terça-feira, 25 de outubro de 2022

BALANÇO MUSICAL - Setembro de 2022

(Arte por Bryan Lee O'Malley. Scott Pilgrim pertencente à Bryan Lee O'Malley, todos os direitos reservados)

Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês (exceto quando ela coincide com o primeiro dia [útil] do mês -- ou quando não me dá tanta vontade assim).

Setembro aconteceu, sem dúvidas. Falando sério, foi um período bom, sim, em que tive minhas doses de estresse, como todos temos, mas as partes ruins foram superadas por tudo de bom que aconteceu. Sendo bem sincero, e pensando em retrospecto, esse foi um mês que, ainda que tenha tido acontecimentos históricos como a morte da Rainha britânica Elizabeth II, mais pareceu um prelúdio para o atual, de outubro, em que boa parte de quem conheço se encontrava movida por esperança e expectativa para algo que... bem, não se concretizou da forma como esperávamos, mas é aquela velha sabedoria popular futebolística: "o jogo só acaba quando termina". Ainda assim, embora eu não tenha conseguido assistir nenhuma das séries que pretendia lançadas durante essas semanas (estou atrasado em TUDO que comecei a assistir -- e eu culpo as próprias empresas por lançarem todas ao mesmo tempo), teve pontos altos no Rock In Rock 2022, realizado durante os primeiros dias (que eu não fui, mas sempre bom poder ver a transmissão na TV), além de encontros, reencontros e desencontros que ocorreram em seu decorrer.

E tudo isso, claro, foi embalado em doses colossais de música. Quer dizer, o próprio acontecimento do Rock In Rio já deixa implícito, mas os dias que seguiram o festival deram continuidade à tendência de dias de pura música. E falando em tendência, setembro acabou por seguir o visto em agosto e julho no tocante à quantidade. Segundo meu last.fm, foram 3.776 reproduções realizadas durante o mês (média de 123/dia), que ainda contou com 674 artistas, 1.149 artistas e 3.288 faixas diferentes. Pode ter apresentado algumas leves quedas, mas ainda com números bem próximos aos dos antecessores, o que no momento que escrevo esta publicação já posso afirmar com segurança, vai se repetir para outubro.

Nesse cenário todo, muitos sons de qualidade passaram por meus ouvidos, muito no embalo do Rock In Rio, que me fez revisitar artistas que amo e conhecer outros, mas também devido aos diversos lançamentos que ocorreram durante setembro, que também me fizeram tirar parte do atraso de conferir outros que saíram nos meses anteriores. Então acabou ficando aquele velho misto de Rock, Metal e Pop oitentista, mas com muitas novidades, alguns artistas menos conhecidos e algumas surpresas muito bem vindas. E tudo isso é possível conferir nos meus DESTAQUES DO MÊS logo abaixo.

ARTISTAS DO MÊS:


- Iron Maiden (Metal): setembro é um mês grande para o Iron Maiden no calendário, com diversos de seus álbuns tendo sido lançados durante o mês. Some a isso a vinda do atual sexteto ao Brasil como parte de sua atual turnê, inclusive com show no Rock In Rio, e o fato de serem uma das minhas bandas favoritas da vida e está formada a tempestade perfeita para colocá-los mais uma vez como destaque por aqui. Não que fosse necessário tudo isso.

Destaco também:

- Guns N' Roses (Hard Rock, Blues Rock)

- Dua Lipa (Pop, Synthpop) -- show excelente no Rock In Rio que me deixou viciado nas músicas

- Porcupine Tree (Rock Progressivo, Metal Progressivo)

- Coldplay (Pop Rock, Pop, Rock)

- Sepultura (Thrash Metal, Groove Metal)

- Robert Plant (Rock, Hard Rock)

- Dream Theater (Metal Progressivo)

ÁLBUNS DO MÊS:


- Blind Guardian - The God Machine (Power Metal, Metal Melódico; 2022): depois de praticamente duas décadas se aventurando por sonoridades mais progressivas, o Blind Guardian parece ter se cansado de composições mais longas e complexas e apostado em um "retorno às origens" com faixas mais breves e diretas, apostando em agressividade e boas doses de velocidade, aliadas à temática fantástica que sempre permeou os trabalhos do grupo. E por mais que eu goste bastante de seus trabalhos desde A Night at the Opera -- em especial de Beyond the Red Mirror e do orquestrado Legacy of the Dark Lands--, o fato é um só: The God Machine é o melhor álbum da banda desde o clássico Nightfall at Middle-Earth.

Destaco também:

- Megadeth - The Sick, The Dying... And The Dead! (Thrash Metal; 2022) -- primeira impressão foi boa, a faixa com o Ice-T é ótima, mas preciso ouvir mais vezes para formular uma opinião mais concreta

- Thundermother - Black and Gold (Hard Rock, Blues Rock; 2022) -- as donas de um dos melhores álbuns de 2020 voltaram dando sequência na alta performance que marcou o trabalho anterior

- Ozzy Osbourne - Patient Number 9 (Metal, Hard Rock; 2022) -- parece que o dono da bola está mais à vontade aqui que no melancólico Ordinary Man. As participações especiais do mais alto calibre também em muito colaboram na alta qualidade das faixas

- Gwar - The New Dark Ages (Thrash Metal; 2022) -- por algum motivo, eu achei que o som do grupo fosse algo mais leve, voltado ao Hard Rock. Engano meu (e dos bons)

- The Halo Effect - Days Of The Lost (Death Metal Melódico, Thrash Metal; 2022) -- grupo formado só por ex-integrantes do In Flames que não fica devendo em nada para a banda original

- Soilwork - Övergivenheten (Death Metal Melódico, Thrash Metal; 2022) -- esse nome já clássico do Death Metal parece ter se reinventado em seu mais novo trabalho, com composições certeiras e petardos em sequência

- Grave Digger - Symbol of Eternity (Metal, Power Metal; 2022) -- esses veteranos do Metal colocaram na praça um disco bem consistente e divertido de se ouvir

- Five Finger Death Punch - AfterLife (Metal, Groove Metal; 2022) -- uma banda que nunca me convenceu, e não foi dessa vez, pra mim soa igual a todos os outros álbuns deles

- Spirit Adrift - 20 Centuries Gone (Metal; 2022) -- envolvendo covers e músicas autorais, o último lançamento de uma das mais promissoras bandas da cena traz bons prospectos que só animam o ouvinte para seu próximo registro completo de inéditas

- Envy of None - Envy of None (Rock, Hard Rock; 2022) -- olha, por envolver o sempre incrível Alex Lifeson, do Rush, ouvi esse trabalho com elevadas expectativas, mas infelizmente não foram correspondidas. Quem sabe em uma nova audição...

- Demi Lovato - Holy Fvck (Hard Rock, Pop-Punk, Emo; 2022) -- quem diria que uma cantora com carreira sólida no Pop daria um 180º e iria parar no Rock? E mais que isso, com muita qualidade? Dona Demetria está de parabéns

Gojira - Fortitude (Death Metal, Thrash Metal; 2021) -- um dos melhores do último ano, se não o melhor, segue envelhecendo como vinho

- Iggy Pop - Post Pop Depression (Rock, Art Rock, Punk Rock; 2016) -- Depois de clássicos como The Idiot, Lust For Life e Brick By Brick, é o meu favorito de Iggy solo

- Stone Sour - The House of Gold & Bones, Pt. 2 (Hard Rock, Metal; 2013)

- Kings of Leon - Because Of The Times (Rock, Garage Rock, Rock Alternativo; 2007) -- é realmente o melhor deles

- Daft Punk - Discovery (Eletrônico, Pop, Pop Rock; 2001)

- Savatage - Handful of Rain (Metal, Hard Rock; 1994)

- Winger - In The Heart Of The Young (Hard Rock; 1990)

- Frank Zappa & The Mothers - Over-Nite Sensation (Rock Psicodélico, Rock; 1973)

FAIXAS DO MÊS:


- Green Day - Whatsername (Punk Rock, Pop-Punk, Rock, Emo; 2004): quer dizer, é a faixa que deu origem ao título da playlist do mês. Mais do que isso, porém, é relacionada a alguns momentos dessas últimas semanas, e também é a faixa que estava na setlist do show deles no Rock In Rio e que ACABOU FICANDO DE FORA. Mas aqui, mais que lembrar de uma das melhores faixas de American Idiot (o que, vejam bem, não é pouca coisa), ainda a coloquei para fechar os trabalhos, como deveria ser.

Destaco também:

- The Smiths - The Queen Is Dead (Rock, Pop Rock; 1986) -- autoexplicativa

Confira, por fim, a playlist elaborada durante o mês de setembro de 2022: