quinta-feira, 30 de novembro de 2017

O trailer de "Vingadores: Guerra Infinita" é o início do fim de uma era


Pode não parecer, mas 2018 marcará 10 anos desde o lançamento de Homem de Ferro, longa que surpreendeu a todos por cumprir tão bem o papel de dar vida a um personagem relativamente desconhecido nas telas e por resgatar a carreira de Robert Downey Jr. Consequentemente, fará 10 anos do início do Universo Cinematográfico Marvel, que deu seu primeiro passo com aquela cena pós-créditos do Nick Fury de Samuel L. Jackson falando para Tony Stark sobre a Iniciativa Vingadores, mostrando que os planos da empresa eram muito mais ousados do que o esperado.

De lá para cá, as coisas nunca mais foram as mesmas. Até o momento, já foram lançados 17 filmes dentro da franquia, com mais três agendados para o próximo ano e outros três confirmados para 2019. Entre divisores de águas (como Os Vingadores e o citado Homem de Ferro), obras mais fracas (O Incrível Hulk e os dois primeiros Thor), gratas surpresas (os dois Guardiões da Galáxia, Capitão América: O Soldado Invernal e Thor: Ragnarok) e tristes decepções (Homem de Ferro 3 e Capitão América: Guerra Civil), esse universo foi abraçado por crítica e público, graças a sua acessibilidade e seu famoso senso de humor (os principais ingredientes do que veio a ser conhecido por "fórmula Marvel"), e hoje soma quase 13,5 bilhões de dólares em bilheteria ao redor do mundo.

Tudo chega a um fim, porém. Com atores envelhecendo e cobrando cada vez mais caro por suas participações, a Marvel Studios se prepara para substituir seus principais rostos por novos personagens, encerrando a primeira etapa de seu longo planejamento com Vingadores 4, a ser lançado em 2019. E o aguardado trailer de Vingadores: Guerra Infinita, divulgado na última quarta-feira (29/11), já começou a ditar essa despedida, tendo um tom de conclusão (especialmente pela fala de Tony Stark logo ao início) e passando uma sensação de perigo e urgência para seus protagonistas pouco vista até então.

O terceiro instalamento do supergrupo aparenta de fato ser a culminação de todos os esforços da produtora, finalmente mostrando Thanos cumprindo seu objetivo de juntar todas as Joias do Infinito em sua Manopla para dominar o universo, enquanto todos os heróis que nos foram apresentados nos longas anteriores se reúnem para combater esta ameaça definitiva. Mas ver isso se concretizando põe todo o admirável trabalho da Marvel nos cinemas sob uma nova perspectiva, seja sobre os filmes e seus resultados, sobre a história que foi construída ou sobre os personagens que acompanhamos de perto ao longo desses quase 10 anos nas telas, e que agora estão prestes a passar a tocha para uma nova geração. Em um sentimento semelhante ao encerramento da saga Harry Potter, este é o fim de uma era, e o lançamento desse trailer de Vingadores: Guerra Infinita marca o início deste desfecho.

O Universo Cinematográfico Marvel como conhecemos está prestes a acabar. Você está preparado para isso?

O primeiro poster de "Vingadores: Guerra Infinita", apostando no básico.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Resenha de UM parágrafo sobre "LIGA DA JUSTIÇA"!


A DC dá um novo passo em torno da consolidação de seu Universo Expandido com Liga da Justiça, um filme leve e aventuresco que faz jus às principais histórias grandiosas e épicas do supergrupo. Apesar de um vilão esquecível e efeitos especiais que nem sempre estão em seu melhor, a equipe demonstra ter muita química em tela, com seus intérpretes muito a vontade em cena. Simples e divertido, tem suas leves escorregadas, mas entretém o suficiente e mostra que a Editora das Lendas está cada vez mais encontrando o tom certo para seus personagens no cinema.

TRAILER:

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

"Captain America" #695, por Mark Waid e Chris Samnee - O herói que merecemos e precisamos


"O mais forte protege o mais fraco." Essas palavras são repetidas algumas vezes no decorrer de Captain America #695, escrita por Mark Waid e coescrita/desenhada por Chris Samnee, a primeira edição da iniciativa Marvel Legacy, que visa resgatar o tom clássico das aventuras protagonizadas pelos personagens da editora. Esse também é o princípio básico dos super-heróis desde a criação do gênero em 1938, com o lançamento de Action Comics #1 e a chegada de Superman, "o campeão dos oprimidos". Um valor simples, porém poderoso e importante, parece ter sido esquecido por muitos, tanto no mundo real quanto nos quadrinhos. E isso inclui o próprio Steve Rogers, que havia se revelado um membro da Hydra no período pós-Guerras Secretas (2015), uma mudança gritante nos valores do personagem que revoltou muitos fãs, mas que perdurou até os eventos da recente saga Império Secreto, na qual o grupo de vilões nazistas tomou o mundo com a ajuda do personagem, até que, no fim, o "verdadeiro" Capitão América retornou, derrotou essas forças do mal e salvou o mundo, que voltou a seu status quo anterior.

A missão da equipe criativa, portanto, não era nada fácil. Mas essa primeira edição (de número #695, respeitando a numeração original desde 1941) deixou clara o quão acertada foi sua escolha para o título. O premiado time formado por Waid e Samnee, após o sucesso absoluto em suas passagens pelo Demolidor e a Viúva Negra, inicia sua nova empreitada de uma forma poderosa, emocionante e que transmite uma mensagem mais atual do que nunca, condizente com o posicionamento político da dupla e que ressalta a importância do personagem (sempre tido como um "homem fora de seu tempo") para os dias de hoje, especialmente à luz de eventos recentes como a infeliz passeata neo-nazista em Charlottesville, cidade da Virginia, EUA.

A trama da revista é simples: dez anos atrás, o Capitão América salvou uma cidadezinha do ataque de um grupo de supremacistas que se autointitula Rampart (algo como muralha ou parede) e agora, após ter se libertado da armadilha que o manteve longe de nossa realidade, ele retorna até o local a paisana para um festival em sua homenagem. Dinâmica e repleta de ação, graças ao sempre belo traço de Chris Samnee, a história também tem espaço para o diálogo, onde reside sua maior força. Passagens inspiradoras nos fazem lembrar da relevância do herói e tudo o que ele significa, assim como do porquê ele fez tanta falta nesses últimos anos em que esteve mal-utilizado.

O que faz o Capitão América ser tão admirável, na voz dos próprios cidadãos.

Desde suas primeiras páginas, com o Capitão realizando o heroico ato de defender as crianças ao mesmo tempo que as ensina seus princípios, é possível sentir a presença e a força deste ícone, seja através de suas palavras ou de suas atitudes altruístas. O momento em que os próprios participantes do festival vão ao palco e dizem o que os faz admirar o herói também é emblemático, exemplificando seu impacto na vida do cidadão médio e como ele pode ser uma inspiração (tanto dentro quanto fora do Universo Marvel). E quanto as páginas finais... Todo o discurso de Steve sobre como cada um pode fazer sua parte junto com toda a celebração de sua figura é simplesmente lindo, além de uma aula de civilidade. Impossível não se comover.

Há quem diga que a história da humanidade é cíclica. Concorde ou discorde, esse paradigma parece também servir para os super-heróis: no que hoje parece um prenúncio para os tempos nebulosos que estavam por vir, a DC aproximou o Superman de sua abordagem mais clássica no último ano, fazendo-o ser, mais uma vez, o maior de todos. Agora foi a vez da Marvel de trazer seu principal escoteiro a suas origens, sendo o grande exemplo de heroísmo e cidadania em seu universo, e agora dizendo algo que há muito precisava ser dito, especialmente após os nefastos eventos recentes envolvendo extremistas, sejam eles na ficção ou na vida real. E embora Mark Waid tenha escrito que ninguém deve usar gibis como base moral no posfácio da edição, talvez este seja ao menos um bom ponto de partida, com seu Capitão América (apesar de ainda muito no começo) sendo aquele que merecemos e precisamos no momento.

"Bem-vindo de volta", como disse a garota ao fim da revista. E obrigado, Mark Waid e Chris Samnee, por serem capazes de trazer alguma luz a uma época tão sombria.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

BALANÇO MUSICAL - Outubro de 2017


Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre no primeiro dia útil de cada mês, o que pode ou não coincidir com o dia 1º.

Fiquei impressionado com o resultado final de outubro: foi um mês em que ouvi música de forma despretensiosa e sem grandes exageros, mas que (talvez justamente devido a isso) se encerrou figurando no segundo lugar do ranking de scrobbles do meu last.fm, com 851 execuções, duas a mais que em agosto. 222 artistas e 488 faixas diferentes passaram pelos meus ouvidos durante os últimos 31 dias, período este embalado por velhos conhecidos, gratas descobertas e alguns lançamentos essenciais.

Praticamente iniciado com a triste notícia da morte de Tom Petty (e por isso Running Down a Dream), o mês teve um grande predomínio de The Wings, The Beatles e Paul McCartney (muito graças a seu show no último dia 15 e toda a preparação que tive para ficar afiado quanto ao possível setlist) e das trilhas sonoras de Blade Runner e sua recente sequência, Blade Runner 2049. Mas também foi quando tive contato com três dos melhores lançamentos de 2017: As You Were do ex-Oasis Liam Gallagher, Amber Galactic do The Night Flight Orchestra, e The Sin and The Sentence do Trivium. Entra nessa equação ainda o recente EP do Mastodon, Cold Dark Place, tão bom quanto (ou talvez até melhor que) o último registro completo de inéditas do quarteto.

Cabe destaque também para a presença de Blind Guardian e Oasis na lista, com duas músicas que se encontravam fora do catálogo do Spotify há tempos, bem como para as pontuadas inclusões de The Spirit Carries On do Dream Theater, Sympathy For The Devil dos Rolling Stones, Grandmaster Jam Session da trilha sonora de Thor: Ragnarok, e Halloween do Helloween em datas específicas (as duas primeiras sendo, respectivamente, o aniversário de Metropolis Pt. 2: Scenes From a Memory e o lançamento da segunda temporada de Stranger Things - estava em uma playlist da série -, enquanto as últimas são autoexplicativas). E ainda houve espaço para alguns velhos nomes do Balanço Musical, como Stone Sour, Iced Earth e Tears For Fears, bem como para algumas faixas que apareceram em meu Descobertas da Semana, muito embora eu já as conhecesse.

Confira a playlist de outubro de 2017: