(arte por Annie Wu)
Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês (com exceção de hoje).
Fevereiro, ao contrário de seu antecessor, foi leve, descomplicado e, retomando tendências anteriores, se passou com um estralar de dedos. Mas esse é um mês que sempre passa rápido e, por consequência, não há muito do que se falar, exceto de que foi bom, divertido, deu para assistir Aves de Rapina (filme sobre o qual ainda pretendo escrever algo em breve) logo no fim de semana de estreia e também que deu para descansar durante o Carnaval. Ou seja, saldo bem positivo.
E também foi positivo quando o assunto é música, pois consumi uma quantidade escandalosa, ainda mais considerando que o mês teve apenas 29 dias. Segundo meu last.fm -- que ainda apresentou alguns problemas, mas nada comparado ao que aconteceu em janeiro -- foram impressionantes 3.184 scrobbles realizados, o que inclui 722 artistas, 1.319 álbuns e 2.425 faixas diferentes. Foi, disparado, meu melhor fevereiro desde a criação do Balanço Musical, se não da vida, ainda que não tenha vindo acompanhado da quebra de nenhum recorde pessoal meu. De qualquer forma, superou muitos dos meses "normais" anteriores.
Como já é tradição por aqui, fevereiro é um mês que tiro para ouvir um álbum ainda desconhecido por mim a cada dia e, como resultado, crio uma playlist apenas com músicas deles. Foi algo que iniciei em 2016, ainda pré-Balanço Musical (e que foi o embrião para a coluna), e que chegou a sua quinta edição nesse ano, mais uma vez se dando em um ano bissexto, que impulsionou tudo isso por conta de seu dia extra. E seguindo outro costume do projeto, listo e resenho rapidamente todos os registros escutados, conforme você pode conferir logo abaixo.
- John Lennon/Yoko Ono - Double Fantasy (Rock, Avant-Garde; 1980): fui ouvir sem prestar atenção na capa ou simplesmente no nome do trabalho. É um belo trabalho de despedida (involuntária) do John, mas infelizmente tem a Yoko e suas loucuras no pacote...
- Steve Winwood - Arc of a Diver (Rock, Soul; 1980): um artista praticamente para o grande público, mas que faz música da mais alta qualidade, com uma leveza e ritmo que poucos tem a capacidade de alcançar.
- Poppy - I Disagree (Metal, Pop; 2020): parabéns, EUA, vocês tem seu próprio BabyMetal. E é tão bom quanto.
- Jeff Parker - Suite For Max Brown (Jazz Fusion; 2020): uma audição agradável e repleta de experimentação, o que só a enriquece. Vale a conferida.
- Richie Kotzen - 50 for 50 (Rock, Soul; 2020): um dos músicos mais prolíficos do gênero comemorou 50 anos no último dia 5 e, para celebrar, lançou um álbum com 50 faixas. E é difícil absorver todo o conteúdo em uma tacada só, mas a impressão geral é que o trabalho é muito bom.
- Tigran Hamasyan - Mockroot (Jazz; 2015): mais som agradável e também com experimentação, como é da natureza do estilo. Também vale a escutada.
- Green Day - Father of All... (Pop Rock; 2020): a banda reinventou sua sonoridade nesse novo registro, com uma pegada (ainda mais) Pop e ágil. Agrada, mas resta saber para onde vão a partir disso.
- My Chemical Romance - Three Cheers for Sweet Revenge (Emo; 2004): não tem a sofisticação de The Black Parade, mas apresenta um som mais cru, próximo ao Hardcore e repleto de sentimento. Não a toa, é uma das pedras primordiais do estilo e também projetou a banda para o público.
- Michael Jackson - Dangerous (Pop; 1991): o álbum que definiu a sonoridade da década de 1990, para o bem ou para o mal. Não é meu disco favorito do Rei do Pop, mas tem vários ótimos momentos.
- Echo & The Bunnymen - Echo & The Bunnymen (Rock, Post-Punk; 1987): o grupo refinou o apresentado em Ocean Rain e adicionou um pouco de leveza em sua sonoridade, resultando em um trabalho viciante e rico.
- Anderson Bruford Wakeman Howe - Anderson Bruford Wakeman Howe (Rock Progressivo; 1989): a reunião da formação clássica do Yes sem o baixista Chris Squire provou que os envolvidos, afinal, ainda sabiam como fazer Rock Progressivo de qualidade, com ecos de Fragile e Close to the Edge.
- Jenny Lewis - On The Line (Pop Rock; 2019): lembro que o disco anterior da cantora havia me encantado, mas seu mais recente lançamento não teve esse mesmo impacto. Talvez minha opinião mude com mais algumas audições.
- Thin Lizzy - Black Rose (Hard Rock; 1979): a banda em sua melhor fase, ainda que com menos reconhecimento que deveria, era uma das melhores da época. Esse registro é prova disso.
- Sepultura - Quadra (Metal; 2020): o quarteto demorou para retomar sua melhor forma, mas vinha conseguindo nos últimos anos. Quadra é a coroação do trabalho que foi desenvolvido, sendo agressivo, pesado e experimental como não se ouvia desde Chaos A.D. e Roots. Brilhante.
- Carcass - Heartwork (Death Metal; 1993): um socão na cara. Acho que não há elogio melhor para um dos clássicos do gênero.
- The Stone Roses - The Stone Roses (Rock, Britpop; 1989): um belo e gostoso trabalho de uma banda que parecia ter um caminho promissor, mas que nunca se confirmou de fato. Pelo menos abriu as portas para várias outras.
- Duran Duran - Notorious (Pop; 1986): Duran Duran + Nile Rodgers na produção, uma combinação que resultou em um trabalho rico e viciante.
- New Order - Technique (Pop, Eletrônico; 1989): o melhor do grupo depois de Low-Life, consolidou como a música eletrônica seria nos anos seguintes e ainda traz uma sonoridade acessível e grudenta.
- Dire Straits - Communiqué (Rock; 1979): os comandados de Mark Knopfler deram sequência à estreia com um trabalho forte que só ressaltou as principais qualidade de sua sonoridade, complexa e leve ao mesmo tempo, o que faz dela maravilhosa de ouvir.
- Bruce Springsteen - Nebraska (Rock; 1982): eu jurava que esse trabalho seria um intermédio entre o escutado em The River e Born in the USA, até por ficar entre o lançamento dos dois, mas o Boss seguiu por um caminho diferente e fez de Nebraska um álbum introspectivo e quase todo acústico. Um choque para mim, mas tenho que reconhecer sua inegável qualidade.
- Demons & Wizards - III (Metal; 2020): a inusitada parceria entre Jon Schaffer e Hansi Krüsch voltou a dar as caras após 15 anos, mas a espera valeu a pena, pois III é um trabalho forte, completo e que ressalta as principais características da dupla, que nem parece ter ficado tanto tempo sem gravar junta.
- Ozzy Osbourne - Ordinary Man (Metal; 2020): não é segredo para ninguém que o Madman se encontra mal de saúde, e talvez isso seja o que faz de seu mais recente registro tão impressionante, recheado de bons momentos e algumas letras emocionantes (vide a faixa-título). Espero que não, mas se for, essa é uma despedida digna do vocalista.
- Death - Spiritual Healing (Death Metal; 1990): outro soco na cara, mas esse com mais nuances além da agressividade esperada, além de um teor sociopolítico em suas músicas. Um belo trabalho.
- Body Count - Body Count (Rap Metal; 1992): críticas sociais válidas até hoje em um CD pesado, agressivo e que transpira toda a revolta com a situação da população negra nos EUA (e na maior parte do mundo). Ótima estreia da banda do rapper Ice-T.
- Alanis Morissette - Jagged Little Pill (Rock Alternativo; 1995): muita influência de Grunge aliada a toques de Pop Rock fazem da estreia de Alanis agradável e divertida, ainda que tenha uma ou outra música abaixo dos grandes hits.
- Jamiroquai - Travelling Without Moving (Funk, Jazz Fusion; 1996): o trabalho que consolidou o Jamiroquai como uma força global na década de 1990, é dançante e inteligentemente pensado, sabendo equilibrar o experimental com o Pop.
- The B-52's - Wild Planet (Pop Rock; 1980): é um álbum do B-52's, ou seja, tem um som muito agradável ao lado de várias maluquices nas letras, mas ainda estava um pouco longe da forma atingida em Cosmic Thing.
- The Night Flight Orchestra - Aeromantic (Hard Rock, AOR; 2020): e eles fizeram de novo: um grupo que deveria ser apenas um projeto paralelo dos músicos envolvidos gravou um dos possíveis melhores discos do ano. Acertando ainda mais a mão em suas influências oitentistas e adicionando algumas outras à mistura, Aeromantic soa como o mais redondo e conciso trabalho do Night Flight Orchestra até o momento, tendo uma qualidade muito próxima à de Amber Galactic.
- Electric Light Orchestra - Discovery (Pop Rock; 1979): confesso que me decepcionei um pouco com este disco, que mais soou como uma reunião de músicas para preencher espaço ao lado de grandes sucessos como Don't Bring Me Down e Last Train to London. Ainda assim, a sonoridade contagiante do ELO se destaca, independente do que eles façam.
Confira, por fim, a playlist feita por mim durante fevereiro de 2020:
Como já é tradição por aqui, fevereiro é um mês que tiro para ouvir um álbum ainda desconhecido por mim a cada dia e, como resultado, crio uma playlist apenas com músicas deles. Foi algo que iniciei em 2016, ainda pré-Balanço Musical (e que foi o embrião para a coluna), e que chegou a sua quinta edição nesse ano, mais uma vez se dando em um ano bissexto, que impulsionou tudo isso por conta de seu dia extra. E seguindo outro costume do projeto, listo e resenho rapidamente todos os registros escutados, conforme você pode conferir logo abaixo.
- John Lennon/Yoko Ono - Double Fantasy (Rock, Avant-Garde; 1980): fui ouvir sem prestar atenção na capa ou simplesmente no nome do trabalho. É um belo trabalho de despedida (involuntária) do John, mas infelizmente tem a Yoko e suas loucuras no pacote...
- Steve Winwood - Arc of a Diver (Rock, Soul; 1980): um artista praticamente para o grande público, mas que faz música da mais alta qualidade, com uma leveza e ritmo que poucos tem a capacidade de alcançar.
- Poppy - I Disagree (Metal, Pop; 2020): parabéns, EUA, vocês tem seu próprio BabyMetal. E é tão bom quanto.
- Jeff Parker - Suite For Max Brown (Jazz Fusion; 2020): uma audição agradável e repleta de experimentação, o que só a enriquece. Vale a conferida.
- Richie Kotzen - 50 for 50 (Rock, Soul; 2020): um dos músicos mais prolíficos do gênero comemorou 50 anos no último dia 5 e, para celebrar, lançou um álbum com 50 faixas. E é difícil absorver todo o conteúdo em uma tacada só, mas a impressão geral é que o trabalho é muito bom.
- Tigran Hamasyan - Mockroot (Jazz; 2015): mais som agradável e também com experimentação, como é da natureza do estilo. Também vale a escutada.
- Green Day - Father of All... (Pop Rock; 2020): a banda reinventou sua sonoridade nesse novo registro, com uma pegada (ainda mais) Pop e ágil. Agrada, mas resta saber para onde vão a partir disso.
- My Chemical Romance - Three Cheers for Sweet Revenge (Emo; 2004): não tem a sofisticação de The Black Parade, mas apresenta um som mais cru, próximo ao Hardcore e repleto de sentimento. Não a toa, é uma das pedras primordiais do estilo e também projetou a banda para o público.
- Michael Jackson - Dangerous (Pop; 1991): o álbum que definiu a sonoridade da década de 1990, para o bem ou para o mal. Não é meu disco favorito do Rei do Pop, mas tem vários ótimos momentos.
- Echo & The Bunnymen - Echo & The Bunnymen (Rock, Post-Punk; 1987): o grupo refinou o apresentado em Ocean Rain e adicionou um pouco de leveza em sua sonoridade, resultando em um trabalho viciante e rico.
- Anderson Bruford Wakeman Howe - Anderson Bruford Wakeman Howe (Rock Progressivo; 1989): a reunião da formação clássica do Yes sem o baixista Chris Squire provou que os envolvidos, afinal, ainda sabiam como fazer Rock Progressivo de qualidade, com ecos de Fragile e Close to the Edge.
- Jenny Lewis - On The Line (Pop Rock; 2019): lembro que o disco anterior da cantora havia me encantado, mas seu mais recente lançamento não teve esse mesmo impacto. Talvez minha opinião mude com mais algumas audições.
- Thin Lizzy - Black Rose (Hard Rock; 1979): a banda em sua melhor fase, ainda que com menos reconhecimento que deveria, era uma das melhores da época. Esse registro é prova disso.
- Sepultura - Quadra (Metal; 2020): o quarteto demorou para retomar sua melhor forma, mas vinha conseguindo nos últimos anos. Quadra é a coroação do trabalho que foi desenvolvido, sendo agressivo, pesado e experimental como não se ouvia desde Chaos A.D. e Roots. Brilhante.
- Carcass - Heartwork (Death Metal; 1993): um socão na cara. Acho que não há elogio melhor para um dos clássicos do gênero.
- The Stone Roses - The Stone Roses (Rock, Britpop; 1989): um belo e gostoso trabalho de uma banda que parecia ter um caminho promissor, mas que nunca se confirmou de fato. Pelo menos abriu as portas para várias outras.
- Duran Duran - Notorious (Pop; 1986): Duran Duran + Nile Rodgers na produção, uma combinação que resultou em um trabalho rico e viciante.
- New Order - Technique (Pop, Eletrônico; 1989): o melhor do grupo depois de Low-Life, consolidou como a música eletrônica seria nos anos seguintes e ainda traz uma sonoridade acessível e grudenta.
- Dire Straits - Communiqué (Rock; 1979): os comandados de Mark Knopfler deram sequência à estreia com um trabalho forte que só ressaltou as principais qualidade de sua sonoridade, complexa e leve ao mesmo tempo, o que faz dela maravilhosa de ouvir.
- Bruce Springsteen - Nebraska (Rock; 1982): eu jurava que esse trabalho seria um intermédio entre o escutado em The River e Born in the USA, até por ficar entre o lançamento dos dois, mas o Boss seguiu por um caminho diferente e fez de Nebraska um álbum introspectivo e quase todo acústico. Um choque para mim, mas tenho que reconhecer sua inegável qualidade.
- Demons & Wizards - III (Metal; 2020): a inusitada parceria entre Jon Schaffer e Hansi Krüsch voltou a dar as caras após 15 anos, mas a espera valeu a pena, pois III é um trabalho forte, completo e que ressalta as principais características da dupla, que nem parece ter ficado tanto tempo sem gravar junta.
- Ozzy Osbourne - Ordinary Man (Metal; 2020): não é segredo para ninguém que o Madman se encontra mal de saúde, e talvez isso seja o que faz de seu mais recente registro tão impressionante, recheado de bons momentos e algumas letras emocionantes (vide a faixa-título). Espero que não, mas se for, essa é uma despedida digna do vocalista.
- Death - Spiritual Healing (Death Metal; 1990): outro soco na cara, mas esse com mais nuances além da agressividade esperada, além de um teor sociopolítico em suas músicas. Um belo trabalho.
- Body Count - Body Count (Rap Metal; 1992): críticas sociais válidas até hoje em um CD pesado, agressivo e que transpira toda a revolta com a situação da população negra nos EUA (e na maior parte do mundo). Ótima estreia da banda do rapper Ice-T.
- Alanis Morissette - Jagged Little Pill (Rock Alternativo; 1995): muita influência de Grunge aliada a toques de Pop Rock fazem da estreia de Alanis agradável e divertida, ainda que tenha uma ou outra música abaixo dos grandes hits.
- Jamiroquai - Travelling Without Moving (Funk, Jazz Fusion; 1996): o trabalho que consolidou o Jamiroquai como uma força global na década de 1990, é dançante e inteligentemente pensado, sabendo equilibrar o experimental com o Pop.
- The B-52's - Wild Planet (Pop Rock; 1980): é um álbum do B-52's, ou seja, tem um som muito agradável ao lado de várias maluquices nas letras, mas ainda estava um pouco longe da forma atingida em Cosmic Thing.
- The Night Flight Orchestra - Aeromantic (Hard Rock, AOR; 2020): e eles fizeram de novo: um grupo que deveria ser apenas um projeto paralelo dos músicos envolvidos gravou um dos possíveis melhores discos do ano. Acertando ainda mais a mão em suas influências oitentistas e adicionando algumas outras à mistura, Aeromantic soa como o mais redondo e conciso trabalho do Night Flight Orchestra até o momento, tendo uma qualidade muito próxima à de Amber Galactic.
- Electric Light Orchestra - Discovery (Pop Rock; 1979): confesso que me decepcionei um pouco com este disco, que mais soou como uma reunião de músicas para preencher espaço ao lado de grandes sucessos como Don't Bring Me Down e Last Train to London. Ainda assim, a sonoridade contagiante do ELO se destaca, independente do que eles façam.
Confira, por fim, a playlist feita por mim durante fevereiro de 2020: