antes, algo que ocorreu tanto por esses problemas físicos quanto pela idade. E, apesar da equipe ter sido campeã da Copa da Liga Inglesa, acabou terminando em oitavo no campeonato, o que culminou na rescisão mútua de Dalglish. Seu sucessor, o jovem Brendan Rodgers, ex-técnico do Swansea, também enfrentou algumas dificuldades no começo de 2012-2013, com muita instabilidade e a saída de jogadores mais antigos, como Dirk Kuyt e Maxi Rodríguez, mas as coisas melhoraram com o impacto instantâneo dos jovens Daniel Sturridge e Philippe Coutinho, além de uma melhora absurda nas participações de Luis Suárez. No fim, o Liverpool terminou em sétimo lugar, com o uruguaio suspenso após morder o zagueiro Ivanovic, e o lendário zagueiro veterano Jamie Carragher se aposentando.
A temporada seguinte, 2013-2014, é uma que jamais esquecerei. A primeira metade foi convincente e boa o suficiente para botar o time entre os 4 primeiro lugares do campeonato no momento, com a participação fantástica de Sturridge, o bom desempenho da equipe e o impacto imediato de Suárez após o fim de sua suspensão, que o fez voltar melhor e com mais sede de vitória do que nunca. Mas o que aconteceu entre janeiro e abril de 2014 foi inexplicável. O Liverpool estava jogando seu melhor futebol em anos, com o trio Sturridge-Suárez-Sterling sendo fulminante, Coutinho com ótimos passes e visão, Henderson sendo o motor do time e ele, Steven Gerrard, em sua melhor forma após muito tempo, jogando como primeiro volante e contribuindo absurdamente com assistências em jogadas de bola parada e gols de falta e pênalti. Foi algo sublime, além desse mundo, e minha emoção como torcedor (mais do que consolidado no momento) era algo imensurável. Foram 13 vitórias seguidas que colocaram o Liverpool no topo da tabela. Com pelo menos mais duas vitórias e um empate nos próximos três jogos, a equipe seria campeã. E, com essas performances recentes cada vez mais impressionantes, o pensamento dos torcedores era unânime: o Liverpool Football Club ganharia o seu 19º campeonato inglês, após 24 anos desde a última conquista.
O discurso do capitão após a vitória contra o Manchester City. Um dos melhores, mais tocantes e inesquecíveis momentos da última temporada.
Entretanto, existe uma coisa que rege nosso Universo chamada "Lei de Murphy", a qual diz "o que puder acontecer, vai acontecer". E aconteceu, contra os torcedores do Liverpool, os jogadores, a comissão técnica, a diretoria. E, em especial, contra ele, o veterano capitão Steven Gerrard. Naquele 27 de abril de 2014, contra o Chelsea em pleno Anfield, ele foi dominar a bola, escorregou no gramado úmido, perdeu a posse, o atacante Demba Ba disparou e marcou o gol dos Blues de Londres, que voltaram a marcar no final da partida. Em toda minha vida como torcedor, aquele foi, sem dúvida, o momento mais triste. As chances de título foram pelo ralo, justamente por um simples e humano erro daquele que menos parecia humano (e mais parecia algo além) para os fãs e que dificilmente errava. Justamente um erro daquele que sempre trabalhou por essa conquista, e sem dúvidas era quem mais ansiava por ela. As outras duas partidas foram um empate e uma vitória, o que bastou para ver o Manchester City campeão e o time de Merseyside encerrando a campanha com o segundo lugar.
Aí veio a Copa do Mundo no Brasil. E Steven Gerrard esteve em terras tupiniquins, junto com seus companheiros da seleção inglesa para disputar a competição. Ele estava animado, pois nunca havia ganho nada com a Inglaterra e sabia que essa poderia ser sua última chance. E os ingleses acabaram, como sabemos, eliminados. Na fase de grupos. Com um gol de ninguém menos que Luis Suárez, seu companheiro de clube, com quem também fizera uma parceria invejável. O uruguaio dominou um lançamento em suas costas, saiu correndo como um maníaco e fez o gol que manteve a Celeste viva na disputa para a classificação. E que encerrou outro sonho do capitão britânico. No jogo seguinte, o uruguaio acabou mordendo o zagueiro italiano Chiellini e foi banido do esporte por 4 meses.
E então chegamos à temporada atual, 2014-2015. Suárez foi vendido ao Barcelona, e o Liverpool contratou vários outros jogadores com o dinheiro recebido, os quais falharam ou demoraram para se adaptar, tendo como consequência uma série de resultados inconstantes e abaixo da média, que não faziam jus ao futebol apresentado na primeira metade de 2014. E, junto a isso, tivemos Gerrard, que se aposentou da seleção, errando na marcação como volante, não acertando mais uma jogada ensaiada sequer e mostrando uma fragilidade jamais vista antes. Ele sentiu essas duas derrotas seguidas psicologicamente, e a idade dessa vez parece ter pego-o de jeito, acabando com sua agilidade e pensamento afiado. Para piorar, torcedores rivais começaram a cantar sobre sua escorregada, e as críticas, que haviam quase sumido nos últimos meses, voltaram. E, mesmo com algumas boas performances jogando como meia-atacante/segundo-atacante, posição em que demonstrou sua melhor forma, não foi o suficiente para amenizar a torcida, já que, mesmo com uma melhora significativa em seu jogo, o time não estava conseguindo responder com placares favoráveis.
He'll pass the ball 40 yards. He's big and he's fuckin' hard. Steve Gerrard, Gerrard!
Isso nos leva à data de ontem, 1º de janeiro de 2015. Após mais uma partida abaixo do esperado, o Liverpool acabou desperdiçando uma vantagem de dois gols e empatando com o Leicester City em 2 x 2. Após a má reação dos torcedores ao resultado, surgiu, de uma fonte que desconheço, o rumor de que Steven Gerrard deixaria os Reds ao fim da temporada e iria jogar a Major League Soccer, o campeonato estadunidense. De início, não dei muita importância, pois essas coisas aparecem direto. Contudo, eu não esperava que o rumor ganhasse a força que ganhou, até que alguns jornalistas importantes ligados ao clube o confirmaram e disseram que um anúncio seria feito pelo clube na manhã seguinte. Simplesmente não queria acreditar nisso.
Quando eu acordei hoje e vi o comunicado oficial de que Gerrard não renovará seu contrato e deixará o clube ao fim da temporada, nossa... Eu não sabia o que dizer, fazer ou pensar. Eu tenho em mente que isso é algo positivo para o LFC, pois vai livrar a folha de pagamentos de um salário pesado e isso vai possibilitar a vinda de alguém mais novo, menos caro e que contribua mais para o time do que ele ultimamente. Mas simplesmente não dá pra pensar tão friamente no momento. Não quando se trata de Steven Gerrard, o capitão, o sr. Liverpool.
Por que eu escrevi tudo isso até chegar aqui? Eu não sei. Talvez pra mostrar que, apesar de todas as dificuldades, problemas e mudanças, Gerrard sempre foi uma constante no Liverpool, jogando bem, mal ou estando afastado por lesões. E isso já vem de muito antes de eu começar a acompanhar futebol: são 17 anos jogando pelo mesmo time, em que ele conquistou, com exceção do maldito campeonato inglês, todos os títulos possíveis. Ele foi, e ainda é, o coração da equipe, o líder, a inspiração. Após a última partida de 2014-2015, porém, isso acabará. E fará uma falta absurda, como foi possível ver nas inúmeras reações de torcedores, companheiros, ex-companheiros, jornalistas e analistas do esporte. E como foi possível observar nesta singela homenagem, que mostrou um pouco do impacto do time e do jogador em minha própria vida.
Ah, o beijo na câmera... Uma das comemorações mais icônicas, reservada especialmente para um dos estádios mais famosos do mundo: o Old Trafford.
Que se danem Pelé, Maradona, Ronaldo, Messi, Cristiano Ronaldo, Zidane, Figo, Beckham e afins. Que se danem (com meu imediato pedido de perdão) até Dalglish, Barnes, Rush e Fowler. Steven Gerrard é o melhor jogador que já vi jogar. Meu jogador preferido. Um verdadeiro ídolo. Toda sua lealdade, confiança, liderança e qualidade são verdadeiras inspirações para mim. Ele fez conseguiu o impossível, continuou acreditando quando tudo parecia perdido e acabou marcando a história com algumas das mais incríveis participações em jogos decisivos. E seus atos serão lembrados por gerações. Oh captain, my captain.
Obrigado, Steven Gerrard. Por todos os seus fiéis anos de serviço pelo Liverpool Football Club. Por sempre trazer alegrias aos torcedores, mesmo nos momentos mais difíceis. Por ter dado tudo de si ao longo de 17 anos. Por nunca ter deixado de acreditar até o fim. Por ter sido, além de jogador, um torcedor. E por ter me feito gostar mais de futebol e do próprio Liverpool, tendo tudo começado graças a uma versão virtual tosca e pixelada de você. Todos esses feitos, momentos e partidas marcantes jamais serão esquecidos por mim, que, um dia, espero poder dizer com orgulho para filhos e netos que vivi para ver Gerrard jogar. E como ele jogava.
You'll Never Walk Alone, Steven George Gerrard, Liverpool's number 8.
Você, que está aí felizão com a chegada desse novo ano, achando que sua vida vai mudar completamente, que só vai ter coisa boa daqui pra frente, que ninguém vai te machucar, que você é invencível a partir de agora, que seus problemas acabaram, que todos agora vão te amar e que dinheiro vai cair do céu bem em cima da sua casa... Bom, queria te dizer o seguinte:
Não, eu não estou sendo pessimista. Mas, se você continuar sendo quem você foi nos últimos 365 dias, a situação vai continuar a mesma, com pouquíssima perspectiva de mudança. Portanto, nesse ano, mude. Seja melhor. Torne-se alguém que pode inspirar os mais novos. Que te inspiraria quando mais novo. Que dará orgulho aos mais velhos. Que você poderá se orgulhar quando mais velho. É um processo árduo, que vai possuir obstáculos e que talvez não termine até o próximo 31 de dezembro, mas que é melhor iniciar desde já, para tornar melhor a sua vida e a dos outros a seu redor.
E não, eu não vou ser hipócrita em dizer isso e não fazer nada a respeito da minha própria vida. Eu vou realizar algumas mudanças nesse ano. Porque é isso que eu quero: mudar, melhorar e evoluir cada vez mais, sempre que possível e/ou necessário. Afinal, de nada adianta ter uma vida se for para ficar estagnado.
Então, tenha um ótimo 2015. Aperfeiçoe-se. Trabalhe honestamente e esforce-se pelo que quer. Aprenda com os erros do passado e evite cometê-los novamente no futuro. E viva de um modo mais feliz e agradável. (: