Foi em 2014 que o diretor Damien Chazelle se destacou para crítica e público pela primeira vez, com o lançamento de Whiplash - Em Busca da Perfeição. Como uma espécie de carta de amor aos clássicos do Jazz e relato pessoal, o filme trata da perseguição do sonho de ser o melhor, chegar ao limite e um dia poder ter seu nome no panteão das lendas, mesmo que isso signifique abrir mão de sua vida social, se humilhar e ser humilhado. Não são poucos os questionamentos referentes ao estilo nada convencional de ensino do rígido professor Fletcher ou a tudo que Andrew Neimann se submete, em uma trama intensa e passível de muitas reflexões. O longa se tornou meu favorito daquela temporada de premiações, seja por sua história, direção, atuações ou trilha sonora, e acabou indicado a 5 categorias do Oscar, vencendo em três delas.
La La Land - Cantando Estações, sua segunda grande obra, segue essa mesma temática de busca pelos sonhos e ideais, mas com outra roupagem: a agressividade e o peso de Whiplash dão lugar à leveza e empatia na trajetória de Mia e Sebastian, os dois protagonistas que compartilham com Andrew Neimann a devoção por seus ídolos e a pretensão de um dia poder compartilhar a história com eles. A paixão do diretor por música também se faz presente e cumpre papel fundamental, já que esse é um musical.
A jornada rumo ao estrelato nos apresenta a Mia Dolan, aspirante a atriz que trabalha em uma cafeteria dentro da Warner Bros., e Sebastian, pianista que quer salvar o Jazz clássico e abrir um bar dedicado ao estilo, no qual ele poderia tocar sempre que quisesse. Todo o envolvimento entre os dois é construído de modo a contrastar a procura por seus objetivos, muito diferentes em suas próprias definições, com o bem que fazem um para o outro, toda a evolução deles como artistas, criadores e seres humanos graças ao relacionamento. O desenvolvimento do casal ganha ainda mais força graças à química e as performances de Ryan Gosling e Emma Stone, que se mostra a grande dona do longa devido a serenidade e carisma apresentados em tela.
Não há do que reclamar dos aspectos técnicos. A direção de Chazelle funciona, faz os atores entregarem o melhor de si. Os ângulos, cortes de filmagem e a paleta de cores ressaltam o melhor das localizações escolhidas e conseguem passar toda a suposta magia que Hollywood possui para os jovens sonhadores. Os (poucos) planos-sequência existentes conseguem se encaixar no contexto em que aparecem e colaboram para a imersão do espectador. As coreografias são bem ensaiadas e executadas com perfeição, com o diretor mostrando que tem grande domínio tanto em números de grande proporção - como é o caso da abertura - quanto em momentos mais contidos.
O quesito música é o que mais se destaca. Impecável, a trilha de Justin Hurwitz nos apresenta a uma gama de composições que consegue equilibrar a tendência espalhafatosa das clássicas produções hollywoodianas com canções mais simplistas, beirando o intimismo. Esse é um dos trunfos de La La Land: fugir do convencional das produções musicais. Embora tenha seus momentos espelhados nos grandes clássicos (especialmente no começo), em determinado ponto o filme se distancia dessa abordagem e passa a fazer algo próprio, com mais apelo à audiência atual. Há de se destacar, ainda, o desempenho do elenco na parte vocal, especialmente Ryan Gosling e Emma Stone, atores com menor envolvimento musical na carreira, mas que se dedicaram, trabalharam suas vozes e entregaram bom resultado.
O que mais agrada no longa, porém, é a felicidade que ele pode te proporcionar. E nisso ele funciona muito bem para qualquer público: enquanto os mais leigos se contentarão com a bela história de amor e a perseguição de objetivos, os mais envolvidos com a sétima arte perceberão as nuances, possíveis discussões a serem levantadas e a beleza que envolve tudo isso. O que importa de fato é o respiro de ar fresco que a obra oferece, pois, em um mundo cada vez mais tenso, que valoriza a mediocridade da vida comum e condena os sonhadores, é impossível não chegar a sequer esboçar um sorriso com a trama apresentada.
