quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Balanço final dos filmes de herói de 2016


2016 foi agitado no departamento de adaptações de quadrinhos: ao todo, foram 6 filmes lançados por Marvel Studios, DC Entertainment e 20th Century Fox, curiosamente distribuídos em 2 para cada. Alguns resultados foram acima do esperado, enquanto outros decepcionaram tristemente. E, embora eu já os tenha avaliado anteriormente, volto a eles para dar uma opinião final e encerrar o assunto por este ano. Opiniões mudam, afinal, para melhor ou para pior, e não pretendo deixar nenhuma injustiça para trás.

Então, qual é o veredito final para os filmes de herói de 2016?


Batman vs Superman: A Origem da Justiça

Nada melhor do que já começar com o filme mais controverso do ano. Por um lado, um roteiro mal construído e cheio de furos, uma trama que muitas vezes não faz sentido e com diversas passagens que poderiam ser melhor trabalhadas, resoluções que chegam a beirar o ridículo e personagens muito distantes de suas contrapartes nos quadrinhos. Por outro, uma fotografia fantástica, trilha sonora espetacular, ótimas atuações, cenas de ação de cair o queixo e um banho de fanservice. Eu gosto de pensar em BvS como uma representação das HQs da década de 1990 no cinema: cinismo, violência, clima sombrio, pretensões de emular "Watchmen" e "Batman: O Cavaleiro das Trevas", belos visuais e história fraca. Mesmo assim, o longa tem tantas referências e momentos legais que é difícil não gostar dele. As críticas são compreensíveis, mas, para mim, o saldo ainda é positivo. Talvez seja, ao mesmo tempo, o "pior melhor filme de super-herói" e o "melhor pior filme de super-herói" já feito, mas ao menos ele conseguiu fazer as pessoas sentirem algo, seja amor, ódio ou desconforto, e é motivo de discussões até hoje. Uma coisa é unânime, porém: a Mulher-Maravilha de Gal Gadot é incrível.


Capitão América: Guerra Civil

Divertido, repleto de ótimas sequências ação, um bom roteiro, uma boa introdução ao Pantera Negra e ao Homem-Aranha no Universo Marvel e uma excelente atuação de Robert Downey Jr. Mas também um vilão esquecível, uma trilha sonora esquecível e um conflito esquecível. "Guerra Civil" é um bom filme, mas tinha o potencial de ser muito mais do que é. Infelizmente o evento não teve 1/3 da gravidade de sua contraparte dos quadrinhos, e o que deveria ser um ponto de virada para os Vingadores acabou se tornando apenas mais um capítulo para preencher espaço enquanto "Guerra Infinita" não chega. Um longa que será mais lembrado por seus ótimos momentos individuais do que pelo conjunto da obra. Uma pena.


Deadpool

Se pararmos para pensar, esse é o único filme de herói que de fato fez alguma diferença nesse ano. A violência exacerbada, as referências, as quebras de quarta parede e as piadas adultas de "Deadpool", aliados a um roteiro sólido e atuações competentes, são uma experiência até agora única nesse subgênero. Muito disso se deve a Ryan Reynolds, que nunca deixou o projeto morrer e está mais que excelente no papel do mercenário tagarela. Um dos maiores acertos de 2016 nas telas.


Doutor Estranho

A estreia de Stephen Strange no cinema foi agraciada por por duas excelentes atuações: a de Benedict Cumberbatch como o protagonista e Tilda Swinton interpretando a Anciã. Uma boa história de origem que diverte, entretém e sabe usar conceitos fundamentais do personagem em prol de sua trama. Infelizmente é mais um filme da Marvel que faz mau uso de seus vilões, transformando-os em meros recursos narrativos. Por outro lado, é o filme visualmente mais belo do estúdio até agora.


Esquadrão Suicida

Passou muito longe do que prometia e entregou uma película sem graça, sem ritmo e sem tom definido. "Esquadrão Suicida" é provavelmente um dos filmes mais esquizofrênicos já lançados, muito graças às inúmeras intromissões dos produtores executivos em sua montagem, na tentativa desesperada de tentar emplacar um sucesso depois das duras críticas a "Batman vs Superman". Ainda teve a infelicidade de nos apresentar ao Coringa de Jared Leto, a pior representação do personagem na história, junto com outros personagens intragáveis, como a Magia de Cara Delevingne e o forçadíssimo Capitão Bumerangue de Jai Courtney. Pelo menos a Arlequina de Margot Robbie, o Pistoleiro de Will Smith e a Amanda Waller de Viola Davis conseguem salvar o longa de ser um fracasso retumbante.


X-Men: Apocalipse

Esse é um filme injustiçado. "X-Men Apocalipse" é um filme divertido, com sequências incríveis e participações bem-sucedidas das novas encarnações de Jean Grey, Ciclope, Norturno e Tempestade nas telas. Entendo que a participação do Magneto foi desnecessária e que o Apocalipse não foi um primor como vilão, mas, para mim, o longa funcionou bem. Longe de ser algo como "Primeira Classe" e "Dias de um Futuro Esquecido", mas ainda assim uma boa conclusão a essa segunda trilogia dos mutantes da Marvel no cinema.

E esse foi o 2016 dos filmes de herói. Agora, qual deles foi o melhor? Para mim, claramente "Deadpool" merece o título. Se fosse para fazer uma lista, essa seria a ordem, do pior para o melhor:

#6 - Esquadrão Suicida
#5 - X-Men: Apocalipse
#4 - Capitão América: Guerra Civil
#3 - Batman vs Superman: A Origem da Justiça
#2 - Doutor Estranho
#1 - Deadpool

Concorda? Discorda? A área de comentários está aí para isso. O importante é que 2017 está chegando, e, com estreias de "Guardiões da Galáxia Vol. 2", "Homem-Aranha: De Volta ao Lar", "Logan", "Mulher-Maravilha", "Thor: Ragnarok" e "Liga da Justiça", o futuro parece mais promissor que nunca para o gênero.