segunda-feira, 20 de junho de 2022

BALANÇO MUSICAL - Maio de 2022

(Arte pertencente à Marvel Entertainment, LLC e The Walt Disney Company, todos os direitos reservados.)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês (exceto quando ela coincide com o primeiro dia [útil] do mês -- ou quando não me dá tanta vontade assim).

Maio começou um tanto misto, com coisas boas e ruins acontecendo mais ou menos ao mesmo tempo em minha vida, mas o curso foi corrigido com o passar dos dias, e acabou por terminar em uma boa nota. Foi um período interessante com diversos desdobramentos, muitos deles que não se concluíram, mas parecem estar rumando para desfechos inesperados. De positivo, dá para destacar ter conseguido rever velhos amigos depois de um longo período, ter assistido Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, a estreia da série do Obi-Wan Kenobi e os jogos finais da temporada europeia de futebol, ainda que não tenham sido exatamente o que eu gostaria.

Também foi um mês com muita música. Ou melhor dizendo: foi o mês com mais música que já tive em minha vida. Segundo meu last.fm, foram 4.100 (!!!) reproduções realizadas em maio (média de 132/dia), que contaram com 708 artistas, 1.288 álbuns e 3.769 faixas diferentes. Superou com alguma folga dezembro último, meu maior mês até então, em todos os quesitos. Mais do que isso: representou mais de 10% de tudo que ouvi no ano de 2021. Será que consigo me superar mais uma vez nesse ano? Isso só o tempo dirá... Mas uma coisa que sei é que esse mês de junho dificilmente chegará perto do anterior, que deve ficar como um grande ponto fora da curva nesse quesito.

E um mês tão fora da curva assim também foi recheado de música fora da curva também, certo? Ehrr, não exatamente. Quer dizer, eu com certeza ouvi muita coisa boa durante os últimos 31 dias, mas foi tudo bem dentro do esperado para mim, sem nenhuma grande surpresa fora do meu padrão de Rock, Metal e Pop Oitentista. Não que isso seja ruim, pelo contrário, pois os DESTAQUES DO MÊS vêm recheados de petardos, sejam eles novos, antigos, famosos ou desconhecidos, e você pode conferi-los logo abaixo, mais uma vez com duplo destaque de álbuns.

ARTISTAS DO MÊS:


- Steven Wilson (Rock Progressivo, Metal Progressivo): talvez eu esteja animado pelo novo disco do Porcupine Tree, que sairá nos dias seguintes à publicação dessa postagem, talvez tenha vindo a calhar revisitado alguns de seus trabalhos solo no último mês, mas meu destaque não poderia ser outro senão O Homem, Steven Wilson, uma das mentes musicalmente mais brilhantes de nossos tempos, um artista inquieto que não cansa de se reinventar e explorar. E que ele continue nesse pique inventivo por muitos mais anos.

Destaco também:

Bruce Dickinson (Metal, Hard Rock)

- Sepultura (Metal, Groove Metal, Thrash Metal, Death Metal, Metal Progressivo)

- Journey (Rock, Hard Rock, AOR)

- Scorpions (Hard Rock, Rock, AOR)

- Death (Death Metal)

- Gojira (Metal Progressivo, Groove Metal, Death Metal)

- Soulfly (Groove Metal, Thrash Metal, Death Metal)

- Depeche Mode (Pop Rock, Pop, Synth-Pop, Rock Alternativo)

- Within Temptation (Metal, Metal Sinfônico)

ÁLBUNS DO MÊS:


- Halestorm - Back From The Dead (Hard Rock, Metal; 2022): não acho que esteja exagerando quando digo que Lzzy Hale tem a voz mais potente do Rock/Metal na atualidade, e os trabalhos do Halestorm desde a estreia autointitulada só comprovam meu argumento. Mas parece que ela quis subir o nível em Back From The Dead, mais recente álbum do grupo. Ou então é a sonoridade, mais pesada e agressiva, que permitiu a ela liberar sua voz e seus demônios internos, algo que já tivemos uma amostra no anterior Vicious, mas aqui foi elevado à enésima potência junto a toda qualidade do grupo. Quase quarenta minutos de pedradas certeiras misturadas com melodias irretocáveis, e um forte candidato a melhor do ano. 


- The Black Keys - Dropout Boogie (Rock, Blues Rock, Indie Rock; 2022): é engraçado como a trajetória de certas bandas acontece. O Black Keys começou como um duo de Blues Rock e Garage Rock bem rústico, apenas guitarra e bateria, produção bem simplória. A cada lançamento, no entanto, eles aprimoraram sua sonoridade e a transformaram em algo mais palatável e pop, chegando ao ápice em Brothers e El Camino, até que erraram a mão em Turn Blue, tão melancólico e com tão pouca guitarra, ainda que tenha me agradado. Após uma pausa retornaram triunfantemente com "Let's Rock", de 2019, retomando a sonoridade que os consagrou. Mas no último ano lançaram Delta Kream, um trabalho de covers voltado inteiramente aos artistas de Blues que os inspiraram. Seria esse um sinal? A resposta é "sim", como fica claro em Dropout Boogie, que mostra a dupla voltando às raízes de sua sonoridade mais rústica e com uma veia mais voltada ao estilo, denotada também pela colaboração de Billy F. Gibbons do ZZ Top em uma faixa. Honestamente? Foi um movimento bem vindo, que mostra os integrantes muito à vontade em seu lugar comum. Resta saber o que vem depois daqui.

Destaco também:

- The Hellacopters - Eyes of Oblivion (Hard Rock; 2022) -- caberia, e muito, como um dos destaques também, mas acho que eu preciso dar mais uma escutada antes, apenas para confirmar toda a qualidade presente nesse pérola puro Rock N' Roll dos suecos

- Arcade Fire - WE (Art Rock, Indie Rock; 2022) -- outro que eu iria colocar como destaque, e outro que eu preciso escutar novamente, especialmente pela complexidade sonora e temática aqui apresentada

- Rammstein - Zeit (Metal Industrial, Rock Industrial; 2022) -- consegue soar, ao mesmo tempo, característico da banda e diferente de seus trabalhos anteriores, com certeza vale a conferida

- Machine Gun Kelly - mainstream sellout (Pop-Punk, Emo; 2022) -- o MGK conseguiu fazer outro trabalho contagiante, repleto de convidados e muita qualidade

- Nazareth - Surviving The Law (Rock, Hard Rock; 2022) -- uma grata surpresa para mim, que nem sabia que o grupo seguia na ativa e, mais ainda, produzindo trabalhos nesse nível de qualidade

- Inglorious - We Will Ride (Hard Rock; 2021) -- relembrando um dos melhores trabalhos do último ano

- Delain - Apocalypse & Chill (Metal Sinfônico, Metal; 2020) -- repito o que disse ano passado sobre esse álbum: é uma pena essa banda ter implodido, pois ele é muito bom. O jeito vai ser acompanhar tanto a nova fase do grupo quanto a carreira solo da vocalista Charlotte Wessels

- Bring Me The Horizon - Sempiternal (Metalcore, Metal, Hard Rock; 2013) -- BMTH já está virando figurinha carimbada por aqui, né? Culpa minha que estou tirando o atraso da excelente carreira dos caras

- H.E.A.T. - Address the Nation (Hard Rock, AOR; 2012) -- mostra o grupo bem mais melódico após a troca de vocalista

- Lacuna Coil - Unleashed Memories (Metal, Metal Sinfônico, Metal Gótico; 2005)

- Body Count - Violent Demise: The Last Days (Metal, Rap Metal, Nu Metal; 1997)

- Pixies - Surfer Rosa (Rock Alternativo; 1988)

- Gang of Four - Entertainment! (Post-Punk; 1979) -- simplesmente um dos melhores álbuns de todos os tempos

FAIXAS DO MÊS:


- My Chemical Romance - The Foundations of Decay (Hard Rock, Rock Progressivo, Hardcore, Emo; 2022): o anúncio do retorno do grupo em 2019, com uma turnê para o ano seguinte, criou muita expectativa nos fãs. Só que veio a pandemia, e todos esses planos tiveram que ser adiados. Com o mundo retomando suas atividades graças à vacinação, a banda parece ter seguido com seu planejamento anterior, divulgando uma nova música que traz, ao mesmo tempo, aquele som tão característico, mas com um ar de novidade e um arrojamento inesperado. Para ficar empolgado com o que vem aí, sem dúvidas.

Destaco também:

- Porcupine Tree - Harridan (Rock Progressivo, Metal Progressivo; 2022) -- o novo álbum dos caras PROMETE

- Billy Squier - The Stroke (Rock, Hard Rock; 1981)

- Billy Joel - The Stranger (Rock, Pop Rock; 1977)

- America - A Horse With No Name (Rock; 1972) -- a música que eu defino como "aquela que tem a resposta para tudo"

Confira, por fim, a playlist elaborada durante maio de 2022: