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Olá! Seja bem-vindo ao meu projeto Balanço Musical, uma coluna mensal na qual falo sobre música, o que escutei no mês que se passou, o porquê das escolhas, o que me influenciou nesses dias, e publico uma playlist com uma faixa referente a cada dia do período. O objetivo não é nada além de escrever um pouco mais sobre música no blog, apresentar algumas coisas diferentes e dar às pessoas a oportunidade de conhecer novos artistas e canções. As postagens são publicadas sempre na primeira segunda-feira útil de cada mês (exceto quando ela coincide com o primeiro dia do mês -- ou quando não me dá tanta vontade assim).
O que foi outubro? Provavelmente o mês mais completo de 2021, pelo menos no emocional. Tive notícias muito boas, também tive notícias ruins, voltei ao trabalho presencial no meio do mês, revi pessoas queridas que não via há mais de um ano, tive meus primeiros contatos com outras, conheci pessoalmente amigos que se tornaram muito importantes em pouco tempo, fiz coisas que não imaginava nesse tão curto período de "ressocialização"... Em resumo, posso dizer que vivi como não o fazia desde março de 2020, ainda que longe daquela normalidade. E ainda encontrei tempo para assistir o Duna de Denis Villeneuve (e ainda vi a adaptação antiga, de quebra), terminar de ver Star Wars: Visions e (finalmente) a quarta temporada de Rick and Morty, começar a rever Cowboy Bebop (vulgo "a melhor coisa já feita na história da humanidade") e, nos minutos finais da prorrogação, terminar Persona 4 Golden, que agora ocupa um lugar muito especial em meu coração ao lado de Persona 5.
E no meio disso tudo, muita música envolvida, como não poderia deixar de ser. Sempre digo que a música costuma me acompanhar em momentos importantes da minha vida, e dessa vez não foi diferente: de acordo com meu last.fm, foram 3.292 reproduções durante outubro (média de 106/dia), incluindo 554 artistas, 914 artistas e 2.953 faixas diferentes. Números bem semelhantes aos de setembro, talvez pelo combo Persona 4 Golden + retorno do trabalho presencial, mas que se mantiveram bem elevados. Imagino que novembro deva seguir a mesma tendência, ou até dê uma pequena queda por conta dos feriados, mas prefiro não especular mais do que isso.
Se o último mês teve tantas características especiais em minha seleção musical, dessa vez voltei para minha abordagem mais tradicional, sempre com foco em Rock, Metal, Pop oitentista e algumas surpresinhas que incluo ao longo do caminho. Também tentei encaixar artistas brasileiros ao longo do mês, como já venho fazendo recentemente, e melhorar as transições entre as semanas e estilos para manter a experiência a mais fluída possível. E tudo isso pode ser conferido logo a seguir em meus DESTAQUES DO MÊS.
ARTISTAS DO MÊS:
- Iron Maiden (Metal): bom, depois do lançamento de Senjutsu no mês anterior, junto com os vários outros álbuns do grupo que fizeram aniversário recentemente, faz sentido o grupo figurar aqui mais uma vez. Inclusive, sigo escutando o novo trabalho dos caras com uma certa frequência e, a cada audição, parece que vai crescendo mais em mim. De qualquer forma, nunca é ruim ouvir Maiden.
Destaco também:
- John Lennon (Rock, Art Rock)
- Chris Cornell (Rock, Hard Rock)
- Metallica (Thrash Metal, Hard Rock)
- Soulfly (Thrash Metal, Metal Experimental)
- Gary Moore (Blues, Blues Rock, Hard Rock)
ÁLBUNS DO MÊS:
- Dream Theater - A View From The Top Of The World (Metal Progressivo; 2021): após realizar um bem vindo retorno às origens com composições mais diretas em Distance Over Time, de 2019, o Dream Theater retorna aqui fazendo o que sabe de melhor: músicas longas e complexas. O novo trabalho do grupo nem é dos mais longos, com 1h10min de duração e 7 músicas, mas traz de volta aquela densidade musical que fez sua fama principalmente em anos mais recentes, culminando na faixa-título, um espetáculo com mais de 20 minutos para ser digerido aos poucos. Parece que a banda encontrou sua melhor forma pós-chegada do baterista Mike Mangini, e tudo indica que ela veio para ficar.
Destaco também:
- Joanne Shaw Taylor - The Blues Album (Blues, Blues Rock; 2021) -- a guitarrista e vocalista mais uma vez prova por que é uma das melhores de nossa geração
- Yes - The Quest (Rock Progressivo, Folk Rock; 2021) -- diversos momentos que lembram o grupo em suas melhores fases, mas ainda pode melhorar
- Trivium - In the Court of the Dragon (Thrash Metal, Death Metal; 2021) -- terceiro do quarteto em apenas quatro anos, composto durante a pandemia e lançado pouco mais de um ano depois do excelente What the Dead Men Say, é mais uma vez candidato a melhor do ano, consolidando o apresentado nos trabalhos anteriores e ampliando seu leque de influências, e poderia facilmente ser o principal destaque de novembro
- Vintage Trouble - Juke Joint Gems (Rock, Funk Rock, Blues Rock; 2021) -- eis uma banda que não errou até agora, e essa coleção de de raridades e registros não lançados anteriormente é a prova disso. O que era para apenas um lançamento descompromissado vem recheado de qualidade como pouco se vê
- St. Vincent - The Nowhere Inn (Indie Rock, Indie Pop, Experimental; 2021) -- a trilha sonora desse falso documentário estrelado pela própria artista é certamente um dos álbuns já feitos
- Edu Falaschi - Vera Cruz (Metal Melódico, Power Metal; 2021) -- esse trabalho solo do vocalista é uma das gratas surpresas desse ano, lembrando muito seus melhores momentos no Angra e no Almah
- Lucifer - Lucifer IV (Doom Metal, Hard Rock; 2021) -- outro que poderia estar como principal destaque, eis aqui os suecos, em uma situação quase igual a do Trivium, lançando seu melhor e mais inspirado trabalho até agora. Impressionante notar a evolução entre o antecessor e esse disco, em que parecem ter aprimorado tudo o que tinham de melhor e potencializado em seu máximo, fazendo de IV também candidato a melhor de 2021
- Almah - Motion (Metal Melódico, Power Metal; 2011) -- aqui um dos melhores momentos de Falaschi que citei acima
- Andre Matos - Mentalize (Power Metal, Metal Melódico, Metal Sinfônico, Metal Experimental; 2009)
- Kings of Leon - Only By The Night (Indie Rock, Rock Alternativo; 2008)
- Moonspell - Darkness and Hope (Death Metal, Doom Metal; 2001)
- Rush - Test For Echo (Hard Rock, Rock Progressivo; 1996)
- Pearl Jam - Ten (Grunge, Hard Rock; 1991) -- 30 anos recém completos desse clássico imortal
- Paralamas do Sucesso - Grãos (Rock, Pop Rock; 1991) -- também 30 anos do lançamento desse belo disco de um dos maiores nomes do Rock brasileiro
- Viper - Theatre of Fate (Speed Metal, Power Metal, Metal Melódico; 1989)
- Guns N' Roses - Appetite For Destruction (Hard Rock; 1987)
FAIXAS DO MÊS:
- Lyn - Wake Up, Get Up, Get Out There (Jazz, J-Rock; 2016): desde que ouvi essa música, achei que seria uma ideia fantástica ouvi-la no momento em que voltasse ao trabalho presencial. Bom, o momento chegou e foi exatamente o que fiz. Fora, claro, que foi o que me fez ter uma vontade imensa de jogar Persona 5 junto a parte visual da abertura.
Destaco também:
- Shihoko Hirata - Reach Out To The Truth (J-Rock; 2008) -- a canção que é o principal tema de batalha de Persona 4 e também uma das melhores da trilha do jogo, além de ter inspirado o título da minha playlist desse mês
- Stone Sour - St. Marie (Rock, Hard Rock, Metal; 2017)
- Mastodon - Halloween (Metal; 2013) -- duh
- Jack White & Alicia Keys - Another Way To Die (Rock, Blue Rock; 2008) -- a mais subestimada música-tema dos filmes de 007
- System Of A Down - Metro (Hard Rock, Metal; 2000)
- Barão Vermelho - Bete Balanço (Rock, Pop Rock; 1984)
- Peter Gabriel - Shock The Monkey (Pop Rock; 1982)
Confira, por fim, a playlist elaborada por mim durante outubro de 2021: