segunda-feira, 28 de março de 2016

Crítica de TRÊS parágrafos para "BATMAN VS SUPERMAN: A ORIGEM DA JUSTIÇA"!


Eu estava bem animado para ver "Batman vs Superman: A Origem da Justiça". Foram meses de aguardo, acompanhando a produção e vendo fotos e trailers, alguns melhores e outros não tão bons assim. Mas a esperança era grande, e isso só aumentou quando, no começo do mês, começaram a aparecer na rede as primeiras reações de um pequeno número de pessoas que conseguiram acesso exclusivo ao filme, e elas foram bem positivas. Entretanto, eu jamais poderia prever que, após as primeiras sessões de pré-estreia e cabine de imprensa, a reação do público e, principalmente, da crítica seria tão polarizada. Uma quantidade avassaladora de resenhas e comentários negativos apareceram na rede massacrando o longa, ao mesmo tempo que muita gente o elogiava, o que incluía críticos de renome. Isso foi o suficiente para abaixar minha expectativa, mas também me fez perceber que esse é um daqueles filmes divisor de opiniões, e eu só podia assistir e desenvolver a minha própria, sem influências externas.

Dito isso, desviei de todos os spoilers possíveis e fui conferi-lo apenas no sábado. Ao fim da exibição, eu estava embasbacado. Porque haja coragem para se iniciar o Universo Cinematográfico DC dessa maneira (e quem já assistiu sabe muito bem do que estou falando). Não só isso: essa versão do Batman é a melhor já feita até hoje no cinema, a Mulher-Maravilha é ótima e sempre se destaca nas cenas, o Superman se desenvolveu muito em relação a "O Homem de Aço" (filme o qual eu acho no máximo mediano), a ação é fantástica e o desenvolvimento que culmina no tão esperado confronto é bem feito. E, indo contra a maré, não tive problema nenhum com o ritmo do filme, pois mal senti suas 2:30h de duração passarem, e gostei bastante do Lex Luthor excêntrico e pirado de Jesse Eisenberg, uma curiosa releitura do personagem que tem respaldo em certas HQs, como "Superman: Entre a Foice e o Martelo".

Não tem como dizer que "Batman vs Superman" é perfeito, porém. Ele tem sim seus problemas, especialmente nas várias resoluções rápidas e mal-feitas que o roteiro dá para certas situações-chave da trama e na caracterização do Apocalipse. Só que isso é o suficiente para jogá-lo todo no lixo? Definitivamente não. Além de tudo que já citei, a adaptação ainda possui uma trilha sonora fantástica e megalomaníaca, uma excelente apresentação e estabelecimento dos personagens que aqui aparecem pela primeira vez, uma boa dose de fan-services e muito simbolismo ao comparar os membros da Trindade com deuses mitológicos e, principalmente, Superman com Jesus Cristo (novamente: quem viu o filme sabe do que estou falando). Gostei do filme, e achei que foi um bom jeito de introduzir todo o Universo (ou MULTIVERSO?) DC nos cinemas. Essa, entretanto, foi a minha reação, e cada pessoa com que falo sobre o mesmo tem opiniões diferentes. Fica a seu critério, então, decidir se ele é bom ou não, ou se vale ver no cinema ou esperar para assistir em casa. Mas será que vale a pena segurar essa dúvida e curiosidade por tanto tempo, enquanto é possível saná-las ainda nas próximas semanas? Eu fiz minha escolha, e sei que não me arrependo.

(MINHA) NOTA: 8,5*

*ATUALIZAÇÃO 02/05/2016: como dito nesse outro texto, diminuo minha nota de "Batman vs Superman: A Origem da Justiça" para 7,25. Ainda mantenho o que escrevi aqui (exceto sobre o Luthor) e continuo a gostar do filme, mas é impossível negar seus problemas hoje.

TRAILER:

terça-feira, 15 de março de 2016

Coisas que quero ver na segunda temporada de Demolidor


Dia 18 de março já está quase às portas, e, com ele, chega finalmente à Netflix os novos episódios de "Demolidor". Depois de uma primeira temporada que colocou a série facilmente na primeira colocação dentre as sobre super-heróis, o aguardo por novas aventuras do Diabo de Hell's Kitchen vinha se tornando cada vez maior, especialmente após ser divulgado que grandes personagens como Justiceiro e Elektra seriam parte fundamental da trama. E, com a espera chegando ao fim e por ser grande fã de todas essas icônicas figuras, resolvi listar alguns elementos que gostaria de ver nesse segundo ano do Homem Sem Medo.

Escolhi algumas coisas mais simples, mas que já me botariam um enorme sorriso na cara se eu as visse. Confira abaixo minha seleção.

#1 - O SENTIDO DE RADAR


Uma das coisas que eu reclamei sobre a primeira temporada em minha crítica foi a ausência de uma melhor representação do maior poder do Demolidor: o sentido de radar. Ele até "aparece" quando há destaque a algum batimento cardíaco ou som distante, mas nunca chegamos a ver de fato o jeito que Matt Murdock consegue compreender o mundo a sua volta através da união de seus sentidos (e aquela maluquice de "ver o mundo em chamas" não conta). Embora seja uma adição recente, vinda pelas geniais mãos de Mark Waid, Chris Samnee e Paolo Rivera, seria algo simplesmente épico de ser representado na tela, especialmente através de algum corte vertical na imagem, fazendo um paralelo entre o que vemos e o jeito que o herói "vê" o que o cerca. E isso ficaria ainda melhor para demonstrar seus pontos fracos, como a sua impossibilidade de enxergar figuras e a dificuldade em ambientes extremamente barulhentos e agitados.

#2 - CONSIDERAÇÕES SOBRE ELEKTRA NATCHIOS


Eu poderia fazer vários tópicos sobre a Elektra nesse post, mas acabaria deixando ele muito mais cheio do que eu pretendo, então resolvi unir tudo em um só. 

A primeira coisa que tenho a dizer sobre a personagem é: quero ver, em algum momento, ela usando sua clássica bandana na série. Embora tenha amado o novo visual da personagem, muito mais adequado a combate e sem o sex appeal desnecessário, faltou a bandana, esse elemento que é sua marca registrada. Sério, adoraria vê-la usando o aparato, mesmo que brevemente.

Outra consideração que gostaria de fazer é no que tange o seu relacionamento com Matt Murdock. Eles sempre tiveram uma relação conturbada, marcada por confrontos entre si, parcerias e grandes doses de romance nessa louca vida de vigilante que ambos levam. É um tópico que deve ser tratado com muita cautela, para que não fique nada muito meloso e nem frio demais. Confio nos produtores e acho que eles acertarão o tom, mas sempre é bom ressaltar.

Por fim, o ponto que considero mais importante. NÃO MATEM ELEKTRA. Sério. Embora o arco de sua morte seja um dos mais consagrados de toda a história dos quadrinhos do Demolidor, o próprio pai da personagem, Frank Miller, assumiu que foi um erro ter feito isso com uma personagem tão interessante. Tanto é que tiveram que ressuscitá-la posteriormente. Então, reitero: NÃO MATEM ELEKTRA. Pelo menos por enquanto. Até porque ainda falta um personagem para fazer uma adaptação digna dessa história. O que me leva ao meu próximo item...

#3 - MERCENÁRIO


Alguns dizem que ele é o "Coringa da Marvel", outros o chamam de "homem mais perigoso do mundo". Mas ele é, junto com o Rei do Crime, o maior algoz do Homem Sem Medo, e o fato é que chegou a hora de introduzi-lo  no seriado. Claro, a primeira temporada já deixou uma referência ao vilão ao mostrar aquele atirador de elite que tinha uma carta de baralho na caixa de sua arma. Mas queremos mais. Nem que seja mais uma referência para deixá-lo preparado como antagonista de uma eventual terceira temporada. Adoraria vê-lo já nesses novos episódios, mas acho que Matt Murdock já terá problemas o suficiente para lidar com.

#4 - A "BENGALA-BASTÃO-GANCHO-CORDA"


Nos quadrinhos, o Demolidor tem um dos utensílios mais legais dos super-heróis: a sua bengala, que pode se dividir em duas e virar bastões, e que ainda por cima tem uma corda e ela pode de enganchar em alguns lugares. E, embora eu tenha relevado sua ausência durante a primeira temporada, por ser justamente o começo da carreira do personagem, acho que ela já poderia aparecer nos próximos 13 episódios, seja lá como Matt fará para consegui-la. Assim, poderíamos finalmente ver o lado mais acrobático do Diabo da Guarda na série, com ele pulando e se balançando por Nova York.

#5 - UM POUCO MAIS DE REI DO CRIME


O Wilson Fisk de Vincent D'Onofrio foi um dos pontos mais aclamados da série em seus primeiros 13 capítulos. Mas, com ele fora da jogada após os eventos do último episódio, certamente os fãs sentirão falta desse ótimo antagonista. Então, por que não apresentar algumas atualizações da situação do Rei do Crime, já preparando uma eventual volta dele para o futuro? Mesmo que em uma breve aparição. E usando seu clássico terno branco, de preferência.

#6 - EXECUÇÕES EXAGERADAS PELAS MÃOS DO JUSTICEIRO


Ah, vamos lá. Essa é uma das características mais marcantes do personagem, especialmente na longa e aclamada fase que ele teve nas mãos da dupla Garth Ennis e Steve Dillon. E, já que a Netflix permite uma linguagem mais adulta e a violência é liberada, por que não? Pelo menos uma, vai. Mas tem que ser algo que beire o estilo do Tarantino, só assim ficaria ideal.

#7 -  ENVOLVIMENTO DA MÍDIA


Uma das coisas que mais gosto da primeira temporada de "Demolidor" é o arco de Ben Urich e o papel que a mídia tem na história. Mas, após o que aconteceu ao personagem no 12º episódio, fica difícil imaginar que esse poderoso elemento ainda vá ter a mesma influência no futuro da trama. Mas eu gostaria de ver mais disso. Talvez se eles colocassem um repórter de outro jornal, como, sei lá, o CLARIM DIÁRIO? E isso tem total com o tópico final...

#8 - PELO MENOS UMA REFERÊNCIA AO HOMEM-ARANHA


Demolidor e Homem-Aranha já protagonizaram inúmeras histórias memoráveis, e sua parceria nas HQs já é de longa data (e muitas vezes envolveu o Justiceiro também). E, agora que a Marvel Studios e a Sony Pictures tem um acordo pelos direitos compartilhados do Escalador de Paredes, acho que é quase obrigação pelo menos uma citação a ele. Até porque o "pirralho" já vai aparecer em "Capitão América: Guerra Civil", que estreia mês que vem nos cinemas, então ele já deve existir no Universo Marvel nesse momento, e seus atos já devem estar repercutindo por Nova York. E fica a torcida pela união dos personagens também nas telas, por mais improvável que isso seja.

E aí, gostou da lista? Faltou alguma coisa? Só deixar um comentário, aqui ou pelo Facebook. (:

Queria muito ver essa cena acontecer. Mas acho que não vai rolar.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Por que gostamos tanto de ver heróis lutando uns contra os outros?


Já estamos em março. A temporada de filmes e séries de super-heróis foi inaugurada com "Deadpool" no mês passado, e ela terá continuidade nas próximas semanas com alguns dos lançamentos mais aguardados desse primeiro semestre de 2016. No dia 18, sexta-feira, a segunda temporada temporada de "Demolidor" chega à Netflix. Na semana seguinte, dia 24, é a vez de "Batman vs Superman: A Origem da Justiça" finalmente entrar em cartaz nos cinemas de todo o país. Os meses seguintes também trazem nomes de peso: no dia 28 de abril, o aguardado "Capitão América: Guerra Civil" estreia no circuito nacional, e por fim, quase um mês depois, em 26 de maio, "X-Men: Apocalipse" passa a ser exibido nas salas brasileiras.

É impossível deixar de notar, entretanto, que todos esses esperados títulos tem algo em comum: todos eles, sem exceção, irão colocar heróis para lutar uns com os outros. "Demolidor" trará o próprio Homem Sem Medo contra o Justiceiro (que está mais para um anti-herói, mas enfim). "Batman vs Superman" tem o embate em seu próprio nome. "Capitão América: Guerra Civil" mostrará basicamente todos os Vingadores já apresentados até agora lutando entre si (e ainda terá o Homem-Aranha no meio disso tudo, com seu papel na trama ainda sendo uma incógnita). E "X-Men: Apocalipse" também terá o grupo de mutantes lutando contra outros mutantes que, embora sob a influência do vilão Apocalipse, também são reconhecidamente heróis (exceto Magneto, claro, mas até mesmo ele já teve seus momentos de heroísmo).

Este é um elemento já antigo nas histórias em quadrinhos, especialmente as que serviram de inspiração para todas essas adaptações ("Again... The Punisher", "Batman: The Dark Knight Returns", "Civil War" e "Age of Apocalypse", só para citar algumas). E todas elas sempre fizeram muito sucesso e tiveram grande repercussão. E isso me fez parar por um momento e pensar: por que, afinal, as pessoas gostam tanto de ver esses grandes personagens, que supostamente deveriam estar lutando no mesmo lado, trocando socos entre eles mesmos?

Apenas um dos inúmeros confrontos entre Matt Murdock e Frank Castle nas HQs.

A resposta que mais rápido me veio em mente é, provavelmente, uma das mais óbvias: esse tipo de briga é a personalização das discussões entre fãs sobre qual personagem é o melhor. Pois é. Sabe aquela conversa boba que você teve com seu amigo sobre quem é melhor entre Batman e Superman? Ou então sobre quem venceria uma luta entre eles? É esse tipo de momento que os quadrinhos, no mais puro "fan-service", procuram proporcionar aos leitores. Ao mesmo tempo, essas pancadarias sempre se tornam grandes acontecimentos, o que consequentemente aumenta o número de vendas. Então, as editoras decidiram unir o útil ao agradável, e é por isso que quase todos os heróis possíveis já caíram na porrada entre si e até hoje isso ocorre. E o que estamos prestes a ver nas próximas semanas é a transposição disso para as telas, o que irá alegrar os fãs e também os bolsos dos envolvidos nos projetos.

Um outro motivo, e este já é um pouco mais complexo, é devido a um confronto de ideologias. Diferentes personagens trazem consigo diferentes visões de justiça, certo e errado, bem e mal. E, querendo ou não, as pessoas acabam escolhendo seus heróis favoritos justamente por concordarem ou não com seus principais fundamentos. Assim sendo, quando eles se confrontam e um deles sai vitorioso, é como se o leitor/espectador visse sua visão de mundo sendo superior às demais. Isso é tão verdade que TODAS as adaptações lidarão com esse conflito entre seus personagens principais, especialmente "Capitão América: Guerra Civil", que está construindo toda uma campanha nas redes sociais ao dividir os fãs entre o #TimeCapitãoAmérica, contra o registro governamental dos heróis, e #TimeHomemdeFerro, a favor de tal registro.

Mas talvez a maior razão para as pessoas gostarem tanto de ver super-heróis brigando seja também a mais simples: essas histórias sempre rendem grandes momentos. Ótimas lutas, ótimos diálogos, ótimas lutas enquanto ocorrem ótimos diálogos, o fato é que esses encontros sempre trazem momentos divertidos ou épicos que são o puro deleite de qualquer fã e motivo suficiente para conquistar qualquer pessoa que ainda não tenha sido atraída por esse universo. Até mesmo quando o roteiro não entrega um vitorioso absoluto para a pancadaria (o que já aconteceu bastante), há algum outro acontecimento, como a união dos personagens para enfrentar um vilão, que fazem a história valer a pena.

Então, sim, há alguns motivos para as pessoas gostarem tanto desses conflitos entre heróis. São histórias divertidas, muitas vezes épicas, que dão a oportunidade de vermos alguns de nossos favoritos socando a cara de outros nem tão favoritos assim. Não é a toa que essas histórias façam tanto sucesso até hoje, com a DC tendo realizado seu grande evento "Convergência" no último ano e a Marvel concluindo recentemente a sua nova "Guerras Secretas", e já tendo em vista uma "Guerra Civil II" para 2016. E, claro, todas as adaptações que chegarão às telas da TV e do cinema nas próximas semanas, as quais eu não deixarei de conferir de modo algum, e recomendo que você faça o mesmo.

Antes que eu me esqueça: aqui é #TimeCapitãoAmérica.

Quero só ver quem é que vai limpar essa bagunça.