Muito tem se comentado sobre as 14 indicações ao Oscar que La La Land - Cantando Estações recebeu, e se elas são por mérito próprio ou por toda a homenagem feita à Era de Ouro de Hollywood. Mas, no fim, isso não tem importância alguma. O fato é que o filme é belo, comove, alegra, Emma Stone encanta e a trilha sonora se sobressai. Indicado ou não, Damien Chazelle faria história de qualquer jeito, e seu nome, assim como seus personagens almejam, vai chegando cada vez mais próximo do panteão dos grandes do cinema.
TRAILER:
TRILHA SONORA:
A jornada rumo ao estrelato nos apresenta a Mia Dolan, aspirante a atriz que trabalha em uma cafeteria dentro da Warner Bros., e Sebastian, pianista que quer salvar o Jazz clássico e abrir um bar dedicado ao estilo, no qual ele poderia tocar sempre que quisesse. Todo o envolvimento entre os dois é construído de modo a contrastar a procura por seus objetivos, muito diferentes em suas próprias definições, com o bem que fazem um para o outro, toda a evolução deles como artistas, criadores e seres humanos graças ao relacionamento. O desenvolvimento do casal ganha ainda mais força graças à química e as performances de Ryan Gosling e Emma Stone, que se mostra a grande dona do longa devido a serenidade e carisma apresentados em tela.
Não há do que reclamar dos aspectos técnicos. A direção de Chazelle funciona, faz os atores entregarem o melhor de si. Os ângulos, cortes de filmagem e a paleta de cores ressaltam o melhor das localizações escolhidas e conseguem passar toda a suposta magia que Hollywood possui para os jovens sonhadores. Os (poucos) planos-sequência existentes conseguem se encaixar no contexto em que aparecem e colaboram para a imersão do espectador. As coreografias são bem ensaiadas e executadas com perfeição, com o diretor mostrando que tem grande domínio tanto em números de grande proporção - como é o caso da abertura - quanto em momentos mais contidos.
O lindo poster IMAX de La La Land - Cantando Estações.
O quesito música é o que mais se destaca. Impecável, a trilha de Justin Hurwitz nos apresenta a uma gama de composições que consegue equilibrar a tendência espalhafatosa das clássicas produções hollywoodianas com canções mais simplistas, beirando o intimismo. Esse é um dos trunfos de La La Land: fugir do convencional das produções musicais. Embora tenha seus momentos espelhados nos grandes clássicos (especialmente no começo), em determinado ponto o filme se distancia dessa abordagem e passa a fazer algo próprio, com mais apelo à audiência atual. Há de se destacar, ainda, o desempenho do elenco na parte vocal, especialmente Ryan Gosling e Emma Stone, atores com menor envolvimento musical na carreira, mas que se dedicaram, trabalharam suas vozes e entregaram bom resultado.
O que mais agrada no longa, porém, é a felicidade que ele pode te proporcionar. E nisso ele funciona muito bem para qualquer público: enquanto os mais leigos se contentarão com a bela história de amor e a perseguição de objetivos, os mais envolvidos com a sétima arte perceberão as nuances, possíveis discussões a serem levantadas e a beleza que envolve tudo isso. O que importa de fato é o respiro de ar fresco que a obra oferece, pois, em um mundo cada vez mais tenso, que valoriza a mediocridade da vida comum e condena os sonhadores, é impossível não chegar a sequer esboçar um sorriso com a trama apresentada.
Muito tem se comentado sobre as 14 indicações ao Oscar que La La Land - Cantando Estações recebeu, e se elas são por mérito próprio ou por toda a homenagem feita à Era de Ouro de Hollywood. Mas, no fim, isso não tem importância alguma. O fato é que o filme é belo, comove, alegra, Emma Stone encanta e a trilha sonora se sobressai. Indicado ou não, Damien Chazelle faria história de qualquer jeito, e seu nome, assim como seus personagens almejam, vai chegando cada vez mais próximo do panteão dos grandes do cinema.
TRAILER:
TRILHA SONORA: