(Arte por Alex Ross. Pacificador pertencente à DC Comics, todos os direitos reservados.)
Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês (exceto quando ela coincide com o primeiro dia do mês -- ou quando não me dá tanta vontade assim).
Fevereiro foi um mês interessante em minha vida, repleto de novidades e mudanças em minha rotina, com um impacto mais que positivo. Também foi rápido, se passando num estralar de dedos, e relativamente tranquilo. Claro, tive alguns percalços no trajeto, mas nada que tenha ofuscado os bons momentos que tive. Pra agregar a isso tudo, ainda tivemos os finais das primeiras temporadas de Pacificador e O Livro de Boba Fett, que não deixaram a desejar em nada comparado a tudo que vinham mostrando até então, assim como o lançamento do jogo Horizon: Forbidden West, embora só tenha recebido minha cópia, comprada em pré-venda, uma semana depois do previsto. E, particularmente, esse foi um momento que comprei alguns discos de vinil, que venho escutando com frequência nos últimos dias. Então, sim, outro mês que dá para ser definido como "bom".
Muito por reflexo da menor quantidade de dias, fevereiro também foi um mês em que escutei um pouco menos música que meu habitual, embora ainda dentro da minha média geral. Segundo meu last.fm, foram 2.928 reproduções musicais nos últimos 28 dias (média de 104/dia), contando com 388 artistas, 564 álbuns e 2.632 faixas diferentes. Dá continuidade à tendência vista em janeiro último, e fico espantado em como minha decisão de dar preferência a álbuns ao invés de playlists impactou meus números de artistas e álbuns, especialmente em comparação com 2019, 2020 e 2021, quando criei o ritmo de consumo que possuo hoje (e que também possuem ótimas playlists, não deixei de conferir).
E assim como nesses anos, bem como nos anteriores desde 2016, fevereiro foi inteiramente dedicado a ouvir álbuns que eu ainda não havia escutado até então, um a cada dia, montando a playlist do mês exclusivamente com músicas tiradas deles. Mas se nos últimos anos variei entre resenhar ou comentar tudo o que ouvi, dessas vez vou seguir meu padrão atual e comentar apenas aqueles registros que eu realmente acho que preciso comentar, apenas listando os demais. Então, confira abaixo quais foram minhas escolhas de fevereiro em 2022.
- U2 - How To Dismantle An Atomic Bomb (Rock, Pop Rock; 2004): esse eu confesso que só escutei para ter Vertigo como primeira música da playlist, mas é um ótimo álbum da banda após sua fase mais pop, logo na sequência do também ótimo All That You Can't Leave Behind.
- Jethro Tull - The Zealot Gene (Rock Progressivo, Folk Rock; 2022): depois de um hiato de 19 anos sem gravar em estúdio (e 23 anos sem registrar material 100% inédito), o grupo liderado por Ian Anderson sem toda aquela intensidade de outrora, mas também longe de diminuir a qualidade do trabalho por conta disso. O novo álbum remete muito aos clássico do Jethro Tull, mas também tem uma pegada mais cabível (e até esperada) para o experiente grupo. Mas está tudo lá: as canções inspiradas, a parte progressiva e, claro, a flautinha do líder.
- Uriah Heep - The Magician's Birthday (Hard Rock, Rock; 1971)
- John Mellencamp - Strictly A One-Eyed Jack (Rock, Folk Rock; 2022): o artista se mostrou inspirado em seu mais recente trabalho, com canções melancólicas e reflexivas, mas que não deixam de ter aquela pegada mais popular que o consagrou. Destaque ainda para as duas participações de Bruce Springsteen, que dão um toque de ouro ao álbum.
- George Harrison - Brainwashed (Rock; 2002)
- Tesla - Mechanical Resonance (Hard Rock, Metal; 1986)
- Korn - Requiem (Metal, Nu Metal; 2022): o sucessor de The Nothing, lançado em 2019, é um dos discos mais curtos do Korn, mas a duração é inversamente proporcional à qualidade. Requiem traz todo o peso da banda, sua marca registrada, em uma embalagem ainda mais refinada do que anteriormente, enquanto a duração faz desse um de seus trabalhos mais acessíveis.
- Motörhead - Bastards (Metal, Hard Rock; 1993)
- Saxon - Carpe Diem (Metal; 2022): Metal clássico inglês de qualidade. Isso é o que se espera do Saxon, e isso é o que o grupo entrega. Mas eles não soam datados, longe disso, parece que souberam atualizar seu som com maestria. A idade parece fazer bem a essas lendas da NWOBHM.
- Rage - Reflection of a Shadow (Thrash Metal; 1990)
- Bring Me The Horizon - amo (Metal, Hard Rock, Metalcore; 2019): eu posso não ter ouvido muito do BMTH, mas gostei muito de tudo o que ouvi até aqui. O grupo liderado por Oliver Sykes tem aquele apelo que faz de boas bandas lendárias, e especialmente no Metal, e isso é palpável em amo.
- L'arc En Ciel - True (J-Rock; 1995)
- Talisman - Truth (Hard Rock; 1998): uma das bandas que mais gostei de ter contato nos tempos mais graves da pandemia parece que nunca gravou um álbum ruim sequer. Ainda bem.
- Slash feat. Myles Kennedy & The Conspirators - 4 (Hard Rock; 2022): talvez o melhor desde Apocalyptic Love, por melhor que World On Fire seja. O novo registro de Slash ao lado de Myles Kennedy os Conspirators é um trabalho que traz aquela qualidade dos dois primeiros álbuns aliada a uma sonoridade e, principalmente, uma seleção de faixas mais direta. Acredito que, feito esse ajuste, as próximas empreitadas do guitarrista e sua banda serão certeiras.
- Hanoi Rocks - Oriental Beat (Hard Rock, Glam Metal; 1980): o disco que possivelmente deu origem ao famigerado "Rock Farofa", o Hard Rock/Hair Metal/Glam Metal dos anos 1980, e que é muito bom e em quase nada soa como o subgênero viria a soar.
- Slaughter - Stick It To Ya (Hard Rock, Metal; 1989): um ótimo trabalho que dosa muito bem peso com momentos mais acessíveis, vale a pena conferir.
- Wig Wam - Non Stop Rock'n'Roll (Hard Rock; 2010): o álbum que contém a abertura de Pacificador obviamente foi ouvido no dia que o último episódio da série foi ao ar, mas mais do que isso, é um ótimo trabalho que soa como Hard Rock oitentista, mas com aspectos mais atualizados. Deus abençoe James Gunn por ter incluído a faixa na já icônica apresentação da série e aparentemente salvo a carreira desses caras.
- Glenn Hughes - Building the Machine (Hard Rock, Funk Rock; 2001)
- Amyl and The Sniffers - Comfort To Me (Punk Rock, Indie Rock; 2021): esse aqui eu peguei de uma recomendação que vi em rede social, confesso, mas fiquei muito surpreso com o som, enérgico e cheio de atitude. Uma banda para se ficar de olho no futuro.
- New Order - Get Ready (Rock, Pop Rock, New Wave, Post-Punk; 2001)
- The Rolling Stones - Their Satanic Majesties Request (Rock; 1967)
- Atlus Sound Team; Lyn - Persona 5 Royal: Original Soundtrack (J-Rock, Jazz; 2022): esse aqui provavelmente era o álbum que eu mais queria ouvir em fevereiro. Eu amo a trilha sonora de Persona 5 e também amei muito as novas faixas incluídas em Persona 5 Royal, e já não era sem tempo de colocar essas músicas nos serviços de streaming. E o melhor: com a versão completa de Colors Flying High, abertura que até então se desconhecia mais do que aqueles 1min36seg presentes no jogo.
- The Monkees - More Of The Monkees (Rock; 1967)
- Elastica - Elastica (Rock, Britpop, Punk Rock; 1995): esse aqui foram ANOS de espera (desde 2017) para ouvir, até que finalmente apareceu nos streamings no começo desse ano. E valeu a espera, pois é um dos registros definitivos da era do Britpop.
- Tears For Fears - The Tipping Point (Rock, Pop Rock, New Wave, Pop; 2022): eis outra banda que teve um longo hiato sem registrar nada em estúdio (18 anos), o Tears For Fears retorna após um período conturbado de seu vocalista e guitarrista, Roland Orzabal, que parece exorcizar seus demônios nesse álbum que em muito renova o som da dupla, enquanto segue com aquelas letras mais profundas e conscientes, que são sua marca registrada.
- Atlus Sound Team; Lyn - Persona 5 Strikers: Original Soundtrack (J-Rock, J-Metal, J-Pop; 2022): outra que eu queria ouvir muito, porque é absolutamente incrível. Pega muitos dos temas originais de Persona 5 e os reinterpreta numa pegada muito mais voltada para o Metal, enquanto traz seus próprios (e ótimos) temas, tornando essa uma das grandes trilhas sonoras dos jogos da série Persona.
- Badfinger - Straight Up (Rock, Hard Rock; 1971)
- Atlus Sound Team; Yumi Kawamura; Lotus Juice - Persona 3 FES: Original Soundtrack (J-Rock, J-Pop, J-Rap; 2007): para fechar a playlist com estilo, usando a faixa que inspirou seu título, a trilha sonora da versão "melhorada" de Persona 3 traz alguns dos grandes temas da série, em especial sua rápida abertura e seu melancólico encerramento.
Confira, por fim, a playlist elaborada durante fevereiro de 2022: