Quem me conhece sabe o quão empolgado eu estava para ver "Esquadrão Suicida". Trailers empolgantes, divertidos e a premissa de reunir vilões para bancarem o papel de heróis me faziam apostar nesse filme como a surpresa do ano. Não é difícil imaginar, então, a minha surpresa ao vê-lo ser massacrado pelas resenhas, tal qual "Batman vs Superman: A Origem da Justiça" foi há alguns meses. Seria possível que a DC acumulasse dois vexatórios fracassos de crítica no mesmo ano?
A resposta é sim. Esse não é o longa que me foi vendido. E não haveria problema nenhum nisso caso ele seguisse outro caminho e fosse bom. Mas não foi o que aconteceu. Uma trama genérica para personagens rasos e tão cativantes quanto um pedaço de tijolo, com um desenvolvimento sem ritmo de uma química forçada. Um filme que tenta ser sério e descolado ao mesmo tempo, tentando mostrar alguma maldade de seus protagonistas enquanto tenta encaixar algumas poucas piadas totalmente fora de contexto. Antagonistas que ninguém dá a mínima. Jared Leto dando ao Coringa sua pior representação nas telas, não transmitindo loucura, psicopatia, medo, falta de noção ou um sendo de humor deturpado, resumindo-se a um gangster comum que se acha muito mais do que realmente é. E, claro, o Capitão Bumerangue de Jai Courtney, chato, irritante e com uma pseudo-tentativa de humor que falha miseravelmente.
Há o que mereça destaque, porém. A Arlequina beira a perfeição, Will Smith convence como Pistoleiro, a Amanda Waller feita por Viola Davis é fria e manipuladora como nas HQs, e até mesmo a Katana agrada. O visual dos personagens é acertado, assim como a da adaptação em si. A trilha sonora, apesar de não tão bem utilizada (e que reutiliza, quase que no mesmo contexto, uma música presente em "Guardiões da Galáxia"), é muito boa. As breves aparições de certos heróis da DC empolgam, especialmente as do Batman, curiosamente melhor caracterizado aqui do que em "Batman vs Superman". E a ação é OK, embora não fuja do comum e desperdice seus protagonistas.
"Esquadrão Suicida" poderia ter sido inovador, empolgante e divertido. Mas não passa de, no máximo, um filme mediano, sem identidade, sem carisma e que tem seus momentos, só que esses não são o suficiente para salvá-lo por completo. O futuro da DC no cinema é preocupante, e só resta esperar que Geoff Johns consiga arrumar a casa e orquestrar adaptações que apresentem alguns dos melhores personagens já criados de maneira digna.
NOTA: 5,0
TRAILER (pelo menos o que mais se assemelha ao tom do filme